sábado, 25 de fevereiro de 2017

Venezuela. Escolha de novo presidente do Supremo causa revolta por ter cadastro

VENEZUELA
Com um cadastro por crimes de homicídio, Maikel José Moreno Perez foi eleito por unanimidade esta sexta-feira para presidir ao Supremo Tribunal de Justiça venezuelano.
Novo presidente do Supremo Tribunal venezuelano é contestado pelo seu cadastro
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A escolha do novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, eleito esta sexta-feira, está a provocar a revolta. Ex-advogado e magistrado, no seu currículo Maikel José Moreno Perez conta ainda uma condenação por homicídio dos tempos em que integrava a polícia política do país. O nome foi aprovado por unanimidade, escreve o El País.
Foi em 1987. Moreno Perez foi acusado da morte de uma mulher no estado de Bolívar e acabou condenado. Cumpriu dois anos de prisão efetiva, saiu e ainda conseguiu a reincorporação na polícia política da Venezuela — hoje transformada em Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (as secretas do país). Subiu e chegou a integrar o grupo restrito de elementos que faziam a segurança pessoal ao então presidente Carlos Andrés Pérez.
Depois disso, voltou a ser apanhado nas malhas da investigação de outro homicídio. Dessa vez, a vítima foi Rubén Gil Márquez, um jovem assassinado num tiroteio num bairro residencial de Caracas. Não foi considerado culpado mas acabou por ser afastado dos serviços de informação venezuelanos.
Dedicou-se a estudar Direito e conseguiu avançar com a carreira ma magistratura do Ministério Público — mas não se livrou das polémicas. Em 2007, foi acusado de ter relações com o Grupo dos Enanos: um grupo de magistrados suspeitos de estarem envolvidos em atos de corrupção, que cobravam avolumadas quantias a arguidos para libertá-los dos processos de que eram acusados. Acabou absolvido dessa acusação.
No mesmo ano, foi expulso da magistratura por desacatos numa sala do mesmo Suprem Tribunal da Venezuela a que agora regressa como presidente. E regressa com um programa: “Eu, desde este momento, à frente do Supremo Tribunal de Justiça e juntamente com os meus companheiros magistrados, estaremos 24 horas por dia a trabalhar para acabar com a impunidade, a corrupção neste país”.

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