O juiz Rui Rangel e a ex-mulher Fátima Galante estão a ser alvo de uma megaoperação da Polícia Judiciária (PJ). Em causa estarão suspeitas de corrupção.
A casa do juiz desembargador Rui Rangel está a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ). De acordo com o Correio da Manhã, a ex-mulher de Rangel, a juíza desembargadora Fátima Galante, também está a ser investigada pela polícia, que está a levar a cabo uma megaoperação envolvendo mais de 100 inspetores da PJ em vários locais.
Ainda segundo o mesmo jornal, além das casas de Rangel e da ex-mulher, os inspetores da PJ estará também a fazer buscas no Tribunal da Relação de Lisboa, onde o juiz exerce funções, e na SAD do Benfica. Rangel foi candidato à presidência do clube em 2012 e mantém uma relação de grande proximidade com Luís Filipe Vieira. A revista Sábado avança que a operação está a ser acompanhada pelo antigo Procurador-Geral da República, José Souto Moura, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça.
O Correio da Manhã avança ainda que já foram detidas duas pessoas.
Em causa estarão crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, refere o Correio da Manhã, que acrescenta que haverá indícios de que Rui Rangel e Fátima Galante terão proferido decisões judiciais favoráveis em troca de subornos milionários.
Segundo a revista Sábado, a operação desta segunda-feira surge no âmbito do processo “Rota do Atlântico”, iniciado em 2016, que tem como principais alvos o empresário José Veiga e o sócio Paulo Santana Lopes, que funcionariam como intermediários num esquema de corrupção com membros do governo da República do Congo.
O nome do juiz terá surgido quando a polícia identificou os chamados testas de ferro. Um destes seria o filho do advogado José Bernardo Santos Martins, amigo de Rangel.
Em outubro 2016, a Procuradoria-Geral da República confirmou que Rangel estava a ser investigado no âmbito desta operação.
Foi neste âmbito — e duvido a suspeitas de que Rui Rangel terá recebido dinheiro indevidamente de José Veiga — que o MP terá extraído uma certidão que foi enviada para Supremo Tribunal de Justiça, explica a Sábado.