terça-feira, 6 de novembro de 2018

A América vai a votos e Trump estará atento

 
Direto
Atualizado há 2 minutos
 
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EUA em direto: projeções mostram rejeição de Trump e grande preocupação com o sistema de saúde

Os americanos já começaram a votar naquelas que são consideradas uma das mais importantes eleições de meio de mandato da história do país. A maioria das sondagens indica que o sentimento anti-Trump pode levar os democratas ao controlo da Câmara dos Representantes, mas não ao Senado, que deve continuar nas mãos dos republicanos

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“Depois do que aconteceu em 2016, não damos nada por garantido”

Erin Jacot, de 27 anos, acredita que na cidade onde vive, St. Paul, no estado de Minnesota, o voto será sobretudo pelos democratas, mas tem receio de celebrar antes do tempo. “Vivo numa zona muito urbana e liberal, e por isso quase consigo apostar que as pessoas vão votar nos democratas. Mas não quero dar isso por garantido. Depois do que aconteceu em 2016 não damos nada por garantido”, diz ao Expresso, referindo-se à vitória de Donald Trump nas presidenciais daquele ano.
No local onde votou esta manhã, às 7h00 (13h00 em Portugal), assim que abriram as urnas, a jovem informática diz ter-se apercebido de uma ambiente de “satisfação” e uma sensação de “dever cumprido” entre os eleitores com quem se cruzou. “Todos os meus amigos e familiares vão votar. Estou envolvida na política local e por isso encorajei todos os que conheço a votar e ajudei-os a conhecer melhor os candidatos”. Jacot não arrisca fazer previsões sobre a participação nas eleições no seu estado, mas sublinha que, “historicamente, o Minnesota tem sido dos estados com maior participação eleitoral”.
E porquê Betty McCollum, a candidata democrata à Câmara dos Representantes pelo 4.º distrito, onde fica St. Paul, e não Greg Ryan, o candidato republicano? “Greg Ryan não tem a mesma experiência que Betty McCollum tem e, além disso, é difícil perceber através do seu site quais são exatamente as suas prioridades. É um grande defensor da 2.ª emenda [que diz respeito ao porte de armas], enquanto que Betty McCollum defende várias restrições nessa área. Ela é anti-Trump, ele não”. No geral, Erin Jacot diz identificar-se mais com os “valores” que a democrata defende e confiar na sua “experiência para resolver problemas”.
Betty McCollum segue à frente de Greg Ryan na corrida para a Câmara dos Representantes. Segundo uma sondagem do site “FiveThirtyEight”, a democrata tem 67,6% dos votos e Greg Ryan 28,7%.

Saúde é a principal preocupação

A mesma sondagem à boca das urnas, da CNN, mostra que a principal preocupação das pessoas que hoje foram votar é o sistema de saúde - é o que dizem 41% das pessoas questionadas para este estudo. Mais longe, 23% mostram-se preocupadas com a imigração, 21% com a economia e 11% com a posse de armas. Mais um sinal - e tudo são, por agora, apenas sinais, de que os democratas possam estar próximos de atingir uma boa votação. O sistema de saúde desenhado por Barack Obama, que oferece planos de saúde comparticipados pelo Estado, está a ser colocado em causa pelos republicanos, que querem substituí-lo. Tanto em terra de Democratas como em muitas das que são tradicionalmente Republicanas, muita gente se opõe ao fim do “Obamacare”.

O símbolo

É das primeiras imagens simbólicas da noite eleitoral americana: pelas 22h de Portugal Continental, 17h em Washington, a CNN abria o seu noticiário com a imagem da Casa Branca cortada por um arco-íris, esse acontecimento feliz da natureza cujas cores foram adotadas pelo movimento LGBT - era um arco-íris a exibir-se na residência oficial de um presidente tido recorrentemente por homofóbico. As redes sociais aproveitaram para assinalar o momento e referenciar o simbolismo daquele instante.

33 milhões de norte-americanos já votaram

Segundo a Catalist, uma empresa que monitoriza o número de votos registados mais cedo - o chamado “early vote” -, pelo menos 12 estados já registaram, este ano, uma participação superior à das eleições intercalares de 2014. E dois deles já registaram votações "mais cedo" superiores às das presidenciais de 2016: Kansas por quase 25 mil votos, e West Virginia por mais de mil. Pode ser mais um indicador de que estas eleições estão a entusiasmar a América como nenhumas outras intercalares. Uma sondagem da CNN mostra que 73% dos norte-americanos estão a seguir com interesse este voto - o maior número registado desde que existem estas sondagens.

O "fator" Trump

A CNN conduziu uma sondagem um pouco diferente à boca das urnas: sobre o “factor Trump”. Segundo a cadeia de televisão norte-americana, 55% dos inquiridos não aprova o trabalho do Presidente - números próximos daqueles que levaram presidentes como Obama e Bush a perder o controlo da Casa dos Representantes. Cerca de 40% das pessoas dizem que o seu voto está diretamente ligado ao seu descontentamento com o Presidente e apenas 26% aprovam as políticas da Casa Branca.

Americanos votam numa das mais importantes intercalares da história do país

Boa noite,
Estamos em direto a acompanhar as eleições intercalares nos EUA que podem alterar a configuração da Câmara dos Representantes e, assim, travar a agenda legislativa de Donald Trump, Presidente norte-americano.
No Senado, a mudança não deverá ser assim tão óbvia, com os republicanos a manter ali a maioria dos lugares, segundo a maioria das sondagens.
Estas intercalares são consideradas das mais importantes da história do país e um “referendo” aos dois anos de mandato de Trump.

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