“Urias Simango chegou a pedir à Rodésia para atacar Moçambique”
Na
mesma obra, Matsinha afirma que a eleição de Guebuza para presidente do
partido foi opção de alguns “camaradas”, diferente de Chissano que foi
eleito por consenso e se revelou figura unânime.
O
antigo combatente e ex-ministro de Segurança, Mariano Matsinha, foi
ontem homenageado por meio de um livro onde conta a sua própria
história, sobretudo o seu envolvimento na luta de libertação nacional.
Na
obra, intitulada “Um homem, mil exemplos: a vida e luta de Mariano de
Araújo Matsinha”, o combatente faz várias revelações sobre vários
assuntos dentro da Frelimo.
Matsinha
diz que o primeiro vice-presidente da Frelimo, Urias Simango, perfilava
na linhagem incorrecta, pois contrariava sempre as ideias da maioria e
nega ter estado do seu lado.
“Não
passa de mera especulação dizer que eu perfilava as ideias de Urias
Simango. Ele era um dos meus chefes e, por isso, mantinha boas relações
com ele, o certo é que mais tarde ele transformou-se. Chegou a pedir ao
Governo da Rodésia do Sul (actual Zimbabwe) para invadir Moçambique”,
conta Matsinha.Este deve ser um dos motivos pelos quais Simango passou,
dentro da Frelimo, a ser considerado um reaccionário.
Chissano Vs Guebuza
Numa
das passagens do livro, na página 66, Matsinha afirma que a eleição de
Joaquim Chissano para a presidência da Frelimo pelo Comité Central foi
uma decisão unânime. Porém, na página seguinte, o antigo combatente
revela que Guebuza já não gozava deste consenso. Este, segundo Matsinha,
foi eleito pela maioria devido à força de influência que ele detinha.
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