domingo, 16 de novembro de 2014

Estado Islâmico diz ter decapitado norte-americano raptado em 2013


Vídeo divulgado este domingo mostra um jihadista ao lado de uma cabeça decepada, dizendo que decapitou o refém Peter Kassig.
Kassig trabalhava na área humanitária, depois de se retirar da carreira militar AFP

O grupo que se auto-intitula Estado Islâmico (EI) reivindicou, num vídeo divulgado neste domingo nos sites jihadistas, a decapitação de Peter Kassig, um norte-americano de 26 anos, veterano da guerra do Iraque, que tinha sido raptado em 2013. A confirmar-se, esta será a quinta vítima ocidental do EI desde Agosto.

Segundo o britânico The Guardian, o EI divulgou um vídeo de 16 minutos no qual mostra um homem de cara tapada, em pé, ao lado de uma cabeça decepada, dizendo que decapitou Peter Kassig. A veracidade das imagens ainda não foi confirmada.

No vídeo, o homem mascarado diz: "Peter, que lutou contra os muçulmanos no Iraque, servindo como soldado sob o Exército americano, não tem muito a dizer. Os seus companheiros de cela anteriores já falaram em seu nome." Na mensagem, o grupo jihadista emite avisos dirigidos aos EUA e ao Reino Unido, e também aos muçulmanos xiitas. As imagens mostram ainda militantes do EI a decapitarem vários homens identificados como pilotos e oficiais leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad. "Para Obama, o cão de Roma, hoje estamos a massacrar os soldados de Bashar e amanhã estaremos a abater os seus soldados", afirmou o homem de cara tapada, segundo escreve a Reuters.

Kassig, que após ter servido no Iraque fundou uma organização de assistência humanitária chamada Special Emergency Response and Assistance, começou em 2012 a trabalhar com refugiados palestinianos e sírios no Líbano, como técnico de emergência médica. Estava a caminho da localidade de Deir Ezzouir, na Síria, quando foi raptado pelos jihadistas, em Outubro de 2013.

No mês passado, os pais de Kessig difundiram uma mensagem a partir do Indiana, EUA, dando conta do seu orgulho, respeito e consideração pelo trabalho e dedicação do filho e informando que Peter se tinha convertido ao islão em cativeiro. Referindo-se ao filho pelo seu nome muçulmano Abdul-Rahman, o casal Kassig pedia aos raptores que o deixassem partir em liberdade. Nessa ocasião, o Conselho de Segurança Nacional norte-americano garantiu que “foram accionados todos os meios – militares, diplomáticos, de segurança e serviços secretos – para resgatar Peter Kassig”. Sem sucesso.

O anúncio deste vídeo surge no mesmo dia em que o presidente norte-americano, Barack Obama, considerou que uma eventual aliança com o governo sírio iria enfraquecer a luta da coligação internacional contra o Estado Islâmico.

“Na nossa opinião, fazer uma causa comum [com o presidente sírio Bashar al-Assad] contra o ISIS [uma das siglas utilizadas pelos EUA para designar o Estado Islâmico] iria enfraquecer a coligação, declarou Obama numa conferência de imprensa no final da cimeira do G20, que decorreu durante o fim-de-semana em Brisbane, Austrália.

Para o governante, “Assad perdeu a legitimidade aos olhos da maior parte do seu país". Os EUA lideram uma coligação internacional, composta por países árabes e europeus, para combater o Estado Islâmico, que controla já uma grande área de território no Norte do Iraque e no Leste da Síria.

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