quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CARTA DE UM NÓRDICO RESIDENTE EM MOÇAMBIQUE



Assim como vários outros nórdicos e europeus no geral, eu também vim para cá pela primeira vez, para trabalhar. O que eu não poderia imaginar é que eu passaria 4 anos dentro das vossas fronteiras. Aprenderia muito sobre a sua cultura, a sua língua, os seus costumes e que, no final do ano passado, eu me casaria com uma das suas moças moçambicanas de papel passado, vestido branco e fato preto.
Não é segredo para ninguém que vocês estão passando por alguns problemas. Existe uma crise política (adormecida mas latente), económica, problemas constantes em relação à segurança, uma enorme desigualdade social e agora que o paradigma do petróleo e gás mudou, esse produto não vai ser mais tão caro, os países que o têm não vão ser mais ricos.
No passado, eu tinha muitas teorias sobre o sistema de governo, sobre o colonialismo, políticas económicas, etc. Mas recentemente eu cheguei a uma conclusão. Muita gente provavelmente vai achar essa minha conclusão meio ofensiva, mas depois de trocar várias ideias com alguns dos meus amigos, eles me encorajaram a dividir o que eu acho com todos os Moçambicanos.
Então aí vai: é você.
Você é o problema.
Sim, você mesmo que está lendo esse texto. Você é parte do problema. Você não só é parte, como está perpetuando o problema todos os dias.
Não é só culpa do Nyusi ou do Pacheco. Não é só culpa das dívidas ocultas, do aumento do câmbio do dólar Americano ou da desvalorização do Metical, dos mega - projectos não pagarem impostos
O problema é a cultura. São as crenças e a mentalidade que fazem parte da fundação do país e são responsáveis pela forma com que os moçambicanos escolhem viver as suas vidas e construir uma sociedade.
O problema é tudo aquilo que você e todo mundo à sua volta decidiu aceitar como parte de “ser moçambicano” mesmo que isso não esteja certo.
Quer um exemplo?
Imagine que você está de boleia no carro de um amigo à noite. Beberam ambos umas, mas ele está a conduzir, Vocês passam por uma rua escura e totalmente vazia. O papo está bom e ele não está prestando muita atenção quando, de repente, ele arranca e bate de raspão na porta do conductor e arranca o retrovisor exterior de um Mercedes da Classe S que estava estacionado. Antes que alguém veja, ele acelera e vai embora.
No dia seguinte, você ouve um colega de trabalho que você mal conhece dizendo que deixou o carro estacionado na rua na noite anterior e ele amanheceu sem o retrovisor. Pela descrição, você descobre que é o mesmo carro que o seu brother bateu “sem querer”. O que você faz?
A) Fica quieto e finge que não sabe de nada para proteger o seu amigo? Ou
B) Diz-lhe que sente muito e força o seu amigo a assumir a responsabilidade pelo erro?
Eu acredito que a maioria dos moçambicanos escolheriam a alternativa A. Eu também acredito que a maioria dos nórdicos escolheriam a alternativa B.
Nos países mais desenvolvidos o senso de justiça e responsabilidade é mais importante do que qualquer indivíduo. Há uma consciência social onde o todo é mais importante do que o bem-estar de um só. E por ser um dos principais pilares de uma sociedade que funciona, ignorar isso é uma forma de egoísmo.
Eu percebo que vocês moçambicanos são solidários, se sacrificam e fazem de tudo por suas famílias e amigos mais próximos e, por isso, não se consideram egoístas.
Mas, infelizmente, eu também acredito que grande parte dos moçambicanos seja extremamente egoísta, já que priorizar a família e os amigos mais próximos em detrimento de outros membros da sociedade é uma forma de egoísmo.
Sabem todos aqueles políticos, empresários, polícias e professores corruptos? Você já parou para pensar por que eles são corruptos? Eu garanto que quase todos eles justificam as suas mentiras e falcatruas dizendo: “Eu faço isso pela minha família”. Eles querem dar uma vida melhor aos seus parentes, querem que os seus filhos estudem em escolas melhores no estrangeiro e querem viver com mais segurança atrás de altos muros com arame farpado e seguranca privada.
É curioso ver que quando um moçambicano prejudica outro cidadão para beneficiar as sua famílias, ele se acha altruísta. Ele não percebe que altruísmo é abrir mão dos próprios interesses para beneficiar um estranho se for para o bem da sociedade como um todo.
Além disso, o seu povo também é muito vaidoso. Eu fiquei surpreso quando descobri que dizer que alguém é vaidoso por aqui não é considerado um insulto como é nos nossos países. Esta é uma outra característica particular da vossa cultura.
Há tempos recebi a visita de familiares da Europa, desejosos de conhecer Moçambique, as praias do Bilene e Ponta do Ouro não são tão bonitas como imaginavam (viam nas fotos) e ainda por cima estavam sujas.
Quando contamos às pessoas sobre a nossa percepção, algumas delas imediatamente disseram: “Ah, pelo menos os seus familiares puderam ver e tirar algumas fotos de bikini e mostrar no FB aos que ficaram lá o quanto é gostoso o calor, né?”
Parece uma frase inocente, mas ela ilustra bem essa questão da vaidade: as pessoas por aqui estão muito mais preocupadas com as aparências do que com quem elas realmente são.
É claro que aqui não é o único lugar no mundo onde isso acontece, mas é muito mais comum do que em qualquer outro país onde eu já estive.
Isso explica porque os moçambicanos ricos não se importam em pagar três vezes mais por uma roupa de marca ou uma jóia do que deveriam, ou contratam empregadas e babás asiáticas. É uma forma de se sentirem especiais e parecerem mais ricos. É por isso que muita gente comum compra aquela TV gigante que não se adapta à sala, veste fato e gravata (escuro que atrai mais calor é melhor...) com temperaturas a mais de 30°c, em lugares e ocasiões que não precisam de formalidade. No fim das contas, esse é o motivo pelo qual um moçambicano que nasceu pobre e sem oportunidades está disposto a matar por causa de um telemóvel. Eles também querem parecer bem-sucedidos, mesmo que não contribuam com a sociedade para merecer isso.
Muitos europeus acham os moçambicanos preguiçosos. Eu não concordo. Pelo contrário, os moçambicanos têm mais energia do que muita gente noutros lugares do mundo (vejam-se as festas que nunca mais acabam, almoço de fim de semana que vai até depois das 0h).
O problema é que muitos focam grande parte da sua energia em vaidade em vez de produtividade. A sensação que se tem é que é mais importante parecer popular ou glamouroso do que fazer algo relevante que traga isso como consequência. É mais importante parecer bem-sucedido do que ser bem sucedido de facto.
Vaidade não traz felicidade. Vaidade é uma versão “photoshopada” da felicidade. Parece legal vista de fora, mas não é real e definitivamente não dura muito.
Se você precisa pagar por algo muito mais caro do que deveria custar para se sentir especial, então você não é especial. Se você precisa da aprovação de outras pessoas para se sentir importante, então você não é importante. Se você precisa mentir, puxar o tapete ou trair alguém para se sentir bem-sucedido, então você não é bem-sucedido. Pode acreditar, os atalhos não funcionam aqui.
E sabe o que é pior? Essa vaidade faz com que seu povo evite bater de frente com os outros. Todo mundo quer ser legal com todo mundo e acaba ou ferrando o outro pelas costas, ou indirectamente só para não gerar confronto.
Para uma saída de lazer, se alguém está 1h atrasado, todo mundo fica esperando essa pessoa chegar para sair. Se alguém decide ir embora e não esperar, é mal visto. Se alguém na família é irresponsável e fica cheio de dívidas, é meio que esperado que outros membros da família com mais dinheiro ajudem a pessoa a se recuperar. Se alguém num grupo de amigos não quer fazer uma coisa específica, é esperado que todo mundo mude os planos para não deixar esse amigo chateado.
É sempre mais fácil não confrontar e ser bom camarada. Só que onde não existe confronto, não existe progresso.
Como nórdico que geralmente não liga sobre o que as pessoas pensam de mim, eu acho muito difícil não ver tudo isso como uma forma de desrespeito e auto-sabotagem. Em diversas circunstâncias eu acabo assistindo os moçambicanos recompensarem as “vítimas” e punirem aqueles que são independentes e bem resolvidos.
Por um lado, quando você recompensa uma pessoa que falhou ou está fazendo algo errado, você está dando a ela um incentivo para nunca precisar melhorar. Na verdade, você faz com que ela fique sempre contando com a boa vontade de alguém em vez de ensiná-la a ser responsável.
Por outro lado, quando você pune alguém por ser bem resolvido, você desencoraja pessoas, talentosas que poderiam criar o progresso e a inovação que esse país tanto precisa. Você impede que o país evolua e cria ainda mais espaço para líderes medíocres e manipuladores se prolongarem no poder.
E assim, você cria uma sociedade que acredita que o único jeito de se dar bem é traindo, mentindo, sendo corrupto, ou nos piores casos, tirando a vida do outro.
As vezes, a melhor coisa que você pode fazer por um amigo que está sempre atrasado é ir embora sem ele. Isso vai fazer com que ele aprenda a gerir o próprio tempo e respeitar o tempo dos outros.
Outras vezes, a melhor coisa que você pode fazer com alguém que gastou mais do que devia e se enfiou em dívidas é deixar que ele fique desesperado por um tempo. Esse é o único jeito que fará com que ele aprenda a ser mais responsável com dinheiro no futuro.
Eu não quero parecer o estrangeiro que sabe tudo, até porque eu não sei.
Só que em breve, Moçambique, você será parte da minha vida para sempre. Você será parte da minha família. Você será meu amigo. Você será metade do meu filho quando eu tiver um.
E é por isso que eu sinto que preciso dividir isso com você de forma aberta, honesta, com o amor que só um amigo pode falar francamente com outro, mesmo quando sabemos que o que temos a dizer vai doer.
E também porque eu tenho uma má notícia: não vai melhorar tão cedo.
Talvez você já saiba disso, mas se não sabe, eu vou ser aquele que vai lhe dizer: as coisas não vão melhorar nessa década.
O seu governo não vai conseguir pagar todas as dívidas que ele fez a não ser que mude toda a sua constituição. Os grandes negócios do país pediram dinheiro demais emprestado quando o dólar estava baixo, em 2008-2010 e agora não vão conseguir pagar já que as dívidas dobraram de tamanho. Muitos vão falir por causa disso nos próximos anos e isso vai piorar a crise.
O preço do petróleo e do gás apesar do acordo Arábia Saudita e Rússia primeiro e segundo produtor mundial está extremamente baixo e não apresenta nenhum sinal de aumento num futuro próximo, isso significa menos dinheiro entrando no país. A sua população não é do tipo que poupa e sim, que se endivida. As taxas de desemprego estão aumentando, assim como os impostos que estrangulam a produtividade da classe trabalhadora.
Você está ferrado. Você pode tirar o Nyusi, o Tonela ou o Ragendra (e deveria) refazer a constituição, mas não vai adiantar. Os erros já foram cometidos anos atrás (na guerra pode-se errar na táctica mas não na estratégia... o Chissano e o Armando erraram na estratégia) e agora você vai ter que viver com isso por um tempo.
Se prepare para, no mínimo, 5-10 anos de oportunidades perdidas. Se você é um jovem moçambicano, muito do que você cresceu esperando que fosse conquistar, não vai mais estar disponível. Se você é um adulto nos seus 30 ou 40, os melhores anos da economia já fazem parte do seu passado. Se você tem mais de 50, bem, você já viu esse filme antes, não viu?
É a mesma velha história, só muda a década. A democracia não resolveu o problema. Um Metical estável como classificou a Bloomberg no final de 2017 por uns anos não vai resolver o problema. Tirar milhares de pessoas da pobreza não resolveu o problema, construir centralidades em cada província, universidades se espalhando por todas as províncias, o problema persiste. E persiste porque ele está na mentalidade das pessoas, todos querem exibir diploma e procurar emprego ao invés de trabalho, querem parecer no lugar de ser.
O “desenrasca moçambicano” precisa morrer. Essa vaidade, essa mania de dizer que Moçambique sempre foi assim e não tem mais como também precisa morrer. E a única forma de acabar com tudo isso é se cada moçambicano decidir matar isso dentro de si mesmo. Ao contrário de outras revoluções externas que fazem parte da sua história, essa revolução precisa ser interna. Ela precisa ser resultado de uma vontade que invade o seu coração e a sua alma.
Você precisa escolher ver as coisas de uma nova forma. Você precisa definir novos padrões e expectativas para você e para os outros. Você precisa exigir que o seu tempo seja respeitado. Você deve esperar das pessoas que te cercam que elas sejam responsabilizadas pelas suas acções. Você precisa priorizar uma sociedade forte e segura acima de todo e qualquer interesse pessoal ou da sua família e amigos. Você precisa deixar que cada um lide com os seus próprios problemas, assim como você não deve esperar que ninguém seja obrigado a lidar com os seus.
Essas são escolhas que precisam ser feitas diariamente. Até que essa revolução interna aconteça, eu temo que o seu destino e futuro seja repetir os mesmos erros por muitas outras gerações que estão por vir.
Você tem uma alegria que é rara e especial, Moçambique. Foi isso que me atraiu em você muitos anos atrás e que me faz viver aqui. Eu só espero que um dia essa alegria tenha a sociedade e os respectivos líderes que merece.
Cordialmente/ Regards
Cordiais Cumprimentos
César
www . previnaacidentes.blogspot. com

Comments

1
JJLABORET said in reply to Mulungão...
Caro Mulungão,
DIXIT:
..."As suas considerações - negativas - sobre os chineses na Africa são as mesmas que ha' muito vêm fazendo os europeus e que são pura dor de cotovelo."
Sinceramente, não vejo o "porque" dos europeus sofrerem "dor-de-cotovelo" em relação aos africanos.
Que algum dia os países africanos teriam que adquirir de volta sua autonomia territorial e política, isso era vaticínio e previsão com a evolução dos anos.
Certo é que os europeus colonizadores como Portugal, França, Holanda, Inglaterra, Bélgica, etc., algum dia teriam que perder o mando e o privilégio da exploração das riquezas do solo africano. O homem evoluiu nos seus conceitos de direitos e de liberdade global, pelo que não mais se justificava manter perpétuamente a colonização (quase escravização) e exploração dos recursos e gentes de àfrica, em detrimento da própria gente dessa região.
Pode ser (e acho que é assim), os europeus perderam a facilidade e a gratuidade de recursos vitais ao seu desenvolvimento, sejam tais recursos os minerais e agrários carentes no solo europeu. Tiveram então que buscar, e a elevado preço, aquilo que produziam "por sí e quase de graça" no solo do qual forçadamente se distanciaram. Todavia, não existe "dor-de-cotovelo" no mercado globalizado de nações, mas sim o lamento pela perda das preferências de que gozavam, para outros atores mais rentáveis no processo global. E a China é, atualmente, um desses atores rentáveis no plano global.
DESTARTE,
Em grande parte do seu comentário em réplica ao Frank, nota-se boa lógica, assim como no comentário do Frank também passeia a boa lógica, pelo que, em análise seletiva ambos vocês têm razão, porém em parte. Vejamos:
- A China de agora, néo-capitalista externamente, não interfere nos assuntos internos dos países com os quais promove acordos comerciais e de serviços. Isso é verdadeiro! Mas isso, essa neutralidade respeitosa, advém da necessidade de tornar-se o gigante econômico global, meta pela qual abraçou o capitalismo (externo) que é o sistema que gere as relações comerciais em esfera global, sistema esse gerido por tratados, pactos, acordos e normas em órgãos próprios às espensas e garantias dada ONU, como o FMI, BANCO MUNDIAL, OMC, etc.
Mas foi sempre assim com a China? NÃO E NÃO! Essa postura de agora "é cantiga nova".
Há apenas algumas décadas, a China INFLUENCIAVA E SE IMISCUIA NOS ASSUNTOS INTERNOS DE VÁRIOS PAÍSES DA SUA ESFERA POLÍTICA (OS CHAMADOS SATÉLITES). Amiúde, fornecia armas e financiava rebeliões armadas com treinamento aos guerrilheiros em várias partes do mundo.
Deve-se então prescindir dos investimentos chineses? NÃO! Dinheiro é dinheiro, e quando em condições favoráveis e que não interfira na autodeterminação de um país, tanto faz que venha do Vaticano ou da Coréia do Norte.
Todavia, com relação á China, há que ter cuidado não em relação á sua política, seu sistema ideológico, nada disso!
Há que ter cuidado pela INEXPERIÊNCIA daquele país às regras e juricidade dos procedimentos adotados no ocidente, notadamente os relacionados aos temas:
MEIO AMBIENTE;
DEFESA DO CONSUMIDOR;
DIREITOS INDIVIDUAIS DO CIDADÃO;
DIREITOS TRABALHISTAS;
TRABALHO INFANTIL;
OUTROS DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS.
E ninguém desconhece que muitos desses direitos não têm similaridade nas leis chinesas. E Moçambique já teve até casos de agressão de trabalhadores por "patrões" chineses, a par da RAZIA que promovem com a exploração da madeira e ilicitudes na obtenção de produtos animais.
Mas há uma verdade absoluta que a ninguém (nenhum país) é dado desprezar:
A CHINA É A "BOLA DA VEZ".

2
Mulungão said in reply to Frank...
As suas considerações - negativas - sobre os chineses na Africa são as mesmas que ha' muito vêm fazendo os europeus e que são pura dor de cotovelo. Foram os "donos" absolutos da Africa e de ha' quatro décadas para cá perderam o controlo do mesmo, primeiro para os soviéticos (que souberam manipular muito bem o processo de descolonização da antiga Africa portuguesa) e mais recentemente para chineses, brasileiros, indianos, etc., etc.
Como afirmei, os governantes africanos preferem os chineses aos europeus não apenas pela questão do colonialismo mas sobretudo porque os chineses não se ingerem nos assuntos internos políticos dos países africanos, não colocam na frente das relações economicas, conceitos ligados a direitos humanos, democracia, etc. Pode-se discordar da posição chinesa a respeito mas eles desde o inicio foram claros: "Estamos aqui para fazer negócios, quando não existir mais essa situação, vamos embora".
Finalmente as ingerências dos europeus na Africa continuam sim embora dissimuladas. Recentemente o presidente da França Macron reuniu-se com vários chefes de estado europeus, inclusive o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni (estou na Italia e isso foi noticia por aqui nestes dias) para convencê-los a participar de uma força militar no Niger. O pretexto mais uma vez é "restabelecer a paz" ou seja combater os grupos islamicos e a imigração clandestina mas os italianos que não são nenhuns bobos e já ficaram a perder com a intervenção franco-britanica na Libia de ha' tempos atras (a Itália tinha excelentes relações economicas com o Coronel Kadafi), logo desconfiaram que o interesse dos franceses é mesmo proteger o seu acesso às minas de uranio do Niger. E observo tambem que volta e meia os portugueses andam despachando militares seus, para o Mali, a Republica Centro-Africana, etc., etc.
COMO NÃO HA' INGERENCIA DOS EUROPEUS NA AFRICA? Não há pouca...
Já faz muitos anos que deixei a Africa mas não perdi o meu interesse nos assuntos desse continente e além do que leio nos veiculos de informação de língua portuguesa, conhecendo diversas outras línguas (italiano, francês, espanhol e inglês) tenho a possibilidade de conhecer a opinião de muitos comentadores da politica africana. Em base a essas minhas leituras, é essa pois a minha opinião.
3
Francisco Moises said in reply to Frank...
Muitos anos atras, o tal Armando Panguene, entao embaixador, ou melhor o entao baixador, da Frelimo nos Estados e alegadamente tambem para o Canada, chegou a minha urbe, falou da boa imagem que o pais dele Moçambique tinha perante os doadores. Como eu tinha combinado com alguns cidadaos da origem moçambicana para nao confronta-lo em nada, deixou a asneira passar.
Nao entendo porque um pais fica dependente de doadores que se fazem de imbecis a ponto de nao condicionar as suas chamadas ajudas a uma distribuiçao equitativa a todo o povo moçambicano. O que acontece com tais "ajudas?" So vao fortificar os terroristas na implementaçao dos seus planos de desigualdade e na sua gatunagem.
Os piores neste pais é a tal agencia canadiana para o desenvolvimento internacional que precisa dos dinheiros nossos para manterem os seus empregos. A eles nao interessam que enviam o nosso dinheiro a dirigentes terroristas e genocidarios.
Quando enviei uma carta de protesto para ordenar que cessassem de enviar o nosso dinheiro aos terroristas da Frelimo, recebi uma resposta que nao fazia sentido e num inglês muito podre.
Embora haja uma ficha de referencia para eu escrever ao primeiro ministro, nao enviei o protesto para la. So uma vez no passado enviei uma carta a pedir que o governo deste pais agisse contra o regime de Robert Mugabe. Depois de ler a minha carta, o primeiro ministro de entao delegou ao ministro dos negocios estrangeiros dauele tempo para me responder e este assegurou-me que o Canada ia actuar em concerto com outros paises contra o regime do Mugabe.
Sei que o governo deste pais ja suspendeu ajudas aos gatunos da Frelimo depois do secrego das dividas ocultas sair fora do saco de segredos dos gatunos da Frelimo. Nao entendo porque nos devemos ajudar Moçambique gratuitamente. E quem nos ajuda gratuitamente? Ninguem. E porque devemos nos ajudar qualquer pais que seja gratuitamente e principalmente quando o tal pais é uma tirania como Moçambique....
4
Frank said in reply to Mulungão...
Moçambique está há 43 anos de mão estendida para receber donativos dos chamados "doadores" europeus que foram os principais contribuintes dos orçamentos anuais do governo dos gatunos e terroristas da Frelimo. Moçambique tem beneficiados dos empréstimos e donativos da União Europeia. Moçambique beneficia do Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia para expandir o comércio, atrair investimentos e abrir mais oportunidades para o setor privado.
Nenhum governo da União Europeia alguma vez interferiu nos assuntos internos de Moçambique. É pura mentira dizer que os europeus metem o bedelho nos assuntos internos de Moçambique.
Os chineses sugam e pilham os recursos dos países Africanos onde estão. Pergunte a opinião do Governo na Zambia sobre os desmandos cometidos pelos chineses nas minas de cobre.
Os chineses constroem, mas infelizmente as suas construções em África são de muito má qualidade. Dou o exemplo do aeroporto de Vilanculos, contruído por chineses, fica inundado no seu interior sempre que chove. Outro exemplo é o aeroporto de Maputo que tem vários problemas de construção. Paro por aqui com as obras dos chineses em África.
As empresas chinesas em Moçambique não respeitão as leis de trabalho. Há várias queixas contra o mau tratamento dos trabalhadores nacionai
5
Mulungão said...
Esses "nórdicos",suecos, holandeses, etc., etc., perderam a cara em Moçambique. Faziam-se muito amiguinhos dos moçambicanos no tempo colonial ja' pensando nas vantagens que iam ter depois da independência e se deram mal. Hoje quem manda e desmanda na Africa são mesmo os chineses que ao contrario dos europeus, sabem bem como ir de acordo com os africanos. Não metem o bedelho nos assuntos internos dos paises africanos, ou seja não estão nem ai' para os tais direitos humanos mas em troca das matérias primas investem em infraestrutura como estradas, pontes, casas, etc. e ate' constroem cidades inteiras como Kilamba em Angola. E os europeus, no caso os famosos nórdicos, a chupar no dedo, com as migalhas...
Comentários
Edwin Hounnou Uma análise profunda que reflecte o nosso Moçambique, a nossa maneira errada de ser, que perpetua o mal e nos hipnotiza. Não conseguimos ver mais porque temos vindo a cometer erros estratégicos sem nos darmos conta que estamos a matar o nosso futuro.
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5h
Pio Cassicasse E daí? Não vai acontecer nada, não vai mudar nada... e a malta continuará aqui. FIRMES, com situações DESAFIANTES mas capacidades de resolução ENCORAJADORAS. kakakakakaakaka MOÇAMBIQUE É MANING NICE!
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5h
Chenkov Pereira São comentários como estes que instigam a ignorância e a falta de ética, não consegue nem fazer um comentário construtivo quando o assunto carece de um.
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50 m
Maria Manjate Comportamento comum para muitos Moçambicanos. Defender coisas k nao têm desculpa, por causa de medo. Medo do regime , medo de enfrentar nova realidade ,medo de novos desafios, medo de pensar, etc. A maior parte das pessoas está encerrada no quintal da história , e lá permanecerao até o fim de seus dias.
Resumindo: Cobardia colectiva.

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4hEditado
Macombe Hanga Mwenemutapa Ideias sao boas, mas falta acção! so isso! moçambicamo é muito cobarde,medroso e facilmente corruptível ! por causa de 100 dolares um grande plano revolução pode ruir! Para mudar os destinos desse pais, acrdeito que pessoal de centro e norte do pais deve se unir , solidificar as ideias e pensar como uma nação! Entender que nunca fomos irmaos com o pessoal do sul, que as grandes riquezas do centro e norte do pais vão para os bolsos do pessoal do sul, e que sempre fomos moçambicanos da segunda classe neste pais...! Essa é a verdade, o resto é punheta...!
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3h
Muthetho Nhazilo Agradecia se todos lessem e interpretassem da forma correcta o conteudo deste texto.
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6hEditado
Horacio Mobana Em conversa, um colega disse para mim: "Nyussi está trabalhar bem." Perguntei-lhe: "Se Nyussi trabalha bem, porque você sempre pede adiantamento salarial?" O homem simplesmente ficou calado. Percebi que o meu colega é desprovido de cérebro
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5h
Maria Manjate Há muitos com o comportamento desse teu colega. Marido da minha cunhada diz exactamente o mesmo. Defende Guebuza como se fosse Deus, mas vive no Chamanculo num cubículo de pekenas dimensões e uma casa d banho colectiva para 3 familias.Aquilo é miseria absoluta, mas defende o regime c unhas e dentes.
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4h
Horacio Mobana Indivíduos assim beberam tanta coisa que negam a liberdade. Precisam de uma reeducação branda, mudar o ambiente ao redor deles
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4h

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1h
Antonio Macutcha Nao tenho nada a comentar,nem sei se tou pisando agulha ou prego,mais a verdade ainda estamos aqui vivos,
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5h
António Nhassengo Estou realmente convencido que essas palavras são puras e verdadeiras e criarão alguma transformação e mudança em mim. Obrigado UNAY e o estrangeiro.
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5h
Zimbulane Fanheiro Diquissone Ilustres, esse sr fez um grande diagnóstico de Moçambique e dos Moçambicanos mas não só! Esse é o problema de África no geral embora alguns País estejam na linha amarela. Vale a pena ler a reflexão deste Sr.
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4h
Orlando Paulo da Cruz Se todos moçambicanos tivessem uma mente que lê e faz uma interpretação mais profunda e saudável, este texto seria muito mais simples de ver em poucas palavras a realidade que vivemos.
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5h
Felizberto Pinto Unay cambuma, a culpa não pode nem deve morrer solteira, mas nestes casos á que saber fazer justiça, o gatuno é tanto o que rouba como o que fica á porta.
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6h
Opinioes Vastas Bem falado. Vivemos impávidos e serenos como que se tudo estivesse bem. Vivemos murmurando para os nossos sovacos, lamentamos pelo mau cheio e não agimos para que o cheiro desapareça!
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6h
Oga Dee Texto Interressante,nós Moçambicanos Fomos Incutidos Com Uma Politica Social Retardada Medrosa.O Texto Quere Nós Tirar Da Conotaçao Da Humanidade Fragrantesco.Obrigado Senhor Da Europa Setentrional.
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6h
Carmen Fumo E já postaste. Vale a pena ler...
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6h
Ezequiel Simbarove O texto é muito longa mas o significado é curta. O que significa : 1 ponto é de mudar a constituiçăo , 2 ponto é de nós os moçambicanos mudarmos da nossa cultura de continuar - nos infinjir parece as coisas está andar bem! Exemplo disso perferimos sofrer por causa de porteger o meu amigo errado . 3 ponto : o conselho deste texto é generalizado no celebros de cada qualquer moçambicano , para poder começar pensar as coisas diferentes . Porque quando nāo pensarmos diferentes as coisas vāo continuando assim. O texto tem o significado de tirar o povo prometido da terra do egipto para a sua terra propria. O Deus nāo precisou de mudar toda gente duma vez , nāo: Deus preparou o Moises e Arāo duas pessoas para ir salvar o povo escravizado pelo Farāo do egipto. Entāo todo o povo escravizado sairam. É o mesmo que vai acontecer ao povo moçambicano basta mudar o Farāo de moçambique isto é o sair do egipto entāo os moçambicanos sairá na ideias escravizadas . Portanto da mesma maneira k aconteceu com Moises k Deus deu ao povo10 mandamentos , será o mesmo em moçambique haver uma nova constituiçăo . É por isso o Deus nāo deu os 10 mandamentos porque ainda estava na terra k nāo lhe pertenciam.. para concruir moçambique deve mudar do governo , e a constituiçāo para puder livrar as ideias escravizadas . É por isso depois dos 10 mandamentos Deus conseguiu criar o cristianismos . Nāo haviam cristāo antes . Depois disso Deus conseguiu enviar o seu filho jesus para k o mundo tenha a vida na era de 10 mandamento. Para os moçambicanos podemos mudarmos a nossa cultura quando estivermos a ser governados pela boa constituiçăo .nāo boa pessoa mas boas constituiçāo. Foi bom texto k eu tambem conseguim recolher esses pontos.
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3h
Aly Francisco Bem falado
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6h
Mitsuko Tadashi Essa carta não é original.
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3h
Monis A. Chiwone Essa é uma verdade nua
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6h
Antonio Macutcha Nao tenho nada a comentar,nem sei se tou pisando agulha ou prego,mais a verdade ainda estamos aqui vivos,
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5h
Orlando Andela Jose Andela Para mudar o actual estágio da nossa realidade depende de cada um de nós mas enquanto continuarmos a ser governados pelo actual partido, nada irá mudar. Precisamos sim através do nosso voto tirar a Frelimo do poder e seguidamente responsabilizar todos ...Ver mais
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Tchalinho Jose Proença O povo, em geral já tentou várias vezes, até neste momento outros morreram na tentativa de mudança.
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Orlando Andela Jose Andela Essa maneira de pensar que o povo já tentou e muitos morreram mas nada mudou, é que vai-nos prepetuar na desgraça. Os que morreram tentando mudar o rumo da actual realidade, o seu sangue deve ser honrado e glorificado por nós que ainda vivemos e sofremos. Lembre-se que a luta pela libertação do colonialismo começou com os Ngungunhanas. Morreram lutando até que os actuais colonos conseguiram expulsar os portugueses. Por isso, não devemos vacilar porque ouve gente que morreu lutantando por um Moçambique melhor.
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Fideliz Mutiquita Mutiquita É precisamos de ler este texto. E moçambicanos deviam aprender muito com este, partilhar.

Mentalidade! A nossa mentalidade faliu e estamos sempre a cair
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Zangu Ziange Por favor seja acessor para nos ajudar a sair deste imbroglio, César!
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Embassador GN Faria Felizmente Palavras muito sabias e Construtivas.
Muito obrigado Mano
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Sales Salencia Não esqueçamos em quanto o sistema não mudar dificilmente nós podemos fazer como não chegaremos a lado nenhum.
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Heras Heras Heras Unay apesar desse texto ser adequado para nós devo dizer que ele é sim de um gringo escrevendo sobre o Brasil. Mas vale para nós
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Estevao Marcos Chavala parece um insulto, em quanto real, apenas triste, moçambicano quer ostentar, infelizmente e a nossa realidade.
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3hEditado
Atanasio Lourenco Sozinho Grande reflexão sim senhor!!! Continência
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4h
Joaquim Mavone Grande reflexão.
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4h
Salé De Jesus A maioria vão concordar contigo mas praticar que é preciso niguem vai
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3h
Rock Filipe Chingotuane Uma verdade escondida em nós
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1h
Amilton Joseph Quembo Boa reflexao amigo.O k que falaste e uma pura verdade.

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