A
dor, desilusão e aflição. O estado de espírito dos familiares dos
passageiros que morreram carbonizados este domingo não poderia ser
diferente.
Depois
de domingo algumas famílias terem tentado sem sucesso reconhecer os
corpos de seus ente queridos que perderam a vida vítimas de acidente de
viação em Quissico, distrito de Zavala, devido a dificuldades de
iluminação, ontem logo pela manhã voltaram ao local para continuarem com
as buscas.
O
sinistro ceifou a vida de 12 pessoas, uma delas foi projetada no
momento do capotamento e as restantes morreram carbonizadas. Destes
estava o filho do senhor Agostinho Fabião, que carregava consigo uma
bagagem especial. É que daqui a mais uma semana o seu filho ia receber o
diploma do grau de licenciatura, na província de Inhambane.
No
momento em que a equipa do “O País” esteve no local, o chefe de família
passeava lado a lado em busca de artigos pertencentes ao seu filho, em
particular um amplificador. Mas só depois de trinta minutos é que se
veio a confirmar que o seu filho fazia parte dos passageiros que
tombaram mesmo no local.
“A
última vez que me comuniquei com o meu filho ele informou-me que estava
em Xai-Xai, no dia 15 ele ia graduar, mas infelizmente tudo foi por
água baixo”, lamentou Agostinho Fabião.
Quem
também seguia no autocarro que fazia o trajecto Maputo-Inhassoro é a
esposa de Samuel Manuel, que regularmente viajava a capital do país para
adquirir produtos para a comercialização. Segundo conta a última vez
que mantiveram contacto foi por volta das 11 horas daí já não mais teve
informações da sua parceira. O esposo da vítima revelou ainda que
passaram toda a noite de domingo no hospital à procura do seu ente
querido, mas infelizmente não fazia parte da lista dos passageiros que
deram entrada no Hospital Distrital de Quissico.
“A esta altura não nos resta mais nada a não ser aceitar esta dura realidade de que a perdemos”, desabafou.
O
autocarro onde seguiam os ocupantes ficou reduzido a cinzas. De tão
violento que foi o embate três árvores foram derrubadas. Algumas
testemunhas que presenciaram o sinistro assim como passageiros contam
que o condutor conduzia numa alta velocidade o que poderá estar na
origem da tragédia.
“O
condutor vinha a uma alta velocidade, logo depois da viatura rebentar
um dos pneus esta pegou fogo, foi aterrorizante e bastante difícil
socorrer as vítimas pois só dependíamos de areia para debelar o
mesmo”afirmou Dércio Zango, residente naquela localidade.
Autoridades
locais se fizeram ao local do sinistro, dentre elas o corpo de saúde
acompanhado de um médico legista, a polícia de trânsito e alguns membros
do governo.
Na
ocasião as autoridades de saúde ao nível do distrito de Zavala, afirmam
que de um total de 42 pessoas que foram internadas no domingo naquela
unidade hospitalar apenas duas permanecem sob cuidados médicos, mas
estão fora de perigo. No entanto os passageiros acusam a transportadora
de morosidade no processo de devolução às suas zonas de origem e de não
estar a cumprir com as suas responsabilidades.
O
acidente aconteceu na EN1 a menos de oito quilómetros do Hospital
Disitrital de Quissico, um troço descrito como sendo recorrente a
ocorrência de acidente.
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