domingo, 23 de dezembro de 2018

Estudante chinês envenenou o seu colega de quarto africano durante meses


Os motivos poderão ter a ver com um tipo de racismo bastante espalhado entre a população chinesa

Um estudante da Universidade de Lehigh, na Pensilvânia, envenenou o seu colega de quarto entre janeiro e fevereiro deste ano. O motivo poderá ter a ver com racismo: a vítima é afro-americana e o outro estudante já tinha antes sido acusado de escrever grafitis racistas contra ela.
Yukai Yang e Juwan Royal têm ambos 22 anos. Os dois estudam química, e o segundo diz que achava que havia uma relação cordial entre eles. Mas no início do ano, começou a sentir-se mal frequentemente, com sensações de queimadura, vómitos, tremuras e outros sintomas. Exames posteriores confirmaram que na comida e bebida que se encontravam no frigorífico, bem como no líquido de bochechar que Royal usava, havia traços de tálio.
O tálio é uma substância sem cor, sabor ou cheiro que foi usada por ditadores como Saddam Hussein para envenenar adversários. Um grama basta para matar alguém. Mesmo antes disso, afeta os sistemas nervoso, respiratório e digestivo. Yang tê-lo-á administrado progressivamente ao seu colega.
O caso começou a deslindar-se quando a palavra 'nigger' (negro) apareceu escrita na secretária do quarto que os dois estudantes partihavam. A polícia da universidade foi chamada, e Royal deu-lhe conta das suas suspeitas em relação a Yang. Sempre que acontecia algo de estranho no quarto, era ele que lhe contava.
Em maio, Yang foi acusado de intimidação étnica e vandalismo institucional. Agora acrescenta-se uma acusação formal de tentativa de homicídio. Após os seus computadores terem sido apreendidos e revistados, Yang admitiu que comprou o tálio, mas diz que era para usar nele próprio se os exames lhe corressem mal.
Neste momento, além de ter sido preso, já perdeu o seu lugar na universidade e revogaram-lhe o visto de estudante internacional. Se os seus motivos tiveram de facto a ver com o racismo anti-africano que é muito espalhado na China - e que se estende, por exemplo, às companhias aéreas - foi um preconceito que saiu caro.

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