Homenagem Póstuma do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar ao Luís Pereira. 3 de Março_14H00 às 16H00_IIAM
Informo a todos os amigos e colegas do nosso saudoso Luís Pereira que o MASA faz uma cerimónia de homenagem ao Luís, amanhã, dia 3 de Março, entre as 14H00 e as 16H00, numa das salas de reunião do Instituto de Investigação Agrária (IIAM), na Av das FPLM, aqui em Maputo. Fui informado que a cerimónia é aberta a todos os interessados.
Informo a todos os amigos e colegas do nosso saudoso Luís Pereira que o MASA faz uma cerimónia de homenagem ao Luís, amanhã, dia 3 de Março, entre as 14H00 e as 16H00, numa das salas de reunião do Instituto de Investigação Agrária (IIAM), na Av das FPLM, aqui em Maputo. Fui informado que a cerimónia é aberta a todos os interessados.
Antonio Henriques de Melo Bem haja a quem de direito , por esse reconhecimento!!!
Hermes Sueia Homenagem
maior, será continuar a lutar pelos ideais e princípios que o
Engenheiro LP, procurou sempre transmitir aos que com ele partilharam a
sua rica vida de amor ao mundo rural.
Antonio Fagilde Lá estarei sem falta
----------------------------------------------------------------------------------------------------------- Por Arnaldo Ribeiro, na homenagem póstuma ao nosso comum amigo, Luís Pereira
Partilho o meu depoimento na cerimónia cuja filmagem foi impedida: "Juntamo-nos aqui hoje para homenagear o nosso já saudoso Luís Pereira. O Luís amigo, colega e companheiro da frente da agricultura que ainda tinha muito a dar para o desenvolvimento do nosso país, que ele amava profundamente.
Felicito o Ministro José Pacheco por esta iniciativa do Ministério que dirige, que é, sem dúvida alguma, merecida e oportuna. Muito obrigado por esta iniciativa, desejada, estou convencido, por muitos de nós.
Com a partida de Luís Pereira ficámos todos a perder. Amigos, colegas e também Moçambique.
Ao longo da sua carreira, o Luís deixou obra em vastas regiões do país. No Norte e no Centro e, em particular, na Zambézia, que ele tanto amava, deixou fábricas erguidas, sistemas de fomento montados e a funcionar, cadeias de valor organizadas que contribuem hoje para que vários milhares de camponeses tenham melhorado consideravelmente os seus rendimentos.
Pessoas como o Luís, que, por acreditarem ser a produção agrária a pedra de toque para o desenvolvimento do país e melhoramento das condições de vida da maioria dos moçambicanos, se entregam de forma tão generosa e apaixonada a essa causa e são capazes de encontrar caminhos e soluções adaptadas à nossa realidade são muito poucas e fazem muita falta.
O Luís foi da generosa, e talvez por isso sem nome, geração de jovens que, querendo apenas contribuir para o desenvolvimento do país, a ele se entregaram incondicionalmente. Para se integrar nas tarefas de construção do nosso Moçambique independente, interrompeu, em 1976, o curso de agronomia, que frequentava com bons resultados. De imediato lhe foram atribuídas importantes tarefas no aparelho de estado, a que procurou sempre dar resposta com o melhor do seu conhecimento e empenho.
Foi o primeiro Director Provincial de Agricultura da Zambézia, tendo feito a unificação dos diversos serviços relacionados com a Agricultura e instalado a Direcção Provincial. Depois, liderou a criação da Direcção de Economia do Ministério da Agricultura, que dirigiu por alguns anos, e desenvolveu outras tarefas em diversos pontos do país, até iniciar uma carreira internacional. Nessa condição trabalhou na Guiné-Bissau, ao serviço da da FAO e com a Cooperação Sueca, em projectos de desenvolvimento rural, e em São Tomé e Príncipe, com o Banco Mundial, na recuperação do sector do cacau.
Regressou a Moçambique em 1995 e desde então colocou toda a sua experiência e saber no desenvolvimento do algodão e, mais tarde, da soja. O Luís Pereira foi um dos melhores conhecedores da realidade agrária moçambicana que conheci. Sabia que era necessário assegurar preços compensatórios aos produtores, garantir a compra da sua produção, assegurar o fornecimento de insumos de qualidade, principalmente da semente, introduzir mecanização nas operações culturais mais difíceis, organizar esquemas de apoio técnico e financeiro e melhorar as infra-estruturas. Foi incansável neste trabalho e dinamizou, nas zonas onde trabalhou, a criação da organização institucional indispensável para ajudar a população a romper com o ciclo de pobreza com base na produção do algodão e da soja. Sem dúvida que o seu trabalho foi decisivo na introdução e desenvolvimento da soja em Moçambique e para que milhares de produtores possam beneficiar hoje dos rendimentos provenientes da venda de cerca de 60 000 toneladas anuais desta importante fonte proteica.
Tomara que fôssemos capazes de extrapolar o que Luís fez na soja para outras culturas cuja produção é tão necessária para alimentar o nosso povo, para importarmos menos e para exportamos mais. Ele mostrou-nos a forma de o fazer saindo do discurso repetido e inconsequente da prioridade à agricultura para uma prática que gerou frutos inquestionáveis.
Crítico frontal, competente e determinado, o Luís Pereira conquistou, pelo que fez, o respeito das populações com que trabalhou, das organizações do sector privado, de académicos e investigadores, de organizações não-governamentais, de instituições estatais moçambicanas e de países que trabalham com Moçambique no desenvolvimento rural.
Não estávamos preparados para lhe dizer adeus tão cedo e sentiremos muito a sua falta. Consola-me pensar que, se em algum sítio as pessoas se encontram depois da morte, o Luís estará lá com certeza a discutir agricultura e desenvolvimento rural de Moçambique, com o Francisco Garcês, com o Luís Xavier, com o Rodrigues Pereira (o Pólice), com o Alexandre Zandamela, com o Rui Oliveira e outros colegas que fisicamente já partiram e que como ele deram o melhor de si, de forma incondicional, para o desenvolvimento do país.
Só me resta esperar que todos os que hoje fazem o sector agrário se inspirem no exemplo de total empenho, dedicação e criatividade profissional do Luís, pois assim estarão a contribuir, de forma decisiva, para que a agricultura passe a desempenhar com mais vigor o papel que lhe é reservado na Constituição: o de ser a base da economia deste país e a solução para os problemas de pobreza que enfrentamos. Estaremos assim a valorizar o exemplo que ele nos deixou.
Tenho a convicção que o que expresso nesta mensagem transmite também o sentimento de muitos colegas que trabalharam e conviveram com o Luís Pereira.
Até sempre Luís.
Maputo, aos 3 de Março de 2017"
Partilho o meu depoimento na cerimónia cuja filmagem foi impedida: "Juntamo-nos aqui hoje para homenagear o nosso já saudoso Luís Pereira. O Luís amigo, colega e companheiro da frente da agricultura que ainda tinha muito a dar para o desenvolvimento do nosso país, que ele amava profundamente.
Felicito o Ministro José Pacheco por esta iniciativa do Ministério que dirige, que é, sem dúvida alguma, merecida e oportuna. Muito obrigado por esta iniciativa, desejada, estou convencido, por muitos de nós.
Com a partida de Luís Pereira ficámos todos a perder. Amigos, colegas e também Moçambique.
Ao longo da sua carreira, o Luís deixou obra em vastas regiões do país. No Norte e no Centro e, em particular, na Zambézia, que ele tanto amava, deixou fábricas erguidas, sistemas de fomento montados e a funcionar, cadeias de valor organizadas que contribuem hoje para que vários milhares de camponeses tenham melhorado consideravelmente os seus rendimentos.
Pessoas como o Luís, que, por acreditarem ser a produção agrária a pedra de toque para o desenvolvimento do país e melhoramento das condições de vida da maioria dos moçambicanos, se entregam de forma tão generosa e apaixonada a essa causa e são capazes de encontrar caminhos e soluções adaptadas à nossa realidade são muito poucas e fazem muita falta.
O Luís foi da generosa, e talvez por isso sem nome, geração de jovens que, querendo apenas contribuir para o desenvolvimento do país, a ele se entregaram incondicionalmente. Para se integrar nas tarefas de construção do nosso Moçambique independente, interrompeu, em 1976, o curso de agronomia, que frequentava com bons resultados. De imediato lhe foram atribuídas importantes tarefas no aparelho de estado, a que procurou sempre dar resposta com o melhor do seu conhecimento e empenho.
Foi o primeiro Director Provincial de Agricultura da Zambézia, tendo feito a unificação dos diversos serviços relacionados com a Agricultura e instalado a Direcção Provincial. Depois, liderou a criação da Direcção de Economia do Ministério da Agricultura, que dirigiu por alguns anos, e desenvolveu outras tarefas em diversos pontos do país, até iniciar uma carreira internacional. Nessa condição trabalhou na Guiné-Bissau, ao serviço da da FAO e com a Cooperação Sueca, em projectos de desenvolvimento rural, e em São Tomé e Príncipe, com o Banco Mundial, na recuperação do sector do cacau.
Regressou a Moçambique em 1995 e desde então colocou toda a sua experiência e saber no desenvolvimento do algodão e, mais tarde, da soja. O Luís Pereira foi um dos melhores conhecedores da realidade agrária moçambicana que conheci. Sabia que era necessário assegurar preços compensatórios aos produtores, garantir a compra da sua produção, assegurar o fornecimento de insumos de qualidade, principalmente da semente, introduzir mecanização nas operações culturais mais difíceis, organizar esquemas de apoio técnico e financeiro e melhorar as infra-estruturas. Foi incansável neste trabalho e dinamizou, nas zonas onde trabalhou, a criação da organização institucional indispensável para ajudar a população a romper com o ciclo de pobreza com base na produção do algodão e da soja. Sem dúvida que o seu trabalho foi decisivo na introdução e desenvolvimento da soja em Moçambique e para que milhares de produtores possam beneficiar hoje dos rendimentos provenientes da venda de cerca de 60 000 toneladas anuais desta importante fonte proteica.
Tomara que fôssemos capazes de extrapolar o que Luís fez na soja para outras culturas cuja produção é tão necessária para alimentar o nosso povo, para importarmos menos e para exportamos mais. Ele mostrou-nos a forma de o fazer saindo do discurso repetido e inconsequente da prioridade à agricultura para uma prática que gerou frutos inquestionáveis.
Crítico frontal, competente e determinado, o Luís Pereira conquistou, pelo que fez, o respeito das populações com que trabalhou, das organizações do sector privado, de académicos e investigadores, de organizações não-governamentais, de instituições estatais moçambicanas e de países que trabalham com Moçambique no desenvolvimento rural.
Não estávamos preparados para lhe dizer adeus tão cedo e sentiremos muito a sua falta. Consola-me pensar que, se em algum sítio as pessoas se encontram depois da morte, o Luís estará lá com certeza a discutir agricultura e desenvolvimento rural de Moçambique, com o Francisco Garcês, com o Luís Xavier, com o Rodrigues Pereira (o Pólice), com o Alexandre Zandamela, com o Rui Oliveira e outros colegas que fisicamente já partiram e que como ele deram o melhor de si, de forma incondicional, para o desenvolvimento do país.
Só me resta esperar que todos os que hoje fazem o sector agrário se inspirem no exemplo de total empenho, dedicação e criatividade profissional do Luís, pois assim estarão a contribuir, de forma decisiva, para que a agricultura passe a desempenhar com mais vigor o papel que lhe é reservado na Constituição: o de ser a base da economia deste país e a solução para os problemas de pobreza que enfrentamos. Estaremos assim a valorizar o exemplo que ele nos deixou.
Tenho a convicção que o que expresso nesta mensagem transmite também o sentimento de muitos colegas que trabalharam e conviveram com o Luís Pereira.
Até sempre Luís.
Maputo, aos 3 de Março de 2017"
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