Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Entre
esses estão os que até aqui têm beneficiado do estado de coisas. Gente
que empoleirada e encostada luzia e brilhava até sua mediocridade em
função dos serviços prestados ao regime do dia.
Num
quadro deplorável em que os resultados apregoados não se concretizam e
em que fica cada vez mais claro que os detentores do poder estão
puramente governando-se, desprezando e esmagando as leis, o país sangra.
A hemorragia pode ser fatal, pois não surgem sinais de sanidade
governativa.
Os ministros estão-se governando, numa promiscuidade jamais vista.
As
adjudicações de empreitadas por ajuste directo deveriam ser motivo de
urgentes CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A voracidade em
acumular proveitos ilícitos tira qualquer autoridade moral e
governativa.
Os
impasses políticos actuais devem ser lidos como resultados directos de
uma postura contra natura e totalmente incompatível com o conceito de
governação republicana e democrática.
Há
os que não querem entendimentos porque isso iria prejudicar as suas
projeções económicas e financeiras. O saque dos recursos públicos
terminaria.
Os
sacos azuis em que se transformaram as empresas públicas conheceria
fim. As arbitrariedades judiciais seriam controladas e impedidas.
O artifício da partidarização do aparelho de Estado criou uma máquina de delinquir asfixiante.
Um partido até histórico desnaturou-se em função de inte interesses umbilicais inqualificáveis.
Aquele
“empoderamento” económico historicamente justificável foi desvirtuado e
colocado ao serviço de interesses e ambições pessoais de dirigentes
antes insuspeitos.
Agora que esgotaram as fintas, estão aflitos porque não sabem o que o futuro próximo lhes reserva.
No estilo característico e já verificado aquando da Primavera Árabe, vemos forças importantes resistindo aos ventos da mudança.
Os duros e falcões unem-se para imporem as suas regras e impedirem que os avanços rumo a uma democratização efectiva aconteçam.
Uma
estratégia de sobrevivência estranha e enganosa empurra o país para o
desastre, e os que poderiam contribuir para o que é necessário fecham-se
nas suas mansões maquinando contra os moçambicanos
Depois de aparentemente goradas as emboscadas planificadas, existem os que continuam defendendo a savimbização.
As tréguas estão sendo meticulosamente violadas sem que se conheçam posições vigorosas de repúdio.
Tudo indica que continua havendo vários comandos, pois o que o PR diz é contrariado por subalternos.
Ou
estamos perante uma confusão programática grave. Fala-se de coesão, mas
são tantos os centros de poder e obediências que se atacam e
contra-atacam mesmo em público. Face à ingenuidade política que
demonstram mentes cansadas e à inutilidade dos intelectuais orgânicos,
atrasam-se processos que colocariam o país nos carris.
Tudo
porque persiste uma concepção de que Moçambique lhes pertence em
exclusivo. Esta é a triste e deprimente mensagem que lançam muitos dos
que um dia se arvoraram de combatentes pela liberdade e independência.
Mas, como se pode ver, o povo moçambicano é resiliente e combativo.
Assim
como antes se bateu contra o colonial-fascismo bateu-se contra as
pretensões ditatoriais de alguns “revolucionários” trasvestidos.
Há que empurrar o processo visando garantir que os pretendentes da guerra não triunfem.
A paz vale mais do que as fortunas acumuladas e as que se pretendem acumular.
Somos moçambicanos e temos de aprender a conviver como tal.
Não há ninguém superior nem mesmo os que procuram vender tal imagem na comunicação social.
Vamos assumir que jamais será a beligerância que resolverá os nossos problemas.
Há que ter redobrado cuidado com a subtileza e os golpes baixos.
Os
que armaram ciladas no passado existem. Se não conseguirmos
colectivamente dizer “não” aos seus desígnios malignos, teremos o país
descaindo para mais banhos de sangue.
Jamais nos esqueçamos que há sádicos vivos, mesmo quando em hibernação.
Estender as tréguas é o único imperativo nacional.
Nisso é que se revelarão os verdadeiros heróis. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 27.02.2017
Na página dada pelo "link", acima da estatística tem um relógio marcando a data, minutos e segundos, e os números da estatística VÃO MUDANDO E SENDO SOMADOS A CADA SEGUNDO OU MINUTO.
O meu douto amigo Francisco Moises, de há muito escancara por aqui a "foto" nítida, clara, ampliada da desgraça do povo moçambicano, causada por dois aterradores monstros que nada devem aos fantásticos seres das lendas gregas. Mas esses dois monstros se dizem homens!
Os monstros já há alguns dias deram uma trégua na sua farsante luta, abraçaram-se e planejam um banquete da "paz" sobre um tapete ilustrado com milhares de caveiras e bordado de vermelho sangue!
Um nojento telefonema, é o valor que se deu a centenas de mortos pelo capricho desses dois monstros, em farsante e combinada luta, cujos golpes desferidos já não enganam a mais ninguém, a não ser a eles próprios.
Ave Dhlakama! Ave Nyusi!
Relógio da população de Moçambique
26-02-2017 22:54:49
29 282 363 População atual
14 263 918 População masculina atual (48.7%)
15 018 445 População feminina atual (51.3%)
172 161 Nascidos neste ano
2 884 Nascidos hoje
50 851 Mortes este ano
852 Mortes hoje
-819 Migração líquida este ano
-14 Migração líquida hoje
120 491 Crescimento da população este ano
2 018 Crescimento da população hoje
852 mortes HOJE, 26 de fevereiro, até ás 22:55 hs.