quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Dor e aflição no reconhecimento dos corpos das vítimas em Quissico


Parentes das vítimas mortais do acidente de viação vivem o drama de reconhecimento de familiares carbonizados
A dor, desilusão e aflição. O estado de espírito dos familiares dos passageiros que morreram carbonizados este domingo não poderia ser diferente.
Depois de domingo algumas famílias terem tentado sem sucesso reconhecer os corpos de seus ente queridos que perderam a vida vítimas de acidente de viação em Quissico, distrito de Zavala, devido a dificuldades de iluminação, ontem logo pela manhã voltaram ao local para continuarem com as buscas.
O sinistro ceifou a vida de 12 pessoas, uma delas foi projetada no momento do capotamento e as restantes morreram carbonizadas. Destes estava o filho do senhor Agostinho Fabião, que carregava consigo uma bagagem especial. É que daqui a mais uma semana o seu filho ia receber o diploma do grau de licenciatura, na província de Inhambane.
No momento em que a equipa do “O País” esteve no local, o chefe de família passeava lado a lado em busca de artigos pertencentes ao seu filho, em particular um amplificador. Mas só depois de trinta minutos é que se veio a confirmar que o seu filho fazia parte dos passageiros que tombaram mesmo no local.
“A última vez que me comuniquei com o meu filho ele informou-me que estava em Xai-Xai, no dia 15 ele ia graduar, mas infelizmente tudo foi por água baixo”, lamentou Agostinho Fabião.
Quem também seguia no autocarro que fazia o trajecto Maputo-Inhassoro é a esposa de Samuel Manuel, que regularmente viajava a capital do país para adquirir produtos para a comercialização. Segundo conta a última vez que mantiveram contacto foi por volta das 11 horas daí já não mais teve informações da sua parceira. O esposo da vítima revelou ainda que passaram toda a noite de domingo no hospital à procura do seu ente querido, mas infelizmente não fazia parte da lista dos passageiros que deram entrada no Hospital Distrital de Quissico.
“A esta altura não nos resta mais nada a não ser aceitar esta dura realidade de que a perdemos”, desabafou.
O autocarro onde seguiam os ocupantes ficou reduzido a cinzas. De tão violento que foi o embate três árvores foram derrubadas. Algumas testemunhas que presenciaram o sinistro assim como passageiros contam que o condutor conduzia numa alta velocidade o que poderá estar na origem da tragédia.
“O condutor vinha a uma alta velocidade, logo depois da viatura rebentar um dos pneus esta pegou fogo, foi aterrorizante e bastante difícil socorrer as vítimas pois só dependíamos de areia para debelar o mesmo”afirmou Dércio Zango, residente naquela localidade.
Autoridades locais se fizeram ao local do sinistro, dentre elas o corpo de saúde acompanhado de um médico legista, a polícia de trânsito e alguns membros do governo.
Na ocasião as autoridades de saúde ao nível do distrito de Zavala, afirmam que de um total de 42 pessoas que foram internadas no domingo naquela unidade hospitalar apenas duas permanecem sob cuidados médicos, mas estão fora de perigo. No entanto os passageiros acusam a transportadora de morosidade no processo de devolução às suas zonas de origem e de não estar a cumprir com as suas responsabilidades.
O acidente aconteceu na EN1 a menos de oito quilómetros do Hospital Disitrital de Quissico, um troço descrito como sendo recorrente a ocorrência de acidente.

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