A
antiga primeira-ministra de Moçambique Luísa Diogo disse hoje que a
Frelimo saberá encontrar uma liderança que corresponda aos desafios do
país, recusando assumir-se como candidata à sucessão de Armando Guebuza,
que em 2014 termina o seu mandato.
Luisa
Diogo comentava em Lisboa notícias informais que a apontam como
sucessora de Armando Guebuza na liderança do partido no poder em
Moçambique, a Frelimo, e futura candidata à Presidência da República.
Armando
Guebuza termina em 2014 o seu segundo mandato como Presidente da
República de Moçambique e de acordo com a Constituição não se poderá
recandidatar.
"Durante
o processo de transição surgem sempre estas situações. Encaro isso com
toda a tranquilidade porque não são os rumores que determinam quem é o
Presidente da República. O partido tem os seus mecanismos de organização
interna e não são os militantes que se candidatam", disse Luísa Diogo.
"O
que a Frelimo faz é olhar para aquilo que são os desafios para os
próximos 10 a 15 anos e, na base disso, procura uma liderança que
corresponda aos desafios seguintes. Temos acertado nisso. Não é a Luísa
Diogo que vai determinar quem é", sublinhou.
Recusando
antecipar cenários, Luísa Diogo disse que "não tem que encarar um
desafio" que acha que nunca lhe foi colocado, mas não descartou a
possibilidade de reflectir sobre o assunto se lhe vier a acontecer.
"Só
reflectirei se me colocarem (o assunto). Prefiro não me antecipar
porque nunca me coloquei antecipadamente para um cargo. O segredo é
trabalhar afincadamente em cada lugar que ocupo, em cada tarefa que me
dão e, ao longo do tempo, o próprio partido vai decidindo qual é o
próximo passo. Estou tranquila em relação a isso", disse.
Sobre
o próximo congresso da Frelimo, que se realizará entre 23 e 28 de
setembro em Pemba, província de Cabo Delgado, no norte do país, Luísa
Diogo não antecipa grandes surpresas para uma reunião que assinalará os
50 anos do partido.
Armando Guebuza já anunciou a sua recandidatura a presidente da Frelimo, contando com o apoio do comité central do partido.
"Vejo
este congresso como um grande momento de celebração, não vejo que seja
um congresso de grandes surpresas. Não há dúvidas que a liderança do
partido vai continuar a ser a actual, do presidente Armando Guebuza, o
que traz uma estabilidade grande ao partido e o país. É uma pessoa que
já demonstrou que pode assegurar a transição com toda a tranquilidade",
disse.
Quanto
aos restantes órgãos do partido, Luísa Diogo adiantou que haverá uma
continuidade em 60 por cento dos cargos e renovação em 40 por cento,
mostrando-se convicta que as renovações "não vão criar qualquer percalço
no desenvolvimento do país ou na linha política que o partido tem
estado a seguir", acrescentou.
(RM/Lusa)