Sete meses depois de um silêncio sepulcral e mutismo em torno do desaparecimento de um empresário português, vítima de rapto, em Julho de 2016, em Maputo, o ministro moçambicano do Interior, Jaime Basílio Monteiro, chega a Lisboa, nesta quarta-feira (01), onde deverá manter encontros separados com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e com o primeiro-ministro António Costa. Tudo na tentativa de tornar menos azedas as relações entre Portugal e Moçambique por causa deste problema.
O Governo do Presidente moçambicano Filipe Nyusi tem sido malvisto e desacreditado em Lisboa a partir da altura em que decidiu fazer ouvidos de mercador em relação ao sequestro do empresário agrícola que há anos trabalha na Beira, mormente por há três semanas não responder a uma carta do Presidente Marcelo de Sousa sobre o mesmo assunto.
Após ignorar repetidas diligências das autoridades portuguesas, o Governo moçambicano pediu, na última quinta-feira (23), as duas referidas audiências, segundo Público de Portugal.
“Não se sabe o que o ministro Jaime Basílio Monteiro vem a Lisboa dizer. Do mesmo modo que não é clara a leitura política que deve ser feita sobre a opção moçambicana de enviar um ministro em pessoa, em vez de uma carta”.
Contudo, espera-se que Jaime Monteiro leve informação concreta sobre o português desaparecido, “uma vez que vem mandato pelo Presidente Filipe Nyusi”.
Mas inesperada visita de Jaime Monteiro, prossegue o jornal português, pode ter dois significados: Maputo quer fazer um gesto de contrição, reforçando a mensagem de que o arrastado problema de comunicação chegou ao fim e não se repetirá, ao mesmo tempo que afirma a importância que atribui às boas relações com Portugal.
“Ou, simplesmente, que Maputo não quer pôr nada por escrito, preto no branco, em relação ao mistério do português desaparecido”, diz o jornal a que nos referimos, acrescentando que “há dezenas de especulações a circular tanto em Moçambique como em Portugal sobre as circunstâncias e as possíveis motivações dos raptores, umas colocando o rapto num cenário político, outras num cenário económico”.
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