Luaty Beirão
O ativista luso-angolano Luaty Beirão considera que os cidadãos
angolanos estão treinados para “não pensar ou agir”, apelando à
“despartidarização das mentes” em que cada um deixe de ter medo de
falar.
“Eu acredito que temos de despartidarizar as mentes das pessoas. Criámos uma nação em que todo o mundo tem de estar associado a algum partido para se sentir protegido para poder falar e ter liberdade de expressão”, mas é preciso “acabar com isso”, afirma o ativista, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, onde está para apresentar o seu livro “Sou eu mais livre, então. Diário de um preso político angolano”.
Luaty Beirão defende que a participação pública dos cidadãos
não deve estar dependente de partidos. “A sociedade civil, o cidadão
individualmente, tem de ter o seu espaço”, mas isso não acontece em
Angola. Em Angola, “o cidadão desistiu porque foi treinado que não podia
pensar”, porque “se ele pensar vão-lhe acontecer coisas más, vai perder
o emprego, vai ser perseguido e vai começar a receber telefonemas e
mensagens ameaçadoras”, afirma o ativista, que considera esses receios
naturais.
A greve de fome e a exposição mediática que alcançou colocaram Luaty Beirão como o mais relevante do grupo de detidos. O luso-angolano mostra-se consciente que o seu nome “faz mais notícia” porque foi criado no meio das pessoas ligadas ao Governo.
“Eu cresci no seio das pessoas que mandam no país, cresci com eles, os filhos deles foram meus amigos. Eu dei-me com essa gente toda”, diz, admitindo que o facto de ter uma tez de pele clara e ligações a Portugal também ajudou a dar visibilidade ao seu caso. “Há a nacionalidade e o fator cor”, admite Luaty Beirão.
O ativista apela para que os angolanos não tenham medo de expressar
a sua opinião ou o que pensam, defendendo que a participação pública
dos cidadãos não deve estar dependente de partidos.
“Eu acredito que temos de despartidarizar as mentes das pessoas. Criámos uma nação em que todo o mundo tem de estar associado a algum partido para se sentir protegido para poder falar e ter liberdade de expressão”, mas é preciso “acabar com isso”, afirma o ativista, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, onde está para apresentar o seu livro “Sou eu mais livre, então. Diário de um preso político angolano”.
As pessoas veem o que acontece com os outros e não vão provocar, não se metem nisso. E foram treinados, foram desincentivados de pensar e de agir”, resume o ativista, que rejeita ser considerado um mártir político pela democracia no país.“A maior parte de nós escolheu trilhar este caminho consciente dos problemas que ia encontrar. Desde 2011 que estamos mentalizados que metermo-nos com esta gente pode significar pior que a prisão”, explica. “Não me vejo como um mártir, vejo-me como uma vítima da repressão. A forma como nós somos tratados por exigir direitos fundamentais é que nos está a dar essa imagem”, diz o ativista.
A greve de fome e a exposição mediática que alcançou colocaram Luaty Beirão como o mais relevante do grupo de detidos. O luso-angolano mostra-se consciente que o seu nome “faz mais notícia” porque foi criado no meio das pessoas ligadas ao Governo.
“Eu cresci no seio das pessoas que mandam no país, cresci com eles, os filhos deles foram meus amigos. Eu dei-me com essa gente toda”, diz, admitindo que o facto de ter uma tez de pele clara e ligações a Portugal também ajudou a dar visibilidade ao seu caso. “Há a nacionalidade e o fator cor”, admite Luaty Beirão.
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