02.04.2018 às 6h55
A empresária angolana, durante uma audência judicial em Paris, em fevereiro, a propósito do processo indeminização exigido pela Oi, usou argumentos como: “não sou boa com datas”, “não sei os detalhes, os contratos foram preparados por advogados” ou “[não encontro documentos] porque mudei muitas vezes de casa”.
A mulher mais rica de África é má com “contas” e com “datas”. Pelo menos, foi assim que Isabel do Santos, accionista da Nos, da Galp e da Efacec, escolheu retratar-se durante uma audiência judicial em fevereiro, em Paris, relativa ao processo em que a empresa brasileira Oi exige uma indemnização de 2700 milhões de euros aos sócios angolanos, avança o “Público” esta segunda-feira.
A brasileira Oi, que em 2015 ficou com a posição da PT na Unitel SA, acusa os seus sócios angolanos de lhe bloquearem dividendos num valor aproximado de 600 milhões de euros. De acordo com a tese da empresa brasileira, terão sido realizadas uma série de operações lesivas dos interesses da companhia, em benefício da filha do ex-presidente de Angola.
A Oi, através da sua participada PT Ventures, que é a accionista da Unitel SA, reclama uma indemnização de 2700 milhões de euros à Vidatel (propriedade de Isabel dos Santos), à Geni (propriedade do general Leopoldino do Nascimento) e à Mercury (da Sonangol) no processo em curso na Câmara de Comércio Internacional de Paris.
O desfecho deste processo deverá ser conhecido nas próximas semanas, dado que os protagonistas do caso foram ouvidos pelo tribunal arbitral em fevereiro.
Durante a audiência, Isabel dos Santos recorreu abundantemente aos argumentos “não sei” e “não me lembro” nas respostas às questões dos advogados da PT Ventures (PTV), escreve o “Público”, que teve acesso às transcrições daquele inquérito.
A empresária angolana usou ainda argumentos como: “não sou boa com datas”, “não sei os detalhes, os contratos foram preparados por advogados” ou “[não encontro documentos] porque mudei muitas vezes de casa”.
De todas as respostas, a mais surpreendente foi a admissão que “o meu forte não são as contas”. Foi assim que Isabel dos Santos (que tem 25% da Unitel SA através da Vidatel e é presidente do conselho de administração da empresa) quando o advogado da PTV lhe perguntou se por acaso sabia como se calculou o valor da comissão de gestão de cerca de 155 milhões de dólares que a Unitel SA se comprometeu a pagar à Tokeyna, em 2013.
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