Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, na edição de hoje, Afonso Dhlakama diz que, além dos oito nomes que compõem os dois grupos que vão discutir, em separado, a descentralização e os assuntos militares, a nova fase do diálogo contará com a participação de figuras de "reconhecimento e mérito internacional", cuja missão é acompanhar e verificar o processo durante as sessões dos dois grupos.
"É uma figura que entrará por consenso, de mérito e reconhecimento internacional, que é para coordenar e verificar o que está a acontecer com cada grupo", explicou o líder da Renamo.
Lembrando que a Renamo sempre exigiu mediação internacional, Afonso Dhlakama diz que os novos grupos vão dar continuidade ao trabalho da comissão mista, que foi orientada pelos mediadores internacionais e que parou em meados de dezembro sem consensos sobre a descentralização nem sobre a cessação das hostilidades militar, dois dos principais pontos da agenda.
"Os mediadores fizeram o trabalho de aproximação sobre a descentralização e as Forças Armadas", afirmou líder da Renamo, garantindo que, na nova fase, "vai haver sim, mediação", tanto que se prevê a constituição de um grupo composto por "países importantes", que vai observar o trabalho posteriormente.
"Não posso ainda identificar [os países], mas será uma mistura", avançou Dhlakama, que acrescenta que as exigências da Renamo não são provisórias e vão exigir uma revisão da constitucional, na medida em que "a descentralização é para entrar para a Constituição".
A região centro de Moçambique tem sido assolada por conflitos militares entre as Forças Defesa e Segurança e o braço armado do maior partido de oposição, que reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder há mais de 40 anos, de fraude no escrutínio.
Em finais de dezembro, como resultado de conversas telefónicas com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o líder da Renamo declarou uma trégua de uma semana como "gesto de boa vontade", tendo, posteriormente, prolongando o seu prazo para 60 dias para dar espaço às negociações, que agora estão centradas na descentralização e nos assuntos militares.
Na semana passada, o Presidente moçambicano anunciou o fim da fase que envolve a mediação de internacional no processo negocial e, poucos dias depois, divulgou os nomes das individualidades que vão discutir estes dois pontos de agenda.
Para discutir a descentralização, Filipe Nyusi indicou os juristas e professores universitários Albano Macie e Eduardo Alexandre Chiziane para representarem o Governo.
Eduardo Chiziane integrou a delegação do Governo na fase anterior das negociações com a Renamo.
Por seu turno, o líder da Renamo indicou o jurista e deputado Saimone Macuiana e a antiga membro da Comissão Nacional de Eleições (CNE) Maria Joaquina, que também já faziam parte das negociações na fase anterior, para integrarem o grupo que vai discutir a descentralização em representação do maior partido de oposição.
Para os assuntos militares, Armando Alexandre Panguene, general na reserva e primeiro embaixador de Moçambique em Portugal, e Ismael Mussa Mangueira, cônsul honorário da Eslováquia em Maputo, vão representar a delegação do Governo, enquanto André Joaquim Magibire, deputado da Renamo, e Leovilgildo Buanancasso, membro do Conselho de Estado, foram as escolhas do líder do maior partido de oposição.
Os dois grupos têm a missão de dar seguimento ao trabalho iniciado no processo negocial anterior, que integrava uma equipa de medição internacional.
Além do pacote de descentralização e da cessação dos confrontos, a agenda do processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da oposição, bem como sua reintegração na vida civil.
EYAC // EL
Lusa – 08.02.2017
fazer rir. Afonso Bandido Dhlakama agora so fala de descentralisaçao, reintegraçao dos seus quadros nas forças armadas e um ponto que a Frelimo insiste: o desarmamento dos homens da Renamo. Parece que Nyusi disse a Dhlakama para abandonar a fantasia de governar as tais seis provincias onde alega que a Renamo ganhou.