quinta-feira, 23 de março de 2017

Países lusófonos no “ranking” mundial do IDH

Nova Iorque, 21 mar (Lusa) – Todos os países de expressão portuguesa mantiveram ou desceram no “ranking” mundial do Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado hoje pela ONU, apesar de nenhum acompanhar Portugal no grupo de desenvolvimento muito elevado.
Depois de Portugal, na posição 41º, o Brasil continua a ser o país de expressão portuguesa mais bem colocado, no lugar 79, enquadrado no grupo dos países de desenvolvimento humano elevado.
Cabo Verde, no 122º lugar, Timor-Leste, no 133º, e São Tomé e Príncipe, no 142º, mantêm as suas posições e estão no grupo de desenvolvimento médio.
Angola, no 150º, continua no grupo de baixo desenvolvimento (uma posição abaixo da Síria, um país em guerra), e é acompanhada nesta classe pela Guiné-Bissau (que passa para a posição 178º) e Moçambique (que passa para a posição 181º).
O índice consta do Relatório do Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado hoje em Estocolmo, e é calculado com base em três dimensões do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente.
Para calcular a posição da cada país, são tidos em conta fatores como a esperança média de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
O relatório nota que nos países da África subsaariana um terço do desenvolvimento humano é tornado impossível devido a desigualdades na saúde, educação e oportunidades económicas.
Nestes países, um terço das crianças com menos de cinco anos é subnutrida e sofre de atrofia, mais de 35 por cento dos adultos são analfabetos e cerca de 70 por cento dos adultos vive com menos de 2.88 euros por dia.
Os autores do relatório notam que a região tem melhorado a muitos níveis, mas que esse crescimento é desequilibrado e não atinge populações mais vulneráveis, como as mulheres.
Os especialistas da ONU calculam que, em média, a região perde 95 mil milhões de dólares anuais (88 mil milhões de euros) devido à baixa participação das mulheres no mercado de trabalho.
O relatório deste ano é dedicado ao tema “desenvolvimento humano para todos” e lembra o progresso feito nos últimos 25 anos.
“Nas últimas décadas, o mundo alcançou objetivos que pareciam impossíveis. Mais de um mil milhão de pessoas saiu de uma situação de pobreza extrema e a mortalidade de crianças até aos cincos anos baixou para menos de metade”, explicou à Lusa o autor do relatório, Selim Jahan, numa sessão com jornalistas em Nova Iorque.
“Agora, não queremos desenvolvimento humano para alguns ou sequer para a maioria, mas sim para todos. O desenvolvimento humano universal é possível”, concluiu Selim Jahan.

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