António Costa
Vale a pena estar no poder
As sondagens favoráveis a António Costa, mesmo depois de provado
que os seus planos eram ilusórios, provam que em Portugal quem tem o
Estado tem tudo, e quem não tem o Estado, não tem nada.
Em 2015, António Costa prometeu acabar com a austeridade e pôr a
economia a crescer. Pouca gente acreditou, e Costa perdeu as eleições,
com um dos piores resultados de sempre do PS. Mas Costa, apesar da
humilhação, subiu ao governo. E o país pôde assim confirmar, em 2016,
que as suas promessas eram de facto vãs: a austeridade foi apenas
redistribuída, e o crescimento previsto é inferior ao dos tempos da
“espiral recessiva” da troika. Mas eis que acontece isto: segundo as
sondagens, muita gente parece agora, depois de provado que Costa não
tinha razão, disposta a votar nele. Dir-me-ão: são as sondagens. Pois
são, mas é o que temos. Que se passa? Porque é que o país da Europa
cujas perspectivas são mais sombrias é um dos poucos onde as sondagens
dão boas notícias ao governo?
António Costa não pôs a economia a crescer, nem acabou com a austeridade, mas conseguiu outra coisa, que em Portugal é tudo para ter aplausos: instalar-se no Estado, sem prazo para de lá sair. A maioria parlamentar está de pedra, Bruxelas aprova-lhe os orçamentos, o BCE empresta-lhe dinheiro, Costa distribui esse dinheiro pelas suas clientelas, o presidente da república congratula-se, e os comentadores competem nos estúdios para ver quem louva mais alto a “habilidade” do primeiro-ministro. Sim, valeu a pena ir para o poder. Sim, valeu a pena pisar as tradições políticas do regime, de precedência do partido mais votado e de exclusão de comunistas e neo-comunistas.
O general MacArthur dizia que não havia substituto para a vitória. Em Portugal, não há substituto para o poder. Portugal tem 200 anos de eleições. Mas a primeira vez que uma força política passou da oposição ao governo por via eleitoral foi em 1979, e a primeira vez que um primeiro-ministro candidato a reeleição perdeu foi em 2004, com Santana Lopes (só aconteceu uma segunda vez, em 2011, com José Sócrates). Foi sempre muito difícil constituir, a partir da sociedade, movimentos capazes de desafiar quem estava instalado no Estado – e nem sempre foi preciso o Estado ser policial: bastou que o Estado fosse grande em relação à sociedade, permitindo aos que o ocupavam cuidar das maiores clientelas do país e explorar o seu impacto na opinião. Nessas condições, as alternâncias no governo quase só ocorreram à força ou por desagregação do poder instalado, geralmente quando faltava dinheiro. Hoje, perante uma sociedade endividada, descapitalizada e envelhecida, o Estado, movimentando valores equivalentes a metade do PIB, é a última força em Portugal. Quem tem o Estado, tem tudo; quem não tem o Estado, não tem nada.
Daí Portugal ser um dos poucos países europeus em que não há movimentos anti-sistema a abrir noticiários. Enquanto a Inglaterra lida com o Brexit, a França receia Le Pen, e a Espanha antecipa a ultrapassagem do PSOE pelo Podemos – em Portugal, até o PCP e o BE são hoje pupilos de Costa. De facto, PCP e BE foram apenas mais duas vítimas do declínio da sociedade perante o Estado. Nenhum deles conseguiu explorar o ajustamento para crescer. O PCP, que já só tem sindicatos de empregados públicos, precisou de aceder ao Estado para os defender. Costa só precisou de lhes pôr as coleiras.
Só há um problema aqui: o Estado, também ele, já não consegue viver desta sociedade. Depende totalmente do exterior. Que acontecerá, quando a política monetária europeia mudar? A alternativa seria deixar a sociedade reforçar-se. Mas António Costa nunca o fará, porque isso significaria ceder poder. Este é um governo que, quando cair, arrastará o país consigo.
António Costa não pôs a economia a crescer, nem acabou com a austeridade, mas conseguiu outra coisa, que em Portugal é tudo para ter aplausos: instalar-se no Estado, sem prazo para de lá sair. A maioria parlamentar está de pedra, Bruxelas aprova-lhe os orçamentos, o BCE empresta-lhe dinheiro, Costa distribui esse dinheiro pelas suas clientelas, o presidente da república congratula-se, e os comentadores competem nos estúdios para ver quem louva mais alto a “habilidade” do primeiro-ministro. Sim, valeu a pena ir para o poder. Sim, valeu a pena pisar as tradições políticas do regime, de precedência do partido mais votado e de exclusão de comunistas e neo-comunistas.
O general MacArthur dizia que não havia substituto para a vitória. Em Portugal, não há substituto para o poder. Portugal tem 200 anos de eleições. Mas a primeira vez que uma força política passou da oposição ao governo por via eleitoral foi em 1979, e a primeira vez que um primeiro-ministro candidato a reeleição perdeu foi em 2004, com Santana Lopes (só aconteceu uma segunda vez, em 2011, com José Sócrates). Foi sempre muito difícil constituir, a partir da sociedade, movimentos capazes de desafiar quem estava instalado no Estado – e nem sempre foi preciso o Estado ser policial: bastou que o Estado fosse grande em relação à sociedade, permitindo aos que o ocupavam cuidar das maiores clientelas do país e explorar o seu impacto na opinião. Nessas condições, as alternâncias no governo quase só ocorreram à força ou por desagregação do poder instalado, geralmente quando faltava dinheiro. Hoje, perante uma sociedade endividada, descapitalizada e envelhecida, o Estado, movimentando valores equivalentes a metade do PIB, é a última força em Portugal. Quem tem o Estado, tem tudo; quem não tem o Estado, não tem nada.
Daí Portugal ser um dos poucos países europeus em que não há movimentos anti-sistema a abrir noticiários. Enquanto a Inglaterra lida com o Brexit, a França receia Le Pen, e a Espanha antecipa a ultrapassagem do PSOE pelo Podemos – em Portugal, até o PCP e o BE são hoje pupilos de Costa. De facto, PCP e BE foram apenas mais duas vítimas do declínio da sociedade perante o Estado. Nenhum deles conseguiu explorar o ajustamento para crescer. O PCP, que já só tem sindicatos de empregados públicos, precisou de aceder ao Estado para os defender. Costa só precisou de lhes pôr as coleiras.
Só há um problema aqui: o Estado, também ele, já não consegue viver desta sociedade. Depende totalmente do exterior. Que acontecerá, quando a política monetária europeia mudar? A alternativa seria deixar a sociedade reforçar-se. Mas António Costa nunca o fará, porque isso significaria ceder poder. Este é um governo que, quando cair, arrastará o país consigo.
Comentários
Vale a pena estar no poder
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Há
um aspecto q RR descurou na sua análise: o abuso de poder, q o caso CGD
consubstância. Numa Democracia não são os cidadãos enquanto entidades
individuais q têm iniciativas legislativas, muito menos para
satisfazerem necessidades pessoais. Creio q está hoje assente q pelo
menos o ex-Presidente do CA da CGD requereu q o Governo
alterasse/criasse legislação que o isentasse de ser Gestor Publico e o
Governo concordou e actuou de acordo. E é um governo dito de Esquerda.
Se um avo do q aconteceu na CGD fosse sob a vigência de um governo PSD,
no minimo teríamos a Associação 25 de Abril a clamar o habitual. E
teriam razão.
Trabalhadores activos 4.548,7
Ou seja, metade da população.
Isso é que me preocupa, pois metade do que ganhamos vai para o Estado.
Como não chega, pede-se.
Já
estamos falidos, mas estamos permanentemente a ouvir falar de coisas
boas, ilusões de saltimbanco, num funeral anunciado em 2010.
O
Rui lá continua com a sua cruzada anti Costa mas parece que quanto mais
lhe bate mais o Costa vai gozando as suas crónicas alanrajadass e as
sondagens disparam a seu favor
Mais
uma excelente crónica de RR. Que nos explica a principal razão porque
estamos como estamos. O estado, por aqui, é o todo mais um par de botas.
Tudo controla e tudo manda. Quem tiver assim o controlo do estado tem,
por assim dizer, uma espécie de pai natal encartado onde toda a
criançada adulta e não adulta, gira em seu redor. Um concentracionário e
omnipresente estado de tipo buraco negro que a tudo e a todos engole e
deglute. Usando permanentemente a tática do pau e da cenoura, vai
desancando os incréus até os fazer aproximar para lhe dar a cenourita da
praxe. Mais grave ainda, colocou cerca de metade da população (toda a
gente que produz) suportando a outra metade. E numa espécie de burros de
carga institucionalizada, cada português, em média, carrega às costas
de forma cruel e sofrida um seu concidadão. A um simples trabalhador por
conta de outrem, o estado, sonega-lhe 50,7% de todo o esforço do seu
trabalho. Por sua vez, os partidos ditos de esquerda que antes
apregoavam a célebre aliança operária-camponesa, abandonaram toda esta
gente que trabalha e sofre, ao destino de meros servos da gleba. Esses
partidos, agora, são mais defensores de igualdades de género e afins,
num frenesim redutor de apoio a tudo o que é socialmente perverso e que
decididamente não presta. Por tudo isto, quem tem o controlo do estado,
tem dinheiro para comprar vontades e ... votos. Veja-se o que sucedeu
com a entrada para o quadro destes cerca de 130.000 FP´s (uma das
exigências iniciais da troika era dispensar 150.000). Outra populista
medida para arregimentação e compra de votos. Cada um destes FP´s
arrastará, pelo menos, mais uns dois ou três votantes na geringonça e aí
temos mais umas centenas de milhares de votos nas eleições próximas. É
isso, pessoal. Nós, os que produzimos, somos meros agentes passivos
desta pouca vergonha nacional. Reduzidos a sermos permanentes burros de
carga, foi-nos colocada uma pesada canga em cima dos ombros, sujeitos a
uma espécie de nova PIDE económica, em que se transformou o Fisco. As
vergastadas são permanentes e as vozes do histriónico gozo dos nossos
captores retinem-nos ensurdecedoramente nos ouvidos. Como Cícero
perguntou acintosamente a Catilina, "quousque tandem" (até quando?). Até
quando, todos deveremos perguntar, quanto mais não seja até o próprio
eco nos trazer consequente resposta?...
Excelente a sua análise! Parabéns!
"Só
há um problema aqui: o Estado, também ele, já não consegue viver desta
sociedade. Depende totalmente do exterior. Que acontecerá, quando a
política monetária europeia mudar? "Serão chamados os cangalheiros do
costume (PSD/CDS) e terão mais uma vez a tarefa de fazer novos
ajustamentos para depois serem acusados de neo liberais e serem os
mentores de uma bancarrota cuja origem o PS (e já agora PCP e BE)
desconhecem. É assim a política em Portugal e é bom não esquecer que o
nosso ADN é fatalista como o destino. Para um país com 3 jornais
desportivos diários, o zé povinho apenas quer saber se o Benfica ganhou,
se o Bruno de Carvalho escarrou, ou se o Pinto da Costa ainda é o Papa!
Quanto ao resto, haja dinheiro na algibeira e siga a festa!
De
acordo com a última informação divulgada, temos em Portugal 526.800
funcionários públicos, incluindo aqueles que desempenham funções em
empresas públicas. Pergunto: É com estas 526.800 pessoas que se
consegue/vai conseguir uma maioria de intenções de voto/votos num
universo de 9.682.553 eleitores inscritos (dados da CNE, relativos às
últimas legislativas)? É que estamos a falar de apenas 5,4%...
Serão
apenas estes pouco mais do que cinco por cento, que colocam o PS,
sozinho, com 43%, i.e, no limiar de uma maioria absoluta?
Serão
apenas estes pouco mais do que cinco por cento, que colocam Passos
Coelho como o líder político menos popular, leia-se, menos desejado para
futuro PM?
Não
seja redutora na análise. Está a esquecer-se dos pensionistas e os
subsidiados. Depois tem toda a clientela que gravita à volta do estado
(empresas privadas) que vivem dos ajustes diretos. Os amigos e os amigos
dos amigos que precisam que quem está no poder se mantenha. Caso
contrário saltam fora!
E por ultimo temos de contar com aqueles que votam sempre no seu partido.
Em Portugal só há 3 coisas que uma pessoa não muda:
Religião
Clube de Futebol
Partido Político
Se
adicionar ao número de FPs os precários do funcionalismo público pagos a
recibo verde ou bolsa, e os que dependem do Estado (pensionistas e
empresários e seus trabalhadores), verá que o número cresce bastante.
Se fizer as contas em termos de agregado familiar, cresce ainda mais.
Obrigada,
pelo seu comentário construtivo. Os FP precários estão incluídos. Os
pensionistas, não. Quanto aos empresários, tem razão, i.e., não há
empresário neste país que consiga sobreviver sem comer à mesa do OE, com
este ou com qualquer outro governo. No que toca ao agregado familiar,
tenha em conta que nem todos votam. Quer contribuir para a discussão
apresentando números? Serão obviamente muito bem vindos.
Vamos a umas contas:
- Pensionistas: 3.6 milhões
- Beneficiários subsídio desemprego: 0.2 milhões
A somar aos seus 0.5 milhões de FPúblicos, assim
arredondando por baixo, dá qualquer coisa à volta de 4.3 milhões de pessoas
directamente dependentes do Orçamento de Estado.
Já são 50% dos 9.6 milhões que indica como sendo os eleitores
registados.
Maioria garantida. Fácil.
Susana,
não vale a pena apelar para a racionalidade dos pafiosos. Eles não têm
emenda. O sentimento da inveja e o seu solipsismo existencial não lhes
permitem aceitar as notórias melhorias, económicas e sociais, que o
actual governo conseguiu implementar em apenas um ano de governação. É a
inveja, Susana, é a inveja, dos direitistas nacionais.
Junte
reformados, subsídio dependentes, analfabetos, os putos do charro e os
caceteiros do PCP, as senhoras dos cães de pelinho tratado, os tomates
verdes e terá a conta mais que certa.
Errado,
cara Susana Oliveira! A cada um desses FP´s haverá que acrescentar os
votos de alguns descentes e de todos os eventualmente dependentes que
elevará o total para cerca do triplo. Depois haverá que acrescentar,
muitos pensionistas e seus dependentes também, que ainda não se
aperceberam que trilham caminhos muito perigosos e que, a haver um novo
resgate, lhes cortarão os seus proventos algures entre os 40 e os 60%!!!
Finalmente, haverá que contabilizar toda a malandragem, alapados ao
estado e toda a parasitagem a montante ou a jusante!...
9.682.553
eleitores inscritos. Deverá retirar, destes, os crónicos
abstencionistas.Passamos a falar em "apenas" 10% - números redondos!
Rui
Ramos está certo mas deve saber que nenhum governo é tão detestado como
aquele que mais convém ao povo, também o inverso é verdade são
populares os maus governos .
Um dia a história dirá o ajustamento funcionou e foi necessário ,hoje o
pânico vem de países que precisavam e não fizeram ajustamentos caso da
Itália, as consequências podem ser dramáticas é a 3° economia da zona
euro .
A Itália não teve no poder um homem com coragem e pronto a sacrificar-se
para fazer os cortes necessários , todos os que fazem reformas perdem
eleições Passos não perdeu mas foi corrido , vejo os seguintes como
chulos que se aproveitam do esforço do governante anterior que teve a
coragem de dar o peito a balas , retirar direitos é a missão mais
difícil no mundo só os grandes homem o fazem.
No mundo chegam os dedos da mão para contar esses heróis , já os que
distribuem gloseimas ao povo são as centenas bando de oportunistas que
utiliza dinheiro de outros para ganhar eleições .
57% versus 36% ...
Vale
a pena estar no poder ? Vale, quando se é um governo competente. Quando
apenas num ano se consegue apresentar aos portugueses resultados
notáveis como estes:
• Eliminação da
sobretaxa de IRS para os rendimentos médios
e baixos • Eliminação da Contribuição Extraordinária de
Solidariedade • Aumento do Salário Mínimo Nacional para 530 euros•
Descongelamento das pensões • Aumento dos valores de referência do CSI e
do RSI • Aumento dos três primeiros escalões do abono de
família • Aumento nas deduções automáticas no IRS por cada ascendente e
descendente • Fim dos cortes salariais inconstitucionais nos
funcionários públicos • Reposição das 35 horas na função pública
• Reposição integral dos complementos de reforma dos
trabalhadores do Sector Empresarial do Estado • Eliminação da
obrigatoriedade de apresentação
quinzenal dos desempregados • Fim das restrições às contratações de
trabalhadores
nas autarquias locais e nas universidades • Alargamento e atribuição
automática da Tarifa Social
Energética • Revisão do regime tarifário da água com tarifas
sociais • Reposição dos feriados do 5 de Outubro, 1º de Dezembro, Corpo
de
Deus e Todos-os-Santos • Introdução da Prestação Única por Deficiência
• Fim das penhoras das casas de moradas de famílias por
dívidas fiscais• Redução no IVA da restauração• Reintrodução da cláusula
de salvaguarda do IMI • Fim da isenção de IMI e de IMT para os fundos
de
investimento • Adicional ao IMI para património de luxo • Eliminação do
quociente familiar e introdução da
dedução fixa por filho •Revisão dos abusos dos contratos de
associação• Atribuição de manuais escolares gratuitos a todos os
alunos do 1º ciclo• Eliminação dos exames no 4º e no 6º
ano• Congelamento do valor máximo das propinas • Substituição
progressiva da atribuição de bolsas
pós-doutoramento por contratos de investigador • Redução das taxas
moderadoras na saúde • Fim das taxas moderadoras para os doentes
crónicos• Anulação das sanções resultantes do incumprimento
das metas do défice em 2013• Isenção de IVA para as doações aos museus
nacionais • Fim dos abates de animais em canis municipais • Assinatura e
ratificação do Acordo de Paris sobre
alterações climáticas• Contenção do défice abaixo dos 3%
Será
que o Rui Ramos não consegue entender por que razão a esquerda já leva
57% das intenções de voto, estando sempre a aumentar, enquanto a
direita, desde 2011, desceu de 50% para 36% e está sempre a descer? É
assim tão difícil de perceber ?
Isso
são tudo medidas populistas, fáceis, eleitoralistas, e as reformas
estruturais onde estão? A factura dessas medidas há de chegar, assim
como a factura da ausência de reformas / reversão de reformas
estruturais.
Este não saíu tão bem, José Maria. Tem de trabalhar a apresentação, o leitor adormece a meio de tanta medida estruturante.
"Substituição progressiva da atribuição de bolsas pós-doutoramento por contratos de investigador "
Não
há aqui substituição nenhuma. É o fim dos contratos de bolsa de
pós-doutoramento para quem tem mais de 3 anos de experiência nessas
condições, e a possibilidade de concorrer a contratos de trabalho por
abertura de vaga na instituição de acolhimento. É um procedimento
concursal, não uma conversão ou substituição.
Mais. A nova
lei acaba por criar, na prática, um patamar inferior ao que existia até
então na carreira científica (investigadores contratados). Contratam-se
assim investigadores ao preço da uva mijona, que ainda por cima poderão
dar aulas, sendo que, com o subsídio da FCT, ficam mais interessantes
do que a contratação de docentes nas universidades.
Falta ainda dizer
aqui que 1/3 do total de bolseiros vão para a rua no fim do contrato, e
que os contratos, conseguidos por concurso local e não nacional,
deixarão de ser justos. Mais. As contratações dependerão da
disponibilidade financeira da entidade de acolhimento (que não vê as
suas verbas reforçadas a nível orçamental), o que implica que não
existem garantias de contratação de absolutamente ninguém.
Todos os
trabalhadores (TODOS, e não apenas os pós-doc) merecem contratos de
trabalho. Todos. Mas enquanto se lhes vende a ilusão de um contrato de
trabalho que não vem, o desemprego bate à porta. E vai bater à porta de
muitos, infelizmente. Quantos contratos já abriram? Zero. O que
significa que no ano 2016 os pós docs mais velhos ficaram sem concurso
para salvaguardar o seu futuro em 2017.
Enquanto não se mudar o modo
como a ciência é financiada e as tipologias de concurso (que se devem
coordenar com a economia local, nacional e internacional), o modelo
continuará a espiralar para baixo, completamente insustentável e com
baixa utilidade prática que alavanque a inovação no país. Existem
exemplos muito positivos, mas ficam todos muito aquém do que poderiam
ser, se geridos de outra forma.
Este
ano de governo do PS mostra que Passos com a Troika e ido além da
Troika teve sempre uma visão de classe impondo todos os sacrifícios aos
rendimentos do trabalho e à precariedade dos vínculos laborais. Essa
opção vendida como sem alternativo foi uma opção de austeridade por
tirar até inconstitucionalmente os recursos mínimos a quem nada tem
senão rendimento do trabalho.
É uma grande reforma
mostrar que existem alternativas mantendo os compromissos internacionais
e é uma grande reforma alargar a base contributiva a quem mais tem sem
aumentar a carga fiscal, mas distribuí-la de modo a que deixa de ser
austeridade. É uma grande reforma estancar a fúria de vender os bens
nacionais a preços de saldo preservando-se para tempos em que a rapina
internacional se vergue aos preços de mercado. É uma grande reforma
retomar a estabilidade e a confiança dos portugueses uns nos outros...
Os Ruis Ramosistas ficam sem fala. Quanto à substância das medidas, nada. Quedam petrificados.
A Raposa e as Uvas
Você fez-me lembrar a esta fábula
Contam que certa raposa,
Andando muito esfaimada,
Viu roxos, maduros cachos
Pendentes de alta latada
De bom grado os trincaria,
Mas sem lhes poder chegar,
Disse: “Estão verdes, não prestam,
Só os cães os podem tragar!
Eis cai uma parra, quando
Prosseguia seu caminho
,E, crendo que era algum bago,
Volta depressa o focinho.
R
R , só o titulo é expressivo .mas pode agradecer em grande parte aos
seus colegas jornalistas , se o são , Podem ser ou lambe botas , ou
tentam arranjar um escada para subir na vida , ás costa do ps.
Excelente artigo de Rui Ramos!
Estamos a falar do cavaquismo?
A
força do Estado, do meu ponto de vista, vem da tradição do Império, em
que a função política essencial era a distribuição da riqueza que vinha
de fora. Mas acrescentaria ao texto do Autor, com o qual concordo, uma
breve reflexão. Parece que o País tem dois tempos que se
irremediavelmente se alternam: o tempo dos Governos simpáticos, em que
se distribuem benesses e ilusões e o tempo dos governos antipáticos em
que se pagam as facturas. O que é trágico é que quem tem a
responsabilidade de salvar o barco acumula o odioso das restrições e das
reformas e aumenta nos eleitores a saudade dos "bons tempos" em que
havia dinheiro e paz social.
O
Estado é irreformável com este quadro constitucional, o que significa
que este regime não é sustentável, pois transformou em normalidade a
falência e o declínio.
Houve a esperança de que as
intervenções externas, como a que ocorreu de 2011 a 2014, forçassem à
mudança, até porque era uma situação recorrente. Mudou alguma coisa? O
TC não permitiu, não foi? Então porque esperam que venha a mudar? E
todos sabemos o que nos acontecerá se não houver mudanças.
A realidade foi para ferias e ainda nao voltou!
Quando estiver de volta, os portugueses das castas dominantes irao perceber que o "resto "do povinho ja nao sera brando!
Exijiremos que esses Srs cedam alguns dos direitos que julgam devem possuir!
Finalmente. .....o diabo estara de volta.
laranjas a espernear que nem baratas viradas ao contrário!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
que deleite...
e o melhor é que vai ser por muitos e BONS anos! eh eh eh
Larga as drogas, se não quiseres ficar irremediavelmente perdido (se é que já não estás...)
O detergente está estragado, Brainwashed
Aliás,
já não é a primeira vez que os socialistas arrastam o país para
bancarrota, consequência sempre, das miseráveis governações socialistas.
Os portugueses é que parecem não perceber mas, quando estão a passar
restrições, aqui del-rei que nos estão a "roubar". Se calhar deveriam
fazer um esforço para não cair no embuste, em que os socialistas são
especializados. Talvez olharem para o outro lado do mundo, Venezuela,
para perceberem melhor o que os socialistas cá como lá, fazem.
Ou então provam que estão erradas.
O Estado em Portugal tem que ser reduzido à sua expressão mínima. Para bem de Portugal.
e
por todo o parasitismo público com direitos inalienáveis a laborar?
tirar esses direitos eternos e senhoriais? ui... o TC não deixará!
Concordo. Mas para isso era preciso fazer um novo 25/4.
Os anafados do regime não o largam nem à bomba.
Quando
o Estado estiver falido sem dinheiro para salários e a Europa não
providenciar um novo resgate a ver se não largam. Vai é ficar feio...
tipo Grécia ou pior.
Costa está a levar firmemente
Portugal nesse sentido, Portugal já está a crescer menos e pagar juros
mais altos que a Grécia enquanto que o endividamento voltou a crescer a
um ritmo alucinado.
As clientelas olham para o Syriza e vêem que é possivel manterem-se vivos, mesmo que tudo o resto à volta esteja mais que morto.
Chamam-lhe o principio do crescimento e o fim da austeridade.
Há
um ponto em que Rui Ramos não tem razão: por continuar a haver dois
partidos dominantes no rotativismo republicano que temos, o PS, que não
ganhou as últimas eleições, está mais frágil que nunca, interna e
externamente. É por isso que Pedro Passos Coelho já deu início à longa
marcha de regresso ao poder, e que Marcelo Rebelo de Sousa, fino que nem
um alho, já mudou de agulha (nomeadamente sobre o putativo Rui Rio), e
aguarda a subida do prémio de risco da dívida da Repúblcia, e as
dissenções internas da geringonça, para apear António Costa. Depois das
Autárquicas? Até pode ser antes! ACP
Concordo. Mas acrescento que esses planos vão sair furados a Marcelo.
Apesar
de se esforçar por isso, não controla o PSD. E está a menosprezar o
coice mediático que vai apanhar da esquerda no dia em que lhes tirar o
tapete.
Pelo contrário, vai ficar isolado e com o ónus da confusão. Não há popularidade que lhe valha.
Isso
é o que eu ando a escrever aqui,há meses.A verdade virá de fora,seja a
Agência canadiana,ou um sobressalto nos mercados que aumente os juros,ou
da Comissão ,quando decidir perceber a verdade.O PS arrasta sempre os
portugueses,para tratar dos seus interesses e vender as aldrabices.Os
portugueses gostam de quem os "protege".E não tendo Costa o perfil de
"paizinho", é Marcelo quem assume esse papel.Fosse ele intelectualmente
interessado no país e menos na na reinação e já teria mostrado muitos
"cartões amarelos"
Marcelo é obcecado pela sua popularidade, a questão da governação é acessória.
Desde que quem lá esteja seja capaz de gerir as expectativas e criar o clima que ele considera adequado, para ele está bem.
Um dia Costa irá deixar de cumprir esse papel. Nessa altura conta ter novo lider no PSD para baralhar e voltar a dar.
Exacto.
A "verdade" e/ou "realidade" virá de fora tal como em 2011.
A
verdade em Portugal está comprada, corrompida, abafada e distorcida
pela formidável máquina de propaganda da geringonça / comunicação social
.
As sondagens favoráveis a António Costa, mesmo depois de provado que os seus planos eram ilusórios, provam que em Portugal quem tem o Estado tem tudo, e quem não tem o Estado, não tem nada.
Para
além do mau português da frase , este notário averbou que está provado
que os planos do governo eram ilusórios . Rui raminhos sentenciou está
sentenciado! Quem tem Rui Ramos tem tudo quem não tem não tem nada!
Por
este andar os juros vão contnuar a subir. A mama do BCE vai acabar
seguramente durante o primeiro semestre do próximo ano. Na sequência
disso a DBRS vai baixar o rating e caímos todos no precipício por causa
da incompetência do Costa malandro!!!! Espero que alguém se lembre um
dia de lhe cobrar a desgraça que irá trazer sobre todos nós!!
ai ai ai ai ai o que aí vem....nem quero pensar na desgraça! O Governo da Geringonça brinca com o 'fogo'!
Os factos: evolução da taxa de juro 10 anos (02/12/15 vs 28/11/16). Os sorrisos do Costa & Centeno são certamente nervoso miudinho.
Portugal: 2.26% vs 3.60% (+59%)
Espanha: 1,48% vs 1.56% (+5%)
Grécia: 7.76% vs 6.95% (-10%)
Alemanha: 0.47% vs. 0.20% (-57%)
Itália: 1.39% vs 2.01% (+45%; era 1,08% antes do anúncio do referendo)
Portugal:
um país na twilight zone, a viver numa realidade virtual, unicamente à
espera do dia em que desligam a máquina (financiamento BCE).
Aqui está uma das provas do caminho errado que esta esquerdalha socialista comunista e bloquista, está a levar o país.
Depois, os arautos da felicidade dissimulada, não venham par aqui dizer que: "o burro sou eu" (PPC)
Análise lúcida, mas com a esquerda no poder a comunicação social é muito mais protetora. Ou seja, é tudo muito mais fácil.
Algumas pessoas deveriam ler o artigo com atençao antes de comentar.
Que parte deste artigo é irreal e nao corresponde com a realidade?
Dilacerante. A verdade nua e crua.
O
que tem mais piada em Portugal é que perante a crueza dos factos, a
orquestra continua a tocar, os trombones da propaganda oficial, que
teima em se considerar comunicação social, não param de berrar.
A rapaziada anda feliz porque não há uma greve do Metro por semana. E vai pedir mais emprestado para comprar prendas no Natal.
Acontece que a crueza dos factos é post-verdade. Não interessa.
A verdade é a orquestra a tocar e os trombones da propaganda a berrar.
E no final a culpa será dos bancos que emprestaram ...
O que falhou foi o diabo do carantonha. Apenas isso
Só posso dizer que espero que o Costa cumpra a legislatura.
É
triste para o país e para os portugueses (principalmente quem nunca foi
nas mentiras de esquerda), mas infelizmente só assim aprendem.
Só
ha uma maneira de se poder trabalhar num pantano que é drena-lo
primeiro. Nesta trajectória, sem uma unica reforma, UMA UNICA REFORMA,
nao é dificil antever o que vai acontecer ao país. O pantano vai ser
drenado e os "animais do pantano" vao ficar expostos sem a protecção do
dinheiro dos contribuintes para comprar e segurar poder.
Vai
ser giro tambem ver Marcelo ja comprado á espera dos votos do PS nas
proximas presidenciais... Veremos como vai chegar o país a essas
presidenciais.
A
contestação pública esteve sempre no PC e na Inter. Com ambos
neutralizados, com uma migalhas (ver a humilhação dos 25 cent do almoço)
Costa tem a paz dos cemitérios assegurada. Faz o que quer, dá 800
milhões à Carris, com o recado de que se deve servir o passageiro e
borrifar no rigor das contas e os jornalistas engolem, o PSD e o CDS
engolem e os provincianos que vão pagar nem deram por isso, mais
preocupados com o Benfica ou o Porto.
Tudo está bem, nunca tivemos um PM tão adequado às características nacionais.
Concordo totalmente.
O caso da Carris é uma vergonha inqualificável.
E
sim, o PM é exactamente o que este país merece - infelizmente, os que
não são comuna-socialistas também pagarão a factura, que será bem
pesada...
Ontem como hoje, até quando corja?
EST(R)ADO DA NAÇÃO
-Sociedade Portuguesa hoje
Analfabetismo
funcional; in(cultura)/ignorância; apatia cívica/irresponsabilidade;
ilusão/aparato/ostentação; irracionalidade/inversão de valores;
indigência mental/anestesia colectiva; ensino postiço e inconsequente;
autoridade tolhida e envergonhada; justiça sinuosa e selectiva;
responsabilidades diluídas e baralhadas; mediocridades perfiladas e
promovidas; capacidades trituradas e proscritas; sofisma
institucionalizado.
-Quês e porquês
Maleita
atávica e condicionamento manipulado pelos poderes instalados;
negligência paralisante no dever de participação; vício embriagante na
desculpa cómoda do dedo acusador sempre em riste. Culpar D. Sebastião, o
padeiro da esquina ou dirigentes de ocasião é nossa mestria e sina
nossa. Culpados somos todos nós, acomodados na obsessão estéril de
celestiais direitos. Também é com a nossa apatia pelos valores de
intervenção e cidadania, que somos conduzidos repetidamente para o
conhecido pantanal. Os nossos governantes são o reflexo e extensão da
gente que somos, mas valha a verdade em escala cujo grau de refinamento,
incapacidade e subversão de interesses colectivos ultrapassa os limites
da decência. Que o actual 1º ministro em vez de esbracejar governe e em
vez de iludir assente, invertendo essa carga em desequilíbrio e
remetendo para as calendas a política de feirola de contrafeitos.
-Receituário extraviado
Cabe
cultivar que ao cidadão comum não deve competir apenas votar
ciclicamente em deputados acorrentados pela disciplina partidária. Na
sociedade como nos bancos da escola, acautelar conceitos/aulas de
civismo e cidadania, o que é liberdade, democracia, educação e
compostura. A televisão pública como veículo que molda, não pode servir
só para futebol, novelas e propaganda oficial. Não basta compor a rama,
é preciso cavar a terra e aconchegar os tomates. Por hora o circo
ameaça continuar, mas que o tempo (grande mestre) se encarregue de nos
despertar enquanto é tempo. A nós, suporte colectivo de tragédias e
façanhas, competirá sobretudo intervir responsável e interessadamente no
que a todos diz respeito, não concedendo carta branca ao desbarato
para o traçado do caminho, ao círculo restrito de políticos abengalados.
O articulista, não só é mau perdedor, como nem sequer disfarça.
É isso, o problema resume-se ao mau perder do articulista... tão simples quanto isso.
Deves pensar que isto é futebol...
Isto nao è de ser mau perdedor ou nao,
È o estado do pais que conta!
Isto nao è um jogo de futebol.
Se quer jogar à bola, va jogar para outro lado.
Ignorante!!!!!!
Rui Ramos, podes crer, é uma questão de tempo.
Lembram-se
do princípio do fim de Cavaco como 1º ministro? Na ponte sobre o Tejo,
as manifestações organizadas e a ausência de habilidade política da
ministralhada? Foram uns aselhas de primeira para não dizer
incompetentes. Já ninguém suportava o Cavaco e aquela malta infecta do
seu governo.
O Costa da geringonça, sem saber ler nem escrever, irá um destes dias ficar na mesma situação. Questão de tempo.
Como escrevia o O'Neill "há mar e mar, há ir e voltar".
Parece que este paineleiro faz de propósito para atrair atenções e muitos comentários. Mente e distorce os acontecimentos para baralhar e satisfazer os fieis seguidores de direitolas sedentos por "verdades" insofismáveis. Quem se perpetuou no poder foi um tipo de gato (de alcunha botas)
que adorava jogar ao rato julgando-se leão. Os que se sentam no poder
actualmente, felizmente, são devorados pelo mercado que exigem novidades
e movida e outra vezes nem isso.
Ó querido "Chega para lá" que tens sarna.
Quando quiseres insultar alguém vai primeiro ao dicionário ver como se escreve o palavrão!!!!!!!
Por
acaso o chega para lá quis(?) indicar o Rui Ramos como paineleiro ou
seja como fazendo parte de um painel. Mas nem nisso acertou porque não é
isso que ele é. Um painel é outra coisa. Quis só ser engraçado, mas
muitos são os chamados mas poucos os escolhidos. Quanto ao resto nada de
novo.
Curiosamente,
comentários palhaços destes o Observador não bloqueia. Assim, este
jornal não vai longe. Pena, que tem comentadores do mais alto nível,
como Rui Ramos é um claro exemplo.
Perpetuou no poder? Deixa lá o ditador assassino Fidel em paz.
Tanto gato que segue Ramos. Ainda por cima pardos.
Coitado do "Chega...." tresleu.
Podes
crer! O Ramos o JMFernandes a Avillez, o Homem Cristo, a Seabra gosto
imenso pois não dá tangas, Helena Matos, etc......só não gosto do
convencido de alta estirpe do padre de Almada, coitado não dá uma para a
caixa. Aquela que tem ar de boazinha a Laurinda não sei quantas, toda
dedicada ao bem e à Igreja Católica é enjoativa que se farta.
Escusava de vir para aqui usar a linguagem que utiliza lá em casa com a família...