sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A LAM foi atirada aos cães?



Posso pensar  num qualquer país que estivesse tão desesperado em ter um boa conectividade aérea e que abrisse seu mercado interno para companhias aéreas estrangeiras, deixando a sua companhia aérea nadar ou afundar, para além de Moçambique? Neste país, depois da Fastjet, uma segunda companhia aérea estrangeira está agora em operação, a Ethiopian Airlines, que começou a voar com a sua subsidiária, a Ethiopian Mozambique Airline (EMA).

A entrada da EMA pode ser caótica para a LAM, que pensa e espera que seja capaz de competir, embora tenha dívidas enormes e não faz  lucro desde 2011, lutando pela sua sobrevivência. É raro que uma transportadora estatal seja atirada aos cães e lute contra a concorrência de companhias aéreas estrangeiras, como a Ethiopian Airlines, que também é uma companhia estatal. Esta situação é aquilo a que se chama de Oitava Liberdade do ar, a qual permite o direito de transportar tráfego entre 2 pontos dentro de um país estrangeiro, com a extensão de um serviço que começa ou termina no seu país de origem, mas também a Nona Liberdade, que permite o direito de voar entre dois pontos ou mais num país estrangeiro.

Estas duas liberdades do ar são realmente raras e apenas usadas em casos desesperados, como quando um país não tem uma companhia aérea. E ainda mais rara quando uma transportadora estatal luta para recuperar algum orgulho e glória perdidos do passado, como a LAM, cuja história remonta a Agosto 1936 mas é agora uma sombra de si mesma.

Em Setembro de 2017, o órgão regulador, o Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), autorizou sete empresas estrangeiras e cinco empresas moçambicanas a voar nas rotas domésticas. Sejamos sérios! 

Que tipo de estratégia é essa de ter 12 companhias aéreas competindo num país tão pobre como Moçambique? É uma loucura! Esta situação vai ser catastrófica para a LAM. O prevejo uma luta desigual entre a Etiópia Moçambique Airlines e a LAM, designadamente uma luta injusta entre um gigante com 108 aeronaves contra uma pequena companhia com apenas 5.

Embora eu seja a favor da concorrência, acredito que um Estado tão grande quanto Moçambique precisa de ter a sua própria companhia aérea doméstica, que atenda às necessidades de seu povo, a partir da qual possa gerar lucro e tráfego suficientes para oferecer algumas rotas estratégicas, o que é vital para a nação. Veremos! Mas se alguém pensa mesmo que a LAM pode lidar com a Ethiopian Airlines no seu próprio mercado é uma loucura. Imagine isso na Nigéria, na Tanzânia ou na África do Sul! De jeito nenhum! Na verdade, mostrem-me um país qualquer onde foi introduzida com cabotagem completa.

*Thomas Chlumecky é um especialista em aviacao, de nacionalidade canadiana. Este artigo é uma adaptação de artigo publicado há dias na sua pagina do LinkedIn
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1 comentário:

Anónimo disse...

MOÇAMBIQUE É PAÍS PARA ESTRANGEIROS E NÃO PARA moçambicanos.
AQUI VIVEM E FAZEM BONS NEGÓCIOS OS NIGERIANOS, CHINESES BANGLADESES E OUTROS NEGOCIANTES RECRUTADOS PELA FRELIMO.
O OBJECTIVO SUPREMO DESTA PREOCUPAÇÃO DA FRELIMO É MATAR GRADUALMENTE OS MOÇAMBICANOS E SUBSTITUI-LOS POR ESTRANGEIROS QUE SERÃO CIDADÃOS OBEDIENTES CEGOS.
É POR ISSO QUE A PESAR DE TER SURGIDO GUERRA EM CABO DELGADO A FRELIMO MANTÉM CERCO A RENAMO E NÃO SE PREOCUPA COM A POPULAÇÃO QUE ESTÁ A SER EXTERMINADA. O QUE INTEREÇA A FRELIMO É MANTER HEGEMONIA DO PUDER.
A FRELIMO NUNCA PLANIFICOU PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DOS MOÇAMBICANOS, DISTO A RFRELIMO TEM MEDO.CONTRARIAMENTE A FRELIMO TEM VINDO A REMOVER A POPULAÇÃO DAS SUAS TERRAS PARA ENTREGAR A ESTRANGEIROS PARA DESENVOLVER SEUS PROGRAMAS ECONÓMICOS.