Comité parlamentar vota a favor do levantamento por causa de publicação de imagens violentas de execuções do Daesh no Twitter pela candidata da extrema-direita às presidenciais francesas.
Os deputados da comissão de assuntos legais do Parlamento Europeu aprovaram esta terça-feira o levantamento da imunidade parlamentar de Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, partido de extrema-direita francês e candidata dada como vencedora da primeira volta das presidenciais, a 23 de Abril..
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Le Pen está a ser investigada em França pela publicação de três imagens de violência explícita do Daesh em 2015, incluindo o assassínio do fotojornalista norte-americano James Foley, e as autoridades de Paris tinham pedido o levantamento da imunidade ao Parlamento Europeu.
O voto da comissão terá de ser confirmado em plenário, o que deverá acontecer já esta semana, segundo a agência Reuters. Se a imunidade for levantada, as autoridades francesas poderão avançar com um processo contra a líder da Frente Nacional pelo crime de “publicação de imagens violentas”, que pode ter uma pena de três anos de prisão e uma multa de até 75 mil euros.
Na comissão, 18 deputados votaram a favor do levantamento da imunidade e três votaram contra, segundo um responsável do Parlamento.
Le Pen ainda não comentou a decisão, mas tem apresentado esta acção das autoridades como interferência política na eleição e pediu uma moratória a investigações judiciais até que termine o período da eleição.
“Mostrar o horror do islamismo permite-nos lutar contra ele”, disse o vice-presidente do partido, Florian Phillipot, à Reuters. Marine Le Pen diz que publicou as imagens chocantes em resposta ao jornalista Jean-Jacques Bourdin, que ela acusou de ter feito um “paralelo” entre o seu partido e o Daesh, ao entrevistar o politólogo e especialista do islão Gilles Kepel sobre o seu novo livro, Terreur dans l’Hexagone, sobre as origens e a evolução do jihadismo francês.
Le Pen e o seu partido estão também a ser investigados indevido de fundos do Parlamento Europeu, que serviram para pagar uma funcionária da Frente Nacional em França e não no PE, e já teve cortado o seu vencimento de eurodeputada por causa disso. O caso não pareceu afectar a sua popularidade em França.
Le Pen tem sido dada sempre a vencedora da primeira volta das presidenciais, embora acabe por perder na segunda face a a Emmanuel Macron.
A imunidade parlamentar de Marine Le Pen foi levantada uma vez em 2013, acusada por “incitamento à discriminação com base em crenças religiosas” por comparar dois muçulmanos a rezar em público com a ocupação nazi de França durante a II Guerra Mundial. O Ministério Público acabou, no entanto, por desistir da acusação.
Liberal - técnico de ideias gerais
Amora Bruegas
Sousa da Ponte
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