zSai às quintas
Director: Ângelo Munguambe
amb
Onde a naçã
l Editor: Egídio Plácido
o
l Maputo, 06 de Junho de 2019
se reenc
e
ontra
l Ano XVI
z
l nº 858
E Comercial
TABELA DE PREÇOS
Abertas assinaturas
para 2019
MAIS INFORMAÇÕES
Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181
Email: esmelifania2002@gmail.com
ZAMBEZE
2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt
período
trimestral semestral ANUal
50,00
z E
mt
Sai às quintas
amb
Onde a nação se reenc
e
ontra
z Comercial
TABELA DE PREÇOS
Abertas assinaturas
para 2019
MAIS INFORMAÇÕES
Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181
Email: esmelifania2002@gmail.com
ZAMBEZE
2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt
período
trimestral semestral ANUal
50,00mt
Demissão estranha em período conturbado
Gamito
abre boca
e foge do
barulho
CC decidiu sobre dívida oculta
Estado não
paga atum
Nyusi e a reconstrução pós-ciclones
Não queremos cabritos
no dinheiro dos doadores
Nova Democracia
Aventura
partidária em
marés de conflito
2 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
DÁVIO DAVID
Salomão Muchanga ressurge
Nova Democracia para acabar com
“acordos partidários de quarto”
O antigo líder do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, garante que a Nova Democracia (ND), o seu
récem-criado partido, vai concorrer em Outubro próximo para as Assembleias da República e províncias, não
descartando a hipótese de concorrer para a Presidência
da República, caso a situação assim exigir. Falando nesta terça-feira, na capital, Muchanga explicou que a ND
vai combater a exclusão política nacional e os contínuos
acordos de quarto entre partidos parlamentares que só
terminam quando novas “luas-de-mel pré-eleitorais”
emergem.
De acordo com
Salomão Muchanga, a ND
vem responder
à queixa da crise de liderança no país, segundo ele,
Moçambique precisa de um
líder visionário e comprometido em bem-servir, ou
seja, uma liderança servidora, séria que resguarde
soberanamente a vontade
do povo, o bem-estar económico e social e a paz.
Muchanga considera ainda que o paradigma
actual da governação nacional é angustiante e que
quase 50 anos após a independência continua a extirpar o Estado de Direito
em prol do qual milhares
de moçambicanos de todas
as etnias, religiões, cores e
culturas se uniram para edificar.
As políticas públicas
nacionais, na visão da
ND, não são inclusivas e
o regime de governação
arrogante e insensível aos
problemas do povo que se
perpetua através “de fraude
eleitoral que se repete eleição pós eleição, incluindo,
em 2018”.
Por outro lado, segundo
Salomão Muchanga, também se assiste à incessante
intolerância à diferença, ao
controlo excessivo do aparato securitário e judicial,
e a violação dos direitos a
livre expressão e a vida as
quais resultam em milhares de deslocados dentro e
fora do país que carecem de
assistência alimentícia, médica e medicamentosa, desamparados num contexto
de decapitação, sequestro e
violação sexual, com foco
para mulheres e crianças
em Cabo Delgado.
Como se não bastasse,
Muchanga também lamenta o escamotear dos direitos
económicos e sociais quando o povo é transportado
nos vulgos “my love” “num
cenário em que a água segura e potável rareia, a
energia eléctrica é cada
vez mais cara, a qualidade
de ensino fraquíssima, o
desemprego generalizado,
a habitação por xitique, o
acesso dos jovens ao crédito (bancário) é dificílimo
quando não impossível e a
agricultura relegada ao plano terciário”.
Outrossim, Salomão
Muchanga aponta que a AR
continua movida pela “paralisia” da excessiva disciplina partidária e igualmente não tem iniciativa de leis
e nem de políticas.
Acordo de núpcias entre partidos par(a) lamentares
O diálogo político entre
a Frelimo e a Renamo também não escapou às duras
críticas de Salomão Muchanga durante a apresentação pública da ND.
Para Muchanga, o povo
moçambicano está agastado com contínuos “acordos
de quarto” entre partidos
com assento parlamentar
que revelam uma gravosa
incompetência legislativa
ao aprovar dispositivos que
lhe são impostos, sem a
necessária revisão crítica e
inclusão do cidadão que os
elegeu.
Os mesmos acordos
núpcias entre a Frelimo e
Renamo, segundo Muchanga, resultam regra geral em
novas tensões e acusações
que só terminam quando
“novas luas-de-mel pré-
-eleitorais emergem”.
Não mesmo importante
para ND também é o facto de Moçambique estar
a passar por uma fase de
transição de uma economia
baseada na ajuda e dependência externas, para uma
economia do gás e do petróleo, onde, contudo, a
divisão do bolo é ainda no
forno “o turismo negligenciado e o potencial agrícola
é subalternizado e as questões climáticas ignoradas, o
que poderá decidir a hipoteca de gerações inteiras”.
Jovens devem estar
nos centros de poder
para reverter sistema
eleitoral cinzento
Entretanto, soubemos
no local que a ND já está
legalmente reconhecida no
país e espera que nos próximos dias formalize a sua
inscrição na Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Embora Salomão Muchanga se junte a vozes dos
que contestam o processo
de recenseamento eleitoral
ora findo, a visão da ND é
que a juventude (excluída)
deve lutar para mudar as
coisas estando dentro dos
centros de poder, alegadamente porque todos lançam
culpas sobre o Secretariado
de Técnico de Administração Eleitoral (STAE), mas
é o sistema (de governação) que é cinzento em Moçambique.
“Não é possível o
STAE fazer um bom trabalho quando todo o sistema o persegue para não
fazer esse bom trabalho. O
STAE é o reflexo daquilo
que é Moçambique hoje, e
para mudar isso é preciso
que os jovens estejam nos
centros de decisão para que
o Estado seja despartidarizado e as pessoas sejam nomeadas por competências e
não pela quantidade de vivas que fazem no partido”,
acusou Muchanga.
Para a ND, os actores
eleitorais devem assumir
um sentido de Estado, assim sendo “condenamos
com veemência e desprezo todas as situações que
concorrem para a descredibilização das eleições no
nosso país, mas temos que
lutar para reverter este processo e não se luta de lado
de fora”.
Não ao tribalismo
Sobre a tão almejada
unidade nacional, Salomão
Muchanga explica que não
há necessidade de haver
tribalismo no país, porque
somos todos moçambicanos e as pessoas não devem
ser avaliadas pelo local de
onde vêm, onde nasceu
nem de onde vive.
“Daremos tratamento de dignidade a todos os
moçambicanos, independentemente de onde eles
vêm. Mas também, há
muitas outras questões por
analisar, como, por exemplo, a questão das assimetrias regionais que devem
ser combatidas e para isso
acontecer passa pela uma
estratégia de desenvolvimento sustentável e inclusiva que está em forja na
Nova Democracia”, disse
Mucahnga.
Entretanto, o mesmo
Muchanga minimiza as
correntes que acusam de
se tratar de um partido
pára-quedista em momento eleitoral, para Salomão
Muchanga, é uma falácia e
não devemos reproduzir o
discurso oficial “daqueles
que querem se perpetuar no
poder pelo sofrimento dos
outros, há o discurso de que
só estes é que podem fazer
política, mas a política é
para todos, todas as pessoas
têm o direito de participar e
de se fazerem elegíveis, temos de discordar e afirmarmos os nossos objectivos”.
Um partido de centro-
-direita
Questionado no local
sobre a ideologia política
da ND, Salomão Muchanga explicou que para o
caso de Moçambique, das
dificuldades dos cidadãos
nacionais e da pobreza não
se resolve com partidos da
esquerda, em ser socialista,
nem ser da direita, capitalista.
“Resolve-se com inclusão das preocupações
prementes, com políticas
públicas inclusivas em que
podemos recuperar o que
há de bom na direita e de
bom na esquerda, mas que,
fundamentalmente, todos os
moçambicanos têm o senso
de unidade, de convivência
harmoniosa e de partilha
dos recursos nacionais em
que a paz é fruto da Justiça”.
De acordo com o nosso
entrevistado, o foco principal da ND é tomar a Assembleia da República, as
assembleias províncias e
“havendo uma situação extraordinária veremos como
se trabalha para concorrer
a Presidência da República, mas, como disse, este é
um projecto a médio prazo
para governar Moçambique”, disse Muchanga.
Respondendo sobre os
comentários segundo os
quais a ND foi criada com
fundos de um ONG da sociedade civil, Muchanga
disse que “não comentamos boato, nós fazemos
política”.
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | destaques | zambeze | 3
CC desmonta ilegalidade do Governo e da AR
Dívida e garantia soberana
da EMATUM são nulas
“Nesta conformidade, o Conselho Constitucional declara a nulidade dos actos inerentes ao empréstimo contraído pela EMATUM, SA e a respectiva garantia soberana
conferida pelo Governo, em 2013, com todas as consequências legais”. Foi esta decisão tomada pelo Conselho
Constitucional (CC) que declarou nulo o empréstimo e
as garantias soberanas conferidas pelo Estado, no valor
de 726,5 milhões de dólares, à empresa estatal EMATUM, num acórdão divulgado nesta terça-feira, 4, em
Maputo.
Oacórdão decorre do processo aberto em
Julho de 2017
pelo Fórum de Monitoria
do Orçamento (FMO) e
pela Plataforma das Organizações da Sociedade
Civil, com dois mil subscritores, que requereu ao
CC a fiscalização sucessiva
abstracta da constitucionalidade.
Na sua fundamentação, o CC refere que o
Governo actuou à margem
da Constituição, violando
inequivocamente o disposto na alínea p) do no 2, do
artigo 178 da CRM, onde
se reserva a exclusividade
da competência da Assembleia da República para
“autorizar (…) a contrair
ou a conceder empréstimos, realizar outras operações de crédito, por período superior a um exercício
económico e a estabelecer
o limite dos avales a conceder ao Estado”, isto por um
lado e, por outro, infringiu
a alínea a) do no 2 do artigo
129 da Lei no 14/2011, de
10 de Agosto, pela prática
de actos que configuram
obviamente a usurpação
de poder, conflituando desde logo com o artigo 134,
onde se consagra a separação e interdependência
de poderes dos órgãos de
soberania, subordinando-
-se à Constituição e às leis,
tal como igualmente se estipula no n.o 3 do artigo 2,
ambos do CRM.
O CC diz estar surpreendido com a prática de
uma outra ilegalidade de
que fez eco a própria Assembleia da República,
quando se refere no documento da sua audição que o
empréstimo contraído pela
EMATUM, SA não fora
inscrito na Lei n.o 1/2013,
de 7 de Janeiro, contra uma
disposição de natureza imperativa, o artigo 15 n.os 2
e 3, da Lei n.o9/2002, de 12
de Fevereiro.
“Este é o bloco legal que
se inclui à Constituição e à
lei ordinária que foi completamente desrespeito
pelo Governo na contratação da dívida da EMATM,
SA, bem como da garantia
soberana conferida, decorrendo daí a sua ilegalidade
e com gravosas consequências jurídicas: trata-se
de actos inválidos, sob forma de nulidade, por força
do disposto na alínea a)
do n.o 2 do artigo 129, da
referida lei, facto que juridicamente tem reflexo na
questionada Resolução n.o
11/2016”, lê-se no acórdão
do CC.
Com esta decisão significa que o Estado moçambicano não mais poderá pagar a dívida da
EMATUM porque, como
se sabe, as decisões do CC
são irrecorríveis e de cumprimento obrigatório. A
batata quente fica em relação às dívidas da ProIndicus e MAM, também contraídas sem aval da AR.
O presidente do Conselho Constitucional,
Hermenegildo Gamito,
convocou a imprensa na
manhã desta quarta-feira
para comunicar a sua demissão do cargo. Gamito
invoca razões pessoais
como também o facto de
estar preste a completar
75 anos de idade como
sendo motivos da sua demissão.
Gamito tomou posse
como presidente do Conselho Constitucional a 26
de Maio de 2011, substituindo ao cargo Rui
Baltazar. A sua demissão
acontece um dia depois
de o órgão que dirigia ter
decidido sobre a nulidade
da dívida da EMATUM,
contraída com aval do
Estado moçambicano.
Na sua fundamentação,
o acórdão do CC levanta questões de fundo que
coloca o Governo do dia
em situação complicada
com os seus credores, os
quais já tinha iniciado a
negociação da dívida da
EMATUM.
Apesar de a decisão do
CC ter sido bastante
aplaudida, a quem entende o contrário. Para
alguns juristas, o CC não
tem competência para
declarar a nulidade, mas
sim declarar a inconstitucionalidade.
A demissão do presidente do CC acontece numa
altura em que o país entra
em período de processo
eleitoral, que exige daquele órgão dirimir conflitos eleitorais
Entretanto, o representante legal dos credores da
dívida soberana de Moçambique defendeu à Lusa
que a decisão do CC não
se aplica à dívida actual,
mas sim à emissão obrigacionista feita pela empresa
EMATUM.
"A decisão incide sobre a garantia do Governo ao financiamento da
EMATUM. Essa garantia
foi extinta em Abril de
2016 e não envolve qualquer parte dos 'eurobond'
(títulos de dívida soberana
emitidos em moeda estrangeira)", disse Thomas
Laryea.
O representante legal
do grupo de detentores de
mais de 60% da dívida de
726,5 milhões de dólares
(cerca de 645,5 milhões de
euros ao câmbio de hoje)
emitida em 2016, quando
o Governo reconverteu as
obrigações da EMATUM
em dívida soberana através de uma emissão no
mercado internacional,
afirmou ainda que esta é
uma nova obrigação.
"Os 'eurobond' constituem uma obrigação legal
nova do Governo moçambicano, que é um devedor
diferente da EMATUM, e
com credores substancialmente diferentes", vincou.
Esta dívida "foi publicamente aprovada pelo
Parlamento moçambicano, de acordo com a Constituição de Moçambique e
dentro dos limites da Lei
do Orçamento", acrescentou.
Em reacção à decisão
do CC, que declarou nulo
o empréstimo e as garantias soberanas conferidas
pelo Estado à EMATUM,
Thomas Laryea argumentou que a dívida soberana
"foi emitida nos mercados
públicos, sustentada em
documentação aprovada
legalmente e de acordo
com a lei britânica".
Por isso, concluiu:
"Dado que o tribunal de
Moçambique não tem jurisdição sobre os 'eurobond', esperamos que a reestruturação dos 'eurobond'
prossiga como acordado".
A emissão de dívida
soberana de Moçambique,
feita em 2016, resulta de
um acordo com os credores dos títulos obrigacionistas da EMATUM,
no valor inicial de 850
milhões de dólares (755
milhões de euros), que
tinham sido lançados em
2013 pela empresa de pesca de atum, com garantias
estatais.
Em 2016, Moçambique propôs aos credores a troca desses títulos
obrigacionistas, cujo devedor era a EMATUM,
por uma emissão de dívida soberana no valor de
726,5 milhões de dólares
(646 milhões de euros),
cujo primeiro pagamento era devido em Janeiro
de 2017, mas que nunca
foi pago, consumando a
chamada "crise da dívida
oculta".
Credores dizem que decisão do CC
não se aplica à dívida soberana
Gamito demite-se
da presidência do CC
4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
LUÍS CUMBE
Porta-voz da Frelimo dispara
A Renamo deve ser séria
na implementação do DDR
O encontro mantido entre o Presidente da República,
Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, na
cidade de Chimoio, província de Manica, serviu mais
uma vez para redefinir o roteiro que vai ditar os próximos dias no que se refere a assuntos militares. Definiu-
-se o mês de Junho em curso para o início da Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos
homens residuais da Renamo, e a assinatura do acordo
de paz definitiva até o princípio de Agosto. A Frelimo
defende haver condições para que se tenha desfecho antes das eleições de Outubro próximo, considerando a
evolução do processo catalisado pelo último encontro,
no entanto, a Frelimo diz que há que a Renamo encarar
o processo com alguma seriedade e coerência.
Oporta-voz da
Frelimo, Caifadine Manasse, acusou, durante
encontro com a imprensa,
a Renamo de não cooperar
para a conclusão desta fase
principal de implementação
do DDR, que vai culminar
com o acordo de paz que
marcará a cessação definitiva
das hostilidades no país.
Tem sido característico da Renamo, de acordo
com Manasse, recuar numa
altura que o processo conhece avanços, indicando
que não raras vezes dentro
da própria Renamo, alguns
actores dão informações não
concisas, incoerentes sobre
o dossier do Acordo Geral
de Paz (AGP). No entanto,
Manasse sublinhou que
para se chegar a um acordo
de paz definitivo, é preciso
que o processo seja gerido
pelas partes envolvidas com
máxima seriedade, ponderação, responsabilidade e
coerência.
Entende a Frelimo que
o último encontro mantido
entre Nyusi e Ossufo Momade pode revelar que a
Renamo fez algum trabalho
de introspecção para reconhecer a necessidade de se
dar passos no processo.
“Há poucos dias vimos
alguma demonstração por
parte da Renamo a mandar
uma lista de homens que
já estão na reserva, e nós
a Frelimo prontamente
reunimos para dizer que
não concordávamos, e
apoiamos a decisão de não
concordar com aqueles
homens que já estavam
enquadrados”.
Manasse diz haver condições para que a Renamo
seja desarmada antes das
eleições de Outubro próximo, considerando os
passos a registar-se nos
próximos dias avalizados
no último encontro entre
as partes envolvidas, no
entanto, chama atenção
da necessidade da Renamo
cumprir com os compromissos assumidos desde
inicio do processo.
“O importante para
nós é que o desarmamento
seja antes das eleições, mas
pela ponderação que continuaremos a ter, e olhando
para aquilo que a Renamo
é, movediça, que hoje diz
uma coisa amanhã diz
outra, confiamos no Ossufo Momade, acho que
ele compreendeu a aposta
do presidente da república.
A Renamo deve consciencializar-se de que está
dentro de um Estado de
Direito Democrático, o que
obriga a continuar a entender a abertura ao diálogo
em curso, portanto, a Renamo deve ser desarmada”.
“Recenseamento eleitoral
é assunto ultrapassado”
Apesar de a Frelimo
reconhecer alguma deficiência no decurso do processo de recenseamento
eleitoral, sobretudo nas
zonas recendidas, diz que
o processo não pode ser
prorrogado, simplesmente
porque algumas forças da
sociedade civil e de partidos da oposição assim defendem.
Para Manasse é normal que a oposição se engaja muito nas críticas ao
invés de trabalhar em acções de sensibilização de
militantes no sentido de
se recensear. Aliás, a fonte
acrescenta que é obrigatoriedade dos partidos políticos e da sociedade civil,
que tem descredibilizado
o trabalho dos órgãos eleitorais desenvolver acções
que levem os moçambicanos a recensear-se, uma
vez apenas vota quem estiver inscrito.
Questionado a comentar sobre a discrepância
em termos de números de
assentos na Assembleia da
República, devido à redução de números de eleitores inscritos Manasse, caso
não haja prorrogação, defendeu que o processo de
recenseamento é feito com
base números projectados
que na prática podem não
ser reais.
Num outro desenvolvimento, Manasse considerou as quintas eleições
de Outubro próximo,
poderem ser as mais pacíficas na história de
Moçambique, uma vez
experimentem um pacote eleitoral aprovado
por consenso ao nível do
parlamento, com um novo
figurino de eleição do cabeça-de-lista.
“Sobre discrepância de
números, isso é mais uma
falência que não traz nenhuma lógica, porque se
formos a olhar, a província
de Gaza, há um período
eleitoral atrás perdeu o
número de assentos, a província de Zambezia já teve
de 47 a 50 assentos e perdeu, Sofala já teve assentos
e perdeu.
Portanto, isto depende
muito dos eleitores que antes devem ir se recensear, e
nós os partidos políticos
temos de fazer os eleitores
se recensear. Na verdade,
o importante é compreendermos como é que
este processo é calculado,
e logo que entendermos
faremos o esforço de fazer
com que os nossos membros se vão recensear”.
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | Destaque | zambeze | 5
Egídio Plácido
Ciclones IDAI e Kenneth
Reconstrução inicia com 1.2 milhões
de dólares prometidos pelos parceiros
O Governo de Moçambique, através do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones IDAI e Kenneth, conseguiu 1.2
milhão dos 3.2 de dólares americanos necessários para a
reconstrução após o efeito dos ciclones Idai e Kenneth,
que assolaram as zonas centro e norte do país.
De acordo com
o plano das
necessidades
e l a b o r a d o
pelo Governo e seus parceiros de cooperação, com destaque para
as Nações Unidas, União Europeia, Banco Mundial, são
necessários cerca de 3.2 milhões de dólares americanos
para a reconstrução, não só
de infra-estruturas resilientes aos choques climáticos,
mas também em projectos
sociais nas províncias afectadas, nomeadamente Sofala,
Manica, Tete, Zambézia e
Inhambane, fustigadas pelo
ciclone Idai, e Cabo Delgado
e Nampula, assoladas pelo
Kenneth.
Entretanto, o director do
Gabinete de Reconstrução
Pós-Ciclones, Francisco
Pereira, disse estar satisfeito
com a primeira resposta
dada pelos parceiros de
cooperação, com a disponibilização dos 1.2 milhões de
dólares para a reconstrução.
Francisco Pereira disse
que o programa de 3.2 milhões de dólares americanos
é um programa extenso para
cerca de cinco ou mais anos,
no entanto, existem acções
de curto e médio prazos.
“Os próprios parceiros
estão disponíveis para nos
próximos anos se aproximarem e fazer mais compromissos. Portanto, nós
estamos mais satisfeitos
com esta resposta muito
positiva dos parceiros que
nos permite arrancar com as
necessidades mais urgentes”,
considerou Pereira.
A fonte disse ainda que
uma das prioridades é necessariamente a habitação,
porque largas centenas de
pessoas ficaram sem casa,
portanto tem que se avançar
nessa intenção.
No entanto, o problema
que o Gabinete vai ter que
resolver é a disponibilização
urgente dos fundos prometidos.
“É esse problema que
vamos ter que estudar com
os parceiros para que eles
acelerem os processos de
desembolso e que diminuam
o tempo de espera da operação que estamos a fazer.
Precisamos muito que os
apoios sejam muito rápidos
para que possamos fazer
uma recuperação rápida e
resiliente”, concluiu.
Compromisso dos
doadores
Na Conferência Internacional de Doadores, ocorrida
na semana passada, entre
os dias 31 e 1 de Junho, na
cidade da Beira, os parceiros
estratégicos de Moçambique
mostraram o seu compromisso de continuar a ajudar
o país a reerguer-se, o mais
rápido possível, dos embates
ciclónicos, baseado na Avaliação das Necessidades Pós-
-Desastres (PDNA), com a
disponibilização de fundos,
tanto em forma de doação,
crédito com juros nulos, bem
como através de projectos
implementados directamente nas comunidades.
Através de comunicado
conjunto do Governo e seus
parceiros, estes afirmam que
a assistência à reconstrução
será direccionada para todas
as comunidades e grupos
populacionais afectados,
com especial atenção para os
grupos mais vulneráveis, ou
seja, mulheres, crianças, pessoas com deficiência, idosos,
deslocados, retornados e as
populações reassentadas. “A
resiliência através de uma
reconstrução abrangente e
participativa da habitação
e outras infra-estruturas
essenciais, incluindo escolas
e hospitais, para ´reconstruir melhor´ com técnicas
de construção e materiais
adaptados às alterações climáticas”, pode-se ler no
comunicado.
Andamento dos
projectos
Os parceiros acordaram que o Governo vai
liderar o processo de preparação do Programa de
Reconstrução Pós-desastre
(PREPOC), mobilizando os
recursos, tendo para o efeito
estabelecido uma estrutura
operacional para a implementação, coordenação,
monitoria e avaliação do
programa, que vai garantir
o diálogo regular, consultas
e o envolvimento das partes
interessadas.
O programa envolverá
todas as partes interessadas,
entre as quais o Governo
central e locais, parceiros
de desenvolvimento, sector
privado, organizações da sociedade civil, representantes
das comunidades afectadas,
entre outros.
“O Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones irá preparar o programa, de acordo
com o seu mandato, para
rever e aprovar planos, coordenar, monitorizar, avaliar,
auditar e reportar os progressos e resultados. O programa será implementado
pelos sectores e instituições
relevantes estabelecidos na
administração do Estado a
nível nacional, provincial,
distrital e municipal, incluindo modalidades inovadoras, com o apoio de
parceiros, conforme a situação em concreto”, acordam
as partes.
Será igualmente estabelecido um processo de monitorização trimestral, sob
a liderança do Gabinete de
Reconstrução Pós-Ciclones.
O Serviço de Reconstrução
e Recuperação Pós-Ciclone
elaborará um relatório anual de execução e todos os
documentos serão disponíveis publicamente, havendo
necessidade de aplicar uma
abordagem de tolerância
zero à corrupção.
“Com base no que precede, os parceiros de desenvolvimento ofereceram apoio
financeiro e técnico através
de diversas fontes, incluindo
o que já foi disponibilizado
na resposta humanitária e
transição para uma recuperação e reconstrução orientada para o desenvolvimento
sustentável e resiliente”.
Vamos priorizar os
projectos acordados
Falando na conferência,
o Presidente da República,
Filipe Nyusi, esclareceu que
o Governo vai priorizar a
resposta às necessidades,
de acordo com os recursos
anunciados.
Segundo Nyusi, o Governo vai trabalhar junto
dos parceiros de desenvolvimento para identificar mais
formas de financiamento no
programa de reconstrução.
“Conseguimos um terço aqui e acreditamos que
ao longo do tempo os dois
terços que ficam serão realizados”, disse o Presidente
da República.
Num outro desenvolvimento, o Chefe do Estado
disse que todos os esforços
de reconstrução estão dependentes da estabilidade
e da paz no país, e, por
isso, vai continuar a trabalhar para honrar os apoios
dos parceiros. “Ainda que
durante a semana voltarei
a travar arduamente para
ver se conseguimos a paz
efectiva em Moçambique”,
acrescentou Nyusi.
Filipe Nyusi acrescentou
que o Governo vai ainda
aprimorar os mecanismos de
inclusão para que os apoios
não tenham cores políticas.
“Vamos aprimorar o princípio de inclusão. Vamos criar
a inclusão necessária para
que a província de Sofala e
todas as outras províncias
sejam reconstruídas em
tempo recorde, porque assim
quis Deus nos dar essa responsabilidade”, disse.
A transparência também
foi referenciada por Filipe
Nyusi. Segundo o Presidente
da República, devem ser
aprimorados os métodos de
transparência como forma
de evitar a corrupção. “O gabinete terá que ser auditado e
também os trabalhos serem
fiscalizados. Iremos também
pedir que os projectos a ser
desenhados sejam na base
dos standards universais”,
disse.
Acrescentou que “nós
todos sabemos quanto custa
um quilómetro de estrada e
que não nos venham mais
tarde nos falar de valores
para nos dizer que não temos
a sensibilidade. E para tal pedimos aos nossos parceiros
para colaborarem connosco
nos desenhos dos programas
e nos valores reais, para não
fazermos palhaçadas ou
teatros de dar números que
não jogam.
Continuaremos a comunicar permanentemente
e dizer o que é que existe e
o que queremos fazer. A comunicação é uma das formas
de transparência, e não só
faz com que as pessoas que
nos ajudam possam ajudar
mais porque têm a certeza
de que aquilo que ajudaram
está a servir para o que foi
determinado”.
Maleiane apela à rapidez na disponibilização
dos fundos prometidos
Por seu turno, o ministro
da Economia e Finanças,
Adriano Maleiane, considera que caso as ajudas
prometidas não cheguem
em tempo útil todo o esforço
empreendido vai redundar
em fracasso.
“Se não afluir com rapidez, todo o esforço fica
comprometido. Não é só ter
dinheiro, é preciso que as
coisas aconteçam. E é isso
que os parceiros que nos
apoiam têm que ter em consideração nos seus modelos
de utilização dos fundos, que
há esta necessidade urgente e
sempre que possível podem
usar os caminhos que temos.
No país, o decreto 5/2016
flexibiliza a disponibilização
em termos de despacho para
as questões que vão para a
emergência”, disse Maleiane.
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA z E FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA amb Onde a nação se reenc
eontra
z FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Grafismo: NOVOmedia, SARL
Fotografia: José Matlhombe
Revisão: Nhamona Wa Kehá
Expansão:
Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 82-578 0802
(PBX) 82-307 3450
Publicidade:
Esmeralda do Amaral
Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 | 82-307 3450 (PBX)
esmelifania2002@yahoo.com.br
Impressão: Sociedade do Notícias S.A
Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584
(E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com)
Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido
e Luís Cumbe
Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá,
Francisco Rodolfo e Samuel Matusse
Colaboradores: Dávio David, Elton da Graça
e Elton Pila
Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544
(E-mail: munguambe2 @hotmail.com Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002
Propriedade da NOVOmedia, SARL
Gestora Administrativa
Esmeralda do Amaral, Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181
esmelifania2002@gmail.com
D i r e c ç ã o , R e d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o :
Av. 25 de Setembro, N. 1676, 1o
Andar, Portas 5 e 6
Cell: 82-307 3450 (PBX)
zambeze.novomedia@hotmail.com
6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Há que podar as árvores neste
período e não esperar no Verão…
Ma p u t a d a s Francisco Rodolfo
z EDM: Que se arranje dinheiro para avisos de corte geral aos fins-de-semana também nas televisões e não só na RM (Rádio Moçambique)
z Renamo quer a “cabeça” do Director-Geral do STAE e Ossufo Momade apela à Comunidade Internacional para “prorrogação do
recenseamento eleitoral”
Depois de politiquices
de trazer por casa, eis que
na quarta-feira (19.5.19)
fui ao Nautilus, na bula
bula habitual com o Pedro
depois de longa ausência.
Cheguei às 15.30 horas
com o Pedro à espera!...
Pedi como habitualmente para que a garçonete
trouxesse o habitual galão
acompanhado com bolo
de queque, como aquele
que saboreava no “Melo”
nos anos cinquenta e sessenta, nos intervalos naquele “Colégio-Liceu da
Nossa Senhora da Conceição de Inhambane”,
com a "malta” João Mário
Salomão, esse engenheiro
que Joaquim Chissano,
Presidente da República
lhe empurrar para ministro de Construção e Águas
e Aboobacar Changa, esse
Dr. das Finanças que virou
eminente jurista, já que a
“malta” Angélica Salomão,
essa brilhante estudante
que figurou sempre no
“Quadro de Honra” desde
o 1º ao 5º ano dos Liceus e
arrebatou também no 6º e
7º anos do Liceu António
Enes*, altas notas, até cursar Medicina com mérito,
com a “malta” saudosos
Háfido Issufo e João Wane
estava adiantados.
-“Ouviste a bomba do
General Ossufo Momade,
que pede a “cabeça” do
Director-Geral do STAE
(Técnico de Administração Eleitoral) Felisberto
Naife?...”
-Não é novidade para
ninguém, porque mesmo o líder da Renamo,
Afonso Dhlakama, enganado como sempre pelos
preguiçosos que pululam
nas cidades, dizia: “Tirem
o DG do STAE, António
Carrasco”…
-“Insinuava que perdia
as eleições por causa do
Director Carrasco….”
– diz o Pedro depois de
servirmos.
-Precisa ter muita lata,
começar agora com a
“história” de que já há
fraude…
-“Tu dizias que é para
justificar a não entrega
das armas, já que a Renamo está a procura de
gente de chamar os tais
de “guerrilheiros”…
-O grande dilema é
como, como abandonar
a “Base da Renamo” em
Gorongoza!...
- “Há gato escondido
com rabo de fora?!...” – vai
o Pedro com mais uma
provocação.
-A estória vai contar
um dia… - explico constrangido com esta…
-“Os gritos do General
Ossufo…”
-Precisa de ter muita
lata com aquela: “apelamos à Comunidade Internacional…” bla, bla…
-“A Renamo está representada nos órgãos
eleitorais e não confia
nos seus membros lá:
CNE (Comissão Nacional de Eleições) e STAE
(Secretariado Técnico
de Administração Eleitoral)…”
-Estão habituado a
inventar fraudes antecipadas para “justificar a
derrota”. Não nos venham
com aquela que estamos
aqui a “fazer propaganda
da FRELIMO…”
-“Com que então a
temperatura no Maputo,
do Dr. Eneas da Conceição Comiche está a baixar
à tarde, mesmo com 29º
graus Célcius…” – era o
Pedro mudando de assunto.
-Há que podar as
árvores neste período e
não esperar no Verão… –
lanço como que à queima-
-roupa, um nandayeio
para o mayor da “Cidades
das Acácias Vermelhas…”
-“Que podem as árvores agora e não esperar
pelo período de Verão…”
-Mas que p oup em
as “Acácias Vermelhas”
que não podem ser feitas
como “acácias amarelas”…
- explico, para não procederem “a corte de lenha”.
-“Cada árvore tem
a sua maneira de podar…” – sempre reclamas
nos teus escritos, mesmo
quando “guerreavas” na
tua “Janela Aberta” no
ex-semanário DEMOS,
com último Director Cassimo Ginabay, agora empreendedor…
-Parece a maka de todas semanas: que vou
adiando lançar um nandayeyo: EDM: Que se
arranje dinheiro para
avisos de corte geral aos
fins-de-semana também
nas televisões e não só
na RM (Rádio Moçambique)…
-“Tens, toda razão a
Empresa Electricidade de
Moçambique tem apanhado muita gente em contra-
-pé, porque o seu Sector
de Marketing funciona
bem, todavia, peca por
poupar dinheiro demais,
nos avisos de “cortes gerais” que afectam muitas
províncias, incluindo os
Bairros da capital moçambicana…”
- Os avisos são feitos
através da RM (Rádio
Moçambique), mas nem
todos, hoje em dia tem
rádio ou mesmo tendo
nos telemóveis raramente
escutam-no. Incluir as
televisões seria um “belo
serviço aos clientes…”
Liceu António Enes*
- um jovem que comigo
apanhou o COTRAAC
(machibombos) questionei-lhe se conhecia o
nome da Escola Secundária Francisco Manyanga,
antes da Independência.
Ignorância total, mas frequenta a 12ª classe. Não
sabia que no passado era
António Enes. Marcelino
que fez agora os 90 anos,
há tempos, abandonou o
“Baile de Finalistas” na
Escola Secundária Josina
Machel, quando chegado
a altura de concurso de
cultura geral, perguntaram ao “Finalista”. Quem é
o Presidente da República
Popular de Angola? Depois de silêncio total respondeu: Kenneth Kaunda.
Marcelino levantou-se da
mesa de honra, despediu
e nunca mais aceitou o
convite, mas isso dá para
contar no “Livro de Memórias” do autor que
tarda a sair…
Presidente da Autarquia de Maputo, Eneas Comiche:
Editorial
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | opinião | zambeze | 7
Paz em Agosto. Pudera! Depois de tantos dias intensos e vários anos de incertezas
e promessas vãs, os dois mais destacados líderes partidários de momento, designadamente Filipe Nyusi e Ossufo Momade, começam a preparar lenha para acender e juntos
fumarem o cachimbo da paz, libertando o fumo para gáudio dos moçambicanos, que,
por sua vez, também sentirão a nicotina da paz nos seus pulmões e corações ávidos
de reconciliação. O acordo, que deverá culminar com o aperto de mão em Agosto,
vai permitir que as eleições de Outubro possam ocorrer num ambiente tranquilo,
respondendo ao apelo que o povo faz para que este processo decorra sem incidentes.
Temos de avançar! Foi assim que Ossufo Momade se dirigiu ao seu homólogo Filipe
Nyusi, num gesto que simboliza a necessidade de se chegar a Outubro sem homens
armados nas matas. O encontro que selou esta premissa, acontecido em Chimoio, foi
caracterizado de fraternal e bom pelos dois protagonistas, e transmite calor no espírito
de paz inicialmente dirigido por Afonso Dhlakama. O PR diz que a partir de agora
vai iniciar a operacionalização do desarmamento e o estabelecimento de um roteiro
daquilo que deve acontecer proximamente, como o sejam, o processo de reintegração,
a aprovação de uma lei de amnistia para evitar desconfianças e receios, sem descurar a
questão dos fundos, pois uma actividade deste jaez acarreta mobilização de recursos,
num quadro em que ninguém se sinta excluído, que se traduz na estabilidade e concórdia
em todo o país, dois factores insubstituíveis, cuja ausência acaba por condicionar tudo.
Num ambiente de discórdia que já tem barba branca, a percepção das vantagens da
vida em tempo de tranquilidade está à vista de todos, realidade que não é contrariada
inclusive pelo mais céptico dos moçambicanos. Do Índico ao Zumbo, todos convergimos na ideia de que todos continuemos a empenhar-nos para a sua preservação com
gestos de união, reconciliação e construção de um bom país para vivermos. Ao longo
destes anos, tem sido possível uma aprendizagem sobre a dimensão dos ganhos da
paz e estabilidade que permitem igualmente enterrar definitivamente o passado de
conflito imposto ao povo.
Os acordos de Roma precisam de ser respeitados, e por experiência própria todos
sabemos o quanto custou o alcance da paz e os esforços para promover a estabilidade,
numa altura em que prevalece a ideia de que aqueles dois elementos fazem parte de
processos em contínua construção.
Ao longo dos últimos anos, o Estado empreendeu numerosas reformas para adequar
o ambiente de negócios, o mercado e o sector produtivo a uma conjuntura de paz e
estabilidade, em que mudaram significativamente as exigências e oportunidades.
É preciso que os operadores privados continuem a fazer bom proveito das oportunidades trazidas, quer pela nova lei de investimentos, pelas iniciativas e benefícios
fiscais do Estado, quer pelas inúmeras oportunidades que o país proporciona.
Na conjuntura actual e independentemente dos constrangimentos provocados pela
crise económica e financeira, os moçambicanos são incentivados a olhar para frente
em busca das melhores soluções para os desafios actuais e futuros. Numa altura em
que urge reduzir as assimetrias regionais, acreditamos que estamos em presença de
projectos que têm o potencial de prender as populações, com oportunidades nas áreas
em que se encontram inseridas.
Sentimos que o actual quadro de esforço e compromisso de Momade e Nyusi sirva
de incentivo, para que todos nós continuemos a encarar o futuro com mais segurança.
O importante é a consciência de que a paz e estabilidade, enquanto factores que
influenciam o crescimento económico e o desenvolvimento, são processos em construção permanente, incarnando que queremos sair da paz militar para a justiça social.
Editorial
x
Quando se conversa com o Presidente Filipe Nyusi
ou se avalia com rigor o seu incansável esforço pela
busca da paz definitiva, como o evidenciou este último
domingo quando preteriu descansar e foi conferenciar em
Chimoio com o presidente da Renamo, Ossufo Momade,
apercebe-se que ele é movido pela mesma vontade que
impelia Morris Defines, um companheiro de George Washington, com quem co-fundou os EUA, de que todos os
seus compatriotas deviam fazer do seu então jovem País
’’um vasto e esplêndido monumento, não de opressão e
terror, mas de sabedoria, de paz, e de liberdade, sobre o
qual o Mundo se espelhe com admiração, para sempre’’.
Nyusi também não se tem poupado a esforços e
diligências para pôr fim à guerra da Renamo, de modo
a resgatar a paz. Graças a esse esforço e diligências, os
moçambicanos já estão a desfrutar de novo de paz há já
três anos, porque ele tem insistido, tal como fazia Morris
Defines, que o objecto deve ser o nosso País, mas todo
o nosso País, e nada mais senão o nosso País.
Paulatinamente, mas de modo seguro, Moçambique
está a tornar-se de novo desde Dezembro de 2016, num
vasto e esplêndido monumento, não de opressão e terror
que se estava tornando devido às guerra que estava sendo
reactivada pela Renamo, mas de sabedoria, de paz, e de
liberdade, sobre o qual o Mundo se espelhará (um dia)
com admiração, e ele acredito que será também assim
para sempre’’.
O que oferece como garantia à construção deste esplêndido monumento é que Nyusi não é só um grande amante
da Paz e liberdade, mas também duma DEMOCRACIA
PRATICADA GENUINAMENTE. É por isso que ele tem
vincado que cabe ao povo, e só ao povo, escolher os seus
dirigentes, como se viu nas últimas eleições autárquicas.
É por isso que ele aceitou que doravante os governadores
sejam eleitos pelos habitantes de cada província e não
mais sejam nomeados.
Mais do que esta sua asserção, Nyusi difere de muitos
outros políticos aqui do país como do resto do mundo,
porque ele diz o que pensa e faz o que diz. Ele não é como
os políticos que segundo Giovani Papini, optam por
enganar o povo, dizendo o que não pensam, e fazendo
depois o que não dizem. Os que olham para a eleição dos
governadores como ponto de partida para a divisão do
País estão errados.
O que pode dividir o País é o sentimento de imposição
de pessoas que são impostas para governar as populações
ou comunidades locais. Nós como cidadãos temos que ter
o direito de escolher os que nos devem governar tanto ao
nível nacional, provincial e local, tal como o fazemos nas
cidades com a eleição dos edis.
O que temos de fazer é adoptarmos melhores métodos
para que não seja gente ruim que consegue ser eleita para
os cargos de governação como às vezes está acontecendo
agora. Temos de aprender a eleger os candidatos certos
para lugares certos e não na base de outras afinidades
ou simpatias.
Temos que elegê-los na base da sua competência, honestidade, integridade e, acima de tudo, no seu amor ao
próximo. Ele prometeu quando era empossado que faria
tudo que estivesse ao seu alcance para resgatar a paz, e fez
e está a fazer tudo para que continuemos em paz agora e
para sempre. Por isso, concordo com os que dizem que
Nyusi é o presidente certo para esta fase em que estamos.
Mesmo os estrangeiros que vivem em Moçambique são
desta mesma opinião.
Chegou a
boa nova!
Nyusi quer fazer
de Moçambique
terra de paz
‘’Cabe ao povo, e só ao povo, escolher os seus dirigentes’’, Filipe Nyusi, defendendo a sua decisão de expandir
a prática democrática a todos os níveis.
Gustavo Mavie gustavomavie@gmail.com
8 | zambeze Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad
| opinião |
Quem for detentor de tal
quantia deve
pagar o Swadaqatul-Fitr não
só para si mas
também para
todos os membros do seu
agregado familiar, incluindo
filhos menores
ou recém-
-nascidos, e até
mesmo empregados domésticos que sejam
muçulmanos.
Comercial
A NOVOMÉDIA, SARL,
PROCURA AGENTES
PARA VENDER O
JORNAL EM TODAS AS
PROVÍNCIAS DO PAÍS
ZAMBEZE
CONTACTOS:
823073450/ 847714280
Se olharmos atentamente para os tempos em que
vivemos, notaremos que há
muitos pregadores, mas os
que se entregam à prática do
que aqueles pregam são tão
poucos que parece estarem
em vias de extinção.
Há mais pregadores e
professores, e menos daqueles que observam o que se
prega, e o que se ensina, pois
muitas das mensagens dos
missionários ricocheteiam
em ouvidos moucos.
E regra geral, quando as
pessoas ouvem algo, querem
também ver o seu exemplo
prático do que se apregoa,
o que infelizmente não tem
estado a acontecer.
O nosso Profeta (S.A.W.)
e os seus nobres companheiros tiveram isso em
mente. Eles nunca pregaram ou disseram algo sem
que o tenham posto em
prática. Quando o Profeta
Muhammad (S.A.W.) apregoou sobre a importância
do Swalaat (oração) garantiu
que fosse ele o primeiro a
aderir rigorosamente à sua
observância.
Quando ele apregoou a
generosidade foi o primeiro
a gastar livremente no caminho de Deus.
Quando os seus estimados companheiros viram
isso nele, perceberam ser ele
um homem que acreditava
no que dizia, portanto, ele
pregava com convicção.
O nosso caso hoje em dia
é muito diferente, e contrasta
claramente com a postura
impoluta das gentes daquele
tempo, pois nós dizemos
uma coisa e fazemos exactamente o oposto.
Encorajamos a generosidade, mas quando chega
o momento de desatar os
cordões à bolsa, tornamo-
-nos somíticos, sovinas.
Promovemos laços familiares, mas quando nos
encaramos com assuntos
da família esquecemo-nos
da importância das relações
consanguíneas, cortando
laços, muitas vezes por motivos mesquinhos.
Pregamos a veracidade,
mas não nos abstemos da
mentira.
E a lista das coisas que
apregoamos, mas entretanto
no nosso dia-a-dia subvertemos, é deveras longa. Em
termos muito claros isto
designa-se hipocrisia, um
peso, duas medidas.
O que sai da boca e o que
está no coração é diferente.
Nós próprios não aceitamos
inteiramente a realidade do
que dizemos, daí que nos
esforcemos por implementar
tais práticas.
Não há dúvidas que os
pregadores são muito respeitados e admirados pelas
pessoas, mas se continuarem a falar apenas, sem
que traduzam em actos o
que dizem, eventualmente
perderão a consideração que
as pessoas nutrem por eles.
Sobre este assunto o Al-
-Qur-án exorta-nos claramente no Vers. 44 do Cap. 2:
“Acaso ordenais às pessoas a virtuosidade, e esqueceis
a vós próprios, enquanto vós
recitais o Livro”.
“Faça o que eu faço” é
mais efectivo do que dizer
“faça o que eu digo”.
Quando se age em conformidade com o que se
apregoa é porque se acredita
no que se defende.
O Jejum do Ramadhaan
já chegou ao fim. Deus que
aceite não só o Jejum mas
todos os actos virtuosos de
todos nós.
É claro que o período
para a entrega do Swadaqatul-Fitr já expirou, pois o
limite para a sua entrega é
antes de oração do Eid-Ul-
-Fitr. Mmas nunca será demais lembrar para as próximas ocasiões, que este acto
é de carácter obrigatório
para todo o crente, homem
ou mulher, que nas vésperas do Eid-Ul-Fitr detenha
613,35 gramas de prata ou
o seu equivalente na forma
de dinheiro, ornamentos,
mercadoria, etc., acima das
suas necessidades normais.
Quem for detentor de
tal quantia deve pagar o
Swadaqatul-Fitr não só
Feliz EID-UL-FITR
ZAMBEZE
ANUNCIE NO Departamento Comercial
Contactos: (+258) 82 307 3450
(+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181
E-mail: esmelifania2002@gmail.com
esmelifania2002@yahoo.com.br
Comercial
para si mas também para
todos os membros do seu
agregado familiar, incluindo
filhos menores ou recém-
-nascidos, e até mesmo
empregados domésticos
que sejam muçulmanos.
Saliente-se que esta obrigatoriedade não inclui os
proprietários de lojas ou
empresas que tenham empregados muçulmanos.
A quantia prescrita para
o Swadaqatul-Fitr é de 1,75
quilogramas de farinha de
trigo por pessoa (contribuinte), ou o seu valor em
dinheiro.
O Swadaqatul-Fitr foi
instituído como forma de
purificação de eventuais
maldades cometidas durante o Jejum do mês de Ramadhaan, ao mesmo tempo
que se destina a nutrir os
necessitados muçulmanos.
É portanto, uma forma de
ajuda aos pobres.
Esta taxa deve ser paga
antes do Swalat de Eid-Ul-
-Fitr, para permitir que os
pobres também consigam
festejar condignamente este
dia, evitando assim sujeitar-
-se à humilhação de andar
a pedir porta-a-porta neste
dia tão nobre.
Que todos os irmãos
muçulmanos tenham passado um Feliz Eid-Ul-Fitr.
Rogo a Deus que a Sua
bênção seja derramada sobre a nossa Terra. Que com
o Seu infinito Poder ponha
fim às calamidades que ultimamente nos tem fustigado,
e que erradique as doenças
e a pobreza absoluta.
Rogo também que faça
de Moçambique um País
próspero, desenvolvido e
livre da corrupção.
Aamin!
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | opinião | zambeze | 9
Sobre o Ambiente Rodoviário Cassamo Lalá*
Comercial
Gestão Nacional de Segurança Rodoviária
Falar de Gestão Nacional de Segurança Rodoviária significa, por exemplo,
saber o que pode ser feito
para termos um conhecimento real dos locais onde
os acidentes ocorrem, das
razões ou causas dos acidentes, tipos de vítimas,
entre outro aspectos, com
vista a desenhar medidas
preventivas. É este sistema
que permite ter uma situação global da sinistralidade em Moçambique e ter
dados estatísticos reais dos
acontecimentos rodoviários.
Para se ter bons resultados no combate à sinistralidade rodoviária é preciso ter um bom sistema
de captação de dados dos
acidentes e saber fazer a
sua gerência. Só assim se
pode conseguir traçar bons
planos de acção. Um país
pode ter boas estradas, boa
sinalização e ter muitos polícias, mas não conseguir
combater com eficácia a
insegurança rodoviária, por
não saber o que fazer de
concreto. Para se ter bons
planos de acção é preciso
ter em conta três aspectos
principais: Educação, Engenharia e Regulamentos.
Educação tem a ver
com como comportar-se,
seja condutor ou peão,
respeitar os direitos dos
outros, respeitar as leis e
autoridades, ou seja, saber
como usufruir do direito à
liberdade de trânsito de que
todos os cidadãos gozam.
Engenharia tem a ver com
a qualidade de veículos,
inspecções, manutenções,
construção de estradas e
respectivas obras de arte.
Regulamentos, tem a ver
com normas que orientam,
disciplinam e que devem
ser cumpridas e fiscalizadas. Mesmo tendo estes
três vectores estratégicos,
se não estiverem relacionados ou coordenados uns
com os outros, o insucesso
pode registar-se nas acções
que se pretendam tomar.
A segurança rodoviária
exige muita e boa planificação. Muitas vezes deparamos com situações em que
parece que a planificação
foi mesmo posta de lado,
tal como o caso que vamos
a seguir descrever.
Tivemos recentemente
um exemplo de uma situação não planificada que
aconteceu com uma povoação em que até teve de intervir o nosso Presidente da
República. Uma certa população moçambicana era
feliz na sua comunidade.
Os problemas dessa aldeia
começaram por consequência da Engenharia aplicada
sem planificação. Quando
se decidiu construir uma
estrada principal que foi
designada por “Circular
de Maputo” fizeram a via
passar por zonas povoadas por populações usando
uma Engenharia avançada.
Porém, antes disso não se
fez nenhuma educação rodoviária por falta de planificação. Não se explicou
aos aldeões e suas crianças
que os veículos iriam passar a grande velocidade,
que poderiam matar e ferir,
que era preciso saber por
onde e como atravessar a
estrada, que não se devia
brincar na via, entre outros cuidados. Por consequência da ausência ou má
planificação, não se promoveram acções de educação,
comprometendo-se assim o
benefício que era suposto
a população passar a usufruir com a tal estrada. As
populações e respectivas
crianças começaram a ser
dizimadas e, foi assim que
a alegria com que aqueles aldeões viviam no seu
bairro foi transformada em
tragédia. Esta situação desastrosa provocada por acidentes constantes obrigou a
que os aldeões decidissem
protestar barricando a estrada, forma de se defenderem da insegurança em que
estavam vivendo em nome
de um progresso envenenado. Quando esta população
implementou a sua contestação, houve quem a tivesse
mal interpretado e chegou-
-se até a dizer ou sugerir que
quem não sabia viver em cidade que escolhesse locais
mais afastados. Felizmente,
alguém com um pouco de
mais senso entendeu que
aquela reivindicação dos aldeões era justa e legítima e,
para concertar o que estava
errado, o Presidente Nyusi teve até de deslocar-se
àquele local para reunir-se
com a população, proferir
uma palestra educativa de
como conviver com aquela
estrada sem acidentes, mandar construir pontes aéreas
para pedestres, entre outras
acções, para corrigir um
erro grave de falta de planificação. Este incidente consubstancia de forma dramática o que pode causar uma
falta de planificação.
O escrito desta semana
tem uma finalidade. Lembrar que não podemos continuar sem ter uma Gestão
Nacional de Segurança
Rodoviária, sem termos
um sistema de captação de
dados dos acidentes a nível
nacional, continuando a ter
nas gavetas o Plano Nacional de Segurança Rodoviária ou não aprovando o
Plano Estratégico Nacional
de Combate à Sinistralidade Rodoviária. Sem estas
“ferramentas” é o mesmo
que ir para uma guerra desarmado para enfrentar um
adversário com grande po- Para se ter derio bélico.
bons resultados
no combate à
sinistralidade
rodoviária é
preciso ter um
bom sistema
de captação de
dados dos acidentes e saber
fazer a sua gerência. Só assim
se pode conseguir traçar
bons planos de
acção. Um país
pode ter boas
estradas, boa
sinalização e ter
muitos polícias,
mas não conseguir combater
com eficácia
a insegurança rodoviária,
por não saber
o que fazer de
concreto.
O Instituto Superior de Formação, Investigação e Ciência (ISFIC), no âmbito do
Ciclo de Conferências que tem estado a realizar nas suas instalações, em Maputo,
comunica que o Dr. João Casanova de Almeida vai proferir uma palestra na área da
Liderança e Comunicação, no próximo dia 11 de Junho de 2019, as 9 horas, e que
terá como público-alvo o corpo docente e discente desta instituição, para além de
convidados e público interessado.
Notas biográficas
Área de trabalho: Ensino, desde 1980/81
Doutorado em Educação - Universidade da Extremadura, Cáceres, Espanha.
Área de Política Educativa:
z Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, no XIX
Governo Constitucional – Junho de 2011 a Outubro de 2015.
z Chefe de Gabinete de Grupo Parlamentar, na XI Legislatura, Outubro de
2009 a Junho de 2011.
z Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado da Educação, no XV Governo
Constitucional – Julho de 2002 a Julho de 2004.
z Co-autor de livros na área da Política Educativa.
Área pedagógica:
z Ensino Superior: Professor Convidado no Ensino Superior, na área da
Política Educativa, em Cursos de Pós-Graduação, desde 2001. . Orientador
de Mestrado, desde 2017.
z Autor de artigos científicos na área da Educação.
z Ensino Secundário: o Professor do Quadro, de Matemática, no Ensino
Secundário, desde 1988.
z Co-autor de manuais escolares de Matemática.
z Orientador de Estágio das Licenciaturas em Matemática, no âmbito da
Formação Inicial de Professores.
z Formador de Professores, certificado pelo Conselho CientíficoPedagógico da Formação Contínua, desde 1999.
Sobre Liderança e Comunicação
Dr.Casanova de Almeida profere palestra
10 | zambeze Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Emanuel Banze
Esmeralda Arlindo
Regina Culezera
| opinião |
A teimosia que nos lixa!
Estamos a viver numa
sociedade na qual os valores éticos vão sendo apagados como a borracha faz
ao lápis. Onde aos nossos
olhos tudo se torna normal. E a cada dia que passa vamo-nos aproximando do auge da desordem!
Pois é. Quanto mais a população aumenta, os princípios básicos de convivência social diminuem…
É triste, mas devo dizer que dói perceber que
é normal que em plena
avenida Eduardo Mondlane, automobilistas atirem
restos de lanche, cascas
de banana e tudo o resto
pelos vidros dos carros
e ninguém faz nada. A
avenida Guerra Popular
tornou-se num autêntico
WC ao ar livre, onde pessoas de diferentes idades,
quando acometidas pelo
aperto biológico perdem
a vergonha e expõem a
sua nudez na busca do
tão almejado alívio. Outra situação que se tornou
normal, é que já não posso gingar pelos passeios
da minha cidade, porque
o meu irmão ocupou as
artérias para fazer boladas. O mal das pessoas é
de culpar o Governo por
tudo, esquecendo que há
coisas básicas como pessoas que temos de ter em
conta. Quem não sabe que
o lixo deve ser depositado
em locais próprios? Que
não sabe que as bancas
de venda por regra ficam
no interior dos mercados?
Aindadevo perguntar aonde devemos satisfazer as
nossas necessidades biológicas?
Fiquei surpreso quando o ouvi o PR dizer que
quem não está preparado
para viver na cidade que
vá viver no mato. Passado
este tempo, e pela constatação concordo plenamente com a oração. E
acrescento: chega de viver que nem irracionais e
vamos preservar o meio
ambiente. Chega de lixo
no chão. Chega respirar
o fedor de mijo em plena
capital. Chega de guerra
com a polícia municipal,
e vamos vender dentro
dos mercados devidamente estabelecidos. A bem
da moçambicanidade!
Ausência de pudor, ou quando o poder corrompe!
Todos os dias levanto-
-me da cama, preparo-me,
e quando saio bato bem
forte a porta do meu quarto. É algo que é ridículo de
fazer, mas para mim funciona como relaxante. Saio
de casa com propósitos, objectivos e com sonhos; mas
quanto mais sonho, mas parece que estes ficam distantes, e aí a frustração chega
ao peito martelando e martelando sem parar. Porquê,
porquê e porquê? A dúvida
maltrata o pensamento.
É devastador o pensamento que tenho em relação às políticas do nosso
Estado, sem falar da governação. Porém, nem tudo o
que está entalado deverá
sair da garganta. “O morrer engasgado sem ajuda
de ninguém e melhor do
que minha morte ser uma
encomenda”(risos).
Mas não é por isso que
deixaremos de falar o que
pensamos, vemos e ouvimos. Tantas pessoas que
eram supostas representar
o nosso país e transmitir
segurança ao povo fizeram
justamente o contrário.
Mostraram que elas mesmas é que são a ameaça
para o povo! Um dos exemplos vem da nossa querida
Helena Taipo, mãe, filha,
esposa, que devia ter consciência, responsabilidade
e maturidade para exercer
com competência as funções do cargo para o qual
foi incumbida, pensou que
aquele cargo de embaixadora de Moçambique em
Angola não a mexeria. Foi
e continua sendo uma vergonha! Não é digno de orgulho. Outro exemplo á do
senhor Manuel Chang, pai
de uma bela jovem que tem
um imóvel em sua posse
na vizinha RAS, avaliado em bilhões de randes.
Homem adulto, com a cabeça por cima do pescoço,
pensando que nem animal.
Caramba! Mas porquê? Se
dinheiro o senhor tinha.
Das vezes que passaram
reportagens do tribunal,
notei que fazia uma cara
de “não fiz nada”, mas essa
careta que fazia era mais
um "fuck you" que atirava ao povo, gozando com
as pessoas não é? Em tais
momentos, a minha vontade era de quebrar a TV,
e questionava por que razão, o senhor, ao invés de
se divertir com brinquedos
(povo) não abre a boca e
tira a sujeira toda? Passo a
mesma dica para a senhora
Taipo. O poder corrompe
as pessoas, mas só quando
elas querem, acredito eu!
Helena Taipo e Manuel
Chan são uma vergonha
para o povo moçambicano.
Na minha opinião todos
estes arguidos que foram
arrolados em relação ao
caso das dívidas ocultas
são fantoches, distraindo
o povo, para que os verdadeiros malabaristas fiquem
no backstage. Quando um
produto ou bem é lançado
no mercado com algum
defeito, o erro foi da fabricação.
Há um provérbio que
diz que o passado cerca
as pessoas. Vimos que no
passado tudo era rígido e
penalizado por regras que
ditavam as normas e neste axioma, encontramos a
área da justiça que em dado
momento fazia tremer os
indivíduos que em causa
infringissem as normas cometendo delitos. A justiça
no passado veio ser fundamentada pela lei mosaica
ou de Moisés difundida por
parte de Deus, mas com o
passar do tempo, essas leis
foram mal interpretadas
pelo Estado grego romano
e mesmo pelo povo judeu.
A regra de jogo era dente por dente e carne por carne, o que por outras palavras simbolizava que quem
cometesse um erro deveria
ser morto, se foi encontrado no adultério deveria se
apedrejado até à morte, se
roubou algo ao seu próximo deveria restituir o roubo. Mas hoje em dia, nesse
caso o nosso presente, o
assunto é outro, as regras
mudaram e quem sabe se
fruto da tanta corrupção
que campeia e das demais
injustiças?
O Código Penal tem
lá as leis impressas, mas
muitas vezes, estas não são
cumpridas. O impressionante é ver um indivíduo
que violou uma menor ser
restituído à liberdade sem
passar por julgamento, enquanto outros são julgados
e condenados por causas
menores o que revela que
ao assim agir, esta justiça
do presente está a favor de
um grupo e contra um grupo no mesmo acto de delito.
No passado não existia favorecimento, dai emergindo a pergunta que não quer
calar, questionando que, se
o passado cerca as pessoas, porque é que a justiça
do presente não se inspira
no passado para executar
as leis? Os sistemas estão
corrompidos e adulterados,
guiando os indivíduos a um
eterno desgosto. A justiça
do presente parece uma infiltração de um reino ou reinado que envolve um silêncio, despacho e morosidade
nos processos cometidos, o
que deixa uma percepção
de que há uma voz que dita
as regras para o andamento.
Por isso a população recorre a justiça pelas próprias
mãos, cansada de ver e ouvir as injustiças cometidas
pelo sistema judicial. Não
é uma questão do passado
se fazer sentir no presente,
mas sim a justiça recorrer
aos meios do passado para
ajustar as leis, e para impedir a repetição dos mesmos
casos. Se a justiça continuar na mesma onda, nunca
haverá admiração e aplausos por parte da Deusa dos
olhos fechados. Se existir
uma balança justa, existira
outrossim, um final alegre
sem favorecimento de ninguém, neste caso deixando
a justiça ditar as regras e
não um grupo corrompido.
Somente a justiça pode fazer diferença neste século.
ZAMBEZE
ANUNCIE NO Departamento Comercial
Contactos: (+258) 82 307 3450
(+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181
E-mail: esmelifania2002@gmail.com
esmelifania2002@yahoo.com.br
Comercial
O passado e o presente da justiça
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 zambeze | 11
Polícia ladrão é a expressão que descreve fielmente a
actuação dos agentes da Polícia Municipal estacionados
no terminar do Zimpeto, na cidade de Maputo. Pilham,
fazem cobranças ilegais e humilham os vendedores informais, tudo fora dos limites mínimos de actuação de
agentes ou funcionários públicos que um dia juraram
defender a população.
Beto José é vendedor no Parque do
Zimpeto, ele conta que os agentes
da Polícia confiscam os
seus produtos e não o devolvem, mesmo disposto
a recuperá-los mediante
pagamento da respectiva
multa.
“Um dos agentes da
Polícia arrancou os meus
produtos recentemente,
levou-os até à sua viatura,
na tentativa de recuperá-
-los, o agente tirou-os da
sua viatura e entregou ao
seu chefe, por insistência
aproximei-me para tentar
recuperá-los mas o chefe
me mandou voltar num
outro momento com algum
valor”, explicou a fonte.
Porque queria os seus
produtos de volta, Beto foi
a sua casa e pediu alugm
valor na mãe, esta que lhe
deu quatrocentos meticais.
Beto voltou de imediato ao
posto policial para pagar e
recuperar os seus produtos,
todavia quando chegou viu
os seus produtos (cigarros)
divididos entre os agentes.
Fernando Ricardo é
outro vendedor que conta
que para a sua permanência no parque a Polícia Municipal cobra algum valor
que varia entre duzentos e
quatrocentos meticais, mas
sem direito a senha. Facto
proferido pelo vendedor
Geraldo Matsinhe, no entato, Geraldo lamenta o facto
de a Polícia cobrar o valor
e continuar a confiscar os
seus produtos.
“Os polícias disseram
que devia pagar dinheiro
para que os meus produtos
não fossem confiscados,
mas não é o que acontece,
mesmo pagando eles os
confiscam”.
Para além de confiscar
os produtos, a Polícia derruba-os, facto confirmado pelo vendedor Adérito
Cuna, entrevistado num
momento em que tentava
apanhar alguns produtos
derrubados pela Polícia.
Aos outros não foi possível apanhar, pois já tinham
sido esmagados pelo sapato
do Agente de Polícia.
Um facto curioso é
que num lugar tido como
de venda proibida, alguns
vendedores têm a oportunidade de expôr os seus
produtos e vendê-los sem a
interrupção da Polícia.
Comando afasta-se
do comportamento
desviante
Entretanto, de acordo
com Lourenço Chirindza,
chefe do departamento de
relações públicas da Polícia Municipal, a atitude de
derrubar os produtos dos
vendedores não é instrução do Comando da Polícia
Municipal.
“Caso esteja a acotencer, ainda não deram a
conhecer ao Comando da
Polícia Municipal, o que
nós sabemos é que os produtos são apreendidos e
canalizados ao Comando
da Polícia Municipal. Se de
forma propositada o agente
destruir os produtos além
de apreeder, esse é o comportamento do próprio
agente e essa atitude para
nós é condenada” disse
Chirindza, avançando dizendo que a atitude de um
agente de Polícia Municipal
deve ser primeiro de um
educador. “Nós pautamos
pela educação do cidadão,
nós educamos os nossos
agentes para que evitem o
excesso de zelo, para não
cair no autoritarismo”.
Lourenço Chirindza
diz que para a destruição
de um produto se seguem
alguns trâmites: quando
provado que o produto
já está deteriorado, neste
caso, que já não é possível
para o consumo humano,
e cabe a quem é de direito
anuir a sua destruição, também existe local onde são
destruidos os produtos, o
agente não pode pegar num
produto e destruir sem seguir esses trâmites. Ainda
que seja nocivo à saúde,
tem que ter alguma prova.
No concernete à autorização da venda para certos vendedores e outros a
proibição, Chirindza diz
que não existe autorização
de venda de qualquer que
seja produto naquele local,
com excepção das barracas
existentes.
“Não pode haver dualidade de critério, se é para
tirar, que os agentes tirem a
todos. A ordem é essa, porque até aqui ninguém lhe
foi passada alguma licença
de permissão de venda, o
que quer dizer que a todos
que lá estão é proibida a
venda” disse.
Para Chirindza, a Polícia Municipal não pode se
envolver em venda, quer de
bilhetes, quer de qualquer
taxas para o Conselho Municipal. Portanto, não lida
com essa forma de atuação,
a atitude de cobrança de
valores para a venda não
é instrução da Polícia Municipal. A actuação da Polícia deve ser de protecção
e aplicação de sanções para
aqueles que violam as posturas.
Segundo Lourenço Chirindza, a ocupação do espaço deve ser requerida no
Conselho Municipal. Em
função do espaço disponível, o Conselho Municipal
indica onde a pessoa deve
proceder a sua venda e pagar certas taxas. E não é o
que acontece no terminal
do Zimpeto.
“Os vendedores invadem o parque e expõem
diversos produtos sem a
devida autorização, isto
viola a postura de ocupação
de espaço, porque viola a
postura de ocupação de espaço, a Polícia apreende os
produtos e coloca-os no armazém, e porque lá existem
alguns produtos pericíveis,
estes são entregues imediatamente ao Comando da
Polícia Municipal, onde depois são canalizados a vereação de saúde e acção social
que dão o destino ao produto” disse Chirindza.
A fonte avança afirmando que a regra geral é que a
apreensão deve ser seguida
pelo termo de apreensão
entregue ao proprietário
dos produtos para se fazer
o arolamento dos produtos
apreendidos, neste caso o
propietário fica com uma
cópia e outra fica no comando da Polícia Municipal.
A postura de ocupação
de espaço público preconiza
que os produtos colocados
nessas condições (apreensão), o proprietário deverá
pagar uma multa de mil e
duzentos meticais para a
recuperação dos produtos.
A fonte socorre-se do
artigo 43 do regulamento
do comércio ambulante
em lugar fixo para falar
do destino dos produtos
apreendidos caso o proprietário não os recupere.
“ os bens apreendidos nas
instituições onde se exerce
o comércio ambulante em
lugar fixo revertem a favor
do Município de Maputo”
Lourenço Chirindza
termina dizendo que foram criadas placas de identificação dos Agentes de
Polícia para que as pessoas
denunciem actos ilícitos
e de corrupção em nome
do agente e não da Polícia
Municipal.
Terminal do Zimpeto
Polícia Municipal
brinca de “polícia ladrão”
| nacional |
Farcelina Vubil
A trapaça está em todo o lugar, sustenta David Callahan na sua obra
“The Cheating Culture” (A cultura da trapaca). Callahan aborda nela
as transgressões ético-morail e legais que chegam a proporções catastróficas. Num ambiente corruptivo e permissionista, dão-se das mais
diversas e variadas transgressões ético-morais e de probidade, que
configuram autênticas depravações da moral e ética de Estado. Estas,
espantosas que são, configuram actos claros de trapaças, fraudes, golpadas, burlas, ladroagem, altamente condenáveis, pelo acto e também
pelas suas danosas consequências de severo impacto económico-financeiro com magnitudes gravíssimas. Actos de absoluta imoralidade política descarada. Lembremo-nos que foi devido a um ambiente deste
tipo que civilizações e poderes como o Império Romano tiveram a sua
inevitável queda.
Ocientista chinês Hu Peicheng, em
Beijing, citado
pela revista
China Today,
disse: “Antigamente , na sociedade, tínhamos o senso do que
era certo e do que era errado e
inadmissível. Hoje, depravados,
podemos fazer o que bem entendemos?”. Parece-nos que não. Por
seu lado, Norman Cantor, historiador, afirmou que, “Em todos os
lugares, os padrões de comportamento social e político estão em
declínio e desvastados. Se até os
próprios políticos tratam (…) as
pessoas (…) com a ferocidade de
animais selvagens, que esperar?”.
Antigamente (na era samoriana), as virtudes ético-morais eram
bem definidas, ou a pessoa era
honesta e integra, ou a pessoa era
honesta, leal, casta e honorável,
ou não o era. “Não se pode dizer
sobre as virtudes, o mesmo que se
pode dizer dos valores. Os valores podem ser base de princípios,
crenças, atitudes, sentimentos,
opiniões, costumes, de patologias
comportamentais, preferências,
hábitos, preconceitos e até idiossincrasias, e todo o resto que alguém valoriza e aficciona. Que
virtude, moralidade, eticicidade?”.
A decadência de uma nação decorre da decadência de seus padrões
ético-morais e de probidade, e de
legalidade e legitimidade. A história ensina isto. A corrupção, a criminalidade económico-financeira,
quando não existe o imperativo
ético-moral, cultural e político,
uma nação pode se pôr em perigo, bem como a sua sobrevivência
(e vivência), de um Estado sério e
com princípios, moralidade, etcicidade, integridade, responsabilidade.
O rei David, um dos maiores de Israel, angustiado pelo seu
adultério com Batesaba e com gravíssimo sentimento de culpa, em
oração dão Senhor e triste (uma
das orações mais tristes de toda
a literatura bíblica assim disse:
“Compadeca-te de mim, ó Deus,
meu Senhor! Lave-me completamente de toda minha iniquidade
e purifica-me do meu pecado. Eu
conheço as minhas transgressões e
o meu pecado está sempre presente e diante de mim”. Que tal, os arquitectos destas dívidas (créditos)
ocultas se condoerem, tal o rei David, se retractarem e confessarem
do mal feito ao país?
Relembrança
Vai muito tempo que estes episódios das dívidas ocultas (créditos) foram “watwergatteados” e
destapados para todo o mundo e o
país. Pode ser que o leitor se tenha
esquecido de lembrar dos facos,
detalhes, da sequência e das diferentes reacções havidas em torno
disto. Para que os moçambicanos
tenham bem presente isto e não falem com generalizações, especulações especulativas, desenquadradas
e distorcidas, sem ter a sequência e
os episódios havidos, vamos aqui
extractar partes deste imbróglio.
Factualidade histórica
“É interessante verificar que no
processo histórico moçambicano é
a mesma força política, a Frelimo,
que desencadeia o processo de estatização da economia, e que sem
ter havido queda de regime é ela
que vai promover o processo de
privatização da economia e a viragem para a economia de mercado.
É o que se chama aprender com os
erros.” - in Mocambique: Privatização da Economia e Investimento no
Sector Privado (1987-1995), António M. Diogo dos Reis, Universidade Técnica de Lisboa (1996). Aqui
é interessante, pois é esta mesma
Frelimo que faz esta mudança e a
transição para o estado actual.
Num outro desenvolvimento,
num cenário de economia de mercado, um dos históricos da Frelimo, Alberto Chipande, disse que,
“Somos ladrões porque estamos
vivos? (…) Hoje existe a tendência
de se dizer que todos os dirigentes
da Frelimo são ricos. Eu pergunto:
ricos de quê e em quê? (…) E se for
rico (o dirigente da Frelimo), qual
é o mal? Afinal de contas, não foram estes mesmos que trouxeram
a independência que vocês estão a
usufruir? (…) Se Mondlane e Machel fossem vivos, seriam também
acusados de serem ladrões. Somos
ladrões porque estamos vivos?”
- AlbertoChipande, O País, 4-8-
2009.
Contextualizando este assunto
das dívidas ocultas, em Frederic
Bastiat, encontramos a explicação: “Quando o saque se torna um
modo de vida para um grupo (…)
criam para si (…) um sistema jurídico que os autoriza e um código
de moral que os impunibiliza e os
glorifica”.
Falsidades de conveniência e
inverdades teatrais
“Com o Governo sob vigilância
cerrada por parte dos “sinaleiros da
evolução da divida, o ministro das
Finanças, Manuel Chang, disse esta
semana em Washington que Maputo prima pela prudência na contracção de dívidas e avalia primeiro
o potencial de retorno do encargo,
antes de enveredar pelo empréstimo (!!!) (…) Moçambique aproxima-se perigosamente dos níveis
que levaram a um rigoroso programa de controlo de contas, ao abrigo
da Iniciativa de Perdão das Dívidas
dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC). “Somos criteriosos”, disse Chang, aquando das
reuniões de Primavera do FMI e do
Banco Mundial em Washington,
numa conferência de imprensa disse: “O governo tem sido cauteloso e
criterioso na contracção de dívidas,
acautelando os custos e o potencial
de retorno dos projectos financiados por dinheiro emprestado.
A prioridade são os empréstimos
concessionais, queremos financiar
as infra-estruturas recorrendo à dívida comercial. (…) Estes casos são
diferentes e estão dentro dos limites definidos nos nossos programas
financeiros. (…) Temos de investir
mais. (…) Quanto mais disponibilidades tivermos, melhor decisão
tomaremos em relação aos custos.
(….) O alargamento da prosperidade gerada pelo crescimento económico.” - In Savana,18-4-2014.
Maleiane e as dívidas
(créditos) ocultas
“Na Primavera de 2016, Maleiane “gaguejou” em frente do “Board”
do FMI sobre a existência das dívidas ocultas. Isaltina Lucas, vice-ministra das Finanças, foi despachada
de emergência para Washington
DC, com toda a documentação relevante sobre as dívidas, incluindo
um crédito ao Ministério do Interior no valor de USD 211 milhões.
(…) A Ematum foi criada em 2013,
penúltimo ano do segundo mandato de Armando Guebuza.” In Savana, idem.
Gastos e compromissos
“Mocambique comprometeu-se
a não gastar os créditos em consum”
- diz o FMI. (…) A despesa total
prevista para o OGE de 2015 será
de 4.5% mais baixa que em 2014,
elencando a referida redução: a
inclusão das operações quasi-fiscal
da Ematum (19% do PIB). (…) A
Ematum, na qualidade de uma empresa do sector estatal, está sujeito
a um controlo financeiro restritivo
do quadro (...) imposto ao sector
empresarial do Estado. Em Julho, a
Ematum submeteu o seu relatório
operacional e financeiro semestral
aos ministérios das Finanças e ao
das Pescas(!!!)”. O Governo, por
sua vez, encomendou uma auditoria internacional às contas da Ematum”, refere o relatório do FMI.” –
in Savana, 23-11-2015.
Aperto financeiro
“Apertado pelas dívidas da
Ematum e ProIndicus em 2016, o
Governo recorreu a empréstimos
no Banco de Moçambique (BM).
O IGEPE, accionista maioritário
da Ematum, foi buscar 720 milhões (USD 20.5 milhões) ao BNI
para pagar ao Credit Suisse (…).
A Ematum é uma empresa tecnicamente falida e agora procura se
reerguer através de uma parceria
com Erik Prince, elemento ligado à
extrema- direita norte americana e
fundador da Blackwater security,
uma empresa especializada em
serviços de segurança militarizada, (…) O Estado, como avalista
e para evitar uma situação de incumprimento, iniciou um processo de transformação do empréstimo da Ematum, em dívida soberana, tendo celebrado acordos de
reversão com as instituições credoras. (…) Contudo, a penumbra
que ainda cobre a questão Ematum se prende-se com o facto de
até aqui não terem sido dados esclarecimentos cabais em relação a
USD500 milhões do crédito concedido, dado que a empresa precisava apenas de USD350 milhões
para a compra de atuneiros e patrulheiros, mas conseguiu (só)
arrecadas USD850 milhões”. –In
Savana, 05-01-2018.
Zonas penumbrosas…
auditoria…
“Tem de haver uma auditoria forense internacional a Moçambique.
(…) Pensamos que uma auditoria
forense internacional é importante
por ser um instrumento de trabalho útil para a investigação jurídica normal sobre estas dívidas. Esta
auditoria não pretende substituir a
PGR ou outras entidades legais do
pais, mas servir de complemento. É
um relatório técnico-financeiro de
peritos que ajudaram no esclarecimento destas dívidas (…) O montante da dívida oculta (actualmente
do domínio publico) é muito elevado, aproximadamente 10% do PIB
(…) O próprio governo moçambicano necessita dessa auditoria”. José
Augusto Duarte, ex-embaixador de
Portugal em Moçambique, in Sol do
Índico, Julho 2016.
“O escândalo da dívida pública
está a ser minimizado, como se não
houvessem culpados, e como se os
negócios tivessem sido “limpos”” –
InSavana, 13-05-2016, Dilema ou
equivoco, LuisGuevane.
“A crença de que mais de 100 milhões de dólares estavam a ser investidos no sector do gás levou as elites
do país a procurarem o seu espaço
para tirar benefícios (…) Devido à
ausência de instituições credíveis
em Moçambique, o sistema de elites,
de personalidades e o clientelismo,
está fora do controlo.” – in Savana,
Alex Vines, 13-05-2016
“De qualquer forma, muitos
analistas consideram que não é tradição do partido Frelimo sacrificar
os seus dirigentes culpados de actos
criminosos ou de corrupção. É nessa
política de seita que se inclui a desculpa esfarrapada do Primeiro-Ministro, desculpa em que, de certeza,
é o primeiro a não acreditar. (…) Há
o problema da dimensão desta falcatrua. Nunca até aqui, que eu tenha
conhecimento, houve nenhum rombo aos bens públicos que, de perto
ou de longe, se compare a esta golpada infame. Mesmo pessoas que,
com desvios de pequeno valor, estão
desposas a fechar os olhos em nome
de uma antiga camaradagem, neste
momento se arrepiam de horror, ao
ver até onde a roubalheira chegou” –
in Savana, Machado da Graça, Talhe
de Foice, 13-05-2016
Ematumgate é pior do que se
pensava…
“A dívida contraída pelo governo de Armando Guebuza para a
compra de barcos da Ematum e o
equipamento naval é bem superior
que os 850 milhões inicialmente declarados, refere o Wall Street
Journal. (WSJ). Documentos divulgados pelos bancos suíço, Credit
Suisse, e o russo VTB, instituições
financeiras que lideraram a venda
de títulos de dívida que financiaram a operação Ematum revelam
que o executivo de Guebuza se endividou em mais de 787 milhões de
dólares, através de outra empresa,
supostamente para as despesas de
equipamento de protecção marítima.
Não são só os moçambicanos
que foram apanhados em contrapé.
Os bancos não sabiam que o país se
endividou muito para lá do que tinha sido inicialmente dito, escreve
o WSJ.
Para a imprensa internacional
que se dedica a assuntos económicos, o “o caso Ematum” expõe
Moçambique como um autêntico
e interessante caso de estudo. O título poderia ser: “O perigo que os
investidores internacionais correm
na pressa pela compra de dívida de
países de transparência duvidosa!
As duas entidades bancárias que
lideraram a venda de títulos de dívida da Ematum consideram que
a má classificação de Moçambique
(…) das notações financeiras, da-
-lhes o direito de exigir o pagamento imediato do valor de todo o empréstimo” –in Savana,08-04-2016.
Criminoso, imoral, mau?
“O escândalo sobre os chamados empréstimos escondidos, contraídos pelo Governo de Armando
Guebuza, está longe de ser apenas
matéria da alçada da jurisdição interna, a tomar em consideração as
últimas conjecturas avançadas pelo
Africa Confidential (AC), uma publicação britânica especializada em
assuntos africanos. (…) Este caso
pode ser alvo de uma sindicância
internacional. (…) Ainda , observa
o AC pelo facto de a chamada dívida escondida, estar denominada em
dólares, pode levar a justiça norte-
-americana a interessar-se pelo caso,
defendendo que o caso pode desencadear uma jurisdição de “de facto”
de Washington. Apesar de a PGR ter
anunciado uma investigação as ilegalidades, os EUA podem demonstrar interesse, dado o facto de a dívida estar denominada em dólares.
(…) Dado o secretismo em todas
estas acções não será surpreendente
se mais empréstimos destes vierem
à superfície. (…) A alegada obsessão
dos quadros da Frelimo, em manter
a unidade do partido, faz antever a
impossibilidade de se responsabilizarem os autores destes empréstimos escandalosos, que o AC considera uma verdadeira lotaria que terá
beneficiado (…) generais, espiões e
membros seniores da formação política no poder. A riqueza de muitos
dos beneficiários destes empréstimos é usada em forma de sumptuosas festas, carros luxuosos e casas
opíparas –é tremendamente ostensiva nas cidades moçambicanas, salienta o AC.” In Savana, 20-5-2016.
Em jeito de fecho, vamos aqui
recorrer a John K. Galbraith que
sabiamente escreveu: “Na prática,
existem três tipos de créditos (empréstimos): (i) Os que não servem
propósitos nenhuns quer presentes ou futuros; (ii) Os que podem
proteger, assegurar e melhorar as
condições económicas presentes,
consolidando-as; (iii) Os que permitem a geração e o aumento de
renda nacional na produção de bens
e serviços e que levam ao bem-estar
geral e nacional. Contrair dívidas
(créditos) é perfeitamente aceitável
e legal obedecidos os pressupostos.
Isso, a contracção de empréstimos
não pode resultar em ónus despropositado sobre as gerações futuras,
por incompetência projectista e
que tais gerações se sintam obrigadas a pagar os erros de outros (os
anteriores). Os créditos devem ser
sólidos e devidamente equacionados, tornando-se em produtos de
investimento rentáveis de e longo
prazos.” Será isto o que aconteceu
com “as três marias” (Ematum,
Proindicus e a MAM, talvez derivada de “mamar”)?
12 | zambeze Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | CENTRAIS | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 zambeze | 13
Trapaça grave e o colapso ético-social
As dívidas (créditos) ocultas em episódios…
MATSAMbANE KuphANE
A trapaça está em todo o lugar, sustenta David Callahan na sua obra
“The Cheating Culture” (A cultura da trapaca). Callahan aborda nela
as transgressões ético-morail e legais que chegam a proporções catastróficas. Num ambiente corruptivo e permissionista, dão-se das mais
diversas e variadas transgressões ético-morais e de probidade, que
configuram autênticas depravações da moral e ética de Estado. Estas,
espantosas que são, configuram actos claros de trapaças, fraudes, golpadas, burlas, ladroagem, altamente condenáveis, pelo acto e também
pelas suas danosas consequências de severo impacto económico-financeiro com magnitudes gravíssimas. Actos de absoluta imoralidade política descarada. Lembremo-nos que foi devido a um ambiente deste
tipo que civilizações e poderes como o Império Romano tiveram a sua
inevitável queda.
Ocientista chinês Hu Peicheng, em
Beijing, citado
pela revista
China Today,
disse: “Antigamente , na sociedade, tínhamos o senso do que
era certo e do que era errado e
inadmissível. Hoje, depravados,
podemos fazer o que bem entendemos?”. Parece-nos que não. Por
seu lado, Norman Cantor, historiador, afirmou que, “Em todos os
lugares, os padrões de comportamento social e político estão em
declínio e desvastados. Se até os
próprios políticos tratam (…) as
pessoas (…) com a ferocidade de
animais selvagens, que esperar?”.
Antigamente (na era samoriana), as virtudes ético-morais eram
bem definidas, ou a pessoa era
honesta e integra, ou a pessoa era
honesta, leal, casta e honorável,
ou não o era. “Não se pode dizer
sobre as virtudes, o mesmo que se
pode dizer dos valores. Os valores podem ser base de princípios,
crenças, atitudes, sentimentos,
opiniões, costumes, de patologias
comportamentais, preferências,
hábitos, preconceitos e até idiossincrasias, e todo o resto que alguém valoriza e aficciona. Que
virtude, moralidade, eticicidade?”.
A decadência de uma nação decorre da decadência de seus padrões
ético-morais e de probidade, e de
legalidade e legitimidade. A história ensina isto. A corrupção, a criminalidade económico-financeira,
quando não existe o imperativo
ético-moral, cultural e político,
uma nação pode se pôr em perigo, bem como a sua sobrevivência
(e vivência), de um Estado sério e
com princípios, moralidade, etcicidade, integridade, responsabilidade.
O rei David, um dos maiores de Israel, angustiado pelo seu
adultério com Batesaba e com gravíssimo sentimento de culpa, em
oração dão Senhor e triste (uma
das orações mais tristes de toda
a literatura bíblica assim disse:
“Compadeca-te de mim, ó Deus,
meu Senhor! Lave-me completamente de toda minha iniquidade
e purifica-me do meu pecado. Eu
conheço as minhas transgressões e
o meu pecado está sempre presente e diante de mim”. Que tal, os arquitectos destas dívidas (créditos)
ocultas se condoerem, tal o rei David, se retractarem e confessarem
do mal feito ao país?
Relembrança
Vai muito tempo que estes episódios das dívidas ocultas (créditos) foram “watwergatteados” e
destapados para todo o mundo e o
país. Pode ser que o leitor se tenha
esquecido de lembrar dos facos,
detalhes, da sequência e das diferentes reacções havidas em torno
disto. Para que os moçambicanos
tenham bem presente isto e não falem com generalizações, especulações especulativas, desenquadradas
e distorcidas, sem ter a sequência e
os episódios havidos, vamos aqui
extractar partes deste imbróglio.
Factualidade histórica
“É interessante verificar que no
processo histórico moçambicano é
a mesma força política, a Frelimo,
que desencadeia o processo de estatização da economia, e que sem
ter havido queda de regime é ela
que vai promover o processo de
privatização da economia e a viragem para a economia de mercado.
É o que se chama aprender com os
erros.” - in Mocambique: Privatização da Economia e Investimento no
Sector Privado (1987-1995), António M. Diogo dos Reis, Universidade Técnica de Lisboa (1996). Aqui
é interessante, pois é esta mesma
Frelimo que faz esta mudança e a
transição para o estado actual.
Num outro desenvolvimento,
num cenário de economia de mercado, um dos históricos da Frelimo, Alberto Chipande, disse que,
“Somos ladrões porque estamos
vivos? (…) Hoje existe a tendência
de se dizer que todos os dirigentes
da Frelimo são ricos. Eu pergunto:
ricos de quê e em quê? (…) E se for
rico (o dirigente da Frelimo), qual
é o mal? Afinal de contas, não foram estes mesmos que trouxeram
a independência que vocês estão a
usufruir? (…) Se Mondlane e Machel fossem vivos, seriam também
acusados de serem ladrões. Somos
ladrões porque estamos vivos?”
- AlbertoChipande, O País, 4-8-
2009.
Contextualizando este assunto
das dívidas ocultas, em Frederic
Bastiat, encontramos a explicação: “Quando o saque se torna um
modo de vida para um grupo (…)
criam para si (…) um sistema jurídico que os autoriza e um código
de moral que os impunibiliza e os
glorifica”.
Falsidades de conveniência e
inverdades teatrais
“Com o Governo sob vigilância
cerrada por parte dos “sinaleiros da
evolução da divida, o ministro das
Finanças, Manuel Chang, disse esta
semana em Washington que Maputo prima pela prudência na contracção de dívidas e avalia primeiro
o potencial de retorno do encargo,
antes de enveredar pelo empréstimo (!!!) (…) Moçambique aproxima-se perigosamente dos níveis
que levaram a um rigoroso programa de controlo de contas, ao abrigo
da Iniciativa de Perdão das Dívidas
dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC). “Somos criteriosos”, disse Chang, aquando das
reuniões de Primavera do FMI e do
Banco Mundial em Washington,
numa conferência de imprensa disse: “O governo tem sido cauteloso e
criterioso na contracção de dívidas,
acautelando os custos e o potencial
de retorno dos projectos financiados por dinheiro emprestado.
A prioridade são os empréstimos
concessionais, queremos financiar
as infra-estruturas recorrendo à dívida comercial. (…) Estes casos são
diferentes e estão dentro dos limites definidos nos nossos programas
financeiros. (…) Temos de investir
mais. (…) Quanto mais disponibilidades tivermos, melhor decisão
tomaremos em relação aos custos.
(….) O alargamento da prosperidade gerada pelo crescimento económico.” - In Savana,18-4-2014.
Maleiane e as dívidas
(créditos) ocultas
“Na Primavera de 2016, Maleiane “gaguejou” em frente do “Board”
do FMI sobre a existência das dívidas ocultas. Isaltina Lucas, vice-ministra das Finanças, foi despachada
de emergência para Washington
DC, com toda a documentação relevante sobre as dívidas, incluindo
um crédito ao Ministério do Interior no valor de USD 211 milhões.
(…) A Ematum foi criada em 2013,
penúltimo ano do segundo mandato de Armando Guebuza.” In Savana, idem.
Gastos e compromissos
“Mocambique comprometeu-se
a não gastar os créditos em consum”
- diz o FMI. (…) A despesa total
prevista para o OGE de 2015 será
de 4.5% mais baixa que em 2014,
elencando a referida redução: a
inclusão das operações quasi-fiscal
da Ematum (19% do PIB). (…) A
Ematum, na qualidade de uma empresa do sector estatal, está sujeito
a um controlo financeiro restritivo
do quadro (...) imposto ao sector
empresarial do Estado. Em Julho, a
Ematum submeteu o seu relatório
operacional e financeiro semestral
aos ministérios das Finanças e ao
das Pescas(!!!)”. O Governo, por
sua vez, encomendou uma auditoria internacional às contas da Ematum”, refere o relatório do FMI.” –
in Savana, 23-11-2015.
Aperto financeiro
“Apertado pelas dívidas da
Ematum e ProIndicus em 2016, o
Governo recorreu a empréstimos
no Banco de Moçambique (BM).
O IGEPE, accionista maioritário
da Ematum, foi buscar 720 milhões (USD 20.5 milhões) ao BNI
para pagar ao Credit Suisse (…).
A Ematum é uma empresa tecnicamente falida e agora procura se
reerguer através de uma parceria
com Erik Prince, elemento ligado à
extrema- direita norte americana e
fundador da Blackwater security,
uma empresa especializada em
serviços de segurança militarizada, (…) O Estado, como avalista
e para evitar uma situação de incumprimento, iniciou um processo de transformação do empréstimo da Ematum, em dívida soberana, tendo celebrado acordos de
reversão com as instituições credoras. (…) Contudo, a penumbra
que ainda cobre a questão Ematum se prende-se com o facto de
até aqui não terem sido dados esclarecimentos cabais em relação a
USD500 milhões do crédito concedido, dado que a empresa precisava apenas de USD350 milhões
para a compra de atuneiros e patrulheiros, mas conseguiu (só)
arrecadas USD850 milhões”. –In
Savana, 05-01-2018.
Zonas penumbrosas…
auditoria…
“Tem de haver uma auditoria forense internacional a Moçambique.
(…) Pensamos que uma auditoria
forense internacional é importante
por ser um instrumento de trabalho útil para a investigação jurídica normal sobre estas dívidas. Esta
auditoria não pretende substituir a
PGR ou outras entidades legais do
pais, mas servir de complemento. É
um relatório técnico-financeiro de
peritos que ajudaram no esclarecimento destas dívidas (…) O montante da dívida oculta (actualmente
do domínio publico) é muito elevado, aproximadamente 10% do PIB
(…) O próprio governo moçambicano necessita dessa auditoria”. José
Augusto Duarte, ex-embaixador de
Portugal em Moçambique, in Sol do
Índico, Julho 2016.
“O escândalo da dívida pública
está a ser minimizado, como se não
houvessem culpados, e como se os
negócios tivessem sido “limpos”” –
InSavana, 13-05-2016, Dilema ou
equivoco, LuisGuevane.
“A crença de que mais de 100 milhões de dólares estavam a ser investidos no sector do gás levou as elites
do país a procurarem o seu espaço
para tirar benefícios (…) Devido à
ausência de instituições credíveis
em Moçambique, o sistema de elites,
de personalidades e o clientelismo,
está fora do controlo.” – in Savana,
Alex Vines, 13-05-2016
“De qualquer forma, muitos
analistas consideram que não é tradição do partido Frelimo sacrificar
os seus dirigentes culpados de actos
criminosos ou de corrupção. É nessa
política de seita que se inclui a desculpa esfarrapada do Primeiro-Ministro, desculpa em que, de certeza,
é o primeiro a não acreditar. (…) Há
o problema da dimensão desta falcatrua. Nunca até aqui, que eu tenha
conhecimento, houve nenhum rombo aos bens públicos que, de perto
ou de longe, se compare a esta golpada infame. Mesmo pessoas que,
com desvios de pequeno valor, estão
desposas a fechar os olhos em nome
de uma antiga camaradagem, neste
momento se arrepiam de horror, ao
ver até onde a roubalheira chegou” –
in Savana, Machado da Graça, Talhe
de Foice, 13-05-2016
Ematumgate é pior do que se
pensava…
“A dívida contraída pelo governo de Armando Guebuza para a
compra de barcos da Ematum e o
equipamento naval é bem superior
que os 850 milhões inicialmente declarados, refere o Wall Street
Journal. (WSJ). Documentos divulgados pelos bancos suíço, Credit
Suisse, e o russo VTB, instituições
financeiras que lideraram a venda
de títulos de dívida que financiaram a operação Ematum revelam
que o executivo de Guebuza se endividou em mais de 787 milhões de
dólares, através de outra empresa,
supostamente para as despesas de
equipamento de protecção marítima.
Não são só os moçambicanos
que foram apanhados em contrapé.
Os bancos não sabiam que o país se
endividou muito para lá do que tinha sido inicialmente dito, escreve
o WSJ.
Para a imprensa internacional
que se dedica a assuntos económicos, o “o caso Ematum” expõe
Moçambique como um autêntico
e interessante caso de estudo. O título poderia ser: “O perigo que os
investidores internacionais correm
na pressa pela compra de dívida de
países de transparência duvidosa!
As duas entidades bancárias que
lideraram a venda de títulos de dívida da Ematum consideram que
a má classificação de Moçambique
(…) das notações financeiras, da-
-lhes o direito de exigir o pagamento imediato do valor de todo o empréstimo” –in Savana,08-04-2016.
Criminoso, imoral, mau?
“O escândalo sobre os chamados empréstimos escondidos, contraídos pelo Governo de Armando
Guebuza, está longe de ser apenas
matéria da alçada da jurisdição interna, a tomar em consideração as
últimas conjecturas avançadas pelo
Africa Confidential (AC), uma publicação britânica especializada em
assuntos africanos. (…) Este caso
pode ser alvo de uma sindicância
internacional. (…) Ainda , observa
o AC pelo facto de a chamada dívida escondida, estar denominada em
dólares, pode levar a justiça norte-
-americana a interessar-se pelo caso,
defendendo que o caso pode desencadear uma jurisdição de “de facto”
de Washington. Apesar de a PGR ter
anunciado uma investigação as ilegalidades, os EUA podem demonstrar interesse, dado o facto de a dívida estar denominada em dólares.
(…) Dado o secretismo em todas
estas acções não será surpreendente
se mais empréstimos destes vierem
à superfície. (…) A alegada obsessão
dos quadros da Frelimo, em manter
a unidade do partido, faz antever a
impossibilidade de se responsabilizarem os autores destes empréstimos escandalosos, que o AC considera uma verdadeira lotaria que terá
beneficiado (…) generais, espiões e
membros seniores da formação política no poder. A riqueza de muitos
dos beneficiários destes empréstimos é usada em forma de sumptuosas festas, carros luxuosos e casas
opíparas –é tremendamente ostensiva nas cidades moçambicanas, salienta o AC.” In Savana, 20-5-2016.
Em jeito de fecho, vamos aqui
recorrer a John K. Galbraith que
sabiamente escreveu: “Na prática,
existem três tipos de créditos (empréstimos): (i) Os que não servem
propósitos nenhuns quer presentes ou futuros; (ii) Os que podem
proteger, assegurar e melhorar as
condições económicas presentes,
consolidando-as; (iii) Os que permitem a geração e o aumento de
renda nacional na produção de bens
e serviços e que levam ao bem-estar
geral e nacional. Contrair dívidas
(créditos) é perfeitamente aceitável
e legal obedecidos os pressupostos.
Isso, a contracção de empréstimos
não pode resultar em ónus despropositado sobre as gerações futuras,
por incompetência projectista e
que tais gerações se sintam obrigadas a pagar os erros de outros (os
anteriores). Os créditos devem ser
sólidos e devidamente equacionados, tornando-se em produtos de
investimento rentáveis de e longo
prazos.” Será isto o que aconteceu
com “as três marias” (Ematum,
Proindicus e a MAM, talvez derivada de “mamar”)?
12 | zambeze Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | CENTRAIS | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 zambeze | 13
Trapaça grave e o colapso ético-social
As dívidas (créditos) ocultas em episódios…
MATSAMbANE KuphANE
14 | zambeze Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
José Matlhombe Zoom
Já há união na limpeza da
praia da Ponta D’Ouro
O director das Actividades Económicas no distrito de
Matutuíne, na localidade de Ponta D’Ouro, Paulo Cossa, revelou que foi necessária a conjugação de esforços
no distrito para a limpeza dos principais destinos turísticos, como é o caso da praia que andava suja após a
avalanche de turistas nacionais que escalaram área, após
a inauguração da nova estrada e da abertura da Ponte
Maputo-KaTembe.
De acordo o responsável
dos serviços económicos do
distrito de Matutuíne, Paulo
Cossa, com a construção da
estrada e da ponte Maputo-
-KaTembe, o seu distrito
atraiu maior investimento económico, o que fez
também com que o sector
informal crescesse exponencialmente.
Respondendo sobre a formação dos jovens em matérias de hotelaria e turismo
no referido distrito, Cossa
explicou em exclusivo ao
Zambeze que o distrito firmou parcerias com algumas
grandes empresas locais
como a Reserva Especial
de Maputo.
“No ano passado realizámos três formações, em
que foram beneficiados 30
jovens, bem como as comunidades circunvizinhas da
Reserva Especial”, explicou
Cossa.
“E não só”, prossegui
Cossa, acrescentando que
“temos aqui no distrito o
Instituto Agro-Industrial
da Salamanga, em que são
ministrados cursos de agro-
-pecuária e de guias turísticos. É nesta iniciativa que
estes jovens são formados e
vão transmitir as suas competências nas comunidades
e são absorvidos pelo sector
do turismo”, justificou Paulo
Cossa.
Aumentou a mão-de-
-obra na recolha de
lixo na Ponta D’Ouro
Segundo Cossa, na Ponto
D’Ouro e em todos outros
pontos turísticos há também
empresas privadas e grupos
comunitários que lidam directamente com a limpeza
da praia.
“Temos também a Reserva
Marinha Especial da Ponta
de Ouro, que também cuida
da recolha dos resíduos sólidos que são colocados na
praia”, disse Cossa.
Segundo recorda Paulo
Cossa, o que acontecia no
ano passado é que o distrito
não estava preparado para
suportar a avalanche de turistas, sobretudo doméstico,
com abertura da estrada e
da ponte.
“O que estamos a fazer
agora é garantir que com
estas empresas privadas e
com os grupos comunitários possamos aumentar a
capacidade de recolha do
lixo, porque podemos dizer
que fomos encontrados de
surpresa, pensávamos que
tínhamos capacidade para
suportar aquele movimento
turístico que registávamos,
principalmente o turismo
doméstico, é que causou
aqueles volumes de lixo
que ditaram o aumento da
nossa capacidade de recolha.
As empresas já estão organizadas, para além de que
expandimos a lixeira onde
depositamos os resíduos
sólidos e também aumentou a mão-de-obra com
a intervenção dos grupos
comunitários”, enfatizou
Paulo Cossa.
| nacional |
DÁVIO DAVID
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 zambeze | 15
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
AUTORIDADE TRIBUTÁRIA DE MOÇAMBIQUE
DIRECÇÃO GERAL DE IMPOSTOS
AVISO
REGULARIZAÇÃO DOS PAGAMENTOS EFECTUADOS NAS CONTAS
DAS RECEBEDORIAS DE FAZENDA
Caros Contribuintes,
Com vista a garantir a regularização dos pagamentos de impostos e
outros encargos tributários efectuados por meio de transferências ou
depósitos bancários, previstos no nº 1 do artigo 146 da Lei nº 2/2006,
de 22 de Março, que aprova a Lei do Ordenamento Jurídico Tributário,
avisa-se a todos os contribuintes que usam aqueles mecanismos, para
no prazo de 30 dias, contados a partir da data da publicação do presente
aviso a apresentarem, na recebedoria de fazenda da área fiscal a qual
estão adstritos, os comprovativos dos pagamentos efectuados.
Os contribuintes que não apresentarem os comprovativos dos
pagamentos acima aludidos são considerados faltosos e incorrem nas
penalidades previstas no n.º 1 do artigo 26º do Decreto nº 46/2002, de
26 de Dezembro, que aprova o Regime Geral das Infracções Tributárias.
Maputo, 28 de Maio de 2019
O Director Geral
Ilegível
| comercial |
16 | zambeze desporto Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Egídio Plácido
Carta aos meus amigos
Brincadeira tem hora, não
brinquemos com coisas sérias
Olá amigos, como vão as vossas vidas? Aqui tudo mal,
mas mal mesmo! Só vos escrevo para mostrar o meu
descontentamento para com a nossa realidade desportiva. Sinceramente, ando com febres daquelas que nem o
vosso prestigiado Hospital Central de Maputo pode ter
a dosagem certa para curar.
No final do mês
passado ouvi
pela Rádio
Moçambique,
a nossa prestigiada rádio
pública que com competência necessária nos mantêm
informado sobre o desporto nacional e internacional,
assisti na TVM, na STV,
na TV Miramar, enfim em
toda nossa nata de televisões que não deixa de nos
informar, mas também os
jornais da praça, com destaque para o nosso Desafio,
a falarem da participação
dos Mambas, a nossa Selecção, o orgulho do nosso
país, que iria participar nos
jogos da COSAFA.
Confesso que fiquei feliz à primeira. No entanto,
minutos depois um manto
de tristeza também passou
pela minha cabeça: o que
vai acontecer desta vez?
Lembrei-me que a nossa
Selecção tem sido do quase! Quase iria se qualificar
para o CAN, quase ganhava este ou aquele jogo, enfim, veio na mente aquela
tristeza que acontece sempre que jogam os Mambas.
Mas prontos, mantive-me
calmo e sereno com esperança de que desta vez seria
de vez, seria a vez de Moçambique, porque, como
diz o ditado, “ninguém está
condenada para sofrimento
perpétuo, e o que não tem
fim é ave de mau auguro”.
Lá fiquei com os meus
sentimentos. Percebi também que com a participação
dos Mambas nesta empreitada da COSAFA significaria paralisação temporária
da nossa competição doméstica. Sim, o nosso Moçambola, que tanto custou
iniciar. Na minha mente até
veio mau espírito: porque o
Presidente Nyusi não leva
o seu Moçambola, porque
já não querem jogar! Enfim, tinha que compreender
que isso foi em nome da
pátria amada ou pátria dos
heróis como diria presidente Guebuza.
Mas bem, bem, caros
amigos, uma competição
que os nossos irmãos angolanos mandaram passear,
os namibianos foram com
segunda linha e nós, com
todo orgulho, levámos toda
armada, excepto o que não
nos fomos permitidos estava esperançado que desta
vez “vou ver” ou mesmo
tocar o “canecão” nas vitrinas da Federação Moçambicana de Futebol. Mas os
factos começaram a amargar!
O primeiro jogo lá na
terra do nosso saudoso
cunhado Mandela começaram a ficar complicadas. No
primeiro jogo, perdemos
escandalosamente com a
equipa B da Namíbia. No
segundo empatámos com
a fraquíssima selecção insular das Seychelles. No
terceiro? Escapámos no
último minuto de derrota
diante do Malawi.
Resultado: a minha, a
sua ou a nossa Selecção,
o orgulho dos moçambicanos teve que regressar mais
cedo a solo pátria. Mais
uma vez fomos humilhados
numa competição regional
que se calhar tínhamos o
mínimo para ir além.
Responsabilização pelo
desaire: nenhuma. Temos
orgulho de achar que estamos a jogar bem. Há pessoas que são pagas pelo nosso
dinheiro para continuamente nos fazer sofrer. Há um
punhado de gente que foi a
África do Sul, em nome de
todos nós, usando o nosso
dinheiro apenas para nos
gozar.
Das mentiras do
tractorista à derrota
no Zimbabwe
Caro amigos, a minha
frustração não passa exclusivamente pelo futebol ou
pelos Mambas. É questão
tão profunda que eu mesmo
não tinha dimensão.
Lá eu e meu amigo fomos à cidade da Beira para
acompanhar os trabalhos
da Conferência Internacional de Doadores para
fazer face aos efeitos destruidores dos ciclones Idai
e Kenneth. Afinal, a tarefa
que o nosso Estado tem não
é pouca, porque, realmente, desta vez Deus zangou
connosco, mas enfim, enquanto houver vida há esperança.
Mas dizia eu que estava
nas bandas do Chiveve com
um amigo, aquém amigavelmente o trato de amigo
de estimação, pelo facto de
eu ser adepto confesso do
maior clube do mundo, o
Maxaquene, e ele do Grupo Desportivo de Maputo. Somos adeptos de dois
clubes rivais, mas isso não
nos retira amizade. Fomos
nós a um local de laser para
um confraternização com
outros amigos e colegas e,
derrepente, a nossa frente
aparece um atleta, jogador
de basquete do Clube Ferroviário da Beira.
Logo à primeira o meu
amigo de estimação disse:
-Você o que faz aqui?
Faltou aos trabalhos da Selecção que vai ao torneio
no Zimbabwe!
A interpelação do meu
amigo foi que nem acordar
um leão a dormir. O atleta
em causa começou a narrar
factos curiosos que colocam o nosso desporto, principalmente os dirigentes de
basquetebol, numa situação
caótica.
O atleta disse que não
faltou aos trabalhos da Selecção Nacional, tal como
se conta na narrativa tractorista. O atleta contou-
-nos que não foi a Maputo
integrar aos trabalhos da
Selecção, porque a Federação Moçambicana de Basquetebol, através do seu
respectivo presidente, ligou
e disse ao atleta para entrar num autocarro e pagar
a sua própria passagem, e
que mais tarde seria reembolsado.
O atleta em causa falou da falta de seriedade
das pessoas que gerem o
basquetebol e também de
faltar com a verdade, colocando os atletas numa posição de serem chantagistas
ou que não tenham amor à
sua pátria.
Caros amigos, tudo
que o atleta disse, sobretudo a falta de seriedade, a
mim não constitui nenhuma novidade, digo-vos em
verdade. O presidente da
Federação Moçambicana
de Basquetebol de seriedade tem pouco. Lembro-me
há alguns anos quando foi
eleito como primeiro secretário do partido Frelimo
na cidade de Maputo. Ele
jurou com pés juntos, com
uma bíblia na mão, que iria
abandonar a federação e
dedicar-se exclusivamente a causa do seu glorioso
partido Frelimo. Foi uma
mentira do tamanho de
Moçambique.
Tempo depois, a narrativa mudou. Disse que
deixaria de ser presidente
da federação logo que a selecção feminina regressar
do mundial da modalidade.
Nada! Até hoje é presidente. Até o partido já correu
com ele. Está ilegalmente
no comando da federação,
mas não que largar o osso.
Meus amigos, as pessoas do basquetebol são culpadas por tudo isso. Só eles
o podem expulsar daquele
lugar.
Mas deixemos o presidente ilegal e nos concentremos na Selecção de todos nós. A nossa Selecção
que, mesmo marginalizada
por pouco nos trazia um título africano em 2011, nos
Jogos Africanos.
A viagem rumo ao Zimbabwe também foi feita no
meio de um grande turbilhão. É que, confirmando
em parte as palavras do
atleta do Ferroviário da
Beira, os jovens basquetistas moçambicanos foram metidos num autocarro para fazer uma viagem
Maputo-Harare. Uma Selecção de um país sério como
nosso, viajar de autocarro
de Maputo para Zimbabwe
de autocarro via Chimoio?
Meus amigos, estamos a
brincar com coisas sérias!
E a consequência foi
imediata. No primeiro jogo
com Zimbabwe lavámos
uma tarreira. Txi! Até Zimbabwe já nos bate no basquetebol! Batemos no fundo
por culpa de visionários do
desporto.
Sabem amigos, a vida
não é fácil. É muito difícil viver e muito menos compreender as coisas. Há coisa que
até parece maldição divina.
Amigos, eu acredito que não
merecemos ser humilhados
e desprezados desta forma.
Nós gastamos do desporto,
move os nossos corações. É
tempo de acordar e deixarmos de ser apenas habitantes
que enchem estatísticas e
passarmos a ser verdadeiros
cidadãos.
Para já, meus queridos
amigos, espero que esta
carta vos encontre bem de
saúde.
Até mais!
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 DESPORTO zambeze | 17
Jovic é reforço do Real Madrid
Luka Jovic é reforço do Real Madrid para as próximas
seis temporadas, anunciou o Eintracht Frankfurt em comunicado no sítio oficial da internet.
Oa v a n ç a d o
sérvio, de 21
anos e que foi
vendido esta
temporada pelo Benfica ao
clube da «Bundesliga», por
seis milhões de euros, fez
uma grande temporada na
Alemanha, com 27 golos
marcados em 48 jogos na
formação germânica.
A transferência já foi
também confirmada pelos
«merengues» e Jovic vai
ainda realizar os habituais
exames médicos.
Formado no Estrela
Vermelha, marcou um golo
na estreia como sénior, aos
16 anos, antes de se transferir para o Benfica, em 2015,
Jovic teve poucas oportunidades na equipa principal
dos encarnados, tendo realizado apenas quatro jogos,
antes de ser emprestado ao
Eintracht Frankfurt, que accionou a opção de compra
do avançado dos Balcãs.
O clube da Luz tem ainda direito a uma percentagem das mais-valias com
a transferência do jogador
para o Real Madrid, que
anuncia assim o primeiro reforço para a próxima
época.
Diego Costa acusado de
defraudar o fisco espanhol
Depois de Cristiano
Ronaldo, José Mourinho e
Messi, entre outros, agora é
Diego Costa. O jogador foi
nesta terça-feira acusado
pelo fisco espanhol de defraudar os cofres públicos
em mais de um milhão de
euros em 2014, quando se
transferiu do Atlético Madrid para o Chelsea.
Segundo a Agência
Tributária espanhola, o
futebolista não declarou os rendimentos pagos pelo clube britânico
pela cessação dos direitos de imagem, apesar de
ter residência fiscal no
país. Diego Costa recebeu 1.371.098,31 euros,
referentes a direitos de
imagem, mas na declaração de rendimentos não
incluiu os valores pagos
pelo Chelsea, que terão
causado uma perda para os
cofres públicos espanhóis
de 1.014.416,76 euros.
Nesse sentido, o Ministério Público acusa o brasileiro naturalizado espanhol de estar a obter «um
benefício fiscal ilícito».
Croácia brinca com Barcelona
sobre o novo equipamento
Chuva de goleadas no
campeonato da cidade
A Federação Croata de
Futebol fez uma publicação
nas redes sociais a 'brincar'
com o Barcelona, após haver uma mudança no design
dos equipamentos catalães,
passando das riscas para
um padrão axadrezado.
«Boa tentativa Barcelona, mas não conseguem
bater as damas vermelhas
e brancas», referiu a federação balcânica. Minutos
depois, houve uma nova
publicação mais cordial:
«Bem, estamos convencidos que Iván Rakitic vai
certamente adorar esta
nova camisola!».
O Bétis, que fez alA décima quarta jornada do
campeonato de veteranos
da cidade do Maputo foi
abençoada com três goleadas que produziram 17 golos, e a mais volumosa foi
de nove a zero favorável ao
Choupal sobre os Veteranos Unidos.
L. Cabral 1-1 Inhagoia
Sustenta 2-1 Matendene,
Choupal 9-0 V. Unidos,
Munna’s 0-2 Mafalala,
Xipanipane 2-1 L. Bravos,
Kongolote 2-1 A. Matola,
A. Kong. 4-0 Jardim,
Tsalala 4-1 circulo
Madgumb’s 0-3 ADV cmc.
Quadro completo
dos resultados
Jogos da 15ª
jornada
Inhagoia x Tsalala, Circulo x ADV cmc, Jardim
x Kongolote, Mafalala x
Xipanipane, Luís Cabral x
Eleven Main, Leões Bravos x Choupal, Matendene x Munna’s, Veteranos
Unidos x Amigos Kongolote, Amigos Matola x
Madgumb’s.
Classificação
Classificação
Choupal 30
Jardim 30
ADV cmc 29
A. Kongolote 28
Tsalala 26
Luís Cabral 23
Madgumb’s 21
Munna’s 21
A. Matola 20
Xipanipane 17
Eleven Main 16
Mafalala 16
Circulo 15
Kongolote 15
Matendene 12
Leões Bravos 10
Sustenta 7
V. Unidos 3
No bairro de Hulene
Jordão mata Célula A com cinco golos
Depois de um começo
do campeonato não habitual, a Nova Luz voltou
a fazer aquilo que e” sua
maneira de jogar, goleando
Resultados da
5ª jornada
Célula H – Escorpião (2-1),
Veteranos Nova Aliança (4-
2), Sporting – Tigres (1-1),
Nova Luz – Célula A (6-1),
Matsuva – Célula D (1-1),
Mavalane – Ressuscitados
(1-2), Cruzeiro – Ondas do
Mar (2-0).
Matsuva 13
Veteranos 13
Célula D 13
Nova Luz 9
Célula H 8
Cruzeiro 7
Ressuscitados 7
Escorpião 6
Nova Aliança 6
Ondas do Mar 5
Célula A 4
Sporting 4
Mavalane 4
Célula A 4
R. Jr (0-4) SLB
Nova Luz (1-1) Blak Star,
Guetho (1-2) Time Time,
M. jr (1-0) Revolução.
José Matlhombe
terações semelhantes no
seu equipamento, também
publicou nas redes sociais
imagens de Messi e Bartra
com os novos equipamentos referindo: «O que conta
é a intenção, Barcelona».
Seniores
SLB da goleada e
assume liderança
Pela primeira vez na
história do SLB que esta
equipa dá uma goleada,
tendo humilhado os Ressuscitados por quatro bolas
a uma.
Quadro completo
dos resultados
a Célula A por seis bolas a
uma. Aliás, a Célula A foi
quem abriu o placar e Jordão veio marcar cinco golos consecutivos, matando
de vez a Célula A, que não
teve argumentos. Segundo disse ao nosso jornal, a
Célula A pediu para que o
jogo terminasse quando faltavam, ainda, 15 minutos
por jogar.
18 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Vila da Manhiça
sonha com estatuto de cidade
A Vila Autárquica da Manhiça, província de Maputo,
quer abandonar até o próximo quinquénio o estatuto de
vila para a de cidade, cujo nível ainda não está definido.
Contudo, precisa reunir certos requisitos para o efeito.
Éum sonho que
vem sendo cultivado pelo edil
da Manhiça Luís
Munguambe, desde que reassumiu os destinos da autarquia para este quinquénio. Munguambe explicou
haver esforços por parte da
edilidade para que Manhiça cumpra com essa pretensão. Todavia, reconhece
que uma cidade exige que
tenha uma rede de estradas
pavimentadas que liguem
todos bairros, serviços
comerciais em funcionamento, rede de transporte
estável, população e terra
disponível para a construção de habitação.
"Há desempenho da
nossa parte com vista a
alcançar este objectivo. Se
formos a ver, neste conjunto
de exigências algumas estão
a funcionar. Por exemplo,
temos um supermercado
grande dentro da vila, duas
bombas de combustíveis,
um número considerável
de população e bairros
devidamente localizáveis"
explicou, acrescentando
haver outros serviços adicionais como a do táxi que
operam todos os dias.
Em relação à construção de estradas, Luís Munguambe disse que no centro
da vila só restaram duas
estradas por completar.
“Estamos a falar da rua
dos CFMs e da rua 8, em
que uma metade que parte
desde a conservatória até
rua 19 ainda não iniciamos
com a construção e acreditamos que ainda este ano se
vai atacar as duas”.
O nosso entrevistado
fez saber ainda que a vila
precisa ter várias repartições públicas funcionais.
Mungu amb e dest acou
haver todas as direcções
distritais a funcionar. Mas
reconhece ser necessário
que haja serviços públicos
próximos dos munícipes,
dando o exemplo dos bancos.
O município deve criar
acções que transmitam
segurança para os investidores aqui na vila. Segundo
Luís Munguambe, o sector
de transportes regista avanços significativos e ainda
este ano a autarquia vai
materializar a criação da empresa pública do transporte
municipal da Manhiça, ora
aprovada pela assembleia
municipal e que se pretenda servir aos munícipes da
autarquia e não só, como a
dos postos administrativos
daquele distrito.
Questionado sobre a
ausência de espaços para
a construção muitas vezes
associados à falta dos planos de urbanização, Luís
Munguambe disse haver
uma avalanche de pessoas que procuram espaços
na autarquia, remetendo
diariamente cerca de 100 a
150 pedidos de Direito de
Uso e Aproveitamento de
Terra (DUAT), o que acaba
superando a avalanche das
demarcações que vão acontecendo, daí que as pessoas
devem aguardar.
”Nota-se que no mandato passado parcelámos e
entregámos mais de 10 mil
novas parcelas, isso para
atender novos munícipes e
o crescimento”, disse, acrescentando que o município
tem a felicidade de não
dispor de zonas propensas
a inundações.
”Na vila municipal, as
pessoas estão na zona alta,
na zona profundamente
arenosa, ainda que caia
chuva por longas horas as
pessoas não são atingidas.
Temos a baixa do vale de
Moçambique que nunca
ninguém construiu, temos
a baixa de Incomáti que
também ninguém nunca
construiu, apenas as pessoas
fazem suas machambas
sazonalmente ”.
Quanto ao sector de
turismo, há condições e
acções em curso no sentido
de elevar o sector na vila.
Munguambe disse que a
sua direcção já propôs à
assembleia municipal a
requalificação de toda a
zona da encosta, que ficará
reservada para a indústria
hoteleira e restauração, por
se tratar de uma zona com
uma bela vista.
“Manhiça está a
crescer”
Alguns empresários da
vila da Manhiça, que falaram à
nossa reportagem, consideram
haver um franco crescimento da autarquia, apontando
como exemplo a construção
de infra-estruturas do sector
produtivo.
Vasco Chavana, investidor de notável influência na
prestação de bens e serviços
ao sector público e privado,
defendeu que o investimento
está a verificar-se um pouco
pela vila traduz melhorias
na vida dos munícipes, para
além de gerar mais postos de
trabalho.
“Há exemplos de que a
nossa vila está a crescer, não
obstante alguns desafios que
ainda se impõem, temos visto a
construção de infra-estruturas
económicas nas diversas áreas
do domínio empresarial.
Neste momento, por
exemplo, estou na fase de conclusão de bombas de abastecimento de combustível, como
parte da minha contribuição
no que refere à construção
de infra-estruturas de desenvolvimento socioeconómico,
mas não sou único, temos visto
várias outras intervenções do
sector empresarial”, indicou
Chavana.
Três mil brigadas foram
alimentadas por painéis
solares durante o recenseamento eleitoral que terminou na semana passada.
Segundo o chefe do
Gabinete de Comunicação
e Imagem do Secretariado
Técnico de Administração
Eleitoral (STAE), Cláudio
Langa, em conversa com o
Zambeze, os referidos painéis solares que ajudaram
no manuseamento de mais
seis mil (6000) máquinas
de entre as novas e as reabilitadas que garantiram a realização efectiva do censo.
Antes dos painéis, eram
usados como alternativa
para o recenseamento eleitoral, nas zonas não abrangidas pela corrente eléctrica, geradores alimentados
por combustíveis. Mas
aquela alternativa, nota
Langa, era demasiado dispendiosa e abria espaço
para o desvio de recursos.
Ademais, a corrente gerada pelo gerador não era tão
constante, ora dava mais
corrente do que o necessário, ora menos, o que criava
danos aos equipamentos. A
acrescer, os dois ciclones,
primeiro Idai que afectou
a região centro, depois o
Kenneth que afectou a norte, agudizaram a necessidade de mais fontes alternativas a corrente eléctrica.
Tudo isto levou a planificação de aquisição de
3.000 painéis solares ao
Fundo Nacional de Energia. Depois, para a aquisição dos kits compostos
por baterias, inversores,
cabos capazes de conectar o painel ao mobile, foi
aberto um concurso, ganho
por três empresas designadamente a Inove, CC
Investimentos e Vision investimentos. Os painéis
mostraram-se, diz Langa,
muito mais úteis se comparados aos geradores. “Onde
usámos a tempo inteiro os
painéis não tivemos constrangimentos derivados da
corrente eléctrica”.
Mas, não que constrangimentos tivessem sido
inexistentes, mas estavam
mais relacionados ao uso
do equipamento por parte
dos brigadistas. Algumas
vezes, disse Langa, reportavam avarias que não
eram avarias. “O tonner teria acabado, o cabo deslocado”, disse, acrescentando
que, nos dias subsequentes,
passaram a saber como reagir, graças à intervenção
sempre oportuna dos técnicos nacionais e estrangeiros
que garantiram a operacionalidade das máquinas com
a actualização dos softwares.
Do total de 5.096 brigadas, 3.000 funcionaram
na base nos painéis solares.
Foram também adquiridos
3.000 mobiles novos, todos
alocados aos distritos sem
acesso à corrente eléctrica,
porém, em algumas zonas,
por conta das chuvas regulares, tiveram de continuar a
usar geradores. Neste recenseamento eleitoral, o gerador foi a última alternativa.
Painéis solares alimentam 3.000 brigadas
Recenseamento Eleitoral
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | INTERNACIONAL| zambeze | 19
Militares convocam
novas eleições no Sudão
violenta repressão a um protesto que resultou na morte
de ao menos 35 pessoas, o Conselho Militar do Sudão
convocou nesta terça-feira (04/06) eleições gerais no
país, que deverão ocorrer dentro de um período de nove
meses.
Amedida anunciada pelo Conselho Militar
Transitório, que
assumiu o poder no país
após a deposição do ex-ditador Omar al-Bashir em
Abril, havia feito um acordo com os manifestantes
que estabelecia um período
de transição de três anos,
após o qual o poder seria
entregue a um governo civil.
Mas, após os actos de
violência desta segunda-
-feira, o líder do Exército,
Abdel Fattah al-Burhan,
comunicou em pronunciamento transmitido pelas
emissoras locais o cancelamento do acordo e disse
que as eleições deverão
ocorrer em breve, sob "supervisão regional e internacional".
"O Conselho Militar decidiu pelo seguinte:
cancelar o que havia sido
acordado, encerrar as negociações com a Aliança
por Liberdade e Mudança
[grupo que organiza os protestos] e convocar eleições
para dentro de um período
não superior a nove meses", disse o general.
A oposição sudanesa
rejeitou a medida. O líder
Madani Abbas Madani,
uma das principais figuras
da aliança opositora, disse
que a campanha de desobediência civil continuará
até que o Conselho Militar
Transitório seja removido
do poder.
"O que ocorreu, a matança de manifestantes, os
ferimentos e as humilhações, foi uma forma sistemática e planejada de impor
a repressão ao povo sudanês", afirmou.
O clima permanece tenso em Cartum. Membros do
grupo paramilitar Forças
de Apoio Rápido – ao qual
muitos atribuem o massacre
desta segunda-feira – são
vistos em grande número e
nas ruas da capital sudanesa. Veículos com homens
armados foram posicionados na entrada das pontes
sobre o rio Nilo, e comboios
militares circulam pela cidade.
Muitas ruas estavam desertas, com mercados e lojas
fechadas, e poucos veículos
circulavam duramente a
manhã. Moradores reclamam que não conseguem
acesso à rede de internet
desde o dia anterior. Com o
fechamento do aeroporto de
Cartum, muitos voos foram
cancelados.
Os líderes dos protestos
afirmam que a praça em
frente à sede do Exército,
onde muitos manifestantes
estavam acampados desde
o dia 6 de Abril, foi esvaziada.
"As Forças de Apoio
Rápido, o Exército, a polícia e batalhões de milicianos dispersaram o protesto
pacífico", afirmou a Aliança
por Liberdade e Mudança.
Verdadeiro início da luta contra
impunidade em Angola?
O julgamento do ex-
-ministro dos Transportes Augusto Tomás já
vai no seu segundo dia.
O antigo governante que
responde ao julgamento
em prisão preventiva, é
acusado de desviar dinheiro do Conselho Nacional de Carregadores
(CNC). Tomás é acusado
de crimes de peculato,
violação de normas de
execução orçamental e
abuso de poder na forma
continuada.
Esta segunda-feira
(03.06.) no segundo dia
de julgamento, Paula
Godinho, advogada de
defesa do antigo governante, negou as acusações que pesam sobre o
seu constituinte. Na sua
contestação, Paula Godinho, disse que o seu
constituinte não cometeu
nenhum dos crimes de
que é acusado, argumentando que o processo
está eivado de atropelos
à lei, nomeadamente o
uso, pela instrução, do
relatório da Inspecção-
-Geral da Administração
do Estado (IGAE) para a
acusação.
Segundo Paula Godinho, este documento
não pode servir de base
acusatória e probatória,
pois cabe apenas ao Tribunal de Contas apurar
se houve ou não e em que
medida desvios de verbas
públicas. Nesse sentido,
a advogada defendeu "a
nulidade de instrução e de
tudo feito até agora".
Augusto Tomás é o
primeiro "tubarão” que
senta no banco dos réus
desde que o Presidente
João Lourenço decidiu lutar contra a corrupção e a
impunidade em Angola. E
em Angola, muitos cidadãos interrogam-se se este
o caso "CNC” é o verdadeiro início de luta contra
a impunidade no país?
Agostinho Sikatu
analista angolano não
acredita "que o combate
à impunidade esteja a
começar”.
"Não acredito pelo
facto de até agora registarem-se altos níveis de
impunidade. Isso é algo
que se combate de outra forma. Ninguém está
interessado em aderir a
esta campanha porque
não é possível combater
a corrupção com corruptos dentro”, disse à DW
África.
"Não há ninguém lá, além
dos corpos dos mártires,
que não pudemos remover
do local", diz o grupo.
O Comité Central dos
Médicos Sudaneses afirma
que o número de mortes
é superior a 35, com centenas de feridos, e que os
militares perseguiram manifestantes e abriram fogo
dentro de um hospital.
Segundo relatos, milhares de manifestantes ainda
desafiam as forças militares, com algumas barricadas erguidas nos subúrbios
da capital. Nazim Sirraj,
da Associação dos Profissionais Sudaneses, um dos
grupos que lidera os protestos, disse que milhares
de pessoas comemoraram
nesta terça-feira o Eid al-
-Fitr, que marca o fim do
Ramadã, o mês sagrado dos
muçulmanos.
Os militares haviam
declarado que o Eid al-Fitr
seria observado somente
nesta quarta-feira, o que,
segundo a Associação, seria uma tentativa de manter
as pessoas em casa após o
massacre. Nas comemorações do Eid, tradicionalmente, um grande número
de pessoas sai às ruas para
as preces matinais.
A violenta repressão
aos protestos gerou condenações em todo o mundo.
Os Estados Unidos disseram se tratar de um ato de
violência brutal contra os
manifestantes, e pediram
que os generais entreguem
o poder aos civis.
O secretário-geral da
ONU, António Guterres,
condenou o uso excessivo
da força e pediu uma investigação independente sobre
o ocorrido. A pedido da Alemanha e do Reino Unido, o
Conselho de Segurança da
ONU se reunirá a portas fechadas nesta terça-feira para
discutir a situação no país.
Países africanos e ocidentais expressaram apoio
aos manifestantes, mas alguns governos árabes, liderados pela Arábia Saudita,
apoiaram o Conselho Militar Transitório, sob a liderança de Burhan. - (DW)
CHEGA DE SOFRER EM SILÊNCIO
DR. MAGOMA (ESPECIALISTA EM
MEDICINA TRADICIONAL)
Se já andaste à procura de solução para os teus problemas e não achaste,
vem agora se libertar da escuridão, se foste fechado, estás doente e não
sabes o que fazer, não tens sorte na vida, estragaram a tua vida com
feitiçaria sem saberes.
Com grande força dos seus remédios.
1. SUPER KINGO – trata e elimina problemas de próstata para
homens;
2. MNYASI – serve para fortificar as veias do sexo masculino para
ser grande e gordo, aumenta duração e repetir o acto sexual
3. NGETA MISTURA – trata doenças como fraquezas no corpo e
recuperação de impotência sexual em pouco tempo;
4. SUPER MULUNDOKA – serve para fazer mulher poder conceber,
ele desbloqueia trompas entupidas, cura miomas, reforça óvulos.
5. MSWOSHA MISTURA – serve para eliminar maus espíritos que
bloqueiam a sorte no seu negócio, emprego, lar, faculdade, lotaria,
resolver problemas financeiros, etc.;
6. KALEMBO – serve para recuperar o amor perdido, chamar
pessoas que estão longe, ser gostado no serviço e por onde andar.
7. MUTAMBO – serve para tratar infecção urinária, recuperar
vontade de sexo.
Endereço: Maputo, Av. do Trabalho, Alto-Maé, Paragem Novo
Mundo
Contactos: 86 3624939/85 2785233
Comercial
20 | zambeze | NEGÓCIOS E MERCADOS | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Diz a Economist
Falhanço na emissão de dívida
local mostra fraqueza da economia
A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a baixa procura em Maio pelos títulos de dívida lançados no mercado interno moçambicano é mais
uma demonstração da fraqueza da posição orçamental
e fiscal do país.
"Ofalhanço
da emissão de títulos e os
atrasos no pagamento dos
salários indicam uma posição fiscal apertada", escrevem os analistas numa nota
onde comentam a mais
recente emissão de dívida
pública no mercado nacional, que teve apenas uma
procura de 200 milhões de
meticais perante uma oferta de 3 mil milhões.
"A fraca posição orçamental do Governo foi
demonstrada por outro falhanço nas emissões de dívida interna, indicando um
constrangimento corrente
na estratégia de financiamento do défice orçamental
através de emissões internas enquanto Moçambique
estiver arredado dos mercados internacionais e da ajuda externa ao Orçamento",
escrevem os analistas.
Na nota enviada aos
clientes na sexta-feira,
antes de o Governo e os
credores terem anunciado
um acordo para a reestruturação dos 726,5 milhões de dólares de dívida
soberana, e que poderá
desbloquear o acesso aos
mercados financeiros, os
peritos da unidade de análise económica da revista
britânica 'The Economist'
escrevem que "as autoridades acabaram por conseguir pagar os salários
de Abril no seguimento
de uma nova emissão de
dívida".
No entanto, alertam
que "os atrasos nos pagamentos de salários surgem
periodicamente, e as autoridades recorrem frequentemente ao pagamento
faseado dos funcionários
púbicos, começando pelo
Governo central e depois
provincial, deixando os
funcionários públicos distritais para mais tarde".
O Governo de Moçambique inscreveu no Orçamento deste ano necessidades de financiamento no
valor de 19,4 mil milhões
de meticais, o que representa um financiamento
mensal de 1,5 mil milhões
de meticais, diz a EIU,
lembrando que "o alto
custo e a curta duração
destes títulos tornam este
tipo de financiamento normalmente insustentável a
longo prazo".
Desde Abril de 2016,
quando foram reveladas
as dívidas ocultas num
valor total superior a 2,2
mil milhões de dólares,
Moçambique "tem financiado o orçamento principalmente através de emissões no mercado local",
acrescentam os analistas
da Economist.
"Em vésperas das
eleições legislativas, as
prioridades de despesa do
Governo vão continuar a
ser populistas, conduzidas
pela necessidade de tentar
melhorar os níveis de vida
e evitar a agitação social,
particularmente no que
diz respeito à substancial
factura com os salários
dos funcionários públicos", conclui a EIU.
Até ao final deste ano
Meio milhão de habitantes
vai ter acesso à telefonia móvel
O Governo moçambicano prevê cobrir, até ao final do
presente ano, mais 30 localidades com os serviços de
telefonia móvel, o que vai permitir o acesso ao serviço
de telecomunicações a mais de 420 mil habitantes das
zonas abrangidas.
Esta meta, anunciada na terça-
-feira, 4 de Junho,
pelo ministro dos
Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita,
enquadra-se no âmbito da
expansão da rede de telecomunicações, que resultou,
desde o início do presente
quinquénio, na cobertura
de mais 276 novas localidades, proporcionando acesso
à telefonia móvel a cerca de
dois milhões de habitantes.
Para além da expansão
da rede de telecomunicações, o Governo implementou, durante o quinquénio
prestes a findar, projectos
estratégicos de massificação do uso das tecnologias
de informação e comunicação (TIC), tais como o
processo de migração da
radiodifusão analógica para
digital, o projecto de televisão via satélite para 500
aldeias moçambicanas, o
projecto “Praças Digitais”,
bem como a construção de
centros multimédia comunitários, entre outros.
De acordo com Carlos
Mesquita, que falava na
abertura do XXVII Fórum
AICEP das Comunicações
Lusófonas, não obstante
estes avanços, ainda persistem desafios, sendo um
deles a promoção da inovação e melhoria da qualidade dos serviços das comunicações prestados pelos
operadores.
“O alargamento do
acesso das TIC às comunidades das zonas rurais ao
menor custo possível, o aumento da competitividade
das organizações do País,
num mercado cada vez
mais global e competitivo,
a adaptação da regulação
das comunicações para um
ambiente em constante mudança, caracterizado pela
integração tecnológica e de
serviços, o reforço da segurança cibernética, entre
outras matérias, constituem
desafios que precisamos
de ultrapassar como País e
como uma comunidade”,
disse o dirigente.
Na ocasião, Carlos
Mesquita defendeu que o
Estado deve continuar a
criar um ambiente favorável para uma concorrência
sã e promover a inovação
para fazer face às novas
tendências e exigências dos
utilizadores das telecomunicações.
“Este fórum é a plataforma apropriada para a
concertação de esforços
para o sucesso da nossa
missão de colocar as comunicações ao serviço do
desenvolvimento da economia e das nossas comunidades”, frisou o ministro
dos Transportes e Comunicações, dirigindo-se aos
delegados do fórum, provenientes de todos os países
membros da AICEP - Associação Internacional das
Comunicações de Expressão Portuguesa.
Por seu turno, o presidente da AICEP, João
Santana, referiu-se à necessidade de os países e a organizações estarem atentos
aos desafios impostos pela
inovação tecnológica, que,
para si, “é um processo
inadiável e inevitável”.
“Esta transformação
digital cria também novos
desafios e requer uma capacidade de antecipação e de
agilidade sem precedentes
nas nossas organizações.
O ritmo da mudança e da
transformação nunca foi
tão elevado e o sector das
comunicações desenvolve-
-se a um ritmo nunca antes
visto”, sublinhou João Santana.
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 | COMERCIAL | zambeze | 21
22 | zambeze | cultura | Quinta-feira, 06 de Junho de 2019
Pensamento da Semana:
As ocasiões fazem as revoluções.
Machado de Assis
Asa, uma artista global
sempre a voltar as raízes
Os dados fornecidos falam de 29.000 pessoas que cruzaram o chão da Malkerns Valley, entrando para a grande
arena do Bushfire, para ver cantar os seus músicos preferidos. Asa, a artista nigeriana a residir na diáspora, foi
a estrela maior do evento. Subiu ao Main Stage por volta
das 15h do domingo, e mostrou logo ao que ia com o
Fire on the mountain, levando a plateia ao delírio, mas
lágrimas também caíram, houve também silêncio, como
se estivessem extasiados por ouvir aquela mulher, que
pela primeira vez subia ao palco daquele evento épico.
Não estava ainda refeita da euforia da actuação, quando
nos colocámos à conversa.
F
oi a artista mais esperada e teve uma
performance brilhante de encantar,
o que sentiu?
Bem, eu sou nigeriana
e onde passo transmito este
calor africano e senti que
as pessoas estão bem familiarizadas com as minhas
músicas.
Como foi esta experiência?
Foi muito calorosa cheguei de viagem para o palco,
fiquei espantada com a recepção das pessoas quando
cheguei, eles conheciam
algumas músicas minhas,
amei a vibração.
E o próximo álbum, já
temos o título e a data de
lançamento?
Bem, ainda não esta concluído e nem tem nome,
mas estará concluído ainda
nos finais deste ano. Neste
momento, estou focada mais
para estas turnés, trocas de
experiência e tudo a minha
volta como forma de inspiração. Este álbum será um
pouco mais da experiência
do álbum passado, desde a
complexidade até ao amor.
Pensa na forma que
as pessoas definem a sua
música?
É difícil, eu faço um
pouco de tudo, desde o jazz
até ao mais contemporâneo
e espero que as pessoas me
recebam bem neste próximo
projecto.
Como é que mantém
esta cultura africana, vivendo na disporá a fazer um
estilo menos característico
do africano?
Eu levo comigo esta marca do africanismo, não há
como escapar a esta realidade. Eu levo comigo esta
marca além-fronteiras com
influências como, Hugh
Massekela, Oliver Mutukuzi,
Miriam Makeba e outros.
Gosto de ver como os cantores a nível mundial são.
Eu sou um tipo de cantora
global, mas sempre volto as
minhas raízes, até a gastronomia sempre me faz recordar que tenho que regressar
(risos).
As suas músicas têm
sempre um tópico interessante, o que lhe conduz a
estas inspirações?
O meu próximo álbum
é sobre o amor, todas as
músicas são sobre o amor
em si. Neste momento, tento
estudar mais e escrever mais
sobre o amor. Quando eu
tinha 20 anos sonhava como
seria ultrapassar dificuldades
e ser presidente. Mas a realidade aos 20 quebrou estes
sonhos e tornei-me mais
madura, com as decepções
amorosas e outras coisas
mais até hoje.
Então, o seu álbum está
em torno da sua jornada
até hoje?
Claro. Depende do seu
ponto de vista, mas sim é
mesmo um conjunto disto
tudo.
Sendo uma cantora global, como foi sua experiência aqui na eSwathini pela
primeira vez?
Como disse antes, cheguei e aproveitei o dia para
me alegrar nestas belas paisagens montanhosas e outras
coisas, é lindo.
O que achou em comum
em todos os países africanos que viajou?
Todos sorriem e isso me
deixa feliz, a harmonia a
compaixão e quanto a gastronomia também não pude
notar grandes diferenças
(risos).
Izidro Dimande e
Redacção
Se possível fosse,
Se fosse possível, meus irmãos!
No sagrado trono de Deus,
Lá donde derivam leis da vida e da morte
Por-ia-mos uma pessoa para vermos
Para ver,
Se continuaríamos eternos tambores vazios
Chorando dia e noite de fome
Ou simples crias nas capoeiras,
Vivendo de ração a espera da morte
Nós seriamos lutadores,
Se fosse possível meus irmãos!
E no sagrado altar divino,
Onde lidos são os nossos pecados,
Onde são consagrados os nossos destinos,
Colocaríamos uma pessoa para vermos
Para ver,
Se continuaríamos postos a mendicidade,
Como cães vagando nus pelas ruas na cidade
Para vermos se continuaríamos receptores,
Consumidores passivos de cresças e ideologia dos
outros
Por-ia-mos sim,
Uma pessoa no sublime trono de Deus
Se possível fosse meus Irmãos!
Porque,
É a pessoa que amou e não amada,
Pecando por falta de pão padeceu enfermidades,
Chorou e não foi consolada,
É esta mesma pessoa que já provou,
Engoliu,
E sentiu na pele,
Odores fétidos do sabor desta vida
Poesia de fim do mundo
Horácio Uetelene
Pessoa como Deus
Quinta-feira, 06 de Junho de 2019 zambeze | 23
A Associação Kulemba realiza, nos dias 15 e 16 de
Junho, na Universidade Zambeze – Beira, a terceira
edição do Festival do Livro Infantil (FLIK 2019), um
evento anual que visa criar diálogo entre autores da literatura infanto-juvenil e os leitores.
S
ob o lema “Livro
também sara feridas”, esta edição do
FLIK, primeiro e
único evento do género no
país, acontece num momento em que ainda são
visiveis marcas de destruição do ciclone Idai, que
atingiu a cidade da Beira
nos dias 14 e 15 de Março
último.
Desde a primeira edição, o FLIK tem-se mostrado um evento eclético,
reunindo no mesmo espaço artistas e apreciadores de diversas artes, tais
como o teatro, a música,
narração de histórias, declamação de poesia, entre
outras, que têm levado os
meninos e não só a navegar no mundo mágico da
leitura.
Durante o festival,
serão apresentados dois
livros infanto-juvenis,
nomeadamente “Elefante Tendai e os primos hipopótamos”, de Eliana
N’Zualo e “ O Luminoso Voo das Palavras”, de
Mauro Brito, editados pela
Editorial Fundza e Kuvaninga Cartão D’Art, respectivamente.
Uma das grandes novidades desta edição do
FLIK será a realização de
oficinas de produção de
livros artesanais à base de
papelão reciclado, actividade a ser desenvolvida
em parceria com a editora
Kuvaninga Cartão D’Art,
coordenada por Elcídio
Bila. A actividade deverá abranger mais de 160
crianças.
Particular destaque nas
edições do FLIK dá-se aos
saraus poéticos que têm
sido realizados por crianças formadas nas Oficinas
de Leitura da Kulemba em
toda a província de Sofala.
Essas crianças esmeram-se
na declamação de poemas
de sua autoria e de outros
escritores nacionais.
Prevê-se também a organização de uma mesa
redonda com os meninos
vencedores das três edições
do concurso de redacção de
contos tradicionais, nomeadamente, Natasha Celeste
Daniel Macuácua, Michael
Marcos Raposo e Anguista
Tomás.
O concurso de leitura,
interpretação e declamação volta a fazer parte do
FLIK. Participarão neste
concurso alunos de aproximadamente 30 escolas
primárias, com o objectivo
de incentivar o gosto pela
leitura nesta camada.
Na presente edição
do FLIK, que conta com
o apoio da Universidade
Zambeze, Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano de
Sofala, Editorial Fundza
e Colégio La Salle, serão
expostos perto de 40 títulos
de obras infanto-juvenis,
com destaque para os publicados pela Escola Portuguesa de Moçambique.
O FLIK é mais uma
acção da Kulemba, agremiação que tem vindo a
realizar várias actividades
viradas para a promoção
da leitura, especialmente
as oficinas de leitura e concursos de redacção de contos tradicionais.
| cultura |
Elton pila
zambeze
Para o inglês
ouvir
Falávamos de tudo, de
um país a meio gás,
de uma esperança no
futuro dos homens,
quando a realidade
teima em mostrar-nos
o contrário.
J
á o dia se fazia noite, quando entrámos num bar para
colocar a conversa
em dia, enquanto esperávamos que as paragens se
esvaziassem e as estradas
estivessem mais transitáveis. Falávamos de tudo,
de um país a meio gás,
de uma esperança no futuro dos homens, quando a realidade teima em
mostrar-nos o contrário.
Pedimos três copos, talvez só para não deixar
morrer o ritual de os fazer tilintar, brindámos à
vida. A conversa estava
boa, exigia outros copos.
Pedíamos, quando da
nossa mesa, um de nós
vê noutra mesa, do outro
lado do bar, um conhecido dele. “Hi, boy!” – disse,
uma frase reforçada pelo
gesto de levar o braço ao
alto com a palma da mão
aberta. “Oh, my friend”,
grita o do outro lado,
enquanto se levanta em
nossa direcção. Chegou-
-nos à mesa, cumprimentámo-nos todos.
Atrás dele vinham mais
dois, um deles já despedia a moça que com eles
estava. Na mesa de três,
abrimos lugar para mais
três, todos a falarmos ou
a arranharmos o inglês.
De repente, na curiosidade própria das conversas
de bar, um dos recém-
-chegados pergunta-me:
“Where you from, guy”.
“Mozambique”. Repete
a pergunta ao outro e a
mesma resposta. E recolocámos-lhe, ao que também respondeu, com espanto, “Mozambique”. O
outro, que estava com a
moça, acabava de sentar
e também já se esmerava no inglês, era também
moçambicano. Afinal,
todos moçambicanos,
menos um. Pedimos cinco copos.
Kulemba celebra Livro Infantil
Dadivo José discute estética
no teatro de intervenção social
O actor, dramaturgo e docente na Escola de Comunicação e Artes discute, hoje quinta-feira, no Gil Vicente, a estética no teatro de intervenção social, um debate inserido na 16ª Edição do Festival Internacional de
Teatro de Inverno.
Assiste-se, nos
últimos anos,
um crescimento significativo
de grupos de teatro. Mas o
grosso chega-nos na umbrela do teatro para mudar
a sociedade, a consciência
das pessoas. Mas o teatro,
diz uma fonte ligada a organização do debate, não
está apenas ligado ao objectivo, a mensagem, mas
a toda uma forma de fazer
chegar esta mensagem. “O
Teatro é, acima de tudo,
arte”, nota a fonte, para
depois dizer “ainda que
esteja comprometido com
a sociedade, não se pode
alhear da preocupação estética, própria da arte”.
É isto que se quer colocar em debate, fazendo
com que o Festival Internacional de Teatro de Inverno não seja apenas uma
plataforma de exibição de
espectáculos, mas também
um espaço para pensar/
reflectir sobre os próprios
espectáculos e sobre o
Festival.
Depois do debate,
na sexta-feira, sábado e
domingo, continuam as
apresentações dos espectáculos, que começaram
a 24 de Maio. Importa
lembrar que, depois deste
debate, nas duas quintas-
-feiras que se seguem, são
esperados mais dois com
os temas “O Teatro como
Exercício de Pensamento”
e “Conversas com histórias”, respectivamente.
E há teatro, muito teatro, dois espectáculos diários, que são apresentados
a partir de amanhã, sexta-
-feira, depois sábado, domingo e o ciclo prossegue.
Gil Vicente
Renovação de
assinaturas
para 2019
Comercial
Renovação de
assinaturas
para 2019 z
Av. 25 de Setembro, Nr. 1676
amb
Onde a naçã
l Cell: 82 30 73 450
o se reenc
l esmelifania2002@gmail.com
e
ontra
zl Maputo
E
O ambiente em que vão decorrer as eleições do próximo mês de Outubro será, sem dúvida, completamente
diferente do das eleições anteriores. Temos indiscutivelmente os três partidos representados na Assembleia, nomeadamente Frelimo, Renamo e MDM, como
protagonistas, além de um número indeterminado
de partidos e siglas políticas que nunca conseguiram
uma representação parlamentar, mas que persistem
eleições após eleições, porém sem qualquer peso ou
influência política.
Agrande novidade e diferença
nas próximas
eleições assenta nos dois novos partidos
que foram aprovados nos
últimos dias e que, embora com grandes diferenças
ideológicas e estruturais,
podem ter algo a dizer e
influenciar os resultados,
principalmente nas legislativas.
Um dos novos partidos, Podemos, o partido
"optimista", foi criado para
dar apoio e presumivelmente acolher alguns dos
inconformistas da Frelimo
que aparentemente discordam dos seus líderes ou
das suas políticas, embora
durante muitos anos eles
também participaram e
gozaram desse poder ou,
talvez porque já não têm
a influência que tinham
ou aspiravam dentro da
Frelimo, procuram novas
alternativas de poder fora
do seu histórico partido.
Sendo uma criação de
alguns membros frelimistas, entre outros, a sua ideologia é socialista, embora
esperemos que não seja
como o histórico "socialismo científico" que sofremos durante tantos anos.
Actualmente este partido está numa encruzilhada interna porque
tinha um candidato para
presidente, mas até agora o candidato não está
confirmado e não se sabe
quem vai liderar o destino
deste partido, o que não
favorece a sua imagem entre os potenciais eleitores
ou apoiantes, criando um
clima de confusão e desfavorável aos seus interesses.
Neste caso, os seus potenciais eleitores podem
vir em parte das fileiras
da Frelimo, bem como das
suas afinidades ideológicas, ou de cidadãos que
podem sentir-se confortáveis nesse novo partido,
que começa do zero.
O outro partido que
viu a luz há poucos dias, é
o partido Nova Democracia, de ideologia de centro,
que já foi apresentado na
sociedade e que em poucos dias realizará o seu
primeiro congresso.
O destino deste novo
e activo partido será liderado por Salomão Muchanga, até recentemente
presidente do Parlamento
Juvenil, que tem sido muito bem sucedido e que sem
dúvida, no partido Nova
Democracia, será também
uma referência na actividade política do nosso
país.
A sua relação, ao longo
de tantos anos com os jovens, pode ser um grande
potencial para o seu partido, mas a sua política
deve ser dirigida a todos
os cidadãos, do norte, sul
e centro, jovens e não jovens, se pretende ser um
partido a nível nacional.
Embora o tempo seja
curto, pode ser uma surpresa nas próximas eleições, se conseguir uma
representação em todo o
país com uma mensagem
bem dirigida.
Devemos congratular-nos pela diligência
das instituições na aprovação destes novos partidos, e fica mais uma
vez demonstrado que em
Moçambique temos um
Estado de direito e liberdades, um exemplo em
África.
Estes novos partidos
devem ser elementos que
reforcem a democracia no
nosso país e, esperemos,
que introduzam uma nova
forma de fazer política e
uma nova esperança para
todos os cidadãos.
Contra Corrente
Fabião Carapau
Comercial
Nova Democracia vai
baralhar o xadrez político
3 comentários:
BEM VINDO A Julian Hoffman.finance loan company@gmail.com nossos objetivos é fornecer um excelente serviço profissional.
Você é um homem de negócios ou uma mulher? Você está em alguma confusão financeira ou precisa de fundos para iniciar seu próprio negócio? Você precisa de um empréstimo para iniciar um negócio agradável e médio em pequena escala? Você tem uma pontuação de crédito baixa e você está encontrando dificuldades para obter empréstimo de capital de bancos locais e outras instituições financeiras?
Nossos empréstimos são bem segurados para máxima segurança é a nossa prioridade, nosso principal objetivo é ajudá-lo a obter os serviços que você merece, nosso programa é o caminho mais rápido para obter o que você precisa em um piscar de olhos. Reduza seus pagamentos para aliviar a pressão sobre suas despesas mensais. Ganhe flexibilidade com a qual você pode usar para qualquer finalidade - em férias, para educação, para compras exclusivas
Oferecemos uma ampla gama de serviços financeiros, que incluem: Empréstimos pessoais, empréstimos de consolidação da dívida, empréstimos comerciais, empréstimos educacionais, empréstimos hipotecários garantidos, empréstimos não garantidos, empréstimos hipotecários, Payday off empréstimos, empréstimos estudantis, empréstimos de desenvolvimento, empréstimos de aquisição, empréstimos de construção , com baixa taxa de juros de 2% aa para pessoas físicas, jurídicas e jurídicas. Obter o melhor para sua família e possuir sua casa de sonho, bem como com o nosso esquema de empréstimo geral.
NÓS OFERECEMOS TODOS OS TIPOS DE EMPRÉSTIMOS - APLICAM-SE AOS EMPRÉSTIMOS DISPONÍVEIS.
Por favor, entre em contato conosco para mais informações: Julianhoffman.finance55@gmail.com
Por favor, escreva-nos de volta com as informações do empréstimo;
INFORMAÇÃO DO FORNECEDOR
1) nomes completos:
2) País:
3) endereço:
4) condição:
5) Gênero:
6) Estado Civil:
7) Ocupação:
8) Telefone:
9) Renda mensal:
10) parentes próximos:
11) Valor do Empréstimo:
12) Duração do Empréstimo:
13) Finalidade do Empréstimo:
14) Data específica em que você precisa do empréstimo:
Se você estiver interessado em obter um empréstimo, por favor, escreva-nos com o requisito de empréstimo.
Por favor, entre em contato conosco para mais informações: Julianhoffman.finance55@gmail.com
Cumprimentos,
Sra. Julian Hoffman
Julianhoffman.finance55@gmail.com
Estamos ansiosos para ouvir de você o mais rápido possível.
Os candidatos interessados devem entrar em contato conosco pelo e-mail: Julianhoffman.finance55@gmail.com
Olá a todos
Somos emprestadores de dinheiro licenciados, oferecemos empréstimos rápidos e aprovação rápida a uma taxa de juros baixa de 2%. Oferecemos soluções de empréstimos legais para proprietários privados e empresariais que precisam de dinheiro. Entendemos o estresse emocional e mental de ter que lidar com problemas financeiros ao lidar com a vida cotidiana. Com uma gama flexível de serviços de empréstimo, estamos empenhados em ajudá-lo com um reembolso de empréstimo o mais confortável possível. Não hesite em nos contatar, satisfatório dos nossos clientes é a nossa primeira prioridade. À medida que valorizamos todos os nossos clientes, ouvimos atender às suas necessidades fornecendo a você nosso suporte financeiro. Para mais informações, entre em contato conosco por e-mail: Julianhoffman.finance55@gmail.com
Nós fornecemos todos os tipos de empréstimos, tais como:
* Home Improvement
* Empréstimos do inventor
* Empréstimos de carro
* Empréstimo de consolidação da dívida
*Linha de crédito
* Segundo Empréstimo
* Empréstimos Empresariais
* Empréstimos pessoais
* Empréstimos internacionais.
Por favor, escreva de volta se estiver interessado em obter mais informações através do nosso contato abaixo
EMAIL: Julianhoffman.finance55@gmail.com
Saudações,
Empréstimos de Rodney
Olá, meu nome é Susana Abel, sou do Brasil. Acabei de receber meu empréstimo de 500.000 reais desta nova empresa de crédito legítimo em 2019 e o nome da empresa é o emprestador Julian Hoffman, que solicitou um empréstimo ontem e acaba de receber um alerta do meu banco hoje que havia um fundo de 500.000,00 Reais na minha conta. conta e estou tão feliz por isso, se você precisar de um empréstimo real, esta é a empresa para ser um candidato, eles são reais e ter a certeza de que se você pedir um empréstimo hoje e você é rápido com eles até amanhã, esperando para seus fundos de empréstimo em sua conta com segurança. Então, se você precisar de um empréstimo deles, você só pode contatá-los pelo correio em Julianhoffman.finance55@gmail.com.
Obrigado a todos que leram a minha mensagem mais uma vez eu permaneço Susana Abel.
Enviar um comentário