A Direcção de Saúde em Nampula admite a possibilidade da ocorrência de óbitos extra-hospitalares, sobretudo nas comunidades distantes dos postos administrativos de Netia, nas localidades de Mecuco, no distrito de Monapo, e em Namialo, no distrito de Meconta, onde foi reportada a eclosão de um surto de cólera.
O médico chefe provincial de saúde em Nampula, Suleimane Isidoro, explica que a cólera foi confirmada em Fevereiro corrente, tendo-se registado um agravamento nos dias 14 e 15, período em que deram entrada e foram internados nos centros de tratamento de cólera (CTC) uma média de 23 e 29 pessoas padecendo daquela enfermidade.
Inicialmente, as populações acreditavam que se tratava de simples casos de doenças diarreicas. Porém, mais tarde, os diagnósticos viriam a confirmar tratar-se de cólera.
“Decidimos fazer buscas nos bairros, porque a comunidade dizia, morreu alguém nesta e naquela casa por diarreia. Como consequência, tivemos aumento do número de casos de cólera, o que dá a entender que devem ser aqueles casos que estavam nos bairros que, infelizmente, não foram levados às unidades sanitárias”, disse Isidoro.
Explicou que, por isso, não é de descartar possibilidade da ocorrência de mortes fora dos hospitais. Referiu que, felizmente, não há registo de vítimas mortais nas unidades sanitárias.
A fonte revela que, de um modo geral, o número de casos regista uma tendência decrescente ao longo dos últimos dias. Segundo os registos, até este momento estão internadas 13 pessoas, sendo 12 em Netia e uma no centro de saúde de Namialo.
A Saúde já está a mobilizar as comunidades sobre a importância da higiene pessoal e colectiva, tratamento da água para o consumo com recurso a produtos purificadores, tais como “Certeza” e “Cloro”, que estão sendo distribuídos gratuitamente nas unidades sanitárias.
“Há um certo relacionamento de casos de cólera com as condições de vida que as populações estão a ter, principalmente, no que concerne ao abastecimento de água”.
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