terça-feira, 18 de novembro de 2014

Funeral emociona zambianos

O funeral do presidente da Zâmbia, Michael Sata, emocionou milhões de zambianos que na última ter­ça-feira foram prestar a última homenagem ao malogrado estadista.
O caixão de Michael Sata coberto pela bandeira da Zâmbia foi colocado sobre um tapete vermelho no centro do estádio nacional com capacidade para cinquenta mil pessoas, durante o funeral de Estado que contou com vários líderes africanos.
Outras milhares de pessoas não conseguiram entrar naquele recinto desportivo que estava superlotado, mas mantiveram-se com semblante carregado de dor pela morte do dirigente zambiano.
Sata de 77 anos, dirigia a Zâmbia desde 2011. Ele morreu a 28 de Outubro num hospital de Londres vítima de doença prolongada.
 O funeral foi transmitido em directo pela televisão pública da Zâmbia que montou telas gigantes em todo o país para o público puder acompanhar ao vivo. Muitos dos familiares de Sata estavam a chorar, como a viúva e o filho do malogrado presidente.
Christine Kaseba-Sata descreveu seu falecido marido como “herói caído” enquanto o filho, Sata Mulenga Sata que também é presidente do Conselho Municipal de Lusaka pronunciou-se nos seguintes termos: “Ele não foi apenas o meu pai, mas também o meu pai político”.
O presidente moçambicano, Armando Guebuza, do Zimbabwe, Robert Mugabe, do Quénia, Uhuru Kenyatta, foram alguns dos chefes de Estado que marcaram presença no funeral. O primeiro presidente da Zâmbia independente Kenneth Kaunda também participou no último adeus a Michael Sata.
No seu elogio fúnebre, Robert Mugabe que está no poder no Zimbabwe há cerca de trinta anos, e que igualmente assume a presidência rotativa da SADC, destacou a capacidade de liderança do falecido presidente.
Um pouco antes do funeral de Michael Sata eclodiram motins na Zâmbia quando presidente interino, Scott, demitiu o Ministro da Defesa, Edgar Lungu, do cargo de secretário-geral da FP numa tentativa para aliviar as tensões políticas sobre a sucessão presidencial. Os motins pararam quando Lungu foi reconduzido.
A Frente Patriótica não está à venda”- disse Lungu durante o funeral, acrescentando que Sata nunca será esquecido.
De acordo com a Constituição do país, a Zâmbia deverá eleger um novo presidente dentro de noventa dias. O presidente interino Guy Scott não vai concorrer às presidenciais porque os seus pais não nasceram na Zâmbia. A data para a eleição presidencial ainda não foi definida.
A Frente Patriótica, o partido no poder deverá anunciar oficialmente o seu candidato nos próximos dias. No entanto, sessenta e três deputados da Assembleia Nacional pela Frente Patriótica endossaram Edgar Lungu como candidato presidencial, nas eleições a ter lugar dentro de três meses.
James Chibolya, em Lusaka
Fotos de Ferhat Momade

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