24.12.2018 às 8h14
Akihito é o primeiro monarca vivo a abandonar o Trono do Crisântemo em quase dois séculos. O imperador foi submetido a cirurgia cardíaca e ao tratamento de um cancro na próstata. Em abril, o seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, suceder-lhe-á no trono. Este domingo, ao completar 85 anos, proferiu um emocionado derradeiro discurso
Mais de 80 mil pessoas juntaram-se este domingo para ouvir o último discurso do imperador japonês Akihito antes de abdicar, em abril. Ao completar 85 anos, o imperador disse que retira “profundo consolo” do facto de o seu reinado ter passado sem que o Japão voltasse a entrar em guerra. Emocionado, agradeceu o apoio ao povo e à sua esposa, a imperatriz Michiko.
Akihito é o primeiro monarca vivo a abandonar o Trono do Crisântemo, nome dado ao trono imperial do Japão, em quase dois séculos. O imperador foi submetido a cirurgia cardíaca e ao tratamento de um cancro na próstata. Em abril, o seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, suceder-lhe-á no trono.
O reinado de três décadas de Akihito é conhecido como a era “Heisei”, que em japonês significa “alcançar a paz”.
Durante o seu breve discurso, o imperador apresentou as suas condolências aos concidadãos que perderam membros da família ou sofreram danos com os sismos, as tempestades severas e as ondas de calor que atingiram o país no último ano.
“É IMPORTANTE NÃO ESQUECER QUE INÚMERAS VIDAS FORAM PERDIDAS NA II GUERRA MUNDIAL”
Embora o seu cargo seja cerimonial e não tenha poder político, Akihito passou grande parte do seu reinado a chamar a atenção para as ações do Japão durante a II Guerra Mundial sob o domínio do seu pai, o imperador Hirohito. Ele lamentou as ações militares do Japão na China e na península coreana, tendo igualmente visitado vários campos de batalha no Pacífico para homenagear os mortos.
“É importante não esquecer que inúmeras vidas foram perdidas na II Guerra Mundial e transmitir essa história com rigor àqueles que nasceram depois da guerra”, dissera antes aos jornalistas.
O imperador afirmou ainda que esperava que o Japão pudesse acolher migrantes ao abrigo de uma nova legislação que permita que mais trabalhadores estrangeiros entrem e ajudem a suprir a escassez de mão-de-obra resultante do envelhecimento da população.
AS POLÉMICAS DO SANTUÁRIO YASUKUNI
Em outubro, o sumo sacerdote do polémico Santuário Yasukuni, que homenageia os 2,5 milhões de mortos da guerra no Japão mas também consagra criminosos condenados da II Guerra Mundial, concordou em resignar depois de ter criticado Akihito, dizendo que o imperador estava a tentar destruir o santuário ao não o visitar.
Alguns políticos de topo, como o primeiro-ministro Shinzo Abe, visitaram o santuário, o que provocou a irritação de muitos críticos, incluindo da China
NATIONAL
Emperor Akihito, 85, greets public as he celebrates last birthday on throne
BY RYUSEI TAKAHASHI
STAFF WRITER
The end of an era drew closer at the Imperial Palace on Sunday as tens of thousands of people gathered to celebrate Emperor Akihito’s 85th birthday, which will be his last upon the Chrysanthemum Throne before he steps down next April.
Joined by Empress Michiko and Crown Prince Naruhito, along with five other members of the Imperial family, the Emperor was humble and drew attention to the less fortunate as he addressed the throngs of well-wishers.
“I am grateful to have received so many birthday wishes from you all,” the Emperor said.
“Many unfortunate things happened this past year. My heart is with those who have lost family and loved ones, or suffered natural disasters and continue to live in difficult circumstances,” he said.
“The new year is almost here. I hope it will be a good year for everyone, and I am praying for your health and happiness.”
Despite a light rain and cold breeze, more than 82,850 people reportedly attended the celebration.
Tokyo couple Masahiro and Kiyoko Higuchi brought all three of their boys to the birthday celebration.
“I wanted them to see it for themselves,” Masahiro Higuchi said. “That this is part of our culture and our country’s history.”
Much like his own children, Masahiro Higuchi said he was in grade school when his parents brought him to the Imperial Palace for the first time. He recalled flags waving and people shouting when the Emperor appeared. The couple know their kids might be too young to take it all in, but they wanted them to be there nonetheless.
While walking through the palace grounds Sunday, Higuchi said he was teaching his oldest son about the buildings they passed, the names of important things and how different Tokyo used to be.
“This is part of our history,” he said. “How they feel about it, good or bad, they will figure it out when they get older.
The Imperial Household is said to be the oldest hereditary monarchy in the world. In 2016, Emperor Akihito made a rare public TV announcement hinting at his desire to relinquish the throne due to old age. The last abdication occurred more than 200 years ago, in 1817.
An elderly woman who preferred to remain anonymous took the day off work and wore a gray and brown kimono to the celebration Sunday. Born and raised in Tokyo, she said she has been visiting the Imperial Palace for decades, and remembers one time several years ago when she was walking through the grounds and saw Empress Michiko, who happened to be returning from a trip.
The Empress stopped and greeted people as she passed by, she said, and even let her hold her hand. She said she remembers the event as if it happened yesterday.
“The Emperor and Empress are role models for every family in Japan,” she said. “They are such elegant people. We could all learn from them.”
Asked to sum up Emperor Akihito’s reign in a single word or phrase, she thought for a moment before responding, kansha, which literally means gratitude or appreciation.
“I’m grateful that we aren’t at war,” she said. “I’m grateful that we have been able to live in peace for so long.”
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