Maior comédia do que esta seria difícil de imaginar, num país em que os principais dirigentes políticos do partido no poder usam fatos e gravatas, das mais caras empresas de costura do estrangeiro, e vão para palcos internacionais ler discursos, escritos por outros, dando a entender que possuem maior ginástica mental do que a que realmente têm.

Por Domingos Kambunji
É só a embalagem porque o conteúdo é demasiado oco. Não. Não estamos a falar do ex-governador provincial Pombolo que, em plena campanha eleitoral, andava a inaugurar chafarizes porque não tinha realizações inteligentes para mostrar.
Também não estamos a falar do Arquitecto de Cacimbas do Cunene Kundi Paihama, que cada vez que abre a boca só consegue dizer disparates. Desta vez não estamos a falar do “toliceólogo” João Pinto, deputado-cozinheiro especializado em bifes de atum.
Não. Não estamos a criticar o Louvalozédu, o “meteorologista” especialista em “estiagem”, o que andou pelo mundo inteiro a tentar vender a imagem que a Re(i)pública da Angola do MPLA, liderada pelo José Eduardo dos Santos que estava a ser protegida pelo Ministro da Defesa da Corrupção, João Lourenço, era um país “muito zenvolvido, com um zenvolvimento muito zenvolvido”.
Não, não nos estamos a referir ao soba da Polícia Nacional do MPLA que conseguiu descobrir que os “pulhícias” estão em má forma física, demasiado gordos.
Nós estamos a rir por causa dos grandes “intelequetuais” do país, com uma “intelequetualidade” igual ou superior à do Ministro da Propaganda, João Melo, os comandantes provinciais da polícia nacional. Tanta “intelequetualidade” consegue ultrapassar a “intelequetualidade” do José Ribeiro, ex-bajulador do jornal da Angola do MPLA, o tal que dizia que “Angola tem as melhores e mais seguras estradas do mundo”.
A “intequetualidade” dos comandantes provinciais da Polícia Nacional do MPLA é muitíssimo superior à “intequetualidade” dos actuais bajulador e bajulador adjunto do jornal da Angola do MPLA, Victor & Caetano, os que dizem que o mais importante em Angola é ter muita fé e muita esperança, enquanto continuam a morrer pessoas devido à fome.
Será ter fé e esperança que morram mais angolanos devido à fome?
A “intelequetualidade dos comandantes provinciais da Polícia é igual ou superior à daquele “jornalista “ do jornal da Angola do MPLA que chegou à conclusão, muito “científica”, de que os doentes do hospital de Icolo o Bengo, onde não havia medicamentos, conseguiam recuperar a saúde devido à simpatia, empatia e carinho que eram administrados pelos enfermeiros.
Esse “ jornalista” do jornal da Angola do MPLA não explicou se “a empatia, simpatia e carinho” eram receitados em comprimidos, em xaropes ou em supositórios!…
O nosso destaque de hoje vai para dois comandantes provinciais da Polícia Nacional do MPLA: Aristófanes dos Santos, na Lunda Sul, e António Vicente Gimbe, no Bié.
O Aristófanes angolano não é familiar do Aristófanes comediógrafo da antiga Grécia. O Aristófanes grego manifestou-se contra a guerra no Peloponeso, um conflito fratricida que conduziu à miséria dos camponeses da Ática.
O Aristófanes angolano nunca se manifestou contra o MPLA por ter iniciado uma guerra civil fratricida, que conduziu à morte de centenas de milhar de angolanos. O Aristófanes angolano também nunca se manifestou contra os fuzilamentos fratricidas efectuados pelo MPLA no 27 de Maio de 1977 e em outras ocasiões. Foi por essas amnésia e cegueira cobarde que conseguiu ser nomeado comandante da Polícia da Lunda Sul.
O “filósofo” angolano Aristófanes dos Santos, após a frequência dos cursos elementar, médio e superior de educação patriótica do MPLA, chegou a esta hilariante conclusão: ”Se resolvermos os problemas da juventude a população penal vai ser reduzida”. Até é de estranhar que não tenha chegado à conclusão de que se Angola estivesse situada na Oceania seria a Austrália, ou que se estivesse situada a norte dos Estados Unidos da América nós seriamos, em vez de angolanos, canadianos!…
O comandante provincial do Bié da Polícia Nacional do MPLA, comissário António Vicente Gimbe, gimbou outra conclusão muito cómica: “A criminalidade cria instabilidade no seio das populações”.
Quem diria que o Gimbe conseguiria gimbar uma conclusão tão “cientificamente” elaborada?!…
Acreditamos que nenhuma criança angolana, no dia do seu nascimento, foi capaz de manifestar um pensamento tão profundo. Temos a certeza de que as pessoas que morrem de fome no Bié jamais conseguirão ser tão “intelequetuais” como o Gimbe que gimba desta maneira.
A verdade é só uma: A criminalidade serviu e serve para manter no poder muitos dirigentes do MPLA. A criminalidade permitiu que o MPLA iniciasse uma guerra civil em Angola para combater uma ideologia que diz defender agora.