quarta-feira, 22 de março de 2017

Samora disse"não se pergunta a um escravo se quer ser livre".

Brazao Catopola esteve a tentar perceber.

Um estudo das Nações Unidas (2016-7) sobre o índice de felicidade na Africa do Sul revela que o os Sul Africanos preferem abdicar das suas liberdades democráticas a favor de melhores condições de vida. Interessante.
Cerca de uma ano eu questionava, numa palestra sobre Pobreza em Moçambique e escrevi sobre processo Histórico de compreensão da pobreza em Moçambique 1975-2010 ate que ponto a acusação de falta de sentimento a Armando Guebuza por ter dito "a pobreza esta nas vossas cabeças" fazia sentido, na medida em que, a meu ver, ele nos chamava a criatividade na resolução dos problemas. 
O mesmo estudo, das NU revela que as condições de realização para a felicidade nas pessoas de cor branca são idênticas as das pessoas morando nos países ocidentais e nas pessoas de cor negra se relaciona com melhoria das condições estruturais. Ja agora, nessa palestra que ministrava eu dizia que o fundamento da noção de pobreza deve ter uma relação direta com a palavra ACESSO.
O debate sobre de felicidade e bastante antigo, muito mesmo. De forma sistematizada, desde Aristóteles ate ontem. Sei que a memoria e seletiva, mas creio que não ha memoria que SE esquece em pouco menos de mais de 30 anos de toda tortura e tritura imposta pelo Apartheid. 
Lembrando nas condições de definição de felicidade das pessoas negras, mais uma vez me vejo obrigado a trazer a palavra acesso como A PALAVRA nuclear nisso. 
Quando Samora disse não se pergunta a um escravo se quer ser livre tudo o que dizia e que a liberdade e o fundamento da vivencia do homem. Quando Guebuza disse a pobreza esta em vossas cabeças nos chamava apenas a liberdade de pensar, agir. 
O que se torna complicado e como ter acesso a liberdade para os campos econômico, financeiro, politico, cultural, histórico, etc para ser feliz. Creio que o estudo das nações unidas poderá não ter em consideração ou esta confundindo o conceito de felicidade com o de realização pessoal. E, alias, mesmo assim, nao basta a realização pessoal para ser feliz, ha vários estudos que demonstram a felicidade abarcando vários estágios, nomeadamente, satisfação das necessidades básicas, status social, politico, etc, lazer, prazer . 
Nao acredito que alguém queira ser ou estar num sistema vivendo no regime do Apartheid. 
Agora e preciso ter também em conta, que nos bantustões havia condições de vida(saúde, educação, econômicas). Aqui, o termo de relação não pode ser trocar as liberdade, mas melhorar as condições de vida e isso e garantida, sobretudo, através das liberdades democráticas. Num estudo sobre Xenofobia varis pessoas foram dizendo que naquele tempo, do apartheid, eram excluídas dos locais de brancos mas tinham, comida, educação, hospital. etc 
Eis a questão. ACESSO.
Nelson Mugabe Nostalgia, saudade e felicidade em sua emoções e seus efeitos na vida social. Ilude-se aquele que pensa que essas coisas por ser triviais são inúteis para um quadro teórico de grande alcance. Bom quando crescer vou escrever sobre esses sentimentos e sua relação com micropolitica. Rsrs
CLoves Boaventura Penso entender o alcance do teu discurso, Catopola...e concordo com ele na essência. 

MAS...

Parece-me que o que "incomodou" às pessoas, não foi o discurso de Guebuza...foram as suas acções! 

Quando ele falou sobre pobreza, já se sabia, pelos bastidores, das suas muitas participações empresariais (e toda a sujidade que não interessa aqui mencionar). 

O que parece ter incomodado ao povo, foi a "sensação de ter sido infantilmente enganado". 

Foi o facto de se ter vendido a esperança de dias melhores, a troco de votos...e se ter alimentado essa esperança por quase 5 anos...Cahora Bassa, 7 Milhões, Deixa andar, etc, etc...e durante quase 5 anos o povo esperou que as coisas melhorassem...e só melhorou para uns poucos.

Penso que esse foi o real problema - a diferença entre o discurso e as acções de quem discursa, estando na posição em que estava!

Quanto aos estudos europeus e americanos, acho que precisamos ter mais atenção quanto às premissas básicas! Enquanto se avaliar a inteligência pela pujança racional e tudo o resto pela pujança econômica e financeira, estaremos a limitar nossas proprias habilidades e capacidades. África tem padrões diferentes, meus irmãos. Enquanto nos avaliatmos pela capacidade de sermos Europeus, seremos sempre inferiores!!!
Brazao Catopola Concordo que as pessoas ja sabiam das coisas, mas está mesmo ai a ideia de vamos reinventar e isso pode ser até mesmo desafiar o padrão estabelecido
CLoves Boaventura Sim. Óptima perspectiva! Pecou, acho, por ausência de acções condizentes, do líder por que se ansiava. 
Esse discurso, lido por homens "íntegros" tem outro pendor...
Buene Boaventura Paulo Acesso em quais dimensões? Pode tornar mais claro esse acesso? De um lado deu-me a perceber que a Liberdade é o pilar básico para a satisfação, há porém que ampliar o acesso. Esta de que a pobreza reside nas nossas mentes deixou - me confuso, no que diz respeito à satisfação.
Brazao Catopola duas coisa prezado Buene Boaventura Paulo, a satisfação reside também na possibilidade de vice ter acesso ao político por exemplo. Você poder discutir política e poder sem isso significar a sua exclusão ou rotulação. Acesso econômico você ter as mesmas condições de poder ganhar, negociar, vender etc que qualquer um outro e por aí em. diante. a segunda coisa é que o Presidente Armando Guebuza nisso, repito, a meu ver, foi mal citado. ele dizia nós temos recursos e condições vamos usar. vamos inventar algo bom... a gente vê pessoas com pau capim matope etc e nao consegue ter uma casa de pau a pique Boa. aquelas casa por exemplo bem feitas duram trinta anos... é ai que o PR Guebuza queria chegar..
Buene Boaventura Paulo Obrigado pela clarificação, volto oportunamente para rebater o statment de Guebuza e sua interpretação
Miro Guarda E ja agora Brazao Catopola, queres ter acesso a que?
Brazao Catopola Liberdade de pensamento. Liberdade de expressar esse pensamento. Liberdade de viver num estado não justo, mas menos injusto possível
GostoResponder120 h
Miro Guarda O facto de dizeres o que dizes nao e sinom
Miro Guarda Sorry, o facto de dizeres livremente o que dizes nao e sinonimo de liberdade? Olha o conceito de fazer o que acho no meu direito leva a Snowdenizacao das pessoas mesmo nas nacoes onde se diz havereme liberdades. O cerne da questao e ate que ponto o que pensamos e livremente podemos espressar pode trazer em algum momento algum resultado. Se o podes dizer como que cantarolando e nada traz de consequencia (negativa ou posetiva) entao nao e melhor nao gastar a saliva ou o teclado nas circunstancias em que estamos? Ou e agua mole em pedra dura?
GostoResponder119 h
Brazao Catopola O que é dizeres livremente? abrir a boca e dizer todos podemos. a questão é e depois? se tu sabes que sempre que disseres algo estas em risco de vida (morte, exclusão social, financeira) então nao tens liberdade de pensamento não nem o direito de pensar diferente. é claro que a gente não diz tudo o que quer, mas temos o direito de expresaar a nossa opinião em face aquilo que determina a nossa vida.
Firme De Mussa Brazao Catopola, meu caro tua reflexao foi profunda em dois aspectos diferentes: (1): Raao e coezao, oque me leva a concordar com tusa conclusoes.. (2): Levanta questoes: uma delas colocada por Miro Guarda, Acesso a que? Em meu ver, dando exempllo concreto, a felicidade passa de umou doutro modo pela satisfacao de um certo desejo, exemplo Acesso a agua (agua como um direito humano). Poderia ir mais a fundo?

CLoves Boaventura Nesse aspecto (acesso), concordo plenamente com o Brazao Catopola

O acesso é elementar para qualquer tipo de desenvolvimento: acesso à formação e informação; acesso à justiça; acesso a meios e factores de produção; acesso à canais de expressão; acesso à factores de decisão...enfim, enquanto não tivermos a "possibilidade de chegar aos meios", os fins continuarão difíceis de alcançar!

Um dos factores por que a política se tornou um dos principais meios de enriquecimento, é justamente porque ela dá acesso aos meios para chegar aos fins (poder, dinheiro, etc)...

Ora, quando o acesso à verdade e/ou meios de informações ou decisórios é cerceado, limitam-se as liberdades...promove-se o medo (situação actual). Vivemos numa situação em que a constatação (virtual) de um problema, passa a constituir (por descargo de consciência), solução desse mesmo problema. 

O problema é que as constatações virtuais, não teem valor legal...e não há coragem suficiente para tornar essa virtualidade, em aspectos factuais, comprováveis.

Voltamos então à necessidade de acesso à agentes e factores de justiça...acesso a uma justiça isenta!
GostoResponder18 h

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