sábado, 17 de novembro de 2018

Juiz obriga Casa Branca a devolver credencial a jornalista da CNN afastado


MANDEL NGAN/GETTY IMAGES

A CNN e Acosta tinham apresentado um pedido de providência cautelar, procurando reverter a decisão do governo, temporariamente, até os tribunais decidirem se Trump pode escolher quem faz a cobertura noticiosa da Casa Branca

Um juiz federal dos EUA decidiu esta sexta-feira que a administração de Trump deve devolver imediatamente a acreditação a um jornalista da CNN que foi afastado da cobertura da Casa Branca.
O juiz Timothy J. Kelly considerou que a administração Trump deve devolver a acreditação do jornalista da CNN Jim Acosta, a quem tinha afastado da cobertura noticiosa da Casa Branca.
A CNN e Acosta tinham apresentado um pedido de providência cautelar, procurando reverter a decisão do governo, temporariamente, até os tribunais decidirem se Trump pode escolher quem faz a cobertura noticiosa da Casa Branca.
Timothy Kelly, que foi indicado para o lugar por Donald Trump, deu razão aos queixosos, considerando que o acesso a Jim Acosta não pode ser negado e dizendo que o jornalista sofreu “danos irreparáveis, ignorando o argumento de que a CNN poderia indicar outros jornalistas para a cobertura.
Na semana passada, numa conferência de imprensa na Casa Branca logo após serem conhecidos os resultados das eleições intercalares, o jornalista Jim Acosta da CNN tentou insistir com perguntas que o Presidente dos EUA considerou despropositadas.
No dia seguinte, a Casa Branca retirou a credenciação a Jim Acosta.
A Casa Branca apresentou várias versões para justificar a ação, começando por acusar o jornalista por ter colocado as mãos na estagiária da Casa Branca que entregava os microfones aos jornalistas, até uma versão mais moderada que indicava que o Jim Acosta tinha “perturbado a conferência de imprensa”.
Na terça-feira, a CNN e Jim Acosta moveram uma ação contra o Presidente Trump e alguns dos seus assessores, alegando que os direitos de liberdade de expressão do jornalista e da estação televisiva foram violados.
A administração Trump considera que tem “poder discricionário” para escolher os jornalistas que cobrem a Casa Branca, respondendo à ação legal da estação televisiva, considerando que foi legal a decisão de punir o jornalista da CNN pelo seu comportamento.
Esta atitude é inédita na história da Casa Branca, não havendo notícia de qualquer outra administração ter afastado um jornalista sem aviso prévio.
O advogado do departamento de Justiça James Burnham, representando a Casa Branca, diz que nenhum direito foi violado e que o afastamento não se deveu à postura crítica de Jim Acosta.
Se o Presidente afastasse todas as vozes críticas, teria tirado outros passes de acesso, disse James Burnham, acrescentando que há outros 50 jornalistas da CNN credenciados na Casa Branca.
A estação Fox News, muito associada a Donald Trump, que frequentes vezes o elogia publicamente, colocou-se, desta vez, ao lado da CNN e contra o Presidente dos EUA.
A Associação de Correspondentes na Casa Branca, que representa todos os jornalistas credenciados junto da administração, também já mostrou a sua solidariedade para com Acosta e a CNN

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