Eurodeputado defendeu que as mulheres são inferiores aos homens e por isso a desigualdade salarial deve manter-se
Um
eurodeputado polaco afirmou na quarta-feira, no Parlamento Europeu, que
as mulheres devem ganhar menos do que os homens pois são "mais fracas,
mais pequenas e menos inteligentes". Janusz Korwin-Mikke, que por várias
vezes tem feito comentários considerados racistas, machistas e
antissemitas no parlamento, envolveu-se num aceso debate com as
eurodeputadas. O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, ainda
não revelou se vai tomar medidas perante o discurso, mas vários
eurodeputados já pediram para o polaco uma "sanção exemplar".
"Sabem
que posição as mulheres ocupavam nas olimpíadas gregas? A primeira
mulher, digo-vos eu, ocupou a posição 800", disse o eurodeputado aos
colegas, citado pelo El País.
"Sabem quantas mulheres há entre os primeiros 100 jogadores de xadrez?
Eu digo: Nenhuma. Então, claro que as mulheres devem ganhar menos do que
os homens porque são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes".
Korwin-Mikke,
que não está afiliado a nenhum partido, participava num debate sobre a
desigualdade salarial entre os géneros na Europa. As mulheres na União
Europeia ganham em média menos 16% do que os homens.
"Senhor
deputado, segundo as suas teorias, eu não teria o direito de estar aqui
como deputada", respondeu a eurodeputada espanhola do PSOE, Iratxe
García. "Sei que lhe dói e que o preocupa que hoje nós, mulheres,
possamos representar cidadãos em condições igualitárias. Eu venho aqui
defender as mulheres europeias de homens como o senhor".
O
eurodeputado italiano Gianni Pittella pediu que Korwin-Mikke fosse
sancionado pelas suas palavras. Pittella pediu "uma sanção exemplar
contra as vergonhosas declarações de Korwin-Mikke, que vão contra os
princípios de igualdade de género desta casa".
Segundo o El País,
não é a primeira vez que este deputado choca o parlamento europeu. Em
2012, foi sancionado por fazer comentários contra os negros e em 2015
foi obrigado a pagar uma multa de três mil euros e perdeu 10 dias de
salário por entrar no hemiciclo a fazer a saudação nazi.
Além
disso, Korwin-Mikke chamou os refugiados de "lixo humano" no ano
passado, lamentou que as mulheres possam votar e questionou se Hitler
sabia dos planos para exterminar judeus.
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