segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Carlos Mesquita não fala da contratação por ajuste directo da empresa Transportes

Início  Política  Política  Carlos Mesquita não fala da contratação por ajuste directo da empresa Transportes


Ministro dos Transportes e Comunicações diz que conhece e respeita a lei
“Eu conheço a lei e respeito a lei. Quando o dia chegar, eu irei falar. Obrigado”. Carlos Mesquita reagiu de forma muito breve a um assunto que está a alimentar polémica sobre a ética e integridade pública dos titulares de cargos públicos. O repórter (António Tiua) que o interpelou na Assembleia da República ainda tentou insistir, mas o ministro dos Transportes e Comunicações estava firme nos passos e na resposta: “Não tenho mais nada a falar. Já disse o que tinha que dizer”, afirmou Mesquita, sem interromper a caminhada pelo corredor do Parlamento.
Enquanto não chega o dia em que Carlos Mesquita vai falar, a contratação por ajuste directo da empresa Transportes Carlos Mesquita para prestar serviços de transporte e carga ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) continua a alimentar debate na esfera pública. No programa “Pontos de Vista” da Stv, que passou no último Domingo, os comentadores defenderam que, do ponto de vista ético, é questionável a adjudicação directa de um negócio do Estado a um membro do Conselho de Ministros. Ericino de Salema começou por explicar que ainda que o Ministro possa se defender, afirmando que se retirou da gestão da empresa após assumir a pasta dos Transportes e Comunicações, o negócio é problemático, sobretudo, tendo em atenção a qualidade dos sujeitos envolvidos na adjudicação directa.
“O director-geral do INGC foi vice-ministro e mesmo não sendo membro do governo participava habitualmente das sessões do Conselho de Ministros e agora aparece a adjudicar, sem concurso público, um negócio à empresa de Carlos Mesquita. Do ponto de vista político e da ética governativa estamos perante um assunto muito sério e há que clarifica-lo com a maior brevidade possível”.

Já Tomás Vieira Mário disse que o caso Carlos Mesquita faz parte daquilo a que designou de questões histórias complexas com as quais Moçambique terá de lidar por muito tempo. A primeira consiste em saber “como descasar o partido da independência (Frelimo) do Estado” e a segunda é “como separar a política de negócios”.
Sobre a contratação directa da Transportes Carlos Mesquita pelo INGC, Tomás Vieira Mário considera que ainda que “eticamente não é crível que a influência do Ministro não se fez sentir”, mesmo que Mesquita afirme que passou a gestão da empresa a terceiros. “Há sempre um elemento subjectivo que é inevitável, quando aparece uma empresa com o nome do Ministro a concorrer. Ainda que quem lançou o concurso se queira independente, isso actua no seu subconsciente. Ele sabe que esta empresa tem um nome”.

Sem comentários: