Moçambique Terra Queimada: Discursos

domingo, 10 de setembro de 2017

Discursos

José Jaime Macuane

Discursos
Estou curioso e gostaria que tivéssemos um debate franco sobre este assunto.
Quando alguém diz que fulano ou sicrano, com as suas ideias, quer trazer o colono de volta, o que quer realmente dizer? Como essa mensagem é processada e entendida e que resultado ela tem?

Quantos têm uma referência clara sobre o que o colono foi e significou?
De que colono se fala afinal: o colono que chegou há 500 anos e foi expulso há 42 anos ainda é o mesmo que vai voltar? Neste tempo todo, ficou conservado nas suas propriedades ou mudou?
As pessoas que potencialmente acreditam neste argumento, o que as faz acreditar no mesmo?
E os que não acreditam neste argumento, em que se baseiam?
Que vantagens teria alguém em trazer um colono de volta, sendo que potencialmente esse alguém vai se colocar numa posição de inferioridade perante o tal colono?
E o ex-colonizado, depois de 42 anos de independência, não aprendeu nada? Não se libertou? Não ficou independente? Não se tornou um sujeito da sua própria vida com ideias próprias, mesmo com toda a educação e todas as conquistas da independência? E se afirmativo, porquê isso não aconteceu?

Comentários

Marques Abdala Boa abordagem Dr

Esaúú Cossa Reflexões complicadas!!!

João Pedro Muianga José Jaime Macuane, isto só pode sair da boca de quem está desesperado e que se apercebeu de que seus argumentos perante seus insucessos não convencem a mais ninguém, recorrendo a um argumento que não só insulta a oposição senão também aquele povo que já se desfez do colonialismo.
Será que o Governo de Moçambique ao aceitar investimentos com da RSA, está a trazer apartheid em Moçambique, ao atrair investimentos italianos, alemãos, está a trazer fascismo e nazismo para Moçambique?
É no mínimo e sem dúvida um discurso ilógico.

3/9 às 15:02Editado

Moiane Telma da Gloria Debate quente este. Mas eu acho que o colono dos 500 anos não volta mais. Mas só o facto do nosso país viver de ajuda financeira externa é uma colonização, que no meu ponto de vista chamaria de colonização moderna, onde quem injecta dinheiro é quem manda.

Joao Jone Chicote Se este for o colono, então estamos colonizados a mais de 30 anos.

Felisberto Luis Machava COLONO COMO COLONO JA MAS DOCTOR .ENTENDO EU K A COLONIZACAO AGORA é financeira n conseguimos nada sem ajuda esterna as nosas mente ja estao colonizad .

Joao Jone Chicote Então, estamos recolonizados há mais de 30 anos, com a adopção do PRE.

Tomás Jorge Brown CB E eu penso que...a partir do momento em que o FMI e o Banco Mundial "obrigam" nos a adoptar reformas como condição para obter o financiamento, estamos perante uma nova forma de colonização

Joao Jone Chicote E quem vai trazer isso é a oposição?

Joao Jone Chicote E vivemos com o FMI a mais de 30 anos.

José Jaime Macuane Aos que apontam para a "colonização" pelo capital internacional e suas instituições, como o FMI, penso que ainda não responderam à questão, porque isso não é uma volta, é uma "colonização" que já existe e já oficialmente aceite pelo país e não está a ser trazida de volta.

3/9 às 15:03Editado

Ussene Paulino Ussene Eis aqui o dilema!!!
Para pensarmos neste assunto devemos reflectir sobre o "NEO COLONIALISMO".
Devemos reflectir de forma seria e pouco apaixonada!!!
Ha interesses incofessos quer do lado dos que negam esta ideia assim como dos que apoiam-na.
Certa vez em conversa com um amigo de ocasiao por sinal europeu-portugues, ele Dizia: " Moçambique é minha terra, voces arracanram-nos esse País e estragaram-no"
E la vieram varios comentarios de meia duzia de Portugueses, conterraneos deste que reclamavam esta pertença sobre este Moçambique.

José Jaime Macuane Mas haveria algum moçambicano interessado em trazer esses que se sentem donos de Moçambique de volta e na sua posição de "donos"?

3/9 às 15:12Editado

Ussene Paulino Ussene Infelizmente ha mocambicanos incautos e que facilmente sao manipulados pelos que se dizem ser donos legitimos deste territorio...
E uma grande arma que geralmente tem sido usada pra manipular esses mocambicanos é a pobreza....

3/9 às 15:29Editado

Josué Tambara Ussene Paulino Ussene E porque não acabamos com a tal pobreza deles?

Ussene Paulino Ussene A pergunata seria como posso acabar com a minha pobreza....
Ninguem pode te deixar rico se nao vce mesmo!!!

Josué Tambara Ussene Paulino Ussene a minha resolvo na minha forma tirando o pouco dos objectivos da sociedade

Ussene Paulino Ussene Entao se Cada um de nós resolvesse a sua pobreza, no final das contas o resultado seria positivo...

Joao Jone Chicote Companheiro Josué Tambara traga-me elementos objectivos e não a ladainha de alguns frustrados. Nem a nova geração de portugueses irão querer recolonizar o país.

Damiao Cumbane Esses que alimentam tais discursos, são movidos por duas intenções ou três:
1. Aqueles que substituíram o colonizador europeu, tornando - se eles próprios colonizadores de seus próprios povos, acumulando riquezas individuais astronómicas que nenhum ou poucos colonizadores conseguiram ao longo de centenas de anos de colonização alimentam esse discurso como meio de defesas da sua própria colonização e, continuarem com o seu status quo;
2. Os que são acusados de pretenderem trazer o imaginário colonialismo (de volta) nunca estiveram no poder ou, nunca governaram, como alguém lhes presume intenções sem provas ou elementos factuais pois, à Europa ou América, todos vão ou iriam buscar apoios que viriam de formas e feitios diferentes.
3. Os tais que alimentam ideias de que os outros possam trazer o colonialismo de volta, constata - se que toda a sua vida económico - financeira é um verdadeiro concubinato com os decendentes ou escória dos colonizadores.

3/9 às 15:17Editado

José Jaime Macuane Mas para que audiências esse tipo de discurso se dirige e que ressonância tem nessas audiências?

Hermes Sueia Professor, ninguem se deixa distrair por esse discurso.........No caso da cidade de Quelimane, so regressaram para festejar os seus 75 anos filhos da cidade............Nunca se perde o estatuto de filho legitimo quando todos sabemos onde enterramos o cordao umbelical. Afinal, pertencemos todos a uma aldeia global,

Hermes Sueia A colonizacao constroi se no nosso imaginario mental............

Alexandre Vaz Chana Foi simplesmente infeliz este discurso.A uma tendencia constante e continua de retrocedermos nos nossos propositos.Antes falavamos de Apostolos de desgraca qual era o proposito,de m"Maos externas" e mil e uma coisa.Quem de facto nos trouxe a desgraca?Que maos externas nos estao maltratando?Acredito que seja uma va tentativa de distrair os "distraidos"

Ussene Paulino Ussene Ainda é uma realidade esta....

Foto de Ussene Paulino Ussene.

Josué Tambara Este teu bife está envenenado. Quem comer dela e castigar o dono desta terra, morrerá até sua raça dizer chega. Não brinque com o negro. Pode dormir muito mas quando ele acordar, será o maior terrorista q já houve na face da terra.

José Jaime Macuane Faltou a bandeira da China.

Ussene Paulino Ussene Faltou sim..
E faltam algumas claro!!!
So que estas sao as tradicionais!!!

José Jaime Macuane Ussene Paulino Ussene , mas qual é a influência de Israel actualmente na África, ou a tem por intermédio de proxies?

Ussene Paulino Ussene Israel é uma caixa de Pandora. O lobby Judeu no mundo é extremamente obscuro que acaba se tornando dificil falar deles mais tambem pelo facto de estes agirem na sombra.
Israel!!! Eish...
Professor J.J.M
Eu pessoalmente olho pra Israel como uma faca de varios gumes..
Uma serpente...

José Jaime Macuane Ussene Paulino Ussene Eu entendi onde queria chegar, por isso fiz a pergunta sobre proxies, mas essa interpretação presta-se a muitas coisas, algumas delas pouco consistentes e até conspiracionistas.

Ussene Paulino Ussene É, tambem concordo quando Falas de analise com alguma tendencia conspiracionista.
Ha muitas zonas de penumbra sobre este assunto ilustre. Mas em fim....

Ussene Paulino Ussene Na verdade Israel foi feita de proxies e ela Actualmente se faz de proxies...
Minha opiniao!!

Ben Nguenha Israel significa Biblia?

Júlio Mutisse Palermices

Júlio Mutisse Desculpe a palavra mas é isso mesmo. Palermice

José Jaime Macuane Mas são palermices que, surpreendentemente, ouve-se gente supostamente madura a repeti-las.

Júlio Mutisse Kkkk temos que rever juntos conceito de maturidade. Kkkkk

José Jaime Macuane Daí o "supostamente"...

Xavier Chirrime

Nico Voabil O medo de perder o poder de colonizar é ser colonizado.
Se foram eles que descolonizaram o pais porquê teme?

Josué Tambara He wena. O discurso me parece estar a sair de quem é Ilhéu ou, talvez, melhor quem vive numa caverna onde fixar olho na pequena luz que lá entra torna pecado. Há pessoas que gostam do sofrimento. Ter medo de pensar além. Gostam do conformismo. De que este mundo mudou e quebraram-se às fronteiras poucos sabem. De que só nos falta encontrar um líder mundial, eles não têm noção e se iludem em ser patriotas de algo que encontraram e irão deixar. É deste pedaço de terra, Pátria, que até matamos os outros e mesmo assim nada ficará em nossa posse. Nem o colono e nem o patriota existe. Quem é o colono mesmo?

José Jaime Macuane Há um conceito de patriotismo à Moçambicana que ainda precisa ser debatido, no contexto em que está a ser produzido e no seu significado.

Fernanda Lopes José Jaime Macuane

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Ussene Paulino Ussene O conceito a que o professor se refere como conceito à mocambicana peca e abre espaço pra discussao quando se percebe que ele é "linkado" a certos esteriotipos etno-partidarios....

3/9 às 21:06Editado

Antonio Serra Venho reparando que somos férteis em conceitos "por conveniencia" que deixariam Max Webber de queixo caído. Por exemplo patriota pra mim é amar a Pátria mas para alguns é pertencer a um partido. Inclusão é comício, etc

Jose Roque Os que assim sustentam querem a todo custo combater o Neo-Colonialismo!

José Jaime Macuane De que forma querem combater o necolonialismos, se não fica claro de que colonialismo ou colonialista estão a falar?

Hermes Sueia Temos que comecar primeiro pela harmonizacao de conceitos. Qualquer um de nos arrisca se a sair de Mocambique por uns anitos e no regresso ser recebido como colonialista. O que nos safa eh que somos pretos. O preto nao pode ser colono.......

Curriculo Ensino O defeito dos defeituosos e esse, esse lugar camarada nao e seu, melhor calar se nao os cegos que lhe empossaram, ficam mais de vergonha do que voce como bruto.

Constantino Joao Quem proferiu o tal discurso fé - lo acreditando no que diz, de certeza que esse indivíduo está irremediavelmente "revestido" de ignorância sem "precedentes".

Dito Sambo MUITO QUENTE E PERTINENTE O TEMA. Contudo, vejo o assunto em alguns prismas:
1. Captulacao de ideias pelo efeito imitacao;
2. Capitulacao economica pela superioridade de quem "apoia";
3. Imposicao de ideias por parte de quem "apoia".
Porem, as ideias acima nao sao em si retorno da colonizacao.

José Jaime Macuane Então, o que são?

Dito Sambo Se levadas a teoria da necessidade podem conduzir a depencia e o dependente facilmente se manipula.

Sopha Mbata Macoda Pelas abordagens políticas que tem sido proferido, induzem a massa popular no sentido do colono aos moldes dos "500 anos". Não acredito nessa possibilidade, ora os contextos históricos são diferenciados, porém, importa para as nossas lideranças, possuírem sentimentos de pertença e menos egoístas. É preciso apostar na formação do conhecimento.

Gito Katawala Quando foi da primeira vaga de portugueses que chegaram ao país depois da crise dos PIG, eu tive várias conversas com alguns "opinion makers" daí da praça. Eles se inclinavam mais no argumento nacionalista e soberania, não aceitavam na possibilidade de serem inadvertidamente xenófobos, só diziam que os respeitassemos porque eles sacrificaram-se bastante para expulsar o colono.

3/9 às 17:25Editado

José Jaime Macuane Penso que o respeito pelo papel histórico dos que expulsaram o colonialismo não deve ser posto em questão. O que é questionável é a forma como alguns discursos acabam colocando em causa e menosprezando o legado da luta pela independência. Como depois de 42 anos de independência alguém pode dizer que as pessoas ainda agem como colonizadas? O que estaria a dizer do seu legado de luta e da governação dos 42 anos de independência com este tipo de discurso?

3/9 às 17:23Editado

Joao Vembane São muitas, mas relevantes questões. É muito arriscado responder a uma apenas, porque são bem interelacionadas. No entanto me é difícil assumir a possibilidade de resposta somatória.
Mas na minha opinião tudo se torna problema quando apenas vejo preto ou branco, e mais nada. Ou seja, ou és dos meus ou contra.
Se o colonialismo existiu/existe a questão é será que eu consegui me safar dele, como um rio que corre ali no entre as margens e decido mergulhar ou não? Se eu entender que sou até certo ponto produto dele, então porque apontar dedos e não buscar soluções as adversidades que me afligem hoje, como me parece sugerir Walter Mignolo? Como concordo con Sartre, "Não importa o que fizeram com você. Importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você."

Raul Junior Os que moram em Lourenço Marques ou próximo desta cidade recomendo a frequentar Than Bic na praia da Makaneta. Não precisa de fazer entrevista por que pode ser difícil. Vejam a relação Boer vs pretinhos que lá trabalham! Só isso. Depois podem fazer inferências, os historiadores podem fazer o estudo do passado do dono dali, os sociólogos e antropólogos podem fazer a sua interconexão com diversos segmentos que lhe permitiram estabelecer se aí. Francisco Júnior pode fazer a melhor reportagem sem necessidade de ir ao Ruanda!

José Jaime Macuane E tudo por ajuda da oposição que sempre foi muito forte e governa desde sempre em Maputo e arredores.

3/9 às 17:18Editado

Raul Junior Depois podem dar uma voltinha pelas casas dos citadinos de Maputo para compreender as lógicas de relacionamento entre empregadas domésticas versus patroas. Estou a falar de relação preto preto!

Joao Vembane Justamente... são as lógicas de colianialismo Vs colonialidade (do poder) como nos sugere Anibal Quejano

Benedito Mamidji Esse é um discurso de recurso que muitos regimes políticos em África usam para rechaçar qualquer posição crítica ao seu poder. O Zimbabwe de Mugabe é o exemplo mais expoente. Desde a ascensão da oposição Mugabe tem recorrido a esse discurso para se manter no poder. No nosso caso, esse discurso não é novo. Veja-se o poema épico do nosso poeta-mor em "As Saborosas Tangerinas de Inhambane". Os escritores Angolanos destrinçaram esse discurso com mais perspicácia. Pepetela em "Geração da Utopia", e Boaventura Cardoso em "Maio, Mês de Maria".

Maximo Bonifacio Bonifacio Alguns cofundem racismo com colonizacao. Por outro, pessoas com poucos ou nenhum argumento, recorem a essas expressoes "extereis"para tentar ofender os outros.

Edmu Joao Panguene Esse discurso visa directamente ãos opositores do regime do dia

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Antonio Serra Isso de trazer colono de volta so pode estar a vir de alguém que parou no tempo a muito tempo e ainda não se apercebeu ou de alguém que está sem ideias nem argumentos dos tempos modernos. Há gente que insiste em não perceber que hoje se faz política diferente de a 15-20 anos. São aparentemente jovens com ideias da idade média. São estes que deveriam ser expurgados como diz o secretario dos antigos combatentes

Joao Vembane Nada de expurgar... melhor toma-los como fontes de história dessa idade nos dias de hoje. pelo menos quem nasceu nos dias do multipartidarismo terão terão oportunidade de ouvir coisa que se falava naqueles séculos...kkkk

Xavier Chirrime Leia publicação no mural de Egídio Vaz

Eliha Bukeni Samora Machel sempre destacou que a luta da Frelimo não era contra os Portugueses, mas sim contra o colonialismo português. Portanto, o colono não é identificado pela cor da pele ou pela sua nacionalidade, mas sim pelas suas práticas, atitudes ou acções. Fiquei bastante triste ontem ao acompanhar a reportagem sobre a visita do PR ás obras da estrada Mocuba - Lugela. que se encontra no traçado da estrada Mocuba - Milange. A asfaltagem deste troço da estrada de menos de 100 km está a ser a em pedacitos pela Mota Engil. Ontem, o PR visitou as obras de um troço de cerca de 20km, que está a ser construído com financiamento da UE de cerca de 18 mihões de Euros. Entretanto,vão ficar por asfaltar 37 km porque a ANE ainda está a mobilizar fundos. Fiquei triste porque não me sai da mente que existem cerca de 1.200 milhões de USD (USD 500.000,00+USD 700.000.00) sacados dos cofresdo Credis Suisse e do VTB em nome do Estado moçambicano para contas "fantasmas", visto que o Ministério da Ericino de Salemafesa Nacional, da Economia e Finanças e o Banco de Moçambique já declararam que não receberam um único tostão. Se tomarmos em linha de conta o conceito de colonizador de Samora Machel, os que contrataram as chamadas dívidas ocultas em nome do humilde povo moçambicano são os verdadeiros colonialistas, que se substituíram aos expulsos por Samora Machel em 1975!

Jose Roque Não precisamos indicar o colonialista que estamos a combater? Por ex: Todos os meus vizinhos devem deixar de se prostituir. Na minha opinião não haverá espaço pra nomes visto que aquele que tem estado a se prostituir e sendo meu vizinho é claro que deve parar com esta prática!

Carina Suleimane Suleimane O termo colonização carrega por si uma conotação negativa, a colonização no geral foi negativa para os africanos, em particular para os Moçambicanos. O grande erro que se comete ao se analisar este assunto, principalmente das (figuras nacionalistas e os libertadores da pátria) é pelo simples facto de se limitarem exclusivamente nos aspectos negativos do colono e da colonização, esquecendo-se que existiram colonos que chegaram a mocambique no século XV e nunca mais voltaram, tiveram filhos, adquiriram hábitos e costumes africanos/moçambicanos, socializaram-se.

José Jaime Macuane De facto a colonização nunca é vista nesses termos, é vista apenas como conquista, dominação exploração. Creio que mesmo na historiografia moçambicana, que foi influenciada pelo materialismo dialéctico, não há essa reflexão sobre o colonialismo.

Carmelo Pontes Quem é o colono? O ocidental ou oriental? Se calhar é o próprio africano? Ou uma instituição supra nacional? Quem pode afirmar com certeza? Obviamente ninguém, mas em todo a questão do colono pode propiciar mudanças na política de saúde, nunca se sabe, fazendo analogia com a religião a segunda vinda de Cristo ocorre precisamente com o arrebatamento dos justos. Será que o retorno do colono vai coincidir com mudanças na comunidade política. Pouco provável o colonialismo é passado foi aniquilado nas décadas de 60 e 70, pouco provável os defensores daquele sistema impudico, exploratório voltarem a maior parte caminha na faixa dos 90 a 80 anos, pouco provável tomemos o discurso como falso alarme

José Jaime Macuane O uso do colono no discurso não chega à esses nível de reflexão, é mais imediatista e simplificador.

Carmelo Pontes convenhamos o discurso do colono ja perdeu peso no panaroma politico nacional, os olhos abertos no presente e atencao virada para o futuro

Fernando Costa Infelizmente têm se notado com certa frequência nas redes sociais, em torno de certos debates ou até comentários sobre alguma questão, pessoas que não se sentem confortáveis quando se apresentam ideias e ou comentários que contrariem seus pontos de vista.....partem sempre para o ataque, desviando-se do essencial .....

José Jaime Macuane Infelizmente...

Xavier Chirrime Perdoa, Prof. O visado (esse alguém que mencionou fulano como pretendendo trazer de volta o colono com suas ideias) é um apriorista incauto. Um dia, lá bem atrás, teria defendido que uma das partes ia fragilizada à nossa Viena do Centro de Conferências JC com simples argumento de que a composição da equipa não tinha nomes amantes. A nossa subjetividade por um lado deturpa o sentido do discurso alheio e por outro nos faz produzir discursos de que desconhecemos o verdadeiro alcance, até os próprios meandros deste. Sobre o colono, e indo ao encontro das questões colocadas aqui, precisamos, pra o melhor entendimento de todos, conceptualizar, fragmentar, dimensionar, etc.

Cortez Malaquias O que tenho notado é a diabolização do colonialismo português. Porém, nós outros que não tivemos oportunidade de viver "o antes de 1975" temos certas dúvidas sobre o que foi realmente o colonialismo. Senão vejamos:
-o mês de Agosto as cidades da Beira, Quelimane e Nampula celebram aniversários de elevação à cidade. A pergunta que não cala entre os jovens é: como os colonialistas em tão curto de tempo construíram uma cidade tão grande, como a de Nampula, e nós em quase meio século de independência não conseguimos expandir em pelo menos 1/4?
- Se os colonos viveram num período em que o parque automóvel era tão insignificante, como ousaram em construir avenidas tão largas como a Eduardo Mondlane, e nós com engarrafamentos que vivemos actualmente, os municípios nos apresentam planos urbanísticos que contrastam com a realidade actual?
Irmãos, são inúmeras questões que podia arrolar neste comentário que nos faz reflectir se realmente a expulsão total dos tais colonos foi boa ideia ou se devia apenas mudar a administração do país.

José Jaime Macuane Se começares este tipo de discussão vão dizer que és apologista do colonialismo e vão querer fechar o assunto. Sei de alguém que foi ameaçado de morte e tudo por menos.

4/9 às 16:41Editado

Cortez Malaquias Sei.

Magacebe Majacunene Administracao!
Ao que consta e ha imensa memoria escrita,a administracao publica na epoca colonial tem exemplos de como bem administrar o Estado.

Rodrigo F. Rocha A explicação é simples: quando há falta de ideia e capacidade de governação, tem de se procurar desculpas e distracções. Quanto à primeira temos a sempre pronta e útil desculpa da "mão externa". No que toca às distrações ou enfatizamos feitos desportivos para alimentar o ego das massas, ou procuramos o "bicho-papão" para assustar os mais incautos.

José Jaime Macuane A variante mais primária da mão externa, um pouco anacrónica, porque era mais usada nos tempos do antanho, parece que alguns querem recuperá-la no discurso. Haja reciclagem e padronização do discurso.

Salomâo Nicasse É um discurso descabido com escassez de ética, isenta da moral. Há tanta papagaice aqui

Brazao Catopola Este tipo de discurso nos remete ao cruzamento de dois pensares que no fundo têm ou veem neles a necessidade de legitimação de quem o enuncia. 1) se olharmos para quem o diz veremos que o mesmo tem uma necessidade de reiterar a ideia de grupo paternalista ou de espírito Salvador. Ao dizer "querem trazer de volta" indiretamente mostra que "eles" querem destruir o que fizemos. Vale lembrar que colonialismo =explorador e esse foi eliminado por alguém que deu-nos a paz. Se nos deu a paz, a independência então nós temos uma dívida com esse pai. Entramos para o segundo aspecto. Quem tem direito a explorarar? Há então a necessidade de legitimar por direito (obtido pela história de libertação ) de explorar nem que seja pela via Neocolonialista incluindo aqui parcerias "estratégicas" com multinacionais ou capitais estrangeiros. Nesse sentido, porque eu sou, por direto obtido, o bom explorador, o legítimo, tenho o direito de alertar ao povo que aquele que não tem esse direito, e que muito provavelmente devido a reconfiguração do colonialismo na atualidade faria o mesmo que eu, não pode fazer. Assim nesse dizer há legitimidade de afirmar bom e mau explorador no contexto atual e não necessariamente aquele colono arcaico e derrotado.

4/9 às 10:57Editado

José Jaime Macuane A minha questão é de como se garante a credibilidade deste discurso e que audiência acredita nele. Parece que se está a falar para uma plateia sem referências. E fica estranho em certos lugares com forte influência do colonialismo português e muitas nuances, como a Zambézia, que se tenha um discurso deste tipo.

Brazao Catopola Entendo, mas a grande questão é exatamente essa, desconstruir referência ou pelo menos reelaborar as referências e dai dar opção de escolher o que se quer que se escolha (agir estratégico habermasiano).

Nuno Pires O problema foi, premeditadamente ou não, confundir colono com colonialismo. Quase todos os povos, incluindo os moçambicanos, são descendentes de colonos. Há que entender a temática e a dinânica das migrações.

José Jaime Macuane De facto, mas essa vertente de colonização nunca é explorada. A colonização é vista apenas no sentido político.

Bento Caetano Debate interessante Doctor! São ideias muito infundadas, geralmente de pessoas quase sempre infelizes nas suas ideias. Colono no entanto que colono dos 500 anos já mais voltará, nem há espaço para tal acontecer, agora a pior colonização que o povo deste pais está vivendo é está protagonizada por um grupo de pessoas que intitulam-se donos desta nação, alegando ter sido eles os libertadores deste Pais razão pela qual podem sim passar por cima da lei e, o principal alvo de tudo isso infelismente o povo.

4/9 às 18:12Editado

Francisco Americo Tovela Tovela Para mim, isso tudo acaba se resvalando na questão da conscientização ao "povo" a ideia de Movimento de libertação, transformação em partidos políticos, esse aspecto os "pseudo" continuadores destes, encontraram formas de hostilizar seus povos fazendo-os crer q os ideiais outrora levados a cabo por estes ainda são os mesmos hoje, o que não constitui verdade, dai, não aceitam análises e opiniões diferentes, dai a associação ao "tal regresso do colono". Para mim isso encontra resposta nestes termos.

Ontem às 11:21

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