quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Deputado do partido de Theresa May pede moção censura contra a Primeira-ministra

Em direto/Deputado do partido de Theresa May pede moção censura contra a Primeira-ministra

Já são 6 as demissões: responsável para a Irlanda do Norte, Shailesh Vara, deu o tiro de partida. Seguiram-se demissões de peso: Raab, o próprio ministro para o Brexit, e McVey, do Trabalho.
Theresa May enfrenta críticas muito duras da oposição no Parlamento britânico
ANDY RAIN/EPA
Atualizações em direto
  • Sondagem Sky News: só 14% apoiam acordo de May

    Entretanto, a Sky News fez uma sondagem sobre o acordo — e os números não são nada favoráveis à primeira-ministra. 54% dizem preferir que não haja Brexit, 32% preferem uma saída sem acordo e apenas 14% dizem estar a favor da proposta de Theresa May.
  • Donald Tusk diz que UE está preparada para tudo, até para o caso de "não haver Brexit"

    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, este entretanto a fazer uma declaração aos jornalistas onde explicou que a Europa está pronta para qualquer cenário.
    “A UE está preparada para um acordo final com o Reino Unido em novembro”, explicou. “Também estamos preparados para um cenário sem acordo, mas mas claro que estamos melhor preparados para um cenário de não-Brexit”.
    Terá sido uma atrapalhação com as palavras ou o presidente do Conselho Europeu, anfitrião da cimeira do dia 25, admitiu a possibilidade de o processo ser suspenso?
  • Theresa May vai dar conferência de imprensa às 17h00

    A primeira-ministra britânica vai dar uma conferência de imprensa esta tarde, às 17h00. Falta pouco menos de uma hora.
  • Michael Gove quer ser a chave da crise, mas ainda não sabe que decisão tomar

    De acordo com o The Telegraph, o ministro do Ambiente está disposto a tomar uma de duas decisões na sequência de toda esta crise: assumir a pasta do Brexit ou sair do governo e virar costas a Theresa May.
    As duas propostas são radicalmente diferentes.
    A primeira, a de se tornar ministro do Brexit, não seria de mão beijada. Michael Gove, de acordo com o The Telegraph diz que só aceita ir para o cargo caso a primeira-ministra volte a negociar com Bruxelas e se a cimeira da UE de 25 de novembro, em que os países europeus poderiam aprovar o acordo final, for cancelada.
    A segunda é mais simples: Michael Gove demite-se de ministro e provalvemente entra no crescente movimento de oposição a Theresa May no seio do Partido Conservador e do meio pró-Brexit.
    Recorde-se que, em 2016, Michael Gove chegou ser, a par de Theresa May, avançado como possível sucessor na liderança do governo britânico após a demissão de David Cameron, que saiu logo após o referendo. No final, Theresa May saiu por cima. Vale a pena recordar a história, bem atribulada, com a contámos na altura.
  • Já há quatro cartas de conservadores a pedirem moção de censura contra May

    Já há quatro deputados do Partido Conservador a pedir uma moção de censura contra a primeira-ministra, Theresa May — para o processo ir para a frente, são precisas 48 cartas deste tipo.
    Desta vez, é Sheryll Murray a fazê-lo. A deputada pró-Brexit apontou os acordos encontrados para as pescas e também a diferenciação da Irlanda do Norte (por razão da fronteira com a Irlanda, que está e continuará n a UE) como as razões para este gesto.
    Curiosamente, a deputada Sheryll Murray, um ex-rececionista que representa South East Cornwall desde 2010 na Câmara dos Comuns, tem como fotografia no Twitter um retrato que tirou ao lado da presidente do seu partido e atual primeira-ministra. Pelos vistos, as aparências iludem.
  • Demissão do vice-presidente do Partido Conservador: por causa do Brexit e de Asia Bibi, a cristã condenada à morte no Paquistão

    O vice-presidente do Partido Conservador e enviado do Governo para o Comércio com o Paquistão, Rehman Chisti, junta-se ao grupo de demissionários desta quinta-feira, invocando o acordo para o Brexit. "Teria de defender uma posição que considero contrária ao manifesto que defendi quando concorri a eleições", diz. Chisti aproveita também para invocar o caso de Asia Bibi, a cristã condenada à morte (e entretanto libertada) no Paquistão por blasfémia: "Devíamos ter tido convicção nesta matéria e liderado ao oferecer refúgio imediatamente." https://twitter.com/Rehman_Chishti/status/1063083736164720640
  • Mais duas cartas a pedir a moção de censura

    Não é certo quantos deputados entregaram a carta ao Comité 1922, mas pelo menos dois tornaram públicas no Twitter as suas missivas: tratam-se de Henry Smith e Steve Baker, conhecidos deputados eurocéticos (este último foi inclusivamente ministro para o Brexit).
  • "Penso que as cartas vão dar entrada"

    Questionado sobre se estaria a mover-se por “ambição pessoal”, Rees-Mogg quis deixar claro que não é candidato a líder e apontou outros nomes de “grande talento” como Boris Johnson ou David Davis (ex-ministros de May que se demitiram em protesto).
    “Penso que as cartas [necessárias] vão dar entrada, mas não quero dar o prazo para isso”, acrescentou, referindo-se à viabilidade de ser aberto um procedimento de moção de censura à primeira-ministra.
  • Jacob Rees-Mogg assina carta a pedir moção de censura: "Precisamos de um líder que diga à UE que é impossível dividir o Reino Unido"

    Jacob Rees-Mogg está agora a falar perante os jornalistas, justificando por que razão assinou a carta a pedir uma moção de censura a Theresa May.
    “O referendo pelo qual quase todos os conservadores votaram para sair era claro”, começa por dizer. “Não defendia um backstop que torna mais difícil sair da UE”, concretiza. “O que foi atingido hoje não é o Brexit.”
    “O que precisamos é de um líder que diga à UE que é impossível dividir o Reino Unido e aceitar uma situação com uma união aduaneira perpétua.” “Sair da UE é a oportunidade mais fantástica para o Reino Unido”, rematou.
    Questionado sobre se a movimentação que está a acontecer para tentar deitar abaixo May não pode configurar um “golpe”, Rees-Mogg rejeitou a ideia: “Um golpe é quando se usam procedimentos errados. Estes procedimentos são constitucionais e por isso ‘golpe’ é uma palavra errada.”
  • Demissões no Governo provocam queda na bolsa — Libra cai dois cêntimos

    Os mercados reagiram de imediato às demissões — sobretudo as de peso — na equipa de Theresa May. As quedas na bolsa foram lideradas pelo Barclays e pelo Royal Bank of Scotland, ambos a cair 7%. Também esta manhã, a libra caiu dois cêntimos face ao dólar, valendo agora menos de 1,28 dólares. Queda semelhante face ao euro, com uma desvalorização para os 1,13 euros.
    Segundo Kit Juckes, analista da Société Générale, citado pelo The Guardian, os mercados estão “pessimistas quanto às possibilidades de o acordo para o Brexit passar na Câmara dos Comuns”.
  • Três horas depois, termina sessão de perguntas a May no Parlamento

    Três horas depois de ter começado, Theresa May consegue finalmente terminar de responder a todas as perguntas dos deputados sobre este tema.
    Mas o suspense não acabou ainda, por hoje. Graham Brady, responsável do comité de 1922 (que tem a incumbência de receber as cartas com os pedidos de moção de censura), está reunido com Julian Smith, líder parlamentar dos conservadores. Se Brady receber 48 cartas a pedir uma moção de censura à primeira-ministra, o procedimento para a votação na Câmara dos Comuns tem de ser ativado.
  • "Não é altura de mudar de líder, é altura de mudar de políticas"

    Shailesh Vara, o responsável do Governo pela Irlanda do Norte que se demitiu esta manhã, recusa apoiar uma moção de censura a Theresa May. “A minha perspetiva é que não é altura de mudar de líder, é altura de mudar de políticas”, declarou à Sky News.
  • Carta de Rees-Mogg a pedir moção de censura a May

    E aqui está a carta do deputado eurocético Rees-Mogg a pedir uma moção de censura a May. Resta saber se o grupo do ERG terá o número necessário de cartas (48) para que o processo tenha início.
  • May acredita que ainda será Primeira-ministra quando o Reino Unido sair da UE

    A garantia foi deixada pelo porta-voz oficial da líder do Governo britânico, citado pelo The Guardian: apesar da crise política que se antevê, May está preparada para disputar qualquer luta interna pela liderança e acredita que ainda estará no cargo no dia 29 de março, data do Brexit. “Temos de enfrentar algumas questões muitos difíceis e ela não vai recuar”, disse.
  • Entretanto, na reunião dos eurocéticos aperta-se o cerco a May

    Segundo avançam os jornalistas com fontes na reunião dos tories eurocéticos do ERG, Jacob Rees-Mogg já terá apresentado a sua carta a pedir uma moção de censura à ministra — o que, tendo em conta o estatuto do deputado, significa que já deverá haver o número necessário (48) para avançar com essa proposta. Rees-Mogg irá fazer uma declaração no final da reunião, onde Boris Johnson também está presente.
    Laura Kuenssberg, editora da BBC, fala em pessoas a bater nas secretárias ao ouvir o discurso de Mogg.
  • Mais uma demissão: secretário de Estado da Justiça

    Ranil Jayawardena, responsável pela ligação entre o ministério da Justiça e o Parlamento, também apresentou a sua demissão. É a sexta pessoa a abandonar o Governo de May esta manhã.
  • Dominic Raab, ministro demissionário para o Brexit: "May deve continuar, mas nós temos de mudar o rumo na questão do Brexit"

    O ministro demissionário para o Brexit, Dominic Raab, deu entretanto uma entrevista à BBC onde explica por que razão decidiu demitir-se em protesto contra o acordo apresentado: “Os termos [do acordo] propostos ao Conselho de Ministros”, explicou, “deixar-nos-iam presos num regime sem poder dizer uma palavra sobre as leis em questão.”
    “[May] precisa de ter um ministro para o Brexit que tente alcançar o acordo que ela quer para o Brexit”, declarou Raab, dando a entender que os dois têm visões muito diferentes do que deve ser o acordo. “Acho que ela deve continuar mas nós temos de mudar o rumo na questão do Brexit.”
  • Angela Merkel: "Estou feliz que tenhamos dado este passo ontem"

    A chanceler alemã, Angela Merkel, já reagiu às notícias mais recentes do Brexit. “Este é um trabalho ainda a decorrer, mas estou feliz que tenhamos dado este passo ontem”, declarou.
    Merkel reforçou que tem “total confiança” no negociador da UE, Michel Barnier, e relembrou que há, em concreto, “um acordo em cima da mesa”. “Para além disso, temos de falar das relações futuras. Também penso que o pior cenário seria o de um Brexit sem acordo.”
  • Deputado conservador pede demissão de May: "É do interesse nacional que ela saia"

    Andrew Bridgen, deputado conservador pró-Brexit, pediu diretamente a demissão da primeira-ministra, relembrando que ela sempre foi a favor da menutenção do Reino Unido na UE. “Agora é do interesse nacional que ela saia”, remata.
  • Michael Gove sondado para o cargo de ministro do Brexit

    Segundo Steven Swinford, editor do Telegraph, a primeira-ministra terá entretanto convidado Michael Gove (ministro do Ambiente e um dos pesos pesados do Partido Conservador no Governo) para o cargo de ministro do Brexit, ocupado por Dominic Raab esta manhã. O problema? Algumas fontes asseguram que Gove está a ponderar demitir-se.
  • Grupo de tories eurocéticos irá reunir-se às 12h45

    Entretanto, a Sky News está a anunciar que os deputados do European Research Group, pró-Brexit, estão a planear reunir-se às 12h45. Em cima da mesa deverá estar a possibilidade de apresentar uma moção de censura para destituir May da liderança dos conservadores.
  • 63% dos bitânicos recusa acordo. 64% apoia novo referendo

    Menos de 24 horas depois de o acordo técnico ter sido anunciado, uma nova sondagem da YouGov revela que 63% dos inquiridos está contra esse entendimento entre a União Europeia e o Reino Unido. O inquérito levantou também a possibilidade de um novo referendo: 64% está a favor da realização de uma nova consulta popular sobre a saída do país da UE.
    Theresa May diz que estranha esses números, já que o esboço do acordo só foi tornado público depois do Conselho de Ministros, na noite de quarta-feira.
  • Theresa May volta a rejeitar novo referendo: "O que as pessoas me dizem é 'avancem com isso'"

    O deputado trabalhista David Lammy recorda que não há uma maioria na Câmara dos Comuns para aprovar este acordo e lança o repto para um novo referendo: “Quando a política se quebra, é ncessário voltar a colocar a pergunta ao povo britânico.”
    May volta a dizer que não crê ser essa a vontade dos britânicos. “O que as pessoas me dizem quando falo com elas, à porta de suas casas, é só uma coisa: ‘avancem com isso, cumpram o que prometeram’.”
  • "Fomos traídos", diz deputada trabalhista pró-Brexit

    “Os nossos negociadores traíram-nos”, declarou Kate Hoey, deputada trabalhista a favor do Brexit, numa curta declaração. “A Irlanda do Norte foi traída.”
    May rejeita por completo essa acusação, em poucas palavras também: “Não concordo com a insinuação de que a UE não cedeu em nada nestas negociações.”
  • May: "A nossa posição é clara: não iremos estender o Artigo 50"

    O conservador Phillip Lee defende Theresa May como “uma pessoa decente que tem o serviço público a correr-lhe nas veias”, mas apresenta a seguinte questão: “Pode a primeira-ministra explicar-me quais são as implicações legais de suspender o Artigo 50 ou revogá-lo?”
    O Artigo 50 é o artigo do Tratado de Lisboa que prevê a saída de um Estado-membro da União Europeia — e que foi ativado pela primeira vez na história da União pelo Reino Unido na história.
    “A nossa posição é clara: não iremos estender o Artigo 50”, respondeu May, reforçando que não pretende voltar atrás com o processo.
  • "Não há melhor acordo do que ficar na União Europeia"

    Entre as poucas palavras de apoio a Theresa May, surgiu a voz de um Trabalhista. Barry Sheerman lamentou que a Primeira-ministra britânica tenha sido “traída” pelos membros do Governo que se demitiram e disse que ela é uma “mulher de coragem”. O elogio, ainda assim, veio com uma explicação: “A Sra. Primeira-ministra tem uma missão impossível, porque não há melhor acordo do que ficar na União Europeia”. Sheerman juntou-se, assim, às vozes que apelam a May que páre o relógio e peça a retirada do artigo 50, evitando o Brexit.
  • Jean-Claude Juncker: "Não estamos agressivos" contra o Reino Unido, mas saída da UE é "uma tragédia e um erro histórico"

    O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, falou entretanto no Parlamento Europeu, sublinhando que não quer que o Reino Unido seja “castigado” por ter decidido sair. “Temos de respeitar o voto do povo britânico e é nosso dever conseguir o melhor para defender os interesses do Reino Unido e da UE”.
    “Não estamos com uma atitude agressiva no que diz respeito às relações futuras com o Reino Unido”, garantiu. No entanto, partilhou a sua desilusão com a decisão dos britânicos: “Penso que sair é uma tragédia, um erro histórico e temos de fazer o melhor possível disto.” “A Comissão Europeia, juntamente com Michel Barnier, está a movimentar-se nessa diração”, acrescentou.
  • “Os melhores dias para o Reino Unido ainda virão”, promete a primeira-ministra, quando questionada se pode dizer com todo a certeza que este acordo é melhor para o país do que a situação atual. A frase provoca uma gargalhada entre alguns nas bancadas.
  • Apenas quatro deputados demonstraram apoio a May até agora

    Ao todo, até agora, apenas três deputados elogiaram a primeira-ministra na Câmara dos Comuns: Petter Bottomley, Nicky Morgan, Amber Rudd e Nicholas Soames. Destes deputados, Morgan e Rudd são ministras entretanto despedidas por May, que dão agora um sinal de lealdade. Pelos sinais demonstrados até agora, não parece haver grandes sinais de que haja um apoio forte na Câmara ao acordo.
  • 84 deputados conservadores tencionam votar contra o acordo

    Mark Francois, deputado conservador e membro do think tank eurocético European Research Group (a que pertencem vários tories pró-Brexit, com Jacob Rees-Mogg), anuncia que há 84 deputados do Partido Conservador que tencionam votar contra o acordo.
    “Está morto à nascença”, declara Francois, pedindo à primeira-ministra que aceite a realidade.
  • Jacob Rees-Mogg, deputado conservador eurocético, pergunta a May se deve assinar a proposta de moção de censura

    Jacob Rees-Mogg, um dos tories mais eurocéticos da Câmara, perguntou a Theresa May se, tendo em conta que o que a primeira-ministra diz e o que faz “já nã bate certo”, deveria então assinar a proposta de moção de censura que circula nos corredores do Parlamento.
    May responde que o acordo que propõe cumpre o que prometeu: saída do mercado comum e respeito pela integridade do Reino Unido, sobretudo.
    Ao todo são necessárias 48 cartas de deputados a pedir uma moção de censura interna (na liderança do partido) para que ela seja discutida. Contudo, May necessita que apenas 150 deputados votem contra a proposta, se for a votos, para se manter no cargo.
    Gordon Rayner, jornalista do Telegrap, declarou entretanto ter sabido que Ress-Mogg vai de facto assinar essa carta e apoiar a moção.
  • Theresa May: "Corremos o risco de não haver Brexit", reconhece. Mas recusa novo referendo

    Theresa May deixa claro que não considera pertinente a realização de nenhum tipo de novo referendo: “Demos uma escolha ao povo e ele fê-la”, declara a primeira-ministra.
    Questionada, contudo, por um deputado que relembra que May disse que “ficar na UE é uma hipótese”, May corrige e diz que “corremos o risco de não haver Brexit”. Mas o Governo está determinado em consegui-lo, acrescenta.
  • "A Primeira-ministra claramente não ouve"

    Nigel Dodds, líder dos unionistas do DUP, diz que o Parlamento terá de votar apenas entre duas opções: ou defender o Reino Unido ou aceitar a desintegração do país. Numa intervenção muito dura, o deputado recusou fazer qualquer pergunta a Theresa May sobre os detalhes do acordo. Diz que não vale a pena discutir de novo as questões porque "a Primeira-ministra claramente não ouve".
  • "O backstop é algo que nenhum dos lados quer ver ser aplicado — nem a UE nem o Reino Unido"

    Theresa May está de novo a falar da questão da aplicação da rede de segurança e da situação na Irlanda do Norte: “O backstop é algo que nenhum dos lados quer ver ser aplicado — nem a UE nem o Reino Unido”, garante. Mas foi a solução encontrada caso não seja encontrada uma solução até 2020.
    O objetivo, garante, é o de “respeitar o Acordo de Sexta-Feira Santa”. O documento que selou a paz entre as duas Irlandas prevê que não haja uma fronteira física a separar as duas partes da ilha, como forma de manter a estabilidade na região.
    Esta foi a resposta dada pela primeira-ministra ao líder dos unionistas do DUP, Nigel Dodds, que fez acusações duras a May, dizendo que estava a desrespeitar promessas feitas à Irlanda do Norte. A declaração é especialmente relevante porque a primeira-ministra necessita dos votos dos 10 deputados do DUP para aprovar um acordo.
  • Deputado conservador Ian Duncan Smith: "Somos livres de sair da NATO, somos livres de sair das Nações Unidas, mas não somos livres de sair deste acordo"

    Ian Duncan Smith, deputado conservador, levanta dúvidas sobre o acordo: “Somos livres de sair da NATO, somos livres de sair das Nações Unidas, mas não somos livres de sair deste acordo”, aponta.
    Na resposta, Theresa May relembrou que o backstop pode vir a não ser aplicado, esperando que quer ter um acordo antes disso. Contudo, concedeu num ponto: a saída desse mecanismo exige “uma aceitação mútua”. “Não vou ter rodeios nessa matéria”, afirmou.
  • Theresa May está, de facto, debaixo de fogo, com críticas muito duras vindas dos partidos da oposição. Os ânimos exaltados no Parlamento britânico têm, aliás, obrigado à intervenção frequente do speaker, que conduz os trabalhos. John Bercow pede insistentemente que os deputados deixem ouvir as declarações que estão a ser feitas, prometendo que todos terão a oportunidade de falar.
  • Ian Blackford, deputado do Partido Nacional Escocês: "Pare o relógio e volte a Bruxelas"

    Ian Blackford, deputado do Partido Nacional Escocês, está a reagir com palavras duras à declaração de Theresa May: "A primeira-ministra vem aqui vender-nos um acordo que já está morto. Nem o seu ministro para o Brexit o apoia", afirma, referindo-se à demissão de Dominic Raab. "O número 10 de Downing Street tornou-se uma porta giratória", diz. "A primeira-ministra já nem controla o seu próprio Governo." Blackford aproveita depois para reforçar a posição da Escócia, que diz ter sido maltratada com este acordo. "Há referências a Gibraltar, à Ilha de Mann... e nem uma à Escócia", diz. "Um acordo diferenciado para a Irlanda do Norte significa que a Escócia também pode ter o seu acordo diferenciado. Se a Irlanda do Norte pode ficar no mercado europeu, porque não a Escócia?", pergunta. A declaração é especialmente importante porque a Escócia — que teve um referendo sobre a independência do Reino Unido em 2014 — tem repetido que quer ser ouvida no processo. "Pare o relógio e volte a Bruxelas", pede Blackford, dando a entender que o PNE gostaria de ver o processo de Brexit suspenso por agora.
  • Corbyn: "O acordo não tem o apoio do Governo, nem desta Câmara, nem do país no seu todo"

    "A escolha entre este acordo ou não haver nenhum acordo é falsa", garante o líder da oposição. "O Governo deve recuar neste acordo mal amanhado que não tem o apoio do Governo, desta Câmara, nem do país no seu todo", remata.
  • Jeremy Corbyn reage: "Pode a primeira-ministra assegurar que teremos um acordo em 2020?"

    O líder do Partido Trabalhista está agora a reagir à declaração da primeira-ministra e levanta algumas questões: “Pode a primeira-ministra assegurar que teremos um acordo em 2020?”, pergunta, referindo-se à duração do período de transição.
    Jeremy Corbyn aproveita depois para fazer críticas do sistema da rede de segurança criada para as Irlandas: “Não há limite de tempo ou prazo e, como explica o acordo, se não houver acordo para o seu fim, é levado a uma arbitragem independente”, afirma, apontando o mesmo problema que os deputados conservadores mais eurocéticos têm apontado.
    “Não há ambição para negociar um novo acordo aduaneiro que protegeria o comércio, os empregos e a indústria”, acusa. “Isto pode custar empregos, com muitas empresas a decidirem que a falta de plano os leva a cometerem vários ‘Brexits'”.
  • "A escolha é clara: podemos escolher viver sem acordo, podemos arriscar não ter um Brexit de todo ou podemos escolher unirmo-nos"

    "Votar contra o acordo levar-nos-ia à estaca zero", anuncia a primeira-ministra. "O povo britânico quer que isto avance." "A escolha é clara: podemos escolher viver sem acordo, podemos arriscar não ter um Brexit de todo ou podemos escolher unirmo-nos e apoiar o melhor acordo que pode ser negociado." Quando May fala na posssibilidade de não haver Brexit, é interrompida pelos apupos de vários deputados.
  • Rede de segurança para as Irlandas é "hipótese remota" e "pode ser terminada"

    “A UE nunca negociará um acordo sem esta apólice de seguro”, diz May, referindo-se à rede de segurança criada pelo backstop para a fronteira na Irlanda.
    “Como já disse muitas vezes, não quero estender o período de transição”, assegura, dizendo que esta é apenas uma “apólice de seguro” que não deve ser aplicada. “Na hipótese remota de ser aplicada, o acordo é explícito: é temporário e pode ser terminado”, garante.
    Rejeitar este acordo seria “quebrar uma promessa feita às pessoas na Irlanda do Norte de que seriam respeitados os acordos do passado relativamente à fronteira”, assegura May. “Tenciono honrar essa promessa”, explica.
  • Theresa May já fala perante os deputados

    A primeira-ministra já está a defender o acordo na Câmara dos Comuns. "Desde o início deste processo, estive comprometida com que esta negociação lidasse com a questão da fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte", declarou, explicando que a solução encontrada é a de "uma apólice de seguro". Ao dizer que nunca esperava que esta fosse uma solução fácil, ouvem-se algumas gargalhadas na sala.
  • Cinco demissões: Secretária de Estado para o Brexit, Suella Braverman, e responsável na Educação, Anne-Marie Trevelyan

    Suella Braverman, ministra "júnior" para o Brexit com responsabilidades semelhantes às de um secretário de Estado, anunciou também a sua demissão. https://twitter.com/SuellaBraverman/status/1063014302142083073 Quase de imediato seguiu-se Anne-Marie Trevelyan, que ocupa o cargo de Secretária para o Parlamento na Educação — um cargo que faz a ligação do ministério da Educação junto da Câmara dos Comuns. https://twitter.com/annietrev/status/1063013858921594881
  • Partido trabalhista não demonstra vontade de apoiar May

    O ministro-sombra para o Brexit do Partido Trabalhista, Keir Starmer, deu uma entrevista à BBC onde deixou claro que o Labour não está com grande vontade de apoiar o acordo de Theresa May na Câmara dos Comuns. "Se não é bom o suficiente, porque é que o Labour deveria apoiá-lo?", perguntou. "Porque raio apoiaríamos um acordo tão mau como este?", questionou, destacando que a união aduaneira prevista não tornará o comércio mais fácil para o Reino Unido, mas sim o contrário. Tendo em conta que há dezenas de deputados dos conservadores a ameaçarem votar contra o acordo e que os unionistas do DUP também não deixaram claro a sua posição, cada voto dos trabalhistas pode ser essencial para May. A esperança da primeira-ministra está ainda depositada nos deputados do Labour que são a favor do Brexit.
  • Mais uma demissão: Esther McVey, ministra do Trabalho e das Pensões

    Agora é a vez de Esther McVey, ministra do Trabalho e das Pensões, apresentar a sua carta de demissão a Theresa May. Nela, McVey deixa claro que considera que o acordo proposto pela primeira-ministra "não honra o resultado do referendo". https://twitter.com/EstherMcVey1/status/1063008263225126912 De acordo com as informações que foram passadas para os jornais britânicos na noite de quarta-feira, McVey terá sido uma das críticas mais ferozes do acordo no Conselho de Ministros, tendo inclusivamente proposto que o acordo fosse votado pelos ministros duas vezes no meio da discussão. Depois de Raab, McVey torna-se assim a segunda ministra do Executivo puro e duro de May a demitir-se — Shailesh Vara representa a Irlanda do Norte no Governo mas não tem assento no Conselho de Ministros.
  • Theresa May fala no Parlamento às 10h30

    Entretanto, Theresa May é esperada no Parlamento às 10h30, para uma declaração.
  • Sabine Weyand e Olly Robbins. Quem são os pais deste acordo para o Brexit?

    Chamam-lhes “os coordenadores”. Sabine Weyand e Olly Robbins são os dois rostos das negociações técnicas — ela pela UE e ele pelo Reino Unido — e foram os principais responsáveis pelo acordo alcançado para a saída do Reino Unido da União Europeia. Os dois são descritos por aqueles que os conhecem como muito inteligentes e respeitados e gozam da vantagem de serem considerados “apenas” funcionários e não atores políticos. Se alguma coisa correr mal, não serão responsabilizados em praça pública como Michel Barnier (pela União Europeia) e Dominic Raab (pelo Reino Unido), os rostos oficiais das negociações. https://observador.pt/especiais/sabine-weyand-e-olly-robbins-quem-sao-os-pais-deste-acordo-para-o-brexit/
  • As explicações de Dominic Raab para a demissão

    Dominic Raab escreveu uma carta à primeira-ministra a pedir demissão do cargo de ministro para o Brexit, onde explicava as suas razões. Eis a carta na íntegra: "Cara primeira-ministra, Foi uma honra fazer parte do seu Governo como ministro da Justiça, da Habitação e secretário para o Brexit. Lamento dizer isto, na sequência na reunião de ontem sobre o acordo do Brexit. Tenho de apresentar a minha demissão. Percebo os seus motivos para ter escolhido aceitar o acordo com a União Europeia nos termos propostos, e respeito todos os diferentes pontos de vistas apresentados pelos nossos colegas de boa-fé. Quanto a mim, não posso apoiar o acordo proposto por duas razões. Em primeiro lugar, acredito que o regime regulatório proposto para a Irlanda do Norte representa uma ameaça real à integridade do Reino Unido. Em segundo lugar, não posso apoiar um acordo de salvaguarda [backstop] indefinido, em que a União Europeia mantém poder de veto sobre o nosso poder de decisão para sair. Os termos do backstop equivalem a um híbrido das obrigações da União Aduaneira da União Europeia e do Mercado Único. Nunca nenhuma nação democrática concordou em ficar ligada a um regime tão abrangente, imposto externamente sem nenhum controlo democrático sobre as leis aplicáveis, nem sobre a capacidade para decidir sair do acordo. Esse acordo é também visto como o ponto de partida para a negociação da Futura Parceria Económica. Se isso for aceite, irá prejudicar seriamente a segunda fase das negociações contra o Reino Unido. Acima de tudo, não posso conciliar os termos do acordo proposto com as promessas que fizemos ao país nas últimas eleições. No fundo, trata-se de uma questão de confiança pública. Percebo que discorde das minhas razões nestas questões. Avaliei com muito cuidado as decisões alternativas que poderiam ser tomadas pelo Governo, sobre as quais dei a minha opinião anteriormente. Em última análise, merece ter um secretário para o Brexit que possa argumentar, com convicção, a favor do acordo que pretende assinar. Apenas lamento que eu, em consciência, não consiga fazer isso. O meu respeito por si, e pela força que demonstrou em tempos difíceis, permanecem intactos. Dominic Raab"
  • Sondagem. Maioria dos britânicos rejeita acordo, mas não quer derrubar Theresa May

    No rescaldo do Conselho de Ministros, que ao fim de cinco horas deu luz verde para se avançar com a proposta de acordo técnico conseguida entre os negociadores britânicos e europeus para o Brexit, a maioria dos britânicos não está satisfeita com o acordo alcançado. Com uma amostra de 505 pessoas, uma sondagem online feita pelo Hanbury Strategy para o Politico mostra que a maioria dos britânicos tem uma impressão negativa do acordo, embora defenda que Theresa May se deve manter como primeira-ministra. https://observador.pt/2018/11/15/sondagem-a-quente-maioria-rejeita-acordo-mas-nao-quer-derrubar-theresa-may/
  • Libra cai 1% nos minutos a seguir às demissões

    Na sequência das notícias sobre as primeiras demissões pós-acordo, a libra caiu significativamente. Segundo o The Guardian, nos minutos seguintes à notícia da demissão,a libra tinha caído mais de 1% em relação ao euro e ao dólar. Esta manhã, uma libra valia 1,30 dólares, e depois das demissões fixava-se nos 1,28 (uma queda muito rápida em muito pouco tempo).
  • Acordo será "finalizado e formalizado" a 25 de novembro

    Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, já anunciou a data da cimeira extraordinária de líderes da União Europeia. No próximo dia 25 de novembro, os chefes de Estado europeus irão “finalizar e formalizar o acordo de Brexit” com o Reino Unido, o que só não acontecerá caso algo “extraordinário aconteça”. Em Bruxelas, Donald Tusk disse não partilhar “do entusiasmo da primeira-ministra” britânica, Theresa May, quanto ao Brexit, reiterando que as negociações visaram sobretudo fazer um “controlo de danos” numa situação em que todos perdem. Ainda assim, considerou o acordo justo e confirmou que vai desencadear os procedimentos necessários para a sua conclusão. https://observador.pt/2018/11/15/tusk-preve-conselho-europeu-a-25-de-novembro-para-formalizar-acordo-de-brexit/
  • Ministro para a Irlanda do Norte, Shailesh Vara, também se demite

    Antes, já tinha havido uma primeira demissão: Shailesh Vara, ministro para a Irlanda do Norte, foi o primeiro a bater com a porta. Vara, deputado do partido conservador, foi para o governo em julho mesmo tendo votado pela "permanência" no referendo sobre o Brexit. Segundo o jornal britânico The Guardian, o governante pediu a demissão por considerar que os termos do acordo "deixam o Reino Unido a meio caminho, sem previsão de quando vamos recuperar a soberania da nossa nação". https://twitter.com/ShaileshVara/status/1062971538977234944?ref_src=twsrc%5Etfw Quando, esta quarta-feira à noite, Theresa May reuniu o Conselho de Ministros, que acabou por dar luz verde ao acordo, reconheceu que o principal problema, que gerou mais discussão, era a solução encontrada para lidar com a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda (que é membro da UE), sendo que ninguém quer o regresso de uma fronteira física entre as duas Irlandas. As dúvidas e resistências foram tantas que a reunião se arrastou ao longo da tarde, acabando por durar mais de cinco horas.
  • Dominic Raab, ministro para o Brexit, demite-se

    Numa publicação no Twitter, o ministro responsável pelo Brexit, Dominic Raab, diz que apresentou a sua demissão por não poder, "em consciência", "apoiar os termos propostos para o acordo com a União Europeia". Em anexo, apresenta a carta que endereçou a Theresa May com as suas razões, onde sublinha o "respeito" que tem pela primeira-ministra. https://twitter.com/DominicRaab/status/1062992019449098241?ref_src=twsrc%5Etfw Na carta de demissão, o ministro diz que sai porque não consegue "conciliar os termos do acordo com as promessas feitas ao país nas últimas eleições", o que se torna, diz, numa questão de "confiança pública". Dominic Raab diz ainda que sai por dois motivos substanciais: primeiro, porque acredita que o regime regulatório proposto para a Irlanda do Norte é uma "ameaça real à integridade do Reino Unido". Depois, porque não pode apoiar um "acordo de backstop indefinido, onde a UE tem o poder de veto sobre a nossa capacidade de sair".
  • Bom dia. Vamos acompanhar em liveblog as principais notícias sobre o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia. Às primeiras horas do dia já há duas demissões: do ministro de Estado britânico para a Irlanda do Norte, e do ministro para o Brexit. Ambos saem em desacordo com os termos do documento.

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