Tinha-se mudado apenas há uma semana de Zamora para a zona de Huelva, Andaluzia, para dar aulas numa secundária. Foi encontrada morta com marcas de grande violência
Laura Luelmo era uma jovem de 26 anos bonita e a começar uma nova vida, numa nova casa, numa nova terra, num novo emprego. Mas esse projeto de vida durou apenas dias porque morreu violentamente, às mãos de um vizinho, que a perseguia e intimidava com o olhar - ele sentava-se num cadeira a observá-la e Laura andava assustada, até já tinha comentado com o namorado. O homicídio da jovem espanhola está a deixar o país em choque, como já tinha acontecido com os casos de Diana Quer e Gabriel Cruz.
A professora desapareceu no dia 12 de dezembro, supostamente quando teria ido fazer exercício físico. A última versão de Bernardo Montoya, de 50 anos, detido terça-feira, e autor confesso da morte da jovem natural de Zamora é outra: ela perguntou-lhe onde era o supermercado e ele engendrou um plano imediato para a encurralar. Depois, discutiram, meteu-a na mala do carro e arrastou o corpo para o lugar onde foi encontrado, a quatro quilómetros da pequena localidade de El Campillo, Huelva, para onde se tinha mudado há poucos dias.
Depois de negar o crime e de muito se contradizer - o interrogatório durou mais de três horas - uma das suas últimas versões é que Laura se aproximou dele, quando estava à porta de casa sentado na cadeira, para lhe perguntar se havia um supermercado por perto. Deu-lhe uma indicação falsa que a conduziu a um beco sem saída. Depois meteu-se no carro esperou e encurralou-a. A mulher terá perguntado o que fazia ali, ainda discutiram sobre a não existência do supermercado e ele bateu com a cabeça de Laura, com toda a força, na mala do carro. Com a jovem inconsciente, meteu-a no automóvel e levou-a.
Segundo o El Mundo, Montoya terá reconhecido às autoridades que o seu propósito era violá-la e que a conduziu para a zona de mato onde o corpo da jovem viria a ser encontrado na última segunda-feira por um das três centenas de voluntários que a procuraram. Foi ali que a despiu e tentou violar mas, garantiu, não conseguiu. A autópsia ao corpo de Laura Luelmo confirma que foi agredida sexualmente e que terá morrido entre 14 e 15 de dezembro, ou seja, terá sobrevivido durante dois ou três dias depois de ter sido caído na cilada de Bernardo Montoya.
Laura tinha iniciado uma nova vida, estava cheia de novos projetos. Mas não passou mais de uma semana desde que foi viver para El Campillo, onde arrendou uma casa, na Calle Cordoba - tinha começou a dar aulas na escola secundária Vázquez Días - até ao dia da sua morte.
Na sua conta de Twitter, Laura não postava desde abril de 2016. Nesta conta apresenta-se como pintora e ilustradora e mostra algumas das caricaturas da sua autoria. A 14 de janeiro de 2014 postou uma frase simbólica: "Ensinam-te a não ir sozinha para sítios escuros em vez de ensinar os monstros a não o ser. Esse é o problema."
Um rasto de crimes
Bernardo Montoya Navarro estava a viver na casa de familiares em El Campillo e tinha saído da prisão há apenas dois meses, depois de cumprir pena por roubo com violência. Já tinha estado preso pelo assassinato de uma vizinha de 82 anos a quem desferiu um golpe na garganta numa tentativa de assalto. Foi condenado a 17 anos de prisão em 1997.Em 2008 atacou uma rapariga que estava a passear o cão no parque - o pastor alemão foi golpeado mas evitou o que, segundo a jovem, era uma tentativa de violação por um homem que cumpria pena e estava numa saída precária. As suas iniciais era BMN.
O primeiro suspeito da morte de Laura Luelmo foi o irmão gémeo de Bernardo, mas essa hipótese acabaria por ser imediatamente descartada por se ter confirmado que à data dos acontecimentos este estava detido, também pelo homicídio de uma mulher.
Os investigadores deste homicídio são os mesmos que estiveram à frente dos casos de Diana Quer, a jovem raptada e assassinada por El Chicle) e Gabriel Cruz, a criança morta pela namorada do pai. Dois casos que já este ano foram acompanhados com grande emoção pela opinião pública e fizeram manchetes nos media espanhóis.
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