sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Jornalista e escritora morreu esta sexta-feira no Hospital de São José, em Lisboa.

 EM ACTUALIZAÇÃO

Morreu Manuela de Azevedo, a primeira jornalista portuguesa

 Tinha 105 anos.
Manuela de Azevedo nos anos 1950
Foto
Manuela de Azevedo nos anos 1950 DR
A jornalista e escritora Manuela de Azevedo morreu esta sexta-feira, aos 105 anos, no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internada desde terça-feira, informa o Sindicato dos Jornalistas em comunicado.
Manuela de Azevedo foi a primeira mulher a ter carteira profissional de jornalista em Portugal.
Nascida a 31 de Agosto de 1911, a jornalista fez carreira em jornais como o Século, República e Diário de Notícias.
Sofia Branco, presidente do Sindicato dos Jornalistas, recorda ao PÚBLICO que Manuela Azevedo foi das poucas que “atravessou toda a evolução do jornalismo”, deixando, por isso, uma “memória do jornalismo passado” e “da forma como se fazia jornalismo” à época.
No dia do seu aniversário, em Agosto do ano passado, Manuela de Azevedo foi homenageada numa iniciativa conjunta do Museu Nacional de Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas, e que contou com a presença do Presidente da República, que a condecorou com a Ordem da Instrução Pública. Aí, diz Sofia Branco, mostrou ser uma “figura com uma memória incrível”, “com 105 anos contou histórias com um detalhe impressionante”. Entre as quais, a jornalista recordou como foi recebida quando entrou nas redacções portuguesas, numa altura em que eram poucas as mulheres que exerciam a profissão, revelando que foi tratada pelos homens com “cavalheirismo”, e dizendo, durante a cerimónia, que registava com “agrado” o facto de actualmente metade das redacções serem compostas por mulheres.
De entre os conselhos deixados por Manuela de Azevedo, Sofia Branco destaca uma frase: “O jornalista diz o que pensa e pensa o que diz”. Em concreto, foram “extraordinários conselhos” deixados pela mais antiga jornalista em Portugal a uma plateia composta por jovens que começavam a abraçar a carreira jornalística. “Era uma figura singular. Com uma vida muito cheira”, refere a presidente do Sindicato dos Jornalistas.

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