VENEZUELA
Com um cadastro por crimes de homicídio, Maikel José Moreno Perez foi eleito por unanimidade esta sexta-feira para presidir ao Supremo Tribunal de Justiça venezuelano.
A escolha do novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, eleito esta sexta-feira, está a provocar a revolta. Ex-advogado e magistrado, no seu currículo Maikel José Moreno Perez conta ainda uma condenação por homicídio dos tempos em que integrava a polícia política do país. O nome foi aprovado por unanimidade, escreve o El País.
Foi em 1987. Moreno Perez foi acusado da morte de uma mulher no estado de Bolívar e acabou condenado. Cumpriu dois anos de prisão efetiva, saiu e ainda conseguiu a reincorporação na polícia política da Venezuela — hoje transformada em Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (as secretas do país). Subiu e chegou a integrar o grupo restrito de elementos que faziam a segurança pessoal ao então presidente Carlos Andrés Pérez.
Depois disso, voltou a ser apanhado nas malhas da investigação de outro homicídio. Dessa vez, a vítima foi Rubén Gil Márquez, um jovem assassinado num tiroteio num bairro residencial de Caracas. Não foi considerado culpado mas acabou por ser afastado dos serviços de informação venezuelanos.
Dedicou-se a estudar Direito e conseguiu avançar com a carreira ma magistratura do Ministério Público — mas não se livrou das polémicas. Em 2007, foi acusado de ter relações com o Grupo dos Enanos: um grupo de magistrados suspeitos de estarem envolvidos em atos de corrupção, que cobravam avolumadas quantias a arguidos para libertá-los dos processos de que eram acusados. Acabou absolvido dessa acusação.
No mesmo ano, foi expulso da magistratura por desacatos numa sala do mesmo Suprem Tribunal da Venezuela a que agora regressa como presidente. E regressa com um programa: “Eu, desde este momento, à frente do Supremo Tribunal de Justiça e juntamente com os meus companheiros magistrados, estaremos 24 horas por dia a trabalhar para acabar com a impunidade, a corrupção neste país”.
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