Presidente da Assembleia Nacional e promotor dos protestos reclama para si a presidência do país. Cinco pesssoas já morreram nos protestos desta quarta-feira.
Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e um dos promotores dos protestos desta quarta-feira, declarou-se Presidente interino do país perante os milhares de manifestantes que saíram à rua em protesto contra o regime de Nicolás Maduro.
O Governo norte-americano já reconheceu oficialmente Guaidó como Presidente interino. No Twitter oficial da Casa Branca, a administração dos EUA afirma que o Presidente Donald Trump “reconheceu oficialmente o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaido, como Presidente interino da Venezuela”.
“O povo da Venezuela falou contra o regime de Maduro de forma corajosa e exigiu liberdade e Estado de Direito”, pode ler-se no comunicado de Trump emitido entretanto pela Casa Branca. “Encorajamos os outros governos do hemisfério ocidental a reconhecer o presidente da Assembleia Nacional Guaidó como Presidente interino da Venezuela”.
O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, já tinha declarado apoio político a Guaidó esta terça-feira, num artigo de opinião publicado no Wall Street Journal. “Como disse ao senhor Guaidó na semana passada, o Presidente Trump e os EUA mantêm-se resolutamente ao lado do povo venezuelano”, escreveu.
Luis Almagro, presidente da Organização dos Estados Americanos, também se apressou a reconhecer legitimidade ao opositor de Maduro. “Tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o regresso do país à democracia”, escreveu.
Juan Guaidó é atualmente presidente da Assembleia Nacional, o Parlamento da Venezuela que é dominado pelos partidos da oposição, mas não é reconhecido como órgão legítimo pelo Governo de Maduro.
Quatro pessoas morreram durante a madrugada. Mais um morto esta quarta-feira
Já morreu pelo menos um manifestante no dia em que os venezuelanos saem à rua para se manifestar. De acordo com a Radio Fe y Alegria, um jovem de 27 anos chamado Alejandro Hernández morreu esta quarta-feira, numa manifestação da oposição a Nicolás Maduro em Puerto Ayacucho, no estado do Amazonas, na sequência de confrontos com a Guarda Nacional Bolivariana (GNB).
À morte de Alejandor Hernández, juntam-se ainda outras morte registadas na noite passada, igualmente em confrontos com a polícia. De acordo com o Observatório de Conflitualidade Social, uma ONG venezuelana, morreram quatro pessoas na noite de 22 para 23 de janeiro. Entre estes, um é um jovem de 16 anos que foi atingido por “ferimentos causados por arma de fogo durante uma manifestação”.
Os restantes três mortos na madrugada desta quarta-feira aconteceram na sequência de assaltos, especifica o Observatório de Conflitualidade Social.
O dia 23 de janeiro é feriado nacional na Venezuela, para assinalar o golpe de Estado que levou ao fim da ditadura de Marcos Péres Jiménez em 1958. Esta quarta-feira, dia em que se assinalam os 61 anos daquela revolução, está a ser marcado por manifestações de setores favoráveis a Nicolás Maduro e também da oposição ao ditador venezuelano.
Esta é a primeira vez que os venezuelanos saem às ruas para protestar em massa desde a tomada de posse de Nicolás Maduro, no passado 10 de janeiro, na sequência de umas eleições presidenciais que a maioria da comunidade internacional não reconheceu.