segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O PROBLEMA DE LEALDADE

Por Francisco Nota Moisés:

APRESENTAÇAO DA HISTÓRIA E O PROBLEMA DE LEALDADE.
Apesar do erro que Simango cometeu de não estar com a revolta quando toda agente se revoltava e querer empreender a sua própria revolta quando não havia ninguém para apoia-lo, ele fica gravado na historia como um dos heróis moçambicanos como o foram Padre Mateus Pinho Gwenjere, Gumane, Kambeu, Basílio Banda e tantos outros. Simango é herói por duas razões: primeiro, foi um dos primeiros moçambicanos a se movimentar em prol da independência nacional, e segundo foi um daqueles que ousou combater a infiltração do tribalismo e totalitarismo na Frelimo, cancro este que veio a se alastrar por todo o corpo da nação moçambicana quando o país tornou-se independente sob o comando de Samora Machel, individuo cruel e mentalmente mal balançado. Machel: que a sua alma repouse em paz! Foi inimigo quando estava vivo e agora não é mais visto que não se pode ser o inimigo dum individuo morto. Sim, muito interessante que os seus colegas não estiveram com ele no avião seu pilotado por russos. Complot ou falta de confiança num avião russo pilotado por russos? Aurelio Manave deveria idealmente comparecer no tribunal internationacional por crimes contra a humanidade.
Alem de ter controlado os prisioneiros políticos os quais foram mortos durante a sua dinastia no Niassa, tenho informação que o individuo esteja também a controlar campos de concentração para onde Samora Machel e Armando Emílio Guebuza enviavam centenas e milhares de prisioneiros políticos no Niassa com varias excusas de serem isto e aquilo--assado e cozido: reaccionários, agentes do imperialismo, xiconhocas boateiros, marginais... Sérgio Vieira teria também que responder por muitos crimes antes da independência tal como a humilhação no campo de Nachingwea de mais de 600 prisioneiros que incluíam Simango, Gumane, Kambeu e outros. Nenhum destes 600 prisioneiros sobreviveu. Foram depois todos mortos. Sérgio Vieira, chefe do SNASP, veio a cometer mais crimes depois da independência nacional. Com ousadia, descrevi Sérgio Vieira na imprensa moçambicana como a reincarnação em Moçambique de Ravana, o reu-demonio do Glorioso RAMAYANA, epopeia hindu e também texto sagrado do Hinduísmo na qual Rama, reincarnação do Deus Vishnu reincarna-se em Ayodhia e mais tarde apoiado por um exercito enorme de macacos e ursos (reincarnações divinas em forma de animais) se engaja numa guerra apocalíptica com o reino demónico de Lanka e os demónios rakshasas ficam derrotados. Escrito por maharishi Valmiki 500 anos antes de Cristo, Ramayana é a melhor estoria que eu tenha lido em narração inglesa. Esta foi também a opinião do Mahatma Gandhi que descreveu o Ramayana como a melhor estoria. A obra original do tamanho da Bíblia foi escrita em Sanscrito, língua morta da Índia, na qual rezas hindus são feitas. Falado ainda por padres brahminicos do Hinduísmo. Mas no quadro de castas de Índia, Sérgio Vieira fica classificado como intocável cuja própria sombra sujaria pessoas de castas superiores. E este intocável hoje nos escraviza e mata em Moçambique. Conheci Samuel Dhlakama. Antes daquilo conheci o seu filho Julio Dhlakama que estava comigo no Seminário de Zobue e veio a morrer no Nigéria para onde foi viver depois de estudar engenharia da então chamada Republica democrática alemã. Vim a conhecer em Dar Es Salaam, a irmã do Júlio de nome Inês Dhlakama, uma rapariga então de beleza encantadora. Tinha também uma filha de nome Deolinda Dhlakama que se casara com um guineense de Bissau. Quando me encontrei com Samuel Dhlakama, ele estava com um grupo de guineenses e falamos em francês. Samuel Dhalakama teve muita admiração por mim visto que falava o francês perfeitamente. Acusar Dhlakama de ser um agente da CIA era parte da estratégia do Samora Machel para eliminar todos aqueles que estiveram ligados com Simango. Disseram também que ele recebeu a bomba que vitimou Mondlane do malogrado padre Pollet, mentor do Gwenjere. Pollet foi expulso de Moçambique pelo governo português depois da morte do bishp Sebastiao Rezende com a nota de que nunca deveria por pé em qualquer território português. Que foi receber a enconmenda-bomba da embaixada portuguesa em Blantyre, foi uma invenção pura e doida de Joaquim Chissano e que foi propalada pelo seu porta-voz, o intocável Sérgio Vieira. A informação que tenho sobre Samuel Dhlakama, tio ou não do Afonso Dhlakama, é que ele morreu depois da independência, tendo sofrido de alta tensão por muitos anos. Coisas que o Afonso Dhlakama diz não se devem engolir de qualquer maneira. Ele alega ter estado no seminário de Zobue, mas não ha nenhuma evidencia mesmo depois da minha saída em 1967. Sabe se porem que reprovou por duas vezes exames de passagem de terceira a quarta classes coloniais. A Betty King era abertamente conhecida como agente da CIA em Dar Es Salaam. Parece que não há duvida que era amante do Mondlane. Parece que havia aquilo que em francês que chama "un ménage à trois", uma cena de amor entre três pessoas, dali a frequentação de Mondlane na residência da Betty. E no dia fatídico de 03 de Fevereiro de 1969, a Janet tinha ido a Suécia, um país que fornecia fundos a Frelimo. Quando a morte de Mondlane foi anunciada na Rádio da Tanzânia, houve um jubilo geral entre os estudantes exilados em Rutamba, coisa que fez zangar Kamtawa, o chefe do campo das Nações unidas, que convocou grupo de estudantes no qual estive incluído para o seu escritório para nos ralhar. Lamentou-se que o evento tinha sido a primeira bomba a matar um individuo no território tanzaniano e que aquilo devia nos entristecer. Kamtawa, um tanzaniano, não nos deu tempo para nos explicarmos. Mondlane era o nosso inimigo e houve emoções na informação do que o inimigo tinha morrido. Na minha opinião, o jubilo era infantil, mas podia se entender. Houve cenas semelhantes nos campos de refugiados moçambicanos na Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia e Malawi quando a morte de Samora foi anunciada. Muitos refugiados alegraram-se, de acordo com informações veiculadas de Londres...são coisas que acontecem... infelizes, mas acontecem. Pode-se imaginar a alegria dos frelimistas no dia em que ouvirem que o Nota Moisés morreu. Haverá celebrações sem fim... Francisco Nota Moisés