quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Este é o país real onde as festas, casamentos, comícios ou sessões litúrgicas nunca iniciam à horas.

Este é o país real onde as festas, casamentos, comícios ou sessões litúrgicas nunca iniciam à horas. A economia enfrenta problemas concretos, as pessoas com deficiências de toda índole inclusive debilidade mental, formação técnica deficiente, etc. Os devedores nunca honram seus compromissos a tempo. Sempre existe o "vem amanhã sem falta". Os problemas do país são reais e seus desafios devem ser encarados por cada um de nós. Há quem sempre pensa que a sua desgraça é resultado de alguém que até nem conhece ou pouco sabe o que faz. Estranhamente existem pessoas que o seu trabalho é semear esse tipo de minhocas na cabeça de uns débeis mentais ou cabeças tábua-rasa.
Quem tanto acredita que a sua sorte é obra de outrem esta próximo a ser um candidato ao inferno pois campeia na sua cabeça a preguiça e maus vícios.
Ja cruzei com jovens vendedores de recargas. Um deles disse-me: "mano estou a vender esses créditos só para ter o que comer. Só para não roubar, é que não há emprego." Eu disse-lhe "olha, tira já da tua cabeça a ideia de que a solução ao emprego é roubo. Não existe nenhuma justificação possível para roubares ou cometer crimes. Não só porque a polícia está à solta procurando prender pessoas que fazem mal aos outros como também o facto de ao roubares, estares a prejudicar o outro como você que ganha a vida trabalhando arduamente".
A verdade é que este país vai avançar com sacrifício de cada um de nós. Há quem vive vendendo ideias de que o futuro "do país depende de dirigentes bons". Mas a verdade é que essa é parte de uma complexa equação. Até diria que se trata de uma operação trigonométrica. O que se conhece por "país" é o somatório de cada um de nós, dos nossos hábitos, vícios e virtudes.
Ora, existe uma ideia igualmente peregrina, segundo a qual basta ao cidadão pagar impostos e o resto cabe ao governo resolver. Lições mal aprendidas dão nisso. Vivi em países tanto desenvolvidos como subdesenvolvidos, como Malawi e EUA. E o que vi nesses países é a forte coesão social e a organização das comunidades interessados em resolver com seus próprios meios os problemas que enfrentam. Elas só pedem ao governo o que não podem por meios próprios fazer, por exemplo, segurança, vias de acesso ou infraestruturas sociais e económicas. Que Helio Banze map deixe mentir, quando nos EUA se refere a noção de COMMUNITY.
É verdade que o estado deve orientar a sociedade. Concordo. Todavia, começa a preocupar-me a narrativa que de forma insistente se quer vender; uma narrativa autoflageladora, desmobilizadora e acima de tudo, que fomenta a preguiça, inveja, fofoca e mau humor.
O que nos chamamos países desenvolvidos, são produto de trabalho árduo secular, durante o qual se atropelaram direitos humanos, cometeram-se chacinas, não observava direitos da mulher e de género, etc. Ainda como colonizadores, roubavam de forma compulsiva a África e outros continentes.
Acreditem, mesmo que caia do céu ou surja na cabeceira de cada um muito dinheiro de uma vez, nessas condições psicológicas em que nos encontramos, dificilmente iremos desenvolver. Esqueçam.
Apenas nós moçambicanos vamos concertar Moçambique. E isso implica encontrar O NOSSO CAMINHO. Tanto o homem o mulher que vive copiando de fora modos de viver do casal alheio arrisca-se ao fracasso. Eu julgo que há coisas que devemos deixar de fazê-las, pensar nelas, acarinha-las, etc. São vícios. Por exemplo, ter dinheiro não é fácil. Mas nas cidades moçambicanas é possível ter dinheiro, emprestando. Comer no restaurante é fácil. Basta colar o primo. Ter celulares de todas operadoras é fácil, basta manter. Etc. É essa realidade que a muitos ilude.
Enfim, há momentos que penso que é hora para lidar diretamente com Deus. Sem a presença dos anjos.
Algo que me deixa orgulhoso é notar que como moçambicanos termos sido capazes de organizar eleições em meio de dificuldades. Is os é bom. É digno de celebração. É exemplo que pode nos inspirar para outros voos. Conseguiu - se uma trégua e agora caminha-se para paz efectiva com equipas modestas e contactos directos, sem tantos intermediários. Esse é também conquista nossa. Porque não nos orgulha? O INGC está incansavelmente a trabalhar para salvar pessoas em zonas de risco. Isso é bom. Estórias de vida de pessoas que mesmo em meio de dificuldades, saíram-se bem.
Um povo interessado em avançar em meio de dificuldades não precisa de 100 razões para continuar a sonhar muito menos mil evidências de sucesso para continuar a lutar. Basta uma evidência; basta uma razão. O falecido Firmino Mucavele, um reguila intelectual dizia quase o mesmo. Dizia ele que quando tivesse uma ideia fixa, bastava uma pessoa apoiá-la para avançar. O princípio encerra a ideia de que a busca pela felicidade ou bem-estar está cheio de percalços. Muitos que se dizem nossos amigos são intuitivamente os invejosos da linha da frente. Portanto, watch out

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