Polícia federal recolheu provas contra organização liderada por fiscais, executivos de grandes empresas do sector alimentar e intermediários.
Lusa 18 de Março de 2017, 21:56
Foto O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador Reuters/NACHO DOCE
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O Presidente brasileiro, Michel Temer, convocou uma reunião ministerial de emergência para domingo a propósito do escândalo sobre a segurança da carne vendida no país e no estrangeiro pelo principal fornecedor do país.
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O chefe do Governo brasileiro reúne-se, primeiro, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e depois com representantes das associações de produtores.
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Na sexta-feira, a polícia federal do Brasil realizou a Operação Carne Fraca para recolher provas contra uma alegada organização criminosa liderada por fiscais, executivos de grandes empresas do sector alimentar e intermediários que estariam a vender carne ilegal e até mesmo produtos estragados para o estrangeiro.
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No mesmo dia, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura do Brasil disse recear o encerramento de mercados estrangeiros aos alimentos exportados pelo país.
O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador, fornecendo mais de 150 países no ano passado.
As multinacionais apanhadas no escândalo insistiram hoje que os seus produtos são seguros, mas a polémica fez disparar receios entre o público.
O caso surge num momento sensível, quando o Brasil e outros membros do Mercosul procuram um acordo de comércio com a União Europeia.
Temer deveria falar hoje por telefone com o Presidente norte-americano, Donald Trump, mas a agenda da conversa não foi revelada. Os Estados Unidos começaram a receber, no ano passado, importações de carne crua do Brasil.
Segundo as investigações, os agentes públicos, utilizando-se do poder de fiscalização do cargo, recebiam "luvas" para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efectiva.
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Aproximadamente 1100 agentes federais cumpriram 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva (sem tempo para a libertação do acusado), 11 de prisão temporária, 77 de condução coerciva (quando o acusado é preso e obrigado a depor para depois ser libertado) e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas alegadamente ligadas ao suposto grupo criminoso.
Um dos visados, o responsável de relações internacionais e governamentais da Brasil Foods (BRF) – uma das empresas sob investigação –, Roney Nogueira dos Santos, foi detido no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, depois de se entregar às autoridades, quando chegou de uma viagem ao estrangeiro, noticiou a Agência Brasil.
Outros 21 estabelecimentos estão sob investigação e o Ministério da Agricultura afastou 33 funcionários por envolvimento no esquema.
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