O Egito desmentiu as notícias que dão como certa "a presença
militar" na Síria, alguns dias depois de o Presidente egípcio ter
expressado o seu apoio ao exército de Damasco.
O diário libanês As-Safir escreveu na edição de quinta-feira que uma unidade de 18 pilotos do exército sírio estava numa base militar na cidade de Hama, no centro da Síria, a norte de Damasco, sem referir se iriam participar nos combates.
“As alegações não existem senão na imaginação daqueles que as veicularam”, salienta a nota.
Na semana passada, o presidente Sírio manifestou o seu apoio ao exército egípcio num entrevista difundida pela televisão pública portuguesa RTP, uma posição que está em contradição com as dos seus aliados do Golfo, nomeadamente a Arábia Saudita.
Questionado sobre a possibilidade de ver o Egito ter um papel na manutenção da paz na Síria sob o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU), Abdel Fattah al-Sissi respondeu: “A nossa prioridade é a de apoiar os exércitos nacionais, por exemplo na Líbia para reforçar o controlo do exército sobre o território e lidar com os elementos radicais. O mesmo na Síria e no Iraque”.
Várias potências do Golfo, caso da Arábia Saudita, apoiam rebeldes que lutam na Síria contra o presidente sírio Bachar al-Assad.
As relações entre a Arábia Saudita e o Egito arrefeceram nos últimos meses, com o Cairo a apoiar na ONU, em outubro, uma resolução russa sobre a Síria, que foi fortemente criticada por Riade.
Duas semanas mais tarde, o mais alto responsável dos serviços de segurança sírios, fazia uma visita surpresa ao Cairo, a primeira ao estrangeiro tornada pública, depois da guerra na Síria em 2011.
No Iémen, o exército egípcio participa desde 2015 na coligação formada pela Arábia Saudita para lutar contra os rebeldes ‘huthis’.