19/9/2012 13:26,
Por Redação, com Rede Brasil Atual - de São Paulo
Parlamentares do PT no Congresso Nacional saíram em defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi atacado pela revista Veja
em sua última edição, e lembraram que a revista é quem deve explicações
ao país devido às relações promíscuas que manteve com o bicheiro Carlos
Cachoeira nos últimos anos, segundo revelaram as investigações Vegas e
Monte Carlo, da Polícia Federal.Entre os que se manifestaram estão o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (RS), o líder da bancada petista na Câmara, Jilmar Tatto (SP), o vice-presidente da CPMI do Cachoeira, Paulo Teixeira (SP), o vice-presidente do Senado, Anibal Diniz (AC) e o senador Jorge Viana (AC).
A revista usa supostas declarações do publicitário Marcos Valério para acusar Lula de comandar o que a mídia antipetista chama de “mensalão”, cujo processo está sendo julgado no STF.
Irresponsabilidade
Marco Maia lembrou que o advogado de Valério desmentiu as supostas declarações de seu cliente e acusou a revista de manipular informações.
- A reportagem não traz nenhum elemento novo ou mesmo comprobatório. Se vale, na verdade, do velho expediente de afirmar que pessoas ligadas ao fulano de tal fizeram supostas afirmações – disse.
Segundo Maia, a responsabilidade no trato da informação e a relação da mídia com as fontes merece um debate mais amplo na Câmara dos Deputados. “Hoje em dia ficou muito simples dizer, sem provar, que pessoas ligadas ao governo ou ao deputado afirmam isso ou aquilo. É muito sério”, criticou.
Neste contexto, insistiu Maia, a lógica absurda que inverte um direito constitucional passará a valer como verdade. “Logo, o ônus de provar a inocência será do acusado e não de quem acusa”.
Luta política
Já o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou que a Veja não tem credibilidade e está a serviço dos setores conservadores da sociedade brasileira que almejam voltar ao poder.
- (A revista) devia, antes de mais nada, é explicar suas relações com a rede criminosa operada pelo bicheiro Carlos Cachoeira – disse ele na tribuna.
O líder observou que a revista tem uma estratégia, definida com setores da elite brasileira, de inventar acusações contra o PT e Lula às vésperas de eleições, com o objetivo de favorecer os candidatos do PSDB e do DEM.
- A Veja serve de instrumento de luta política e não é a primeira vez que fala bobagens. Usa o artifício de matérias sem fonte, acusa sem provas.
Ele lembrou que a revista da editora Abril é pródiga em invenções jornalísticas, como a suposta gravação de conversa entre o ministro Gilmar Mendes, do STF, e o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), cassado por envolvimento com a quadrilha de Cachoeira.
- Esta fita ninguém nunca viu e ouviu. É mais uma bobagem de Veja – disse o líder. Ele reiterou que várias mentiras já foram publicadas pela Veja para tentar enfraquecer o PT e Lula. “Lula saiu com aprovação popular de 80%, a despeito da revista”, ironizou o líder.
Cortina de fumaça
No Senado, Anibal Diniz, também da tribuna, classificou a revista de “adversária histórica” do Partido dos Trabalhadores.
- Veja tem se portado como uma adversária contumaz, criando toda sorte de dificuldade, tentando de todas as formas criar a chamada cortina de fumaça que impede as pessoas de enxergarem a verdade dos fatos e terem uma análise precisa dos acontecimentos – afirmou o senador.
Sobre a questão do “mensalão” e da participação de Marcos Valério, Diniz lembrou que o sistema de financiamento de campanhas eleitorais criado pelo publicitário antecede o governo Lula.
- Essa história passa ao largo de qualquer análise sobre o que aconteceu antes de 2005, mais precisamente em 1998, quando já havia uma prática muito mais elaborada e profissional, como disse com muita competência o senador Jorge Viana, vinda das hostes do PSDB mineiro.
Na sua avaliação, uma das intenções da matéria, publicada neste período eleitoral, é prejudicar o PT nas urnas. Entretanto, o senador se disse confiante no julgamento da população brasileira em relação aos governos do PT.
- Lula conseguiu fazer um governo que entrou para a história e será sempre lembrado positivamente por isso e não pela tentativa desesperada do PSDB de querer colocá-lo num patamar menor – disse.