21.08.2018 às 16h20
Na sequência de protestos acerca de casos anteriores, a Índia tornou a violação de crianças até aos oito anos punível com a pena de morte
Um tribunal indiano condenou nesta terça-feira à morte dois homens de 20 e 24 anos pela violação de uma rapariga de 8 anos, que suscitou emoção e manifestações de fúria no país. A sentença é uma das primeiras a ser pronunciada na sequência de uma nova lei, que permite acelerar os procedimentos judiciários e a pena de morte para a violação de crianças.
Na altura dos factos, há dois meses, multidões de manifestantes desfilaram aos gritos de "morte aos violadores", após a agressão da rapariga, que continua hospitalizada em estado crítico. Os réus esperaram-na frente à sua escola em Mandsaur, no Estado de Madhya Pradesh (centro), onde o pai deveria ir buscá-la. Levaram-na para um local isolado, violaram-na e abandonaram-na. A rapariga apenas está viva porque foi levada de urgência ao hospital por pessoas que a encontraram.
Na sequência de protestos acerca de casos anteriores, a Índia tornou a violação de crianças até aos oito anos punível com a pena de morte. A última execução por violação no país foi há 14 anos em Kolkata, no leste da Índia. Dhananjay Chatterjee foi enforcado pela violação e assassínio de uma rapariga de 18 anos em 1990.
Em 2016 foram apresentadas perto de 40.000 queixas por violências sexuais, admitindo algumas associações que o número representa apenas a "ponta do iceberg". A violação coletiva e assassínio de uma estudante num autocarro em Nova Deli em 2012 desencadeou manifestações em todo o país e mostrou a omnipresença da violência sexual na Índia.
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