segunda-feira, 9 de abril de 2018

GENERAL NUNDA E AS TRAPALHICES DO PGR

GENERAL NUNDA E AS TRAPALHICES DO PGR


Quando, em Dezembro passado, João Lourenço nomeou o general Hélder Pitta Grós para procurador-geral da República, as opiniões abalizadas dividiram-se sobre a militarização contínua da referida instituição judicial. Depois de dez anos sob a bota truculenta do general João Maria de Sousa, esperava-se que, finalmente, a PGR tivesse um jurista à altura para reformar a instituição e zelar pela legalidade.
Passados três meses em funções, o general Hélder Pitta Grós criou uma trapalhice que gerou a maior onda de protestos no seio das Forças Armadas Angolanas (FAA). Primeiro, ultrapassando largamente as suas competências, foi pessoalmente ao gabinete do chefe do Estado-Maior General, general Geraldo Sachipengo Nunda, para lhe pedir que se demitisse, uma vez que pretendia envolvê-lo no processo judicial da famigerada burla dos 50 mil milhões de dólares. Depois, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o general Nunda fora constituído arguido, incluindo por crimes de associação de malfeitores e branqueamento de capitais. Finalmente, Pitta Grós teve de regressar ao gabinete do general Nunda para lhe pedir desculpas.
Por sua vez, o general Nunda informa que até ao momento não recebeu qualquer comunicação oficial de ter sido constituído arguido. De facto, a PGR já pediu desculpas públicas pelo aparente equívoco, mas não esclareceu minimamente a situação.
O Maka Angola revela, em exclusivo, o esclarecimento do general Nunda.
O Esclarecimento
Em 2015, o Estado-Maior General das FAA (EMGFAA) criou a cooperativa Ondjo Yetu (que em umbundu significa a Nossa Casa), destinada a promover habitações sociais para militares e funcionários das FAA.
Por inerência de funções, o chefe do EMGFAA, Geraldo Sachipengo Nunda, passou a ser o presidente da Assembleia-Geral. “Para presidente do Conselho de Administração da Ondjo Yetu, escolhemos um dos accionistas principais da UNIPREV, o brigadeiro José Arsénio Manuel (ex-chefe de Telecomunicações do Exército) pela sua experiência na construção dos condomínios Jardim de Rosas, Tulipa Negra e Brilhante das Acácias”, refere o general.
A Ondjo Yetu precisava, então, de encontrar parceiros financeiros para desenvolver as suas actividades. “O brigadeiro Arsénio levou várias propostas ao meu gabinete, as quais não tiveram sequência”, conta o general Nunda.
Recentemente, “o brigadeiro foi ao meu gabinete e disse-me que já tinha o dinheiro para o projecto de habitação social e que este já havia sido depositado no Banco de Negócios Internacional [BNI]”, explica o general.
Nessa altura, o referido brigadeiro estava munido de um acordo de investimento assinado entre a então Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP) e a empresa tailandesa Centennial Energy, liderada por Raveeroj Rithchoteanan, que trouxe a Angola um cheque falso no valor de 50 mil milhões de dólares.
A 30 de Novembro passado, o então director da UTIP e actual porta-voz do MPLA, Norberto Garcia, assinou o memorando de investimento com a Centennial.
“A existência desse fundo vai trazer dinheiro para o mercado, vai financiar o mercado, que vai poder autodesenvolver-se. Este fundo faz todo o sentido, porque o parceiro quer é uma parceria, uma ‘joint-venture’, por esta via”, disse Norberto Garcia à imprensa após a assinatura do memorando.
O actual porta-voz do MPLA disse, na altura, que o fundo tailandês facilitaria a implementação de 688 projectos actualmente parados por falta de financiamento. Mais afirmou que “Angola tem que aproveitar este fundo, esta oportunidade”.
“Quando o brigadeiro Arsénio falou comigo pela primeira vez sobre o assunto, disse-me que os tailandeses tinham um fundo de 20 mil milhões de dólares”, explica o chefe do EMGFAA.
Precavido, o general ligou ao principal accionista e presidente do conselho de administração do BNI, Mário Palhares, tendo organizado um encontro entre este e o brigadeiro José Arsénio Manuel, para que se verificasse a autenticidade do cheque e a seriedade da operação.
A 14 de Dezembro passado, o brigadeiro José Arsénio Manuel fez-se acompanhar de uma grande comitiva, incluindo os tailandeses, ao gabinete do general Nunda. De acordo com o chefe do EMGFAA, nessa ocasião, o brigadeiro pediu-lhe que interviesse no sentido de obter a devolução do cheque depositado no BNI.
Na ocasião, a delegação dirigida pelo brigadeiro Arsénio argumentava, segundo o general Nunda, que o BNI nada fazia para operacionalizar a disponibilidade dos fundos.
Por sua vez, conforme a sua nota de imprensa de 3 de Fevereiro, o BNI “remeteu a operação às autoridades competentes” quando tomou conhecimento, nas redes sociais, de que o seu nome estava a ser usado indevidamente pela Centennial e associados.
“Expliquei ao brigadeiro Arsénio que deviam trabalhar com a UTIP, a instituição do Estado que foi responsável por ter convidado os empresários, incluindo a Cooperativa Ondjo Yetu, a apresentar projectos que deveriam ser financiados pela Centennial Energy Company”, refere o general.
Ante as reservas do chefe do EMGFAA, já em Janeiro, o brigadeiro Arsénio enviou-lhe uma minuta de acordo por escrito.
“Pediram-me [brigadeiro Arsénio] para celebrar um acordo entre a Centennial e a Ondjo Yetu, o qual eu enviei ao meu gabinete jurídico para análise”, revela o general.
Logo de seguida, o general Nunda escreveu ao presidente da República e comandante-em-chefe, general João Lourenço, informando-o sobre o projecto e a proposta de acordo.
João Lourenço, por sua vez, despachou a correspondência para o ministro da Defesa, general Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”.
A 12 de Fevereiro, o general Kianda emitiu o seu parecer ao chefe do EMGFAA, levantando dúvidas sobre a capacidade técnica e financeira da empresa tailandesa, bem como sobre a sua credibilidade.
“Como havia dúvida no despacho do ministro, achei que não deveria assinar o acordo e não o fiz”, esclarece o general Nunda.
No dia seguinte à recepção do parecer do ministro da Defesa, o general Nunda partiu para os Estados Unidos, onde, de 14 a 16 de Fevereiro, participou no encontro das chefias militares da SADC com as Nações Unidas. De seguida rumou à África do Sul, a convite do seu homólogo, para a celebração do aniversário das Forças Nacionais de Defesa da África do Sul.
A 21 de Fevereiro, recebeu a comunicação do general Altino Carlos Santos (chefe da Direcção Principal de Planeamento e Organização do EMG das FAA), fiscal da direcção da Cooperativa Ondjo Yetu, segundo a qual os tailandeses tinham sido detidos.
PGR pede a demissão do general Nunda
O procurador-geral da República, general Hélder Pitta Grós.
Já no seu regresso a Luanda, a 3 de Março, o general Nunda recebeu a visita do procurador-geral da República.
“O PGR propôs-me que eu colocasse o meu cargo à disposição. Eu respondi-lhe que não o faria porque não fiz nada que fosse repreensível nem cometi qualquer crime”, revela o general Nunda.
De forma extraordinária, o general Hélder Pitta Grós sobrepôs-se às funções do comandante-chefe das Forças Armadas Angolanas, o presidente da República. Só João Lourenço pode exonerar ou sugerir a demissão do chefe do Estado-Maior General das FAA.
Como explica um jurista, “a demissão como sanção só pode ser aplicada no decurso de um processo judicial com fundamentação. Neste caso, seja o arguido um general, seja um funcionário de uma secretaria de Estado”.
Na reunião do Conselho de Defesa e Segurança, onde ambos participaram, o presidente “disse apenas para termos cuidado com as propostas que recebemos e que as nossas instituições devem estar preparadas para detectar fraudes”.
Acto contínuo, na tomada de posse do general Miala como chefe do Serviço de Inteligência e Segurança (SINSE), o presidente João Lourenço reiterou os cuidados que os dirigentes devem ter na avaliação de propostas, sobretudo em tempo de crise, quando há maior vulnerabilidade e as tentações são maiores.
O pedido de desculpas do PGR
Vários generais de nomeada, incluindo os irmãos Luís e António Faceira, insurgiram-se publicamente pela forma arbitrária como a PGR anunciou à imprensa a constituição do general Nunda em arguido.
Para controlar os danos, a 27 de Março, o PGR, general Hélder Pitta Grós, foi ter com o general Nunda.
“O PGR foi ao meu gabinete pedir-me desculpas. Informei-o de que as desculpas deveriam ser dirigidas aos soldados e oficiais que confiam e acreditam em mim. Seria bom que o PGR lhes pedisse desculpas em primeiro lugar”, relata o general Nunda.
Para dar a dimensão da audiência a quem o PGR devia o pedido de desculpas, “disse-lhe que tenho sob meu comando mais de 130 mil soldados e oficiais e cerca de 28 mil trabalhadores civis”, afirma o general Nunda.
“Juntos, fomos ao ministro da Defesa, general Salviano Sequeira ‘Kianda’, para o PGR manifestar o mesmo pedido de desculpas e nem se falou mais na questão do ‘arguido’”, conta.
Por conseguinte, “continuamos a desempenhar as nossas funções sem quaisquer constrangimentos. Não recebi qualquer papel da PGR a constituir-me arguido”, conclui o general Nunda.
Temos aqui o caso de um PGR que quebrou a cadeia hierárquica e usurpou funções. Excedeu-se duplamente: por um lado, substituiu-se ao presidente da República, por outro, fez-se de acusador e juiz.
Sobre esta questão, o deputado do MPLA Mário Pinto de Andrade disse à Televisão Pública de Angola (TPA) que “a atitude do PGR é reprovável “. Para ele, “um país [a] sério obrigava o PGR a demitir-se”.
Quando um deputado do MPLA assume que Angola, um país dirigido pelo seu partido há 42 anos, não é “a sério”, o presidente João Lourenço deve pensar duas vezes antes de decidir as suas nomeações.
Em Outubro próximo, o general Geraldo Sachipengo Nunda termina o seu segundo e ultimo mandato, num total de oito anos, como chefe do Estado-Maior General das FAA. De 2001 a 2010, o general Nunda exerceu o cargo de chefe adjunto do Estado-Maior das FAA, tendo antes exercido o cargo de conselheiro do CEMG das FAA para a Área Operacional, de 1992 a 2001.
Simão Mateque Pelas informações prestadas pelo general Nunda, cheguei a conclusão que, o general estava à ser induzido num erro por duas pessoas muito bem identificadas por ele, que São: general Arsenio, experiente na área da construção, segundo as palavras do general Nunda, a segunda pessoa, é o sr. Norberto Garcia, pela responsabilidade que o general acarreta sob os ombros, teve o cuidado de consultar o seu superior, e isto lhe valeu apena. Bem haja general Nunda.
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Muta Hall Habdulla Por mim só há dois segredos. 
1° A rede do antigo Governo não querem a continuidade do Nunda no Governo do Jlo, o Gen. Nunda sabe muito sobre os que sairam, por isso tentaram induzí-lo ao erro. 


2° Alguém está querer enganar e minar a reputação do Jlo, tal como foram fazendo com o JES.

Agora, o Nunda, também não pode se dar o luxo de gabar-se que tem 130 mil homens, é hiperbólico, não pelos números, mas sim pela ética.
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Cordozar Manuel Tenho um vídeo na qual está lá o Nunda a assinar os milhões de dólares
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Muta Hall Habdulla Meu irmão, não posso duvidar, em Angola tudo é possivel. Eu disse somente o que penso.
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Luis Pedro Tchizuka Lp Os países mais desenvolvidos e aqueles que o governo do MPLA recorre sempre comprar tecnologias, comida e tudo mais uma coisa!será que terão de vir para também vos ensinarem a conhecerem dos vossos deveres funcionais e, como serem inteligentes e homenshonrados?!Todos vocês MPLA, seguidores e companhia limitada são uma vergonha pá!.
Mas bons PHD's na arrogância,ganância,assassinatos selectivos, roubos e mil uma maldade...
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Alberto VC Joana Pedir desculpas por não manter o segredo de justiça ou porque não fez nada? Vão aí mazé pá... mesmo que não prendam ninguém, devolvam só o dinheiro do país.
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José Carlos Elavoco General Nunda tem razão, a PGR tem muito vontade de dar show, o procurador sempre esteve ai na justiça e agora está dar uma de resolver tudo já já. A justiça não se compatua com pressa e caça as brulhas. Basta de militares na justiça civil, Mota Liz dava muito bem, os resultados de militares na PGR só foi um até agora INSUCESSO.
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Jajão Pontes infelizmente cada dia que passa começo a creditar que o MPLA é incopetente para governar,e não tem quadros capaz de dirigir esta Angola profunda.
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João Babaia Desculpas de quê! Há provas fotográficas q confirmam o general no esquema.
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Crespo Pedro Pio A sociedade civil tanto apelou que o presidente nomeasse para o cargo de procurador Geral, um civil para tal, mas o PR insistiu num militar e agora está a vista as trapalhadas
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Frank Dassala Pensou k General Nunda,Fosse do futungo das Belas !!!!!
A final é mesmo General
Do Marchal
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Maria Emilia Cerqueira Gostaria de saber se o PGR, vai acatar o conselho para ele próprio e vai pedir a demissão ??? É o vais!!
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Sainga Tiago Benjamim Benjamim Em Angola nunca vi alguém a meter seu cargo a disposição nunca se estou equivocado me desculpe.
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Sainga Tiago Benjamim Benjamim Quando Dr Sidiangani Mbimbi dizia q o nosso país era ou estava a ser dirigido pelos dirigentes vadiu,deram lhe nome de maluco.
Vejam agora Um PGR tem direito de obrigar um chefe Estado Maior G Das FAA pra demitir se?
Na verdade Se sr pisou toda a hierarquia do país,vamos JLO ,qual será a tua atitude acerca de desordem q está levar Angola a descredito total.

Averbamos
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Antonia Varela Até nem têm vergonha na cara,safados todos aldrabões e vigaristas
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Antonia Varela Isso aí são todos ladrões não sobra nenhum! Tudo umas cambadas e bichos
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Bernardo Kassongo Kassongo O povo está na poltrona assistindo a luta no galinheiro. Mas em tudo isto o maior perdedor é o pacato cidadão.
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Jose Pascoal Neut Mucanda Jr. 
Procura aí entender esta situação. Porque eu já não consegui entender quem é sério neste país. E como vão aí parar.
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Fernando Edmundo Kalungulungu Kalungulungu Kkkkkklk isto é grave! República das bananas! Qui incompetência da PGR!
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Tozé Muanha Eugênia Tam Dirigentes como estes que nem se querem tem o amor com o seu povo nem ate pensa no salário do soldado. será que vcs verficam que o soldado ganha bem.....
Acredito que se queremos uma angola melhor todos aqueles que estão envolvidos no branqueamento de
 capitais sejam julgados e condenados, para o povo acreditar sejam apresentados na emprensa no auto de condenação. ate que se fosse co Drº Jonas Savimbi nem admitiria isto matava - os para servirem de exemplo dos demais gatunos.
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Pedro Kasanda Espelha falta de instituições no pais substituidas por kixikila. O pgr que poe seu cargo a disposição. O Nkololo ainda tem muito para dar. Juristas formados no Lumumba na urss não sao capazes. Stá ai o João Pinto. Kiekie kiekie
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Armando Neto Neto Primero diz que a PGR não tem quadros capasitados para envestigar isabel dos santos e agora estas borradas todas em tão pouco tenpo!!! Alguêm serio meteria o cargo a disposição.
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Zola Messo Neste cenario, dizer q quem nao deve nao teme. Perfeitamente conhecemos as intrigas destes gsjos do mpla, que acham q eles sao os unicos q devem governar angola. Sabendo q o CEMGFAA militou na outra trincheira, muitos ai mao estso contentes a presençs do Nunda. Mas alias nunda foi lhe confiado uma missao da naçao. Este podrmos comparar com o caso miala no tempo do ditador ze kitumba. Mas agora, a verdade esta no lado de quem? Da verdade. Entao camaradas, entendas q os tempos mudaram, deus ja nao vai permitir mas isso. Vamos dar a oportunidades p quem é cmpetente, chega de considerar ou ver os outros filhos da patria como vosdos inimigos. Todos temos os mesmos direitos. Vivs angola viva a democracia
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Manuel Alves São todos Santos....!!!!
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Cordozar Manuel Nunda tá perder credibilidade neste artigo que acabei de ler
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Andre Kissi Lundingiki Neto Se isto dependesse de mim, Mota Liz deveria ser nomeado PGR.
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Agnaldo Daniel Mukawa Essa angola so tem burros e incopetentes?
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Maike Infeliz Sem comentários!!!
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Luis Gaspar Fantoche
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José Manuel Lemos Uy Foi mentira a publicação de que ele estava envolvido no caso burla ?
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Zacarias Profeta El Pibe aqui ninguem rouba toddos somos anjinhos
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Manuel José Dos Santos as trapalhices da PGR...
😂😂😂
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Caires Ribeiro grande manchete
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Pedro Kasanda Daí a essencia da eficácia dos serviços da segurança de estado..
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