segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

HCB é do povo!



Por Edwin Hounnou
A Barragem da Hidroeléctrica de Cabora Bassa, HCB, localizada na Vila de Songo, província de Tete, sobre o Rio Zambeze, é o maior empreendimento económico herdado de Portugal, antiga potência colonial, de que o país se pode orgulhar, porém, infelizmente, as elites político-económicas decidiram assaltar e esquartejar entre si, com a falsa desculpa de procura de investimentos. A HCB é um empreendimento credível, capaz) de, por si próprio, encontrar investimentos para o seu relacionamento técnico ou económico sem precisar de recorrer a dinheiro de individuais tanto nacionais como bBasta ver para o que se passa com a Mcel, uma empresa de telefonia móvel de grande pujança, porém, agora a rastejar, sufocada por problemas de gestão. É nela que o partido no poder vai buscar fundos para financiar as suas campanhas. 
A EDM, uma empresa de produção, distribuição e comercialização de corrente eléctrica, tem as portas semiabertas porque tem infiltrado suas empresinhas e tiram fundos para o seu partido. Com um enorme mercado e altos volumes de financiamento externo, a EDM continua sendo deficitária, onde imperam negociatas obscuras dos dirigentes do partido governamental. Os chorudos salários da administração divulgados pela imprensa, dizem tudo quanto ao futuro incerto reservado a uma empresa considerada como uma alavanca do desenvolvimento nacional.   

Os constantes apagões com que a EDM nos brindam não são um fenômeno normal. Em todo o mundo há apagões, mas no nosso país são provocados. Há cidades que chegam a 23 cortes de energia num só dia. Não há electrodomésticos que resistam e a EDM nunca se responsabiliza pelos danos provocados. Mas porquê tantos cortes e apagões? – Existe uma versão conhecida segundo a qual o procurement da EDM anda a comprar material sucata ou rejeitado no teste de qualidade para a empresa a preços de algo bom e de alta qualidade. O resto do dinheiro vai engordando as contas de quem pode. Esta versão nunca foi desmentida e o fenômeno nunca abalado. Por isso, volta e meia, assistimos transformadores a rebentarem. Assim, a EDM continua uma torneira aberta para a malta que se diz combatente contra a pobreza e apela aos outros para não temerem de ficar ricos.  
É neste contexto de autofinanciamento que surge a iniciativa da venda de acções da HCB e não tem nada a ver com a necessidade de financiar a empresa. Se fosse o caso, a HCB poderia procurar financiamento na bolsa de valores e não junto a indivíduos que nem as suas próprias empresas conseguem gerir. A HCB é uma empresa genuinamente do Estado moçambicano. Ela é a segunda independência nacional dos moçambicanos, por isso, não deve ser retalhada na praça pública, seja por que motivo for. 
Esses tipos já nos tiraram quase tudo – minas, florestas, empresas do Estado, bancos, terras. Continuam de olhos vermelhos sobre o povo. A HCB deve continuar a ser nossa e não das elites do partido governamental. O Presidente Filipe Nyusi deve parar de deferir golpes contra o povo. Não vender a HCB para ninguém, nem mesmo a seus camaradas! Eu estou, profundamente, chocado com a forma como Nyusi está a governar o nosso país. Nyusi faz parte dos não apanham sono por Nampula, a concluir pelas suas intervenções públicas com os olhos cheios de sono. Segundo o nosso entender, o Presidente da R0epública deve perder pelo país e não  por uma cidade, vila ou por uma povoação.

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