umBhalane said...
1 – “A primeira causa tem que ver com a limitação do efectivo do exército que usava para a guerra”
…
“Dadas essas limitações, conta o general, que generais como Khaulza da Arriaga começaram a recrutar nas próprias colónias ou, se preferir, nas províncias ultramarinas. Um dos problemas é de que esses soldados não podiam oferecer tanta confiança como os naturais de Portugal.”
O General, Sr. António Hama Thay, analisa a Guerra de Independência, indevidamente chamada guerra de “libertação”, por motivos que TODOS já cansamos de saber, demasiados óbvios, e que já foram cabalmente demonstrados, provados e comprovados – não houve “libertação” nenhuma.
Tão só a TROCA de um domínio por outro, mas… muito mais retrógrado, boçal, impiedoso, incompetente, e muito mais totalitário.
Corrupto e ladrão (coisa com que o regime do Prof. Salazar não foi pactuante/benévolo/complacente – HISTÓRICO e IRREFUTÁVEL.
Voltando à Guerra de Independência (frelimo) ou Guerra de Moçambique/Ultramar (Portugal), a primeira contradição da frelimo é:
- Como é que Portugal iria colocar 1 milhão de Portugueses na região centro, Cabora Bassa – Dr. Eduardo Mondlane – e “agora” (Thay) não tem sequer efectivos para a guerra, porque a sua demografia o não permite - General António Hama Thay.
Bom, estou mais de acordo com o General Hama Thay.
Até porque ajudei o Dr. Eduardo Mondlane com aquela “fábrica” de clones que o Prof. Salazar já tinha mandado edificar no início da década de 50, aproveitando muitos cientistas e sábios Alemães, após a II G.Guerra.
Homem previdente, o Prof. Salazar conseguiu criar “clones” de boa cepa, não dele como chegaram de ripostar, mas do ADN de Afonso Henriques, Nuno A. Pereira, Afonso Albuquerque, Mouzinho,…, e vários outros comprovadamente bons e valentes guerreiros.
Ultimamente, até de Marcelino da Mata, Daniel Roxo, e vários, demasiados outros, que seria exaustivo referenciar.
Esse foi o meu contributo para “ajudar” o Dr. Mondlane – LEMBRAM?
Agora... Desde logo em 1964, a percentagem de efectivos Moçambicanos no então exército português foi de 44%;
Com o Gen. Kaúlza de Arriaga, comandante-chefe 1969-1970, a fasquia atingiu apenas 42%!!!
É dos livros Sr. General Thay, dos livros.
Mas, o Português é difícil, como dizem os Wanyungwes.
Como sou um Preto claro lhe compreendo bem, consigo interpretar o que quer dizer – treinei lá, nos tempos, a interpretar para os Chefes de Posto.
Acostumei. Lhe interpreto, bem.
Bom… Mas, em 31 de Dezembro 1973, HÁ 54% de Moçambicanos no exército Português de Moçambique, tendência crescente desde 1968, ainda o Gen. Arriaga nem tinha “nascido”, Sr. Gen. Thay!!!
Mas…muito mais importante que esta conversa de “chacha” é o seguinte, e mal que lhe coloque:
- “Afinale” o tal problema de confiança a que o Sr. alude/fala, num esforço para captar simpatias para a frelimo, é COMPROVADAMENTE FALSO.
Factualmente falso.
Embora, e aí lhe conceda alguma razão, as “élites” reinóis tinha reserva na confiança depositada nos Moçambicanos, incluindo os brancos de 2ª classe, mestiços, asiáticos e outros. “Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”, era o lema – EXPERIÊNCIA PRÓPRIA.
Finalizando, Sr.General Thay, a participação de Moçambicanos não foi muito maior, porque os “Comandantes reinóis” assim o quiseram.
Não por “NÓS”, Sr, Gen. Thay, e o Sr. sabe-o muito bem, cansou mesmo de saber – senão não precisavam das AK para se manterem no poder.
E a Guerra Civil provou-o, e comprovou-o, comprovadamente, e no contexto (como diz o Outro).
O Prof. Salazar mentiu-nos muito, enganou-nos demais, bateu mesmo…É VERDADE.
Mas, o Prof Salazar NUNCA nos enganou acerca dos comunistas e terroristas - NUNCA.
E o tempo deu-lhe RAZÃO – provou-o e comprovou-o – por vocês próprios, pelas vossas práticas.
LEMBRA?
Quer falar daquele assunto de CONFIANÇA debatido no Comité Central da Frelimo que decidiu a não convocação de não-negros durante a Guerra Civil (esta sim – a de LIBERTAÇÃO amputada), aquela com a RENAMO, por FALTA DE CONFIANÇA (sic – Joaquim Chissano/Machado Graça e outras fontes dignas de crédito).
Só para comparar, para irritar.
Vamos debater, ou não convém, Sr. Gen. António Hama Thay?
Fungula masso iué (abram os olhos)
A LUTA É CONTÍNUA.
Nota – Sobre este tema da Moçambicanização do exército português durante a Guerra Independência / Moçambique (Ultramar) HÁ muito que dizer, mas isso o seria em vários livros, que aqui não cabem.
Muito para dizer/escrever.
Numa palestra dirigida aos quadros da Autoridade Tributária, António Hama Thay cita três factores que ditaram a derrota de Portugal nos 10 anos de luta: limitações do efectivo militar, o descontentamento da população portuguesa e sabotagem de alguns generais até ao golpe de Estado de 25 de Abril de 1974.
O general da luta de libertação nacional, António Hama Thay, diz que a vitória da Frelimo sobre Portugal na luta de libertação foi conseguida porque Portugal começou a ter limitações de recrutamento de soldados para suportar o seu exército.
Hama Thay falava como orador duma palestra sobre o 25 de Setembro dirigida a quadros da Autoridade Tributária de Moçambique (ATM), por ocasião da dia do arranque da luta de libertação nacional que se assinala este mês.
Na sua intervenção, o general Hama Thay, antigo vice-ministro da defesa e ministro dos antigos combatentes, apontou as razões que ditaram com que Portugal perdesse a guerra.
Conforme Hama Thay, Portugal tinha no início da luta uma população de cerca de 9 milhões de habitantes. Ora, segundo os manuais de estratégias militares, o recrutamento para o exército só pode ir até 10 por cento da população o que, no caso de Portugal, seria cerca de 900 mil de soldados. Só que para Portugal, que travava a guerra em sumultânea em Moçambique, Angola e Guiné Bissau, teria que distribuir os 900 mil soldados em três países e, Moçambique, teria não mais de 300 mil soldados. Com este número, segundo Hama Thay, Portugal não seria capaz de suportar 10 anos de guerra, tempo que durou a guerra.
Dadas essas limitações, conta o general, que generais como Khaulza da Arriaga começaram a recrutar nas próprias colónias ou, se preferir, nas províncias ultramarinas. Um dos problemas é de que esses soldados não podiam oferecer tanta confiança como os naturais de Portugal.
O segundo factor que ditou a derrota é o facto de a população portuguesa não “aplaudir”à guerra, ou seja, havia, em Portugal, um sentimento generalizado de repúdio de guerra e vários círculos de opinião aconselhava ao fim do conflito armado.
O terceiro factor e último estava a relacionamento com a frustrações dos próprios generais. Conta Hama Thay, que em Moçambique, houve casos de generais que, ao invés de canalizar o material bélico ao exército onde dele necessitava, às vezes, deitavam-no nas matas numa clara acção de sabotagem e contestação silenciosa da guerra.
Este aspecto, foi muito importante uma vez que culminou com o desânimo de alguns generais.
Com o assustador avanço da Frelimo de Cabo Delgado para o sul, Portugal estremeceu e os generais precipitaram-se no que conduziu ao golpe de Estado a 25 de Abril de 1974.
O PAÍS – 18.09.2012
NOTA:
Em Abril de 1974 o Exército Português era composto por mais efectivos recrutados localmente que os oriundos da então Metrópole. Bastava decidir recrutar mais uns milhares que os “voluntários” apareciam…
Daí o medo deles pela FRELIMO que o Acordo de Cessar-Fogo traduz.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE