Administradores do Banco de Moçambique devem pedir desculpas aos moçambicanos!
Constituído arguido num dos processos autónomos das “dívidas ocultas”, e ouvido em perguntas na passada sexta-feira, o Dr Ernesto Gove, antigo Governador do Banco de Moçambique, teve dificuldades em encontrar um advogado que lhe acompanhasse à PGR. As primeiras sumidades contactadas não estavam disponíveis. Consta que acabou ficando com um decano criminalista, sobejamente conhecido nas barras. Mas não é certo! O visado negou que seja ele.
Seja como for, a confirmação de que Ernesto Gove é arguido deixou muita gente boquiaberta, sobretudo porque, em 2016, ele negou a pés juntos, conhecer as empresas do calote. Mas afinal ele sabia! Donde veio essa postura de desonestidade e mentira?
Seja como for, a confirmação de que Ernesto Gove é arguido deixou muita gente boquiaberta, sobretudo porque, em 2016, ele negou a pés juntos, conhecer as empresas do calote. Mas afinal ele sabia! Donde veio essa postura de desonestidade e mentira?
Agora que os factos estão a vir ao de cima, ficamos estarrecidos com o nível de fingimento que se apossara sobre muitas entidades. O Banco de Moçambique, por exemplo! Sua postura foi a de que estava completamente à leste do calote. Mas o banco autorizou quatro dos empréstimos contraídos e um deles foi mesmo homologado num processo decidido “overnight”.
O Banco de Moçambique, com Gove ao leme, esteve metido até ao pescoço na contratação de dívida ilegal, ciente dos riscos que isso comportava para a economia e para a sociedade. Agora fica claro que a instituição é um dos grandes culpados do descalabro em que vivemos.
O Banco de Moçambique, com Gove ao leme, esteve metido até ao pescoço na contratação de dívida ilegal, ciente dos riscos que isso comportava para a economia e para a sociedade. Agora fica claro que a instituição é um dos grandes culpados do descalabro em que vivemos.
Em sede de justiça, outro tipo de responsabilidades deverão ser imputadas, individual e colectivamente, a quem esteve lá na altura. Mas, no plano moral, ninguém é inimputável. Por isso, seria de bom senso que os administradores que com Ernesto Gove estiveram lá, homologando os empréstimos, viessem hoje a público pedir desculpas. Pelo menos isso! Os contribuintes deste país, que suportam vossas mordomias infindáveis, merecem uma explicação, uma satisfação e pelo menos umas desculpas. Vocês agiram contra o vosso mandato, colocando os moçambicanos na lama. Lembrem-se disso! Shame!
Ernesto Gouveia Gove é mesmo arguido
Já não há dúvidas. O antigo governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, foi constituído arguido no âmbito do processo que investiga as chamadas “dívidas ocultas” em Moçambique, tal como “Carta” avançara esta manhã. Gove foi ouvido pela primeira vez na passada sexta-feira. Para um melhor enquadramento sobre o papel do Banco de Moçambique no calote, ver artigo de destaque em www.cartamz.com, publicado hoje. (Carta)
Sem comentários:
Enviar um comentário