segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

“África é a última fronteira do capitalismo”

ACHILLE MBEMBE

“África é a última fronteira do capitalismo”

Atravessar fronteiras físicas e disciplinares é uma vocação de Achille Mbembe. A temática da passagem e do movimento é, aliás, uma chave para a sua compreensão da história e da cultura africanas. A sua perspectiva sobre o passado, o presente e o futuro de África implica ao mesmo tempo traçar uma genealogia da modernidade europeia, das categorias do pensamento que ela construiu, da racionalidade e da historicidade da figura do negro.
 
Achille Mbembe esteve em Portugal, em Outubro, para uma conferência na Culturgest que tinha por título Para Um Mundo Sem Fronteiras. A questão da fronteira é fundamental na obra deste teórico africano, nascido nos Camarões, em 1957, com doutoramento em Ciência Política feito em Paris (na Sorbonne), professor na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, e também em Harvard, nos Estados Unidos. A sua obra, objecto de um enorme reconhecimento internacional e traduzida em todo o mundo, compreende livros tão importantes como Crítica da Razão Negra, Políticas da Inimizade (estes dois traduzidos em português e editados pela Antígona) e De la Postcolonie. Essai sur l’imagination politique dans l’Afrique contemporaine.
As elaborações teóricas de Mbembe atravessam várias fronteiras disciplinares: são obra de filosofia, mas também de antropologia, de história, de ciência política, de crítica e teoria da cultura. O seu conceito de “pós-colónia”, que é simultaneamente um tempo específico e uma formação particular do poder, contribuiu certamente para acentuar uma ideia que nesta entrevista Mbembe classifica como um equívoco e explica porquê: a de que se inscreveria no campo, muito heterogéneo, dos estudos pós-coloniais. Em Crítica da Razão Negra, ele mostra que “o negro”, enquanto figura construída pela Europa, não pode ser pensado senão fazendo uma genealogia da modernidade, da racionalidade moderna (daí a referência à crítica kantiana), do universalismo e da dinâmica do capitalismo. A “razão negra” surge assim como a sombra do Iluminismo, a sua parte obscura sem a qual ele não pode ser completamente compreendido. Tentando explicar a racionalidade que inventou um “sujeito de raça”, isto é, um sujeito do qual não se sabe qual é a parte humana e qual é a parte animal, Mbembe faz explodir do interior o conceito de “raça”. Nesse livro, encontramos logo no início esta afirmação: “A Europa já não constitui o centro de gravidade do mundo. Ora é dessa perda de centralidade, da “autoprovincialização” da Europa como acontecimento fundamental — diz Mbembe — que se devem retirar conclusões para o continente africano.
A África, nesta nova reconfiguração geopolítica do mundo, os desafios que ela tem pela frente para se tornar o seu próprio centro e para dissolver as fronteiras internas que interiorizou contra a sua própria cultura do movimento: eis um dos seus temas importantes. Mbembe fornece-nos assim um olhar sobre a história cultural de África, sobre os seus atributos e as suas possibilidades, numa perspectiva teórica.
PÚBLICO -
Foto
Achille Mbembe
Na sua conferência, na Culturgest, falou da questão das fronteiras, desse paradoxo em que vivemos hoje: a tecnologia apaga as fronteiras, mas são criados condicionamentos cada vez mais fortes para as atravessar.
Creio que vivemos, de facto, à escala planetária, um paradoxo. A época é a da conexão, graças aos avanços tecnológicos do nosso tempo, mas também por toda a espécie de trocas económicas e transacções monetárias, incluindo o fluxo de ideias e de imagens que irrigam hoje as sociedades do planeta. Mas tudo isso é acompanhado por um aumento das dificuldades que experimentam certos sectores da população em movimentar-se. Parece-me que há, à escala mundial, uma redistribuição completamente desigual da capacidade de circular, de se estabelecer onde se quer. E, portanto, tendo em conta a evolução do mundo, as evoluções demográficas, ecológicas e militares que se anunciam no horizonte, tenho a impressão de que um dos grandes desafios do século XXI será efectivamente o governo das mobilidades humanas. Esta questão, por agora, é mal colocada porque é posta unicamente em termos securitários. Uma parte do meu trabalho consiste em explorar as maneiras como se poderia colocá-la de outra maneira, na perspectiva de um mundo comum, a partilhar, sendo essa partilha a própria condição da sua sobrevivência.
Essas restrições da mobilidade atingem de maneira muito forte o continente africano. Os africanos não são bem-vindos em nenhuma parte do mundo...
Na história moderna, desde o século XV até hoje, os africanos sempre estiveram sujeitos a constrangimentos para se movimentarem. É sem dúvida o único povo do mundo que foi reduzido a esta condição durante tanto tempo. Sempre que tiveram de se movimentar, não o fizeram em liberdade, foi porque estavam forçados a isso: o comércio da escravatura atlântica, as corveias na época colonial e hoje o espaço colossal de mais de 50 Estados que, em média, têm cada um deles quatro ou cinco fronteiras.
Essas fronteiras internas foram construídas pelo colonizador?
Sim, são fronteiras herdadas da colonização que, logo a seguir às independências, foram ratificadas e consideradas inalteráveis pelos Estados independentes...
Em suma, África interiorizou a categoria de fronteira, tal como ela foi criada na Europa.
É de facto uma categoria que não corresponde a quase nada na história e na cultura dessas sociedades. Nas sociedades africanas pré-coloniais, o movimento, a circulação, é a condição de princípio de toda as dimensões da sociedade: as culturas, as religiões, os sistemas matrimoniais, os sistemas comerciais, tudo isso era o produto do movimento. O movimento precede o espaço, o território. É o movimento que fabrica o espaço. É completamente diferente da concepção europeia, em que o espaço vem antes do movimento. Em África é o contrário. Portanto, no paradigma africano pré-colonial das relações entre o espaço e o movimento, as fronteiras não existem porque a fronteira é o que bloqueia, por definição, a circulação do fluxo vital. A vida está no movimento, não está necessariamente no espaço. Se ela se traduz em espaço, é através do modo como o espaço é apreendido num movimento. Trata-se, portanto, de duas filosofias completamente opostas. Deste ponto de vista, a filosofia africana do movimento, pré-colonial, assemelha-se a uma lógica própria do mundo digital, em que, no fundo, se trata de pôr em conexão, em rede, e não de categorizar, de classificar, de hierarquizar e limitar o movimento.
Disse também, na sua conferência, que África é a última fronteira do capitalismo. É como se fosse um laboratório moderno?
É a última fronteira do capitalismo, no sentido objectivo das coisas, no sentido em que o regime capitalista se universalizou e não há hoje praticamente nenhuma sociedade que lhe escape, mesmo as sociedades nominalmente comunistas, com a excepção da Coreia do Norte. É um regime cujo fim é o de não ter limites. Ora, é em África que encontramos hoje as últimas jazidas de quase todos os recursos de que precisa o capitalismo para funcionar no futuro. E também os recursos demográficos, na medida em que até ao final do século uma pessoa em cada três ou quatro virá de África. E os recursos minerais, botânicos, os recursos das espécies vivas, orgânicas e vegetais. É a única parte do mundo que não foi ainda completamente capturada pela lógica da exploração infinita. É por isso que digo que é a última fronteira do capitalismo.
PÚBLICO -
Foto
Disse, numa entrevista, há alguns anos, que vai chegar o tempo da África. Eis uma proposição muito esperançosa, optimista. Continua a acreditar nela?
Absolutamente. Quando nos inscrevemos num ciclo histórico longo, numa perspectiva de longa duração, é evidente que esse tempo da África está à nossa frente. Porque o curso histórico das outras regiões do mundo terá atingido os seus limites. Vê-se isso hoje já na Europa. Em larga medida, a Europa faz parte muito mais do passado do mundo do que do seu futuro, do qual ela não será a locomotiva. Ela já não pensa noutra coisa senão em dobrar-se sobre si própria e defender o que foi, na impossibilidade de projectar o que vai ser.
A categoria do futuro desapareceu do seu horizonte.
Desapareceu até do seu vocabulário. Os Estados Unidos estão mergulhados numa crise muito séria. Vemos muito bem os seus efeitos no sistema de governo, na erosão do seu modelo de democracia liberal. Também aí há um desejo de recuo em relação ao mundo, que se manifesta na guerra comercial, no fantasma das fronteiras e dos muros, no enorme medo que se apoderou de uma parte da sua população branca. Neste cenário, é claro que a Ásia está em plena ascensão, a China em particular, e sabemos que ela sabe calcular o tempo em função de uma duração quase milenar. Creio que uma grande parte do futuro da África irá jogar-se na China, nas relações que a África irá construir com a China.
Não há aí o perigo de se reproduzir uma nova relação segundo um modelo neocolonial?
Sim, há um perigo em toda a relação geoestratégica porque se trata sempre de uma relação de poder e não de uma relação justa. Não é uma questão de caridade, é uma questão de interesse e uma relação de antagonismo. Tratar-se-á, para África, de construir de maneira inteligente esse antagonismo com a China, para que ele seja produtivo e sirva os seus interesses a longo prazo. Podemos então colocar por agora bastantes questões. Podemos, por exemplo, pensar que África, para já, ainda não compreendeu o que é que está em jogo, a longo prazo. E não conseguiu, com a China, sair da lógica de uma relação de extracção. O drama de África, na longa duração, foi a sua incapacidade para aproveitar o melhor da sua população e o melhor do seu trabalho e o melhor das suas riquezas.
PÚBLICO -
Foto
E porque é que isso acontece?
A questão é essa: porque é que ela não foi capaz de criar as condições que lhe permitiriam tirar proveito de tudo isso? Houve a exploração do melhor da sua população, dos mais jovens, dos que estavam na idade de trabalhar, do século XV ao século XIX, nas Américas. Retirou-se do subsolo as riquezas minerais, e uma grande parte dos melhores africanos não estão em África, estão noutro sítio, nos Estados Unidos, em França, etc. O grande enigma de África é este. A resposta à questão de saber porque é que África não foi capaz de guardar para si o melhor das suas riquezas e da sua população é complexa. Se quiser beneficiar do facto de o mundo pender agora para a Ásia, será necessário aproveitar de outra maneira as suas capacidades. Mas por agora não é o que se está a passar: a China chega, extrai as riquezas e vai-se embora. Não é assim que África vai conseguir uma relação benéfica com a China.
Um dos seus livros chama-se, no original francês, De la potscolonie. E o senhor é conhecido como uma das vozes mais prestigiadas e autorizadas nesse domínio dos estudos pós-coloniais.
Não, não é verdade, eu não pratico a teoria pós-colonial. Já o disse muitas vezes, mas ninguém me quer ouvir. A “postcolonie”, que dá o título a esse meu livro, não é a mesma coisa que a teoria pós-colonial. Não me oponho de modo nenhum à teoria pós-colonial, não faço como alguns que não compreendem nada desta questão, mas que se opõem ao que não compreendem, mas não me reivindico dessa herança intelectual. Em De la postcolonie, a questão não é da nossa relação com o outro, a nossa relação com o Ocidente, aquilo que constitui o coração da teoria pós-colonial. A teoria pós-colonial tenta pensar no plano literário, histórico, político, etc, a relação que terá existido entre as sociedades antigamente colonizadas e as potências coloniais. O projecto dos estudos pós-coloniais consiste em procurar o sentido do mundo que foi o produto desse encontro, da sua complexidade e da sua actualidade no tempo contemporâneo. É um projecto absolutamente necessário. Eu, o que faço com a “postcolonie” é fazer incidir a interrogação sobre si próprio, não sobre a relação com o outro. Trata-se do juízo sobre si próprio, enquanto na teoria pós-colonial toda a compreensão de si se faz em relação ao outro. Em De la postocolonie, a questão é a do processo de si sobre si próprio; o eu perante o seu próprio tribunal e não perante o tribunal do outro.
PÚBLICO -
Foto
E não pensa que esse pensamento muito auto-reflexivo é uma maneira muito ocidental de pensar? A Europa cultivou de maneira obsessiva o pensamento sobre si própria.
Sim e não. Evidentemente, nós somos herdeiros do Ocidente, e não sou eu que me vou pôr a negar essa herança, faço parte dela e partilho-a. E creio que a força das pessoas que vêm de África advém das suas múltiplas genealogias. Enquanto muitos dos meus colegas, na América e na Europa, só conhecem a sua tradição.
Um dos seus livros chama-se Crítica da Razão Negra. O título remete para Kant, para a razão crítica, muito europeia, muito ocidental. Utiliza os instrumentos da razão crítica sem complexos...
Sim. É preciso deixar de ser complexado em relação a uma herança que nos formou, mas que em contrapartida nós contribuímos para ela. Se pretendemos que há uma dose de universalidade no pensamento europeu, somos nós que lhe concedemos essa hipótese de sair das suas fronteiras e não deve haver nenhuma vergonha, do meu ponto de vista, em assumir isso. E também nenhuma vergonha em ir aos recursos críticos internos da Europa, já que o que distingue a Europa das outras regiões do mundo é que Europa desenvolveu e refinou as técnicas de autocrítica. Ela produziu os elementos que lhe permitem criticar-se a si própria. Mas também há fabulosas tradições africanas de auto-análise que não utilizam as mesmas técnicas que a tradição europeia, que se baseiam noutras formas de metafísica. Uma grande parte da metafísica ocidental são metafísicas do ser, são questões de ontologia. Boa parte das metafísicas africanas pré-coloniais é metafísica da relação, as grandes interrogações partem da categoria da relação. Daí que a auto-reflexividade proceda de maneira diferente. Procede, por exemplo, pelas técnicas de adivinhação, que são uma maneira de introspecção, mas pela mediação dos objectos. Porque se considera que o universo não é hierárquico, não é uma questão de verticalidade e de horizontalidade, considera-se que o universo é reticular. E, se o universo é reticular, isso quer dizer que o eu só acede a si pela mediação estrutural e permanentemente ambígua de alguém, de outro ser vivo. É a isto que a Europa chamou “animismo”. E quando nomeia o animismo é como se falasse de si mesma e não conseguisse sair da tautologia, das suas próprias categorias.
Tudo o que disse supõe também uma outra concepção da técnica, da instrumentalidade.
Evidentemente. Nós não aspiramos a ser os mestres da Terra. Partilhamos a Terra com outras entidades, que são todas vivas, não há entidades mortas porque mesmo as entidades mortas referem-se de algum modo a uma capacidade de agir, embora um agir de maneira diferente das entidades vivas. Tudo é capaz de agir, capaz de ser mobilizado em modalidades de acção diferentes. E, portanto, por princípio, a capacidade de agir é partilhada com os antepassados, com a Natureza, com a atmosfera, com as forças naturais, as tempestades, etc. Assim, se se quiser viver bem e por muito tempo é necessário aprender a coexistir com tudo, orgânico, o natural, o humano, nãohumano. É o que muitos descobrem, hoje, com a noção de Antropoceno. Os filósofos descobrem que aquilo que eles chamavam “animismo”, falando dos outros, é no fundo a condição de sobrevivência do nosso planeta. Se queremos hoje salvarmo-nos, não podemos continuar a contentar-nos com um só arquivo, é necessário ir aos arquivos do mundo inteiro. Esse é um grande desafio.
Está a sugerir que a Europa está encerrada no seu arquivo?
Sim, e o seu próprio arquivo não lhe permite resolver os grandes enigmas do nosso tempo, tem de sair desse fechamento num arquivo único, ter em conta de que existem outros. Por isso é que reivindico a ideia de um pensamento-mundo, que é forçosamente um pensamento da travessia e não um pensamento pós-colonial. Só um pensamento da travessia é que se pode alimentar nos arquivos do mundo, só ele pode sentir-se em casa na tradição europeia, na tradição africana, na tradição asiática. Evidentemente, isso comporta enormes riscos, mas é preciso assumi-los como parte integrante do próprio acto de pensar. Porque pensar sem riscos não quer dizer nada. E por aqui se vê que não sou um teórico pós-colonial.
  1. Jose
      
    Sou ignorante sobre as culturas africanas. Da África sei mais a narrativa dos colonizadores que a dos construtores, detentores e continuador das culturas africanas. Percebo no discurso africano que me chega um lamento que evoca a opressão colonial, a exploração de recursos naturais a começar pelos próprios africanos feitos escravos para utilidade do crescimento da prosperidade do Ocidente. Sei que os recursos africanos apropriados em África pelo Ocidente desde a expansão e agora pela extensão da expansão à Ásia, a China, foram e são recursos a que as culturas africanas nunca deram valor. Valorizam muito terem ficado sem elas. Não expressam orgulho de terem sido, como escravos, os obreiros do Ocidente, queixam-se da escravatura passada ao mesmo tempo migram voluntariamente para escravos.
    1. Jose
        
      A geografia humana, evocada pelo entrevistado, transporta-me para as fronteiras variáveis dos povos nómadas que nunca edificaram nações por ausência do requisito de ser sedentário num e só num território, a Pátria. Hoje emerge em certos setores do Ocidente a ideia do cosmopolitismo e multiculturalismo. Conceitos, em difícil, para albergar as migrações, maioritariamente africanas. Será uma resposta ocidental ao conceito de geografia humana sem fronteiras? Estará já a ocorrer uma adaptação nas culturas do Ocidente abrindo espaço às punções das culturas de África nas suas deambulações através das pessoas indiferentes às fronteiras?
  2. Excelente entrevista de um dos maiores pensadores africanos.
    1. Jonas Almeida
        Stony Brook NY, Marialva Beira Alta 
      Fiquei mesmo impressionado, não conhecia :-O. Sinto que faltou na entrevista uma pergunta sobre o futuro do tribalismo. A Margarida recomenda alguma referência?
  3. Granda confusão vai na cabeça do entrevistado!
  4. O comunismo é que é bom, veja-se a Venezuela ahah
    1. O partido, que governa a Venezuela é comunista? Ah ah ah.
    2. O Partido Socialista Unido de Venezuela? Uma fusao de varios partidos incluindo a Corriente Marxista Internacional? Um partido que tem nos seus estatutos o combate ao capitalismo? É sim. eh eh eh para si
    3. O Partido Comunista da Venezuela foi fundado em 1931. O líder do partido é Jerónimo Carrera. O partido publica o Tribuna Popular. A organização juvenil do partido é a Juventude Comunista da Venezuela. Este é o único partido comunista da Venezuela, pelo menos até o senhor ter decidido arranjar outro. Lol.
    4. Já estava à espera que dissesse isso (ou algo do genero), sabe? Porque nao é a primeira vez que vejo essa resposta "encartada". A contra questao é "O que é o Partido Socialista Unido da Venezuela, um partido marxista?". Ah, se calhar ate podem existir mais do que um partido comunista/ socialista/ marxista etc, nao? Ah, pois!!! Basico
    5. Ja agora, pesquise la mais um bocadinho (aprenda mais um pouco) e vai ver que existem mais partidos comunistas na venezuela, para alem do PSUV e do PCV
    6. Não se preocupe joao que a diferença entre o PSUV e o PCV é como era entre o PCP e o MDP/CDE, isto é nenhuma. Lembra-se?
    7. Sim, mais partidos comunistas ou protocomunistas na Venezuela existem. Estou a lembrar-me do MAS(Movimiento al Socialismo).
    8. Na Venezuela para este, só existem partidos comunistas como se pode constatar pelos resultados eleitorais. Anda joãocpedro.
    9. Exacto - APU!
    10. Alias, o MAS, como o Rebelde referiu tem matriz socialista sovietica, recentemente um pouco mais encostado ao centro
    11. Os comunistas venezuelanos foram perseguidos e presos durante o período em que Chaves governou. O partido de Chaves e de Maduro está na mesma internacional socialista em que está o partido social democrata alemão ou o partido socialista português. Tentaram, ainda no tempo de Chaves, fazer uma ampla aliança que os comunistas rejeitaram e alguns pagaram na cadeia. Os Partidos Comunistas há muito decidiram confrontar o capital com a obrigação de governar até não poder mais. Não facilitar ao Capital a propaganda típica de confrontar os partidos comunistas com a impossibilidade de governar em Capitalismo. Mesmo sem facilitar o Capital que é cobarde, oportunista, desonesto sempre acusa, até os amigos dele, de comunistas falhados como faz agora ao PT -social democrata- no Brasil.
    12. José, isso sao mentiras: 1) O PSUV nao faz parte da Internacional Socialista, 2) o PSUV inclui varios partidos comunistas e ex-dirigentes de outros partidos comunistas. Se o partido de Maduro nao é comunista entao nao existem partidos comunistas (olha, que pena). Essa cassete nao funciona comigo
    13. A liberdade é isto, cada um pinta a realidade da cor que lhe dá mais jeito. Não me reconheço, nos actos de quem usa esses expedientes nem lhes dou qualquer valor.
    14. O que isto tem a ver com a entrevista? Com o Achille Mbembe ou com África? Enlouqueceram?
    15. E o Conde ficou sem argumentos, derrotado sob o peso das asneiras que vociferou
    16. Conde do Cruzeiro
        Assinante. 
      joãocpedro (O comunismo é que é bom, veja-se a Venezuela ahah). (E o Conde ficou sem argumentos, derrotado sob o peso das asneiras que vociferou) Contra argumentos sal-azaristas fascistas, nada há a acrescentar.
  5. viagem interior
      Terra terrenta 
    Na década de oitenta, demandaram a um arquiteto que por acaso era diretor de um serviço de informática, tal como um filósofo poderia ser diretor de recursos humanos, sobre a adequação da formação académica com o desempenho profissional. Tranquilizou com uma analogia: “Tem um ponto comum, os destinatários, estragam tudo, não se aplicam de acordo com o idealizado”. Para terras longínquas, partiram caravanas de caravelas com a civilização, sem intuírem que haveria de vir o tempo em que lhes seria explicado o mundo.
    1. E então?
  6. Claro que África e a última fronteira do capitalismo. É por isso que é o que é e que todos de lá querem sair, precisamente para os paises capitalistas. Para cúmulo, os anticapitalistas ficam muito indignados se não os deixarem entrar nos regimes onde, segundo eles, vao sofrer, ser explorados e marginalizados. Em que ficamos?
    1. África não é um país.
    2. O "argumento" da Margarida Paredes é mesmo para levar a sério?
    3. onde é que o Fernando diz que a áfrica é um país? não é um argumento Tiago é ter perdido uma oportunidade para estar caladinha
    4. Tem que se explicar tudo como se vocês fossem muito burros? O Fernando Costa diz que "todos" querem sair de África, sem ter em conta que o contexto é diferente de país para país. África tem 52 países. Quando falam de África é comum referirem-se a uma realidade homogénea e não reconhecem as especificidades de cada país. Estão sempre a referir-se a África através de um olhar estereotipado e preconceituoso, dizendo que é miserável, todos querem sair de lá, são atrasados, não sabem se governar e outras besteiras do género. Por isso existe um site super conhecido intitulado "Africa is not a country".
    5. Margarida, quando se fala em África, obviamente que se fazem algumas generalizações. E neste caso com ainda mais razão. Afinal, são uma minoria ínfima os países africanos cuja maioria da população não gostaria de emigrar para a "Europa branca". Se discorda, aponte contra-exemplos.
  7. O número de pessoas a viver em pobreza extrema desceu 80% desde 1970. A pobreza abrangia 94% da população mundial em 1820. Em 2011 abrangia apenas 17%. A taxa de mortalidade para crianças com menos de 5 anos de idade desceu 50% desde 1990. Isto foi sobretudo graças ao capitalismo: o único sistema económico com provas dadas de sucesso.
    1. Exactamente. Mas como é que explicamos o obvio aos anti capitalistas que nem sequer sabem o que sao dados?
    2. Julio
        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare
      O sr Vasconcelos - de momento sem bicicleta - ainda me deve uma resposta: - “ o que é capitalismo? “. Se, por acaso, encontrar a resposta correcta, não lhe será difícil concluir o quanto errada a sua dissertação acima.
    3. wiki: 'sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.' Nao é o ideal, mas serve como uma boa definicao. Chega-lhe?
    4. Julio
        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare
      A pergunta não era para si. Agradeço-lhe o esforço. A resposta, contudo, é a errada. Para aprender, meu caro, tem de se ler, estudar, acumular experiência na vida, saber ouvir e, sobretudo, respeitar os outros. Consultar a wiki, infelizmente, a maioria da vezes traz-nos decepções e induze-nos em erro. É o caso. Ponha a Wiki no caixote. Mas dou-lhe um tipo: Capitalismo não é nenhum sistema económico.
    5. O capitalismo é, com efeito, um sistema económico. Agora venha daí a definição alternativa do experiente (sic) Júlio. Entretanto vou buscar as pipocas porque isto promete ser divertido.
    6. Julio
        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare
      Na verdade promete ser divertido. V acaba de se revelar, afinal, como intelectual de tasca - ok, tasca dos tempos modernos com pipocas. Eu mantenho-me nos tremoços. É mais português ). A outros, mais humildes, a pessoas como eu - deficitárias na inteligência - abertas e interessadas em aprender, enriquecer os seus conhecimentos, terei o maior gosto em dizer o que é capitalismo. A si não! Aliás fiz-lhe a pergunta e v não sabe a resposta. Confunde sistema ou forma de produção capitalista com capitalismo. Acredite, é pior que confundir uma mesa com uma cadeira.
    7. Não quer dizer a mim... hahaha! Eu bem dizia que isto prometia ser divertido.
    8. Julio
        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare
      Deve estar a rir-se de si mesmo. É só prosápia. Tanto intelecto e não sabe sequer o que significa capitalismo. É v que tem de responder não eu. Eu coloquei a questão... e já há uma semana
    9. Eu sei bem o que é capitalismo. O Julio é que não quer arriscar fazer figura de urso revelando a sua definição. LOL
    10. Julio
        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare
      Não sabe, não. Soubesse e não teria dado a resposta que deu - errada! Mas de intelectuais Google, que opinam sobre tudo e não conseguem formar uma opinião ou´ideia, não esperava outra coisa...
    11. Eu sabia que isto ia ser divertido. Vejam só as voltas que o melro dá para evitar fazer figura de urso.
    12. José Cid Adão
        debaixo da ponte
      Eu gostava de saber qual a definição de capitalismo segundo o Julio.
    13. o Julio vem já...foi só trocar de oculos e rever matéria
    14. O Júlio tem razão… Deve falar-se em modo-de-produção de formação social capitalista, fundada em relações de propriedade desigual (empregadores privados e assalariados), com super~estruturas políticas, etc., e não - em rigor, mas só em rigor - de sistema económico capitalista, pois o capitalismo é uma formação contraditória. WIKI: 'sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na irrestrita liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.' Na Esclavagismo também havia a legitimidade dos bens privados e o Capitalismo não sustenta a irrestrita liberdade de comércio e industria: ele tem leis antimonopólio e de controlo geral, nacional e internacional, da produção e do comércio.
    15. O povo espera ansiosamente a definição do Julio!
    16. Já chamaram o Julio para comer a lasanha? Ele não diz nada!


Sem comentários: