quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Republicanos controlam Congresso e dificultam situação de Obama


Republicanos controlam Congresso e dificultam situação de Obama

Oposição assume controle do Senado e mantém maioria na Câmara dos Representantes

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Casal observa contagem de votos em Kentucky Foto: AFP
Casal observa contagem de votos em Kentucky - AFP

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WASHINGTON — A onda republicana que levou a oposição a assumir o controle do Senado dos Estados Unidos e a expandir sua maioria na Câmara de Representantes nas eleições realizadas nesta terça-feira não parou no Congresso. A maior vitória eleitoral do Partido Republicano desde que Barack Obama chegou à Casa Branca, em 2009, representa um severo revés para o governo federal e fez os democratas perderem mesmo na casa do presidente: o estado de Illinois.
O candidato republicano ao governo de Illinois, Bruce Rauner, venceu o democrata Pat Quinn por 50,7% contra 45,9%, com 99,5% das urnas apuradas. Já o democrata Dick Burbin garantiu sua cadeira no Senado, na batalha contra o republicano Jim Oberweis, tornando-se o primeiro democrata na história de Illinois a conquistar um quarto mandato na Câmara alta americana.
As eleições de meio de mandato, as últimas antes de Obama deixar o cargo, em 2017, concedem à oposição o controle total do Congresso e isolam um presidente enfraquecido e com baixa popularidade. Os republicanos montaram sua estratégia no que foi considerado um referendo sobre a competência do governo.
Estimulados pelo descontentamento com Obama a e pela apatia dos eleitores democratas, os republicanos garantiram 52 membros no Senado, que tem 100 integrantes, de acordo com os jornais americanos. Além disso, asseguraram o controle que mantém desde 2010 na Câmara de Representantes.
Segundo o "New York Times", os republicanos obtiveram 241 das 435 cadeiras da Câmara de Representantes, enquanto a CNN aponta 246 assentos para os opositores ao presidente Obama.
Mitch McConnell. Líder da minoria republicana deve conquistar sexto mandato pelo estado de Kentucky - J. Scott Applewhite / AP
A vitória culmina seis anos nos quais, eleição após eleição, os republicanos têm ocupado novas fatias de poder em Washington. Em 2009, o Senado e a Câmara eram controlados pelos democratas. Em 2010, os republicanos ganharam a maioria na Câmara. O último passo seria a conquista da Casa Branca, em dois anos.
As legislativas, no entanto, raramente antecipam os resultados das eleições presidenciais. A batalha para suceder Obama já começou e inclui nomes como os senadores republicanos Rand Paul, de Kentucky, e Marco Rubio, da Flórida, além da favorita, a democrata Hillary Clinton.
Nas chamadas "midterms", tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovaram, ainda, 36 dos 50 governadores de Estados. Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato.
Obama admitiu na terça-feira que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas. Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, disse que "o vento está a nosso favor".
— Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança — afirmou.
A VITÓRIA POR ESTADOS
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O resultado das eleições, depois da campanha para as "midterms" mais caras da História do país, foi uma surpresa pela dimensão do triunfo republicano.
Às 23h30, os republicanos proclamaram a vitória, após a confirmação de que haviam saído vitoriosos nos seis estados necessários para obter a maioria das 51 cadeiras no Senado: Colorado, Arkansas, Montana, Virgínia Ocidental, Dakota do Sul e Carolina do Norte. Minutos depois, os republicanos declararam vitória em Iowa. Os democratas chegaram à votação com uma vantagem de 55 a 45 em número de assentos.
Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, deve se tornar o novo líder da maioria no Senado. Ao lado do presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, McConnell será o principal interlocutor com o Executivo.
— Está na hora de seguir em outra direção. Mas temos a obrigação de trabalhar juntos nos temas onde possamos estar de acordo — disse McConnell, de 72 anos.
As redes de televisão apontam a vitória da republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata Jay Rockefeller; e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o democrata Mark Pryor.
Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51 cadeiras no Senado.
O Empire State Building é iluminado na cor vermelha, representando a vitória dos candidatos do Partido Republicano após os resultados preliminares das eleições de meio de mandato do Senado dos EUA - MLADEN ANTONOV / AFP
Nas disputas pelos governos estaduais, as projeções indicam reeleições de governadores republicanos em Ohio, Tennessee, Carolina do Sul, Oklahoma, Alabama, Texas e Dakota do Sul, além de vitórias em Nebraska e Arkansas. Os democratas tiveram vitória projetada em New Hampshire, na Pensilvânia e em Nova York.
O governador republicano Rick Scott conseguiu se manter no cargo na Flórida, superando por mínima diferença o democrata Charlie Crist, em um resultado-chave para a oposição visando a eleição presidencial.
Scott, um empresário de 61 anos, obteve 48% dos votos, contra 47% para Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e agora tentava voltar como democrata.
MACONHA APROVADA EM WASHINGTON
Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.
Em Washington, foi aprovada a legalização da maconha, um resultado que reforça a tendência já manifestada por outros estados.
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A legalização da maconha na capital federal obteve 64,6% dos votos, contra 28,4% que rejeitaram o consumo recreativo da erva, limitado a 50 gramas, entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.
Em julho, a capital federal já havia descriminalizado parcialmente a posse da maconha, transformada em delito menor.
Washington DC se une agora aos estados do Colorado e Washington, situados no Noroeste do país, que nas eleições de 2012 aprovaram a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos.


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