Republicanos controlam Congresso e dificultam situação de Obama
Oposição assume controle do Senado e mantém maioria na Câmara dos Representantes
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WASHINGTON — A onda republicana que levou a oposição a assumir o controle do Senado dos Estados Unidos e a expandir sua maioria na Câmara de Representantes nas eleições realizadas nesta terça-feira não parou no Congresso. A maior vitória eleitoral do Partido Republicano desde que Barack Obama chegou à Casa Branca, em 2009, representa um severo revés para o governo federal e fez os democratas perderem mesmo na casa do presidente: o estado de Illinois.
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O candidato republicano ao governo de Illinois, Bruce Rauner, venceu o democrata Pat Quinn por 50,7% contra 45,9%, com 99,5% das urnas apuradas. Já o democrata Dick Burbin garantiu sua cadeira no Senado, na batalha contra o republicano Jim Oberweis, tornando-se o primeiro democrata na história de Illinois a conquistar um quarto mandato na Câmara alta americana.
As eleições de meio de mandato, as últimas antes de Obama deixar o cargo, em 2017, concedem à oposição o controle total do Congresso e isolam um presidente enfraquecido e com baixa popularidade. Os republicanos montaram sua estratégia no que foi considerado um referendo sobre a competência do governo.
Estimulados pelo descontentamento com Obama a e pela apatia dos eleitores democratas, os republicanos garantiram 52 membros no Senado, que tem 100 integrantes, de acordo com os jornais americanos. Além disso, asseguraram o controle que mantém desde 2010 na Câmara de Representantes.
Segundo o "New York Times", os republicanos obtiveram 241 das 435 cadeiras da Câmara de Representantes, enquanto a CNN aponta 246 assentos para os opositores ao presidente Obama.
A vitória culmina seis anos nos quais, eleição após eleição, os republicanos têm ocupado novas fatias de poder em Washington. Em 2009, o Senado e a Câmara eram controlados pelos democratas. Em 2010, os republicanos ganharam a maioria na Câmara. O último passo seria a conquista da Casa Branca, em dois anos.
As legislativas, no entanto, raramente antecipam os resultados das eleições presidenciais. A batalha para suceder Obama já começou e inclui nomes como os senadores republicanos Rand Paul, de Kentucky, e Marco Rubio, da Flórida, além da favorita, a democrata Hillary Clinton.
Nas chamadas "midterms", tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovaram, ainda, 36 dos 50 governadores de Estados. Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato.
Obama admitiu na terça-feira que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas. Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, disse que "o vento está a nosso favor".
— Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança — afirmou.
A VITÓRIA POR ESTADOS
O resultado das eleições, depois da campanha para as "midterms" mais caras da História do país, foi uma surpresa pela dimensão do triunfo republicano.
Às 23h30, os republicanos proclamaram a vitória, após a confirmação de que haviam saído vitoriosos nos seis estados necessários para obter a maioria das 51 cadeiras no Senado: Colorado, Arkansas, Montana, Virgínia Ocidental, Dakota do Sul e Carolina do Norte. Minutos depois, os republicanos declararam vitória em Iowa. Os democratas chegaram à votação com uma vantagem de 55 a 45 em número de assentos.
Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, deve se tornar o novo líder da maioria no Senado. Ao lado do presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, McConnell será o principal interlocutor com o Executivo.
— Está na hora de seguir em outra direção. Mas temos a obrigação de trabalhar juntos nos temas onde possamos estar de acordo — disse McConnell, de 72 anos.
As redes de televisão apontam a vitória da republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata Jay Rockefeller; e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o democrata Mark Pryor.
Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51 cadeiras no Senado.
Nas disputas pelos governos estaduais, as projeções indicam reeleições de governadores republicanos em Ohio, Tennessee, Carolina do Sul, Oklahoma, Alabama, Texas e Dakota do Sul, além de vitórias em Nebraska e Arkansas. Os democratas tiveram vitória projetada em New Hampshire, na Pensilvânia e em Nova York.
O governador republicano Rick Scott conseguiu se manter no cargo na Flórida, superando por mínima diferença o democrata Charlie Crist, em um resultado-chave para a oposição visando a eleição presidencial.
Scott, um empresário de 61 anos, obteve 48% dos votos, contra 47% para Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e agora tentava voltar como democrata.
MACONHA APROVADA EM WASHINGTON
Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.
Em Washington, foi aprovada a legalização da maconha, um resultado que reforça a tendência já manifestada por outros estados.
A legalização da maconha na capital federal obteve 64,6% dos votos, contra 28,4% que rejeitaram o consumo recreativo da erva, limitado a 50 gramas, entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.
Em julho, a capital federal já havia descriminalizado parcialmente a posse da maconha, transformada em delito menor.
Washington DC se une agora aos estados do Colorado e Washington, situados no Noroeste do país, que nas eleições de 2012 aprovaram a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos.
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