Há muito que queria escrever uma crónica sobre o roubo, um texto que fosse um inventário do que se rouba e do que não se rouba em Moçambique. Na semana passada, roubaram-me a bateria do carro e o impulso para o texto ganhou corpo no território flácido de minhas elucubrações. Pensei: mas o que não se rouba em Moz? Ou, comparando, o que é que não se rouba noutros contextos, até africanos. Por exemplo, na rua um homem arrancou o telemóvel do meu filho. Isto foi há dias...
Dei-me a pensar na crise e no que ela traz de incentivo ao roubo. A
pisca de um carro? Há geografia capaz de delimitar um índice mundial do
roubo? Onde estaríamos nesse índice, de 0 a 100, onde 0 é o a nação mais
roubadora do mundo. Seria um indicador para quê? Para programas de
cooperação internacional anti-roubo (mas não é disto que falamos quando
falamos de corrupção?)?
Porque, na verdade, isto do roubo é generalizado à escala mundial. Uns mais sofisticados. Os colarinhos brancos. O nosso problema é que nós roubamos de tudo. A pisca, a energia no vizinho, a sombra alheia, o bolso do cobrador, o frango na grelha da titia do lado, um simples parafuso, um prego encurvado, a hóstia na igreja. Roubamos à mulher a fidelidade em nossos escondidinhos e, ao casamento. adulteramos com o mais leve aceno da perfídia.
E é terrível o roubo. E muitas das vezes roubamos a nós mesmos, ao nossos filhos e aos netos. Há uma cultura do roubo instalada que faz bem um novo traço identitário dos moçambicanos. Foi isso que senti há dias na RAS: então vocês foram roubados assim mesmo?... Petrifiquei-me boquiaberto. Há mesmo uma reconstrução identitária dos moçambicanos nivelada por práticas roubalheiras atribuídas às elites. O pilha-galhinismo é uma coisa corriqueira. O grave é quando nos roubam a alma.
Foi isso que aconteceu. Sorrisos de gerações despedaçados num clique de ganância e arrogância. O pior foi ter-nos acontecido isso. Do pilha-galhinismo ao pilha-patrismo demos um passo gigantesco. Um dia vou escrever uma crónica que será um verdadeiro ensaio sobre o roubo, mas inventário genuíno começaria por destrinçar o que é que não se rouba mesmo. O que é que não se rouba mesmo?
Ontem tive um sonho. Foi um pesadelo. Era uma manequim challenge, esse novo modismo por aí, e na pausa para o vídeo estavam uma mão alheia em cada um dos meus bolsos, na mochila também, e uns camiões descarregando rios de dinheiro na casa-forte do banco central. O minuto dessa manequim challenge durou uma eternidade. O que é que não se rouba mesmo?\
Porque, na verdade, isto do roubo é generalizado à escala mundial. Uns mais sofisticados. Os colarinhos brancos. O nosso problema é que nós roubamos de tudo. A pisca, a energia no vizinho, a sombra alheia, o bolso do cobrador, o frango na grelha da titia do lado, um simples parafuso, um prego encurvado, a hóstia na igreja. Roubamos à mulher a fidelidade em nossos escondidinhos e, ao casamento. adulteramos com o mais leve aceno da perfídia.
E é terrível o roubo. E muitas das vezes roubamos a nós mesmos, ao nossos filhos e aos netos. Há uma cultura do roubo instalada que faz bem um novo traço identitário dos moçambicanos. Foi isso que senti há dias na RAS: então vocês foram roubados assim mesmo?... Petrifiquei-me boquiaberto. Há mesmo uma reconstrução identitária dos moçambicanos nivelada por práticas roubalheiras atribuídas às elites. O pilha-galhinismo é uma coisa corriqueira. O grave é quando nos roubam a alma.
Foi isso que aconteceu. Sorrisos de gerações despedaçados num clique de ganância e arrogância. O pior foi ter-nos acontecido isso. Do pilha-galhinismo ao pilha-patrismo demos um passo gigantesco. Um dia vou escrever uma crónica que será um verdadeiro ensaio sobre o roubo, mas inventário genuíno começaria por destrinçar o que é que não se rouba mesmo. O que é que não se rouba mesmo?
Ontem tive um sonho. Foi um pesadelo. Era uma manequim challenge, esse novo modismo por aí, e na pausa para o vídeo estavam uma mão alheia em cada um dos meus bolsos, na mochila também, e uns camiões descarregando rios de dinheiro na casa-forte do banco central. O minuto dessa manequim challenge durou uma eternidade. O que é que não se rouba mesmo?\
Egidio Vaz Rouba-se tudo.
Euclides Cumbe mas tudo mesmo
Jr Chauque meu filho roubaram chapeu a voltar da escola
Linda Fernando Epah,
num país onde rouba-se o caixao ao defunto para ve drr em segunda ou
quinta mao aos vivos.... Rouba-se tudo. Nem a alma escapa
Valter Tale Rouba-se tudo, até a falta de vergonha. Hoje em dia temos poucos bons exemplos. Tudo foi roubado.
Sílvio Sitoe Até a privacidade é roubada.
Manuel Chipeja Ate os sonhos se roubam....
Lucas Arnaldo Mazive Rouba se um pouco d tudo em moz
Mariaolinda Silva Mocambique Pais de gatuno me dispiace como nostro Pais ha sceso cosi in baixo se podesse se rubava ar che respiramos!!!!!!!Ver Tradução
Helder Mustafa Mustafa Em moçambique nao se rouba pouco de tudo, rouba-se tudo até nada!
Mauro Manhica Bom texto. Roubaste-me os pensamentos. Tsc. Rouba-se tudo, mesmo. Rsrs
Fabio Munico Tudo menos nada mesmo
Víctor Mulungo "Há
uma cultura do roubo instalada que faz bem um novo traço identitário
dos moçambicanos." É nojenta a forma desprezível como os estrangeiros
nos tratam nas negociacoes. Eles já conhecem o desfecho antes de mesmo
do início da negociacao. "O grave é quando nos roubam a alma." Quando és
nomeado para qualquer cargo público, a primeira coisa que te roubam é a
alma.
Augusto Gildo Buanaissa O
chato é quando nos roubam a consciência, a integridade e à alma. De
tanto nos roubarem, somos até capazes de nos matar, para que eles
continuem nos roubando.
Essa é a nossa triste realidade.
Essa é a nossa triste realidade.
Kississe Nhantumbo Rouba se tudo, até roubam nos o direito de saber a verdade. Enfim até roubam nos a vida.
Sandra Urceira Sugiro outro tema relacionado para um texto teu: quem é que não rouba?! também seria interessante...
Silvio BieMavila Pois...!
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Neivaldo Nhatugueja ....Ate o próprio chão que pisam!!!
Inusso Jamal De tanto roubarem, acabam roubando o próprio roubo.
Jorge Jone Até o que não tem utilidade roubam.
Rosario Fome De facto, rouba-se tudo.
Sandra Urceira Mas quem é que rouba, afinal?!?!?!
Daniel Costa Rouba-se nosso direito a liberdade de expressão.
Aristides A. Penisela Guirrugo Em Moz, só não se rouba o que não existe.
José Zezinho MM, nós estamos no país do Vale tudo, desde que não nos roubem a alma.
Sonia Maciel Bem
escrito MM!!! Acho que se podia escrever uma bíblia sobre o assunto...
Enfim!!! Acho que há um outro assunto de que nós estamos a esquecer.... O
aumento dos salários dos deputados que dormem mais do que trabalham e o
não aumento dos salários e corte de
benefícios dos funcionários públicos que continuam a dedicar o seu dia a
dia mantendo o país a funcionar... Sei que há gente que não o faz mas
ainda há muito bom funcionário que o faz com a devida dedicação e
zelo!!!
Sonya Mondlane Outra forma de roubo....
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Helio Edmundo Rouba-se até a dignidade...
Jorge Matine Pablo Neruda, assim escreveu sobre o Ramo roubado:-).
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Maria Narotam Se um pai duma nacao rouba te tudo ate a consciencia e dignidad e continua impune k farao os filhos?
Joel Muzima O roubo tem um mentor, que é a falta de respeito. Falta respeito pelo esforço dos outros, e por muitas outras coisas alheias, não conheço a raiz do roubo no nosso país, mas da falta de respeito consigo vislumbrar as raízes...
Ivo Simões Por aqui só não se rouba o que não temos/existe!
Como foi dito....
Quem não rouba?
Como foi dito....
Quem não rouba?
Jaime Bambo "O que é que não se rouba mesmo?"...
Jaime Cumbana Marcelo Mosse, Agora eu pergunto: o que é que mais se rouba(furta-se) e nao dá cadeia?
Anibal Neves Se numa família os pais nao tem bons exemplos, naturalmente que os filhos seguir-lhes-ao as pegadas. Claro que existem algumas excepções mas grosso modo...
Mumino Abdul Remane Momito Esses! Sao gatunos classicos.
A Propia Victorino Estamos proibidos até de sonhar.kkkkkk
Hermenegildo Sadina O que é que não se rouba...? Não tenho direito, não tenho alma, não tenho bens e serviços basicos, liberdade, etc.
Hermenegildo Sadina O texto é Top Marcelo Mosse.
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