Carta aberta aos compatriotas
Caros amigos leitores
Escrevo-vos hoje para chamar atenção a algum tipo de instrumentalização de que o nosso povo tem sido vítima. Esta instrumentalização ancora-se na infusão do medo à mudança. O nosso povo tem sido desencorajado a pensar na mudança da governação. Tem pelo contrário, sido encorajado a pensar na continuidade porque, segundo os arautos da continuidade, ela é boa e “provou” ser boa. Dizem os propagandistas que devemos votar na continuidade porque se fizermos o contrário o país vai regredir. Os defensores da continuidade recorrem essencialmente a três tipos de discurso de medo para encobrir o verdadeiro medo: o medo das algemas.
Irmãos, nós estamos numa situação em que um pequeno grupo de pessoas nos controla há 40 anos num sistema de cativeiro. Nós vivemos num sistema de cativeiro, irmãos e eles, poucos, estão fora deste cativeiro com suas famílias, fazendo-nos que nem animais num jardim zoológico. Esta é uma injustiça! E eles têm a noção disso. E têm a dimensão das consequências de estarem na oposição. Têm a noção do que vai lhes acontecer quando finalmente a justiça estiver livre. Eles têm medo das algemas; têm medo de habitarem no cativeiro em que estamos. Têm medo que as posições se troquem: eles entrarem no cativeiro em que estamos e nós povo, a maioria, livre deste cativeiro. Têm medo da mudança social, da mobilidade social.
Gostaria agora de falar de três grandes mentiras que os arautos da continuidade nos “vendem”.
1. A FRELIMO LIBERTOU ESTE PAÍS
A Frelimo, o Partido Frelimo foi criado em 1977. A FRELIMO que libertou este país somos todos nós; foi fruto da união dos moçambicanos que na altura decidiram pegar em armas para nos libertar do jugo colonial. Alguns destes decidiram fundar o seu partido político em 1977. Eles dizem que devemos votar neles porque nos trouxe a independência. MENTIRA. Nenhum partido trouxe a independência a Moçambique. Na história do nacionalismo dos países africanos falantes da língua portuguesa, o ÚNICO movimento político que nasceu já partido foi o PAIGC, em 1959. Nem o MPLA, nem o MLSTP muito menos a FRELIMO nasceram como partidos. Eram todos movimentos aglutinadores com único programa político: libertar os seus países do jugo colonial. NÓS não devemos gratidão a nenhum partido. A independência é conquista dos moçambicanos e não de um partido político. É verdade que muitos dirigentes daquele movimento são hoje membros do partido Frelimo. Nós somos eternamente gratos a estes homens e mulheres. Mas isso não significa que sejamos gratos ao partido Frelimo.
2. NÓS NÃO DESENVOLVEMOS GRAÇAS A FRELIMO.
Andam a nos mentir dizendo que tudo de bom que existe em Moçambique é GRAÇAS a Frelimo. Dizem por exemplo que se o caro leitor consegue ler este texto, é alfabetizado ou consegue comer às suas custas é GRAÇAS a Frelimo. Meus amigos, não há GRAÇA nenhuma aqui. É obrigação de governos trabalhar para o seu povo. Portanto, estes governantes que estão no poder só estão alí porque o povo quer. É GRAÇAS a vontade do povo [e muita roubalheira].
Estão a ver como eles trocam as posições? Quer dizer, nós a maioria estamos como estamos porque eles, a minoria sacrificam-se por nós! Estão a ver como é injusta esta explicação? Os governantes são os nossos serventes, os nossos trabalhadores. Eles vivem dos nossos impostos e negoceiam dívidas com o exterior em nosso nome. Para este trabalho são pagos salários e regalias, e eles próprio também manipular as regalias para alargar as mordomias, tudo às nossas custas. Não há aqui nenhum favor. Portanto, TUDO de bom [que é pouco] que aconteceu foi GRAÇAS ao povo moçambicano e TUDO DE MAL que aconteceu foi POR CAUSA DELES; porque foram incapazes de gerir melhor o mandato que tiveram do povo. Esta é a melhor explicação que um cidadão sério deve ter na cabeça.
Portanto, quando estes propagandistas vos abordar e falar de “boas cosias que a Frelimo fez” e dizer-vos que estamos “bem”graças a Frelimo, diga-os que estão a mentir. O Partido Frelimo não tem nada que é seu ou sua obra neste país, para além de um grupo de homens e mulheres que dirigem o Governo e o Estado em nome dos moçambicanos. Quando a Frelimo reclama autoria do desenvolvimento do país CONFIRMA claramente o argumento da Renamo na necessidade de despartidarizar o estado. O estado não é da Frelimo. É moçambicano. Logo, a Frelimo não tem nada seu alí. E nenhum outro partido tem.
3. VOTA NA FRELIMO PARA O ESTADO NÃO COLAPSAR
Usam também a mentira segundo a qual devemos votar na Frelimo para defender o Estado. Eles dizem isso aos professores, enfermeiros, polícia, empresários, etc., em comícios convocados a força. MENTIRA. O estado jamais colapsará quando a Frelimo sair do poder. Continuaremos a trabalhar como um povo, mais unido e mais empenhado nos objectivos de desenvolvimento. Os empresários continuarão empresários, desde o momento que sejam honestos. Os professores, polícias, enfermeiros, todos continuarão a trabalhar normalmente EXCEPTO este pequeno grupo minoritário, que tem contas por prestar com o povo. Estão a ver como eles subvertem de novo as posições?
Eles estão a passar para nós o MEDO QUE ELES TÊM. Eles estão com medo das algemas. Eles estão com medo de empobrecer, porque ao longo de todos anos viveram apenas do erário público, roubaram e pilharam-nos e agora receiam que o povo exija explicações a alguns comportamentos do passado. Eles estão com medo da justiça.
AS ALGEMAS
Uso o termo “algemas” metaforicamente, para me referir ao fortalecimento do sistema de justiça, que terá muito trabalho a fazer quando no dia 16 confirmarmos a revolução. Em Moçambique, apesar de a corrupção ser uma realidade, muito poucos são ou foram políticos acusados e julgados e condenados adequadamente. As algemas são apenas para pobres, pilha-galinhas e nunca para corruptos de grande envergadura. Eles estão com medo disso, porque num sistema democrático em que os poderes são de facto independentes, a justiça em Moçambique teria muito trabalho para disciplinar os nossos políticos e regrar o comportamento dos gestores da coisa pública.
O CIP publica insistentemente casos de corrupção activa em que o Estado é lesado, nós povo somos lesados, mas nada acontece aos prevaricadores. ESTAO COM MEDO QUE ISSO FINALMENTE VENHA A SER REALIDADE. Vamos votar na oposição e em Dhlakama para que finalmente consigamos quebrar os cadeados do cativeiro em que vivemos e coloca-los lá. Votemos na oposição para nos livrar dos nossos carcereiros!
Caros amigos leitores
Escrevo-vos hoje para chamar atenção a algum tipo de instrumentalização de que o nosso povo tem sido vítima. Esta instrumentalização ancora-se na infusão do medo à mudança. O nosso povo tem sido desencorajado a pensar na mudança da governação. Tem pelo contrário, sido encorajado a pensar na continuidade porque, segundo os arautos da continuidade, ela é boa e “provou” ser boa. Dizem os propagandistas que devemos votar na continuidade porque se fizermos o contrário o país vai regredir. Os defensores da continuidade recorrem essencialmente a três tipos de discurso de medo para encobrir o verdadeiro medo: o medo das algemas.
Irmãos, nós estamos numa situação em que um pequeno grupo de pessoas nos controla há 40 anos num sistema de cativeiro. Nós vivemos num sistema de cativeiro, irmãos e eles, poucos, estão fora deste cativeiro com suas famílias, fazendo-nos que nem animais num jardim zoológico. Esta é uma injustiça! E eles têm a noção disso. E têm a dimensão das consequências de estarem na oposição. Têm a noção do que vai lhes acontecer quando finalmente a justiça estiver livre. Eles têm medo das algemas; têm medo de habitarem no cativeiro em que estamos. Têm medo que as posições se troquem: eles entrarem no cativeiro em que estamos e nós povo, a maioria, livre deste cativeiro. Têm medo da mudança social, da mobilidade social.
Gostaria agora de falar de três grandes mentiras que os arautos da continuidade nos “vendem”.
1. A FRELIMO LIBERTOU ESTE PAÍS
A Frelimo, o Partido Frelimo foi criado em 1977. A FRELIMO que libertou este país somos todos nós; foi fruto da união dos moçambicanos que na altura decidiram pegar em armas para nos libertar do jugo colonial. Alguns destes decidiram fundar o seu partido político em 1977. Eles dizem que devemos votar neles porque nos trouxe a independência. MENTIRA. Nenhum partido trouxe a independência a Moçambique. Na história do nacionalismo dos países africanos falantes da língua portuguesa, o ÚNICO movimento político que nasceu já partido foi o PAIGC, em 1959. Nem o MPLA, nem o MLSTP muito menos a FRELIMO nasceram como partidos. Eram todos movimentos aglutinadores com único programa político: libertar os seus países do jugo colonial. NÓS não devemos gratidão a nenhum partido. A independência é conquista dos moçambicanos e não de um partido político. É verdade que muitos dirigentes daquele movimento são hoje membros do partido Frelimo. Nós somos eternamente gratos a estes homens e mulheres. Mas isso não significa que sejamos gratos ao partido Frelimo.
2. NÓS NÃO DESENVOLVEMOS GRAÇAS A FRELIMO.
Andam a nos mentir dizendo que tudo de bom que existe em Moçambique é GRAÇAS a Frelimo. Dizem por exemplo que se o caro leitor consegue ler este texto, é alfabetizado ou consegue comer às suas custas é GRAÇAS a Frelimo. Meus amigos, não há GRAÇA nenhuma aqui. É obrigação de governos trabalhar para o seu povo. Portanto, estes governantes que estão no poder só estão alí porque o povo quer. É GRAÇAS a vontade do povo [e muita roubalheira].
Estão a ver como eles trocam as posições? Quer dizer, nós a maioria estamos como estamos porque eles, a minoria sacrificam-se por nós! Estão a ver como é injusta esta explicação? Os governantes são os nossos serventes, os nossos trabalhadores. Eles vivem dos nossos impostos e negoceiam dívidas com o exterior em nosso nome. Para este trabalho são pagos salários e regalias, e eles próprio também manipular as regalias para alargar as mordomias, tudo às nossas custas. Não há aqui nenhum favor. Portanto, TUDO de bom [que é pouco] que aconteceu foi GRAÇAS ao povo moçambicano e TUDO DE MAL que aconteceu foi POR CAUSA DELES; porque foram incapazes de gerir melhor o mandato que tiveram do povo. Esta é a melhor explicação que um cidadão sério deve ter na cabeça.
Portanto, quando estes propagandistas vos abordar e falar de “boas cosias que a Frelimo fez” e dizer-vos que estamos “bem”graças a Frelimo, diga-os que estão a mentir. O Partido Frelimo não tem nada que é seu ou sua obra neste país, para além de um grupo de homens e mulheres que dirigem o Governo e o Estado em nome dos moçambicanos. Quando a Frelimo reclama autoria do desenvolvimento do país CONFIRMA claramente o argumento da Renamo na necessidade de despartidarizar o estado. O estado não é da Frelimo. É moçambicano. Logo, a Frelimo não tem nada seu alí. E nenhum outro partido tem.
3. VOTA NA FRELIMO PARA O ESTADO NÃO COLAPSAR
Usam também a mentira segundo a qual devemos votar na Frelimo para defender o Estado. Eles dizem isso aos professores, enfermeiros, polícia, empresários, etc., em comícios convocados a força. MENTIRA. O estado jamais colapsará quando a Frelimo sair do poder. Continuaremos a trabalhar como um povo, mais unido e mais empenhado nos objectivos de desenvolvimento. Os empresários continuarão empresários, desde o momento que sejam honestos. Os professores, polícias, enfermeiros, todos continuarão a trabalhar normalmente EXCEPTO este pequeno grupo minoritário, que tem contas por prestar com o povo. Estão a ver como eles subvertem de novo as posições?
Eles estão a passar para nós o MEDO QUE ELES TÊM. Eles estão com medo das algemas. Eles estão com medo de empobrecer, porque ao longo de todos anos viveram apenas do erário público, roubaram e pilharam-nos e agora receiam que o povo exija explicações a alguns comportamentos do passado. Eles estão com medo da justiça.
AS ALGEMAS
Uso o termo “algemas” metaforicamente, para me referir ao fortalecimento do sistema de justiça, que terá muito trabalho a fazer quando no dia 16 confirmarmos a revolução. Em Moçambique, apesar de a corrupção ser uma realidade, muito poucos são ou foram políticos acusados e julgados e condenados adequadamente. As algemas são apenas para pobres, pilha-galinhas e nunca para corruptos de grande envergadura. Eles estão com medo disso, porque num sistema democrático em que os poderes são de facto independentes, a justiça em Moçambique teria muito trabalho para disciplinar os nossos políticos e regrar o comportamento dos gestores da coisa pública.
O CIP publica insistentemente casos de corrupção activa em que o Estado é lesado, nós povo somos lesados, mas nada acontece aos prevaricadores. ESTAO COM MEDO QUE ISSO FINALMENTE VENHA A SER REALIDADE. Vamos votar na oposição e em Dhlakama para que finalmente consigamos quebrar os cadeados do cativeiro em que vivemos e coloca-los lá. Votemos na oposição para nos livrar dos nossos carcereiros!
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