O TRIUNFO DOS VIENTES?
Ainda na ressaca das eleições autárquicas de 10 de Outubro, muitas têm sido as teses convocadas para explicar os resultados cinzentos, da Frelimo, na Matola, Marromeu, Moatize, Tete, entre outros, e as derrotas em Nampula, Angoche, Ilha de Moçambique...
Se há quem prefira, em nome da ciência, falar do mau comportamento dos militantes (não se dizendo inspirados por quem, havendo líder). Outros ainda falam do voto jovem contra o partido (sem apresentarem estudos que revelem que o voto do jovens é anti-Frelimo). E, no pico da “renamização da Frelimo”, vozes há que, sem qualquer réstia de auto-estima, falam de uma pretensa fraude protagonizada pela perdiz. Mas a que me interessa analisar dá conta, em particular, para o caso da Matola, que a cidade tem um número considerável de “vientes”, predominantemente de Nampula e da Zambézia, o que justifica o quase empate técnico entre a Frelimo e a Renamo.
Ora, aqui está mais um estratagema de auto-consolação, que em nada deve a um outro que, nas intercalares de Nampula, dizia que “...não perdemos. Apenas não ganhamos, pois já éramos oposição em Nampula!” Para além de um valente soco no estômago do sonho de Unidade Nacional, de Eduardo Mondlane, Feliciano Gundana, entre outros, revela que ainda estamos entretidos numa descomunal embriaguez colectiva sem paralelo.
Dizer que os zambezianos e nampulenses que densamente povoam bairros na Matola são a causa do resultado nada animador na Matola é uma exaltação leviana à mediocridade na análise política, que vem num embrulho sugestivo que um inditoso Chefe de Brigada chama de ciência. Será que na Zambézia, onde os resultados não foram tão maus, vivem makondes ou bitongas? Esses vientes só são anti-Frelimo quando fora das duas províncias de nascimento?
Neste andar de coisas em nada me espantará se amanhã, havendo um resultado eleitoral pouco conseguido se diga que a causa do mesmo é a colossal e imponente ponte Maputo-KaTembe, sonhada e projectada, negociada e iniciada por Armando Guebuza!
Outras coisas é azar😒
PS: ainda vamos a tempo de fazer uma reflexão séria, sob pena de o ouro vir a repousar em mãos alheias.
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