domingo, 14 de abril de 2019

EXPONDO OS ‘’EVANGELISTAS DA GUERRA’’ DE OSSUFO MOMADE


Por Gustavo ladrao Mavie 
‘’Quem quiser fazer política que faça política. Mas não aponte uma arma contra o futuro dos nossos filhos’’, Mia Couto In A Politécnica, 2016
O que trouxe-me à memória esta célebre frase do conceituado jornalista e escritor moçambicano Mia Couto, é que há revelações com evidências irrefutáveis, que têm sido feitas por fontes dignas de crédito, de que há ainda no seio da RENAMO alguns ‘’evangelistas da guerra'' que juntamente com alguns diplomatas estrangeiro anti-Nyusi e anti-FRELIMO, estão a formatar a cabeça do novo líder da Perdiz, Ossufo Momade, para não aceitar desmobilizar e muito menos desarmar os seus homens armados antes dos resultados das eleições gerais que se realizarão em Moçambique a 15 de Outubro próximo.
Tanto quanto me tem sido afiançado por essas fontes que sempre pautaram pela verdade e por isso reputo de boa fé, tanto mais que são parte dos que estão no processo que é mais conhecido por DDR, incluindo da RENAMO e do seio dos diplomatas acreditados em Maputo, entre os que estariam empenhados no embrutecimento ou reformatação dessa cabaça de Ossufo Momade destacam-se o ex- negociador chefe da parte da RENAMO do acordo de paz de Roma, Raul Domingos, o falacioso já abafado António Muchanga, o seu chará António Namburete e o Brigadeiro David Monongoro, um antigo homem armado da Perdiz agora ao serviço das FDS, por força do mesmo acordo de Roma de 1992. E ja que perguntar nao ofende, pergunto-os se sera' verdade que sao eles de quem Nyusi disse no dia 7 deste mes que estao a emitir conselhos divergentes que so retardam a celeridade do DDR?
As minhas fontes dizem que são estes advisers descritos como de palmo e meio que têm estado a dizer ao Ossufo que a FRELIMO é manhosa e que se desfazer dos homens armados antes das eleições, mesmo que venha a ganhá-las os Camaradas não lhe deixarão que governe. O dizem também que mantendo os homens já seria o seu último instrumento para reactivar a guerra caso da FRELIMO vir a ganhar, porque se podia recorrer à velha e desgastada canção da fraude eleitoral. 
Os que me fizeram estas revelações disseram a pés juntos que cada um destes ‘‘evangelistas da guerra’’ estariam a moldar a cabeça de Ossufo para que cometa asneiras, e assim fracasse como novo líder, porque nunca o quiseram nesta posição, para que digam depois amanha que ele não serve e por isso deve ser substituído na liderança da RENAMO.

Se Ossufo não sabia que é uma evangelização envenenada que visa prejudicá-lo e não beneficiá-lo. Não é por acaso que Mao Tsé Tung era contra todos os que se revelavam excessivamente amigos dele ou bajuladores. O académico norte-americano Robert Greene, recomenda que é melhor preferir trabalhar mais com inimigos do que com amigos.
Há muitas provas que o dão razão. Quase todos os lideres que foram assassinados, os seus assassinos ou mandantes eram falsos amigos. Thomas Sankara foi assassinado por ordens do seu ''amigo'' Blaise Compaoré. Não é por acaso que os falantes das línguas bantus têm o axioma que reza que é se morto por alguém próximo de nós e não por alguém distante. Outro ditado africano reza que há sempre quem entre nós abre a porta para que o feiticeiro entre nas nossas casas e nos enfeitice.
As minhas fontes dizem que caso Ossufo fracasse, tais conselheiros farão tudo para que sejam eles a liderar esta formação política. Este objectivo estaria a ser mais acalentado por Raul Domingos, porque se considera o sucessor natural de Afonso Dhlakama. Os meus interlocutores coincidem no diagnóstico que fazem das razoes que movem este quarteto, dizendo que todos esperam que com a queda de Ossufo, iriam já conseguir que sejam eles a ser eleitos para a liderança da RENAMO ou que pelo menos podia se eleger alguém mais próximo a eles, e assim teriam os seus interesses garantidos e protegidos. Só espero que as minhas fontes estejam erradas, porque Ossufo pode vir a se arrepender por se deixar manipular.
Para além deste quarteto, há outros atrelados à RENAMO que têm estado a formatar Ossufo para não aceitar o DDR, como é o caso do super-ambicioso Manuel de Araújo que tem estado a mudar de partido com a mesma frequência com que se recomenda a mudança das cuecas. Ao longo da sua curtíssima carreira politica, e apesar de que ainda está mais para a vida do que para a morte em função da sua idade ainda muito aquém do limite do seu prazo neste mundo, ele já se filiou sucessivamente na FRELIMO, na RENAMO, no MDM e agora de novo na RENAMO.
Manuel de Araújo é dos tais políticos, corrijo, é dos tais politiqueiros que, segundo Giovani Papini, passa a vida a dizer o que não pensa, e a pensar o que não diz, do mesmo modo que passa a vida a fazer o que não diz e a dizer o que não fará. Basta ver como está a cidade de Quelimane – degradada e suja, não obstante tenha dito durante a sua campanha eleitoral que faria tudo para que fosse mais limpa que a capital do Ruanda Kigali, que neste caso é a mais limpa da África há décadas já, e a terceira mais verde do Mundo! Araújo defendeu a não desmobilização e desarmamento dos homens da RENAMO numa entrevista que deu o ano passado ao SAVANA pouco depois da morte de Dhlakama.
De acordo ainda com as minhas fontes, o que confirma que há de facto ‘’evangelistas do belicismo’’ que estão a fazer a cabeça do Ossufo, são os recados que o Presidente Nyusi mandou durante o discurso que proferiu no passado dia 7 de Abril corrente, quando da cerimonia realizada na Praça dos Heróis em Maputo, em que ele VOLTOU a apelar à RENAMO para que acelere a desmobilização e desarmamento dos seus homens, de modo a que os possa mandar reintegrá-los nas Forças de Defesa e Segurança, tal como ele acordou com o agora falecido Afonso Dhlakama.
Disseram-me que com este apelo Nyusi queria dizer em linguagem diplomática que a RENAMO está a tratar o assunto DDR nem sequer à velocidade igual à dum camaleão, mas sim de um caranguejo, que como se sabe, é de ir derrubando os outros para que não escapem da fervura na panela. Também o ministro moçambicano do interior, Basílio Monteiro, fez saber dias antes do apelo e dos recados de Nyusi, que o governo não vai permitir que se chegue às eleições com uma RENAMO armada, porque seria incumprimento do protocolo acordado entre as partes e já transformado em Lei pelo Parlamento.
O que estes belicistas mentais deviam saber é que isso lhes pode trazer problemas, porque deviam ter aprendido já da Historia da humanidade, que não é bom não cumprir as vontades dos que já faleceram. Devem saber que o seu antigo líder, Afonso Dhlakama, morreu já com a vontade expressa em palavras de que já não queria mais a guerra e por isso decretou a trégua a 26 de Dezembro de 2016, e acordou o DDR com Nyusi que agora tais conselheiros estão a tentar abortar. Não cumprir com a vontade de um falecido dá azares e má sorte.
Antes de escrever este artigo, voltei a reler esse discurso que Nyusi proferiu no dia 7 de Abril, e nele denunciou de facto a ‘’existência de conselheiros’’ que têm agido por conta e risco próprios, para incutir ao Ossufo Momade outras ideias ‘’divergentes para poderem acomodar as suas vontades individuais’’. Nyusi destacou que tais ‘’conselheiros’’acabam retardando ou causando obstáculos à implementação normal do DDR nos prazos e cronograma preconizados, e que isso está a complicar a celeridade desse projecto previsto nos entendimentos que ele acordou com o antigo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, antes de falecer a 03 de Maio de 2018.
As minhas fontes escusaram-se de revelar os nomes dos conselheiros estrangeiros, mas os factos me levam a assumir que são dos mesmos países que há décadas têm estado a tentar forçar a mudança do regime em Moçambique, tal como mudaram noutros países que agora estão num caos, como é a Líbia e o Iraque onde já têm estado a drenar as suas jazidas petrolíferas enquanto vão desestabilizando politicamente Moçambique para que um dia saquem também as suas jazidas de gás na Bacia do Rovuma. O que têm estado a fazer em Moçambique é o mesmo que fazem na Venezuela agora onde esperam voltar a apoderar-se também das suas grandíssimas reservas de petróleo e de gás que há mais de 20 anos foram nacionalizados por Hugo Chàvez.
ESTES ‘’EVANGELISTAS’’ SÃO MOVIDOS PELOS SEUS INTERESSES E NÃO PELOS DO POVO COMO DIZEM
Decidi expor estes ‘’evangelistas ou senhores da guerra’’ porque são tão maus para nós moçambicanos quanto os que desviam os bens e fundos públicos. É por isso que Samora dizia que são ambos bandidos, com a diferença de que uns matam pelas armas e outros pela privação do que precisamos para viver. Devem saber que a guerra não é boa para eles próprios e para todo o povo. É por isso que comecei este artigo citando uma passagem de Mia contido na aula de sapiência que proferiu quando foi outorgado com o título de Doutor Honoris Causa em 2016, em que vincou o seguinte: ’’todos os povos amam a Paz. Os que passaram por uma guerra sabem (como nós) que não existe valor mais precioso. Sabem que a Paz é um outro nome da própria Vida… Os que …ameaçam a paz devem saber que aquele que está a ser ameaçado não é apenas um governo. O ameaçado é todo um povo, toda uma nação…É preciso que os donos das armas escutem o seguinte: não nos usem, a nós, cidadãos de Paz, como um meio de troca. Não nos usem como carne para canhão. Diz o provérbio que “sob os pés dos elefantes quem sofre é o capim”. Mas nós não somos capim. Merecemos todo o respeito, merecemos viver sem medo. Quem quiser fazer política que faça política. Mas não aponte uma arma contra o futuro dos nossos filhos. É isto que queria dizer, antes de dizer qualquer outra coisa’’. 
Estes ‘’evangelistas’’ da guerra devem saber que a via negocial foi dada já há mais de três mil anos como a melhor de todas para a solução de um conflito ou divergência, como o vincou o autor chinês do famoso livro A Arte da Guerra, Su Tzu. Para Su Tzu, a guerra deve ser evitada ao máximo, porque segundo ele, muitas vezes a vitória arduamente conquistada guarda um sabor amargo de derrota, mesmo para os próprios vencedores. Esta é uma grande verdade mesmo nos dias que correm, porque uma guerra resulta quase sempre na morte dos soldados de um e doutro lado da batalha, para além das destruições que são inevitáveis. Há quem diz que se Dhlakama estivesse numa zona em que pudesse ser levado de imediato a um Hospital, até hoje estaria vivo.
Su Tzu vinca que mais do que fazer a guerra, o melhor é evitá-la ou ganhá-la antes mesmo de desembainhar a espada. Nyusi chegou a contrariar os que não aceitavam a sua decisão de mandar retirar as tropas governamentais que até Dezembro de 2016 cercavam Dhlakama nas montanhas de Gorongosa, o que terá levado Dhlakama ele próprio a se convencer duma vez para sempre que Nyusi não o quer morto mas sim tão vivo quanto todos os outros moçambicanos que a guerra que ele movia matava. Mas agora surgem estes ‘’evangelistas’’ a tentarem manter a RENAMO belicista que usa as armas como trunfo para se impor contra a vontade da maioria dos moçambicanos. Passam já um total de mais de 20 anos que a RENAMO tem empunhado as armas e com elas morto inocentes e desgastado mais o nosso país do que qualquer outro mal que há na Terra, como o dizia há três mil anos o mesmo Su Tzu. ‘’Nada desgasta mais um reino do que as despesas de guerra pois, quer o exército esteja nas fronteiras, quer em países longínquos, o povo sempre é o mais penalizado. O custo de vida aumenta, as mercadorias escasseiam, e mesmo aqueles que, em tempos de paz, usufruem uma boa situação, em breve já não terão com o quê comprar’’.
NOTA: Quando é que este senhor muda de lentes? Mavie diz que "Quase todos os lideres que foram assassinados, os seus assassinos ou mandantes eram falsos amigos." Então quem matou Samora?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

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