Na Zambézia: Mais um mercado ardeu
Quelimane (Txopela) – Depois
de uma boa parte do mercada da FAE, em Quelimane ter se transformado em
cinzas e colocando um grande prejuízo aos proprietários das bancas,
população e aos cofres do Conselho Municipal no princípio do presente
ano, em Setembro ultimo ardeu também o principal mercado do Distrito
Municipal de Milange que também transtornou a população local e Mocuba
veio somar agora mais prejuízos para a economia da província central da
Zambézia
Desta vez é o de Massaniqueira, na Zona
Económica Especial, portanto, no distrito de Mocuba. Trata-se de um
mercado que segundo informações de fontes locais, era o que respondia
uma boa parte das preocupações da população residente naquela
circunscrição geográfica sob ponto de vista de trocas comerciais e há
ainda quem diga que era o ponto onde se podia encontrar produtos
diversos a preços acessíveis, tal como o disse uma cidadã que se
identificou por Dina Ribeiro em conversa com a nossa Reportagem do
Txopela.
O caso ocorreu na noite do último sábado
(12) em circunstâncias pouco claras, pois desconhece-se o que realmente
teria provocado aquele incêndio de grande proporção que transformou em
cinzas pouco mais de 350 lojas de construção precária.
Em entrevista ao Semanário Txopela, o
Comandante Distrital de Mocuba, Filipe Gulele, disse que avançam-se duas
hipóteses sobre a ocorrência do referido incêndio, sendo a primeira a
possibilidade de um curto-circuito, atendendo e considerando que algumas
barracas dentro do mercado teriam sido ligadas a corrente eléctrica e a
segunda possibilidade esta ligada a possível má intenção de indivíduos
não identificados que tenham ateado o fogo sobre uma das barracas e o
lume se propagou pelas restantes.
Comandante Gulele, realçou que se
compreenda que tratam-se de “hipóteses” que neste momento são levantadas
mas são informações conducentes à possíveis conclusões. “Nós
não temos neste momento uma resposta exacta ou cabal sobre o que
realmente esteve na origem do incêndio, a única coisa que estamos a
levantar são hipótese que nos levem a uma conclusão”, – disse.
Segundo a fonte, neste momento a
corporação esta a averiguar a situação e principalmente porque aventa-se
a possibilidade de que seja fogo posto, que constitui um crime diante
da lei moçambicana.
Além das mais de 350 tendas que arderam,
outros cinco armazéns de produtos diversos transformaram-se em cinzas.
Na sequência as infra-estruturas da própria EDM sofreram, antena da
Movitel, da mCel que estavam no interior do mercado tiveram danos. A
pesar disso, a fonte assegurou que o distrito não tem problemas de
comunicação por celular, pois as telefonias móveis fizeram a reposição
das suas estruturas com maior urgência. Neste momento, os danos causados
pelo incêndio são inestimáveis, concluiu a nossa fonte.
Governo vai analisar a lupa
Entretanto, a direcção provincial da
Industria e Comercio, através do seu respectivo director Momade Juízo,
disse que a situação de incêndio dos mercados a nível da Zambézia esta a
preocupar as autoridades e vai ser matéria de análise na próxima sessão
do Governo Provincial da Zambézia a decorrer no dia 23 do presente mês
na sala de sessões do Governo.
O director provincial da Indústria e
Comercio da Zambézia, disse em entrevista ao nosso Jornal que a
preocupação sobre o incêndio de mercados é acrescida a medida em que os
mesmos têm um impacto directo não só para os prioritários das bancas ou
barracas mas também para a sociedade, pois é ali (nos mercados) onde as
populações buscam alternativas de aquisição de produtos e também de
renda familiar.
“Estamos a olhar isso com muita
preocupação e é um fenómeno que estamos a estudar e então recebemos como
sector de instrução para o governo para aprofundarmos esta matéria e
apresentarmos em sede de sessão a ter lugar no dia 23 do corrente mês”,
– informou aquele dirigente que acrescentou ser um trabalho que a
Indústria e Comercio, nesse caso a instituição sob seu comando
juntamente com o Instituto Nacional de Gestão e Calamidades (INGC) estão
a levar a cabo.
Refira-se que a problemática dos
incêndios, não só está a preocupar a Zambézia, basta recordar que ainda
este ano ardeu um mercado na cidade de Pemba em Cabo-Delegado e um na
chamada capital do norte, a cidade de Nampula, este último caso recente.
Estes incêndios têm algo em comum,
portanto a questão do não conhecimento efectivo da proveniência do fogo
que consome os tais mercados. Por exemplo, para o caso do Mercado da
FAE, em Quelimane, aguarda-se desde Fevereiro um relatório conclusivo
sobre o facto que ainda esta em algum gabinete ou simplesmente não
existe, portanto, a culpa vai morrer solteira.
O outro aspecto comum está ligado a
“neutralidade” do Corpo de Salvação Pública “Bombeiros” em debelar as
chamas, facto que pode levar ao questionamento de porque da existência
deste sector de trabalho, se na altura em que realmente devem trabalhar
não conseguem fazer absolutamente nada. (Jacinto Castiano)
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